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ISSN 2318-0404 Versão Online

Revista Brasileira de Psicoteratia

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Vol 19 N° 2  2017

 

Editorial
1 -  Editorial
Pricilla Braga Laskoski; Stefania Pigatto Teche
Páginas: 1 - 3

Descritores:

Artigo Original
2 -  Saúde mental e câncer infantil: a relaçao entre sintomas de TEPT de sobreviventes e maes
Elisa Kern de Castro; Maria Júlia Armiliato; Luisa Vital de Souza; Franciele Peloso; Miguel Luis Alves de Souza
Páginas: 5 - 16

Resumo

Vivenciar o adoecimento e o tratamento de câncer infantil pode ser uma experiência permeada por estresse para a criança e para as maes. Respostas emocionais negativas podem ocorrer durante o tratamento e também após a remissao clínica, incluindo o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). O objetivo do estudo foi examinar e comparar a sintomatologia de TEPT de maes e sobreviventes de câncer infantil. Metodologia: delineamento ex-post-facto. Participaram sobreviventes de câncer infantil (N=27, idade média = 23,1 anos) e maes de sobreviventes (N=49, idade média = 43,8). A coleta de dados foi realizada através de um link com um formulário eletrônico contendo a ficha de dados sociodemográficos e clínicos e o PCL-C. Os resultados revelaram diferença significativa na sintomatologia revivência (X2=4,494ª; p≤0,05) e excitabilidade (X2=4,055ª; p≤0,05) entre maes e sobreviventes, indicando uma maior frequência de maes que apresentam esses sintomas quando comparadas com os sobreviventes. Esses resultados apontam que prejuízos para a saúde mental podem ser maiores para as maes que para os sobreviventes. O fato da sintomatologia de revivência ser menor para os sobreviventes que para as maes pode indicar a sua relaçao com memória do evento traumático. É importante que sobreviventes e maes que passaram pela experiência do câncer na infância sejam acompanhados com atençao pela equipe multidisciplinar a fim de prevenir transtornos mentais como o TEPT.

Descritores: Psicologia Clínica; Neoplasias; Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos; Transtornos Mentais; Medicina do Comportamento.

Artigo de Revisao
3 -  "Um, Nenhum, Cem Mil" - Uma breve compreensao do narcisismo em Green através de um personagem literário de Pirandello e de um caso clínico
Camila de Araujo Reinert; Matias Strassburger
Páginas: 17 - 27

Resumo

Cada vez mais encontramos, na clínica psicoterápica, pacientes com uma intensa precariedade de seus limites psíquicos e com uma dificuldade de representaçoes simbólicas que parecem ir além do amor pela própria imagem. Tem-se a impressao de estar diante de um cenário de falha na constituiçao narcísica do ego: uma angústia frente a imagem que nao se enxerga porque existem apenas fragmentos, ainda nao existe uma unidade. O presente artigo pretende apresentar aspectos do tratamento psicoterápico da clínica do narcisismo através da discussao de fragmentos do livro "Um, nenhum, cem mil" de Luigi Pirandello, de uma breve revisao sobre o trabalho do negativo em André Green e da ilustraçao de um caso clínico.

Descritores: Psicoterapia; Relaçoes Interpessoais; Narcisismo.

4 -  Habilidades Sociais do terapeuta na formaçao da aliança psicoterapêutica: estudo de revisao
Raquel Martins Sartori; Almir Del Prette; Zilda Aparecida Pereira Del Prette
Páginas: 29 - 43

Resumo

A importância do vínculo entre terapeuta e cliente para o sucesso do processo tem sido consenso na literatura. No entanto, as características e habilidades do terapeuta que contribuem para esse vínculo nao têm sido suficientemente esclarecidas. O presente estudo visou esclarecer as características dos psicoterapeutas favoráveis à formaçao e à manutençao da aliança, assim como, avaliar habilidades sociais que a literatura situa como parte desses requisitos. Analisou ainda, o papel das instituiçoes formadoras no ensino das habilidades apontadas como indicadoras para a efetividade do processo. Para tanto, efetuou-se uma revisao sistemática de artigos em três bases de dados internacionais, recuperando-se 125 que, sob critérios de inclusao e exclusao, resultaram em 13 textos. A análise buscou converter, em comportamentos relativos às Habilidades Sociais, as referências a características pessoais e técnicas encontradas. A investigaçao permitiu verificar a importância dessa descriçao no planejamento de condiçoes de seu ensino para o processo de formaçao profissional e o aperfeiçoamento das pesquisas no campo das Habilidades Sociais do terapeuta.

Descritores: Revisao; Psicoterapia; Relaçoes Interpessoais.

Relato de Caso
5 -  Avaliaçao inicial e funcional de um caso clínico de Transtorno Alimentar sob a perspectiva da Análise do Comportamento
Deivid Regis dos Santos; Maria Rita Zoéga Soares
Páginas: 45 - 58

Resumo

O presente artigo apresenta um modelo de análise funcional molar e molecular no atendimento de uma moça com 22 anos diagnosticada com Bulimia Nervosa e as estratégias utilizadas para se levantar informaçoes relevantes. No início do atendimento, a cliente assinou um documento demonstrando estar ciente que os dados dos atendimentos poderiam ser utilizados para fins acadêmicos e didáticos. Alguns dados foram omitidos com intuito de preservar a identidade da mesma. O caso apresentado corresponde ao recorte das primeiras oito sessoes de psicoterapia, cujo foco se direcionou na avaliaçao e levantamento de hipóteses funcionais. Foram elaborados diagramas ilustrativos das relaçoes funcionais que pudessem contribuir para a compreensao e conduçao do caso. Tal condiçao possibilitou a compreensao do padrao comportamental da cliente como um todo e nao apenas ao quadro psiquiátrico específico. Espera-se que este artigo auxilie terapeutas iniciantes no processo de avaliaçao inicial e de análise funcional de casos relacionados aos Transtornos Alimentares.

Descritores: Anorexia Nervosa; Bulimia Nervosa; Terapia Comportamental.

6 -  A funçao subjetivante do ritmo em um contexto de atendimento psicanalítico
Paula Gruman Martins; Vanessa Giaretta
Páginas: 59 - 71

Resumo

Neste trabalho, as autoras abordam a funçao subjetivante do ritmo na constituiçao psíquica a partir da teoria da intersubjetividade, valendo-se, principalmente, das contribuiçoes do psicanalista Victor Guerra. Partimos de um caso atendido no contexto de um tratamento psicoterápico em grupo para crianças, ancorado na teoria psicanalítica. Discute-se o papel do ritmo co-criado com o paciente no processo de subjetivaçao. Entende-se a trama rítmica como um embalar seguro que regula as experiências. Priorizamos para discussao a face do ritmo que compreende as variaçoes de presença e ausência do objeto. Consideramos que a dimensao delimitante do ritmo tem grande valor na criaçao dos contornos do self, numa crescente diferenciaçao eu/nao-eu e na construçao de um espaço interno para representar. Para que tenham tal efeito subjetivante, contudo, os momentos que denunciam a descontinuidade devem estar inseridos em certa previsibilidade rítmica, em que as ausências podem ser antecipadas e cuja duraçao varie conforme a capacidade da criança de tolerá-las. Deste modo, ressalta-se que o ritmo só será terapêutico se puder ser co-criado com o paciente, em uma ritmicidade conjunta.

Descritores: Desenvolvimento Infantil; Psicoterapia; Psicanálise.