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Revista Brasileira de Psicoteratia

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Rev. bras. psicoter. 2025; 26(3):89-122



Artigos de Revisao

Programas de treinamento de habilidades sociais no Brasil: Rapid review

Social skills training programs for university students in Brazil: Rapid review

Programas de entrenamiento de habilidades sociales en Brasil: Rapid review

Franciele Ariene Lopes Santanaa; Alessandra Turini Bolsoni-Silvab; Juliana Maria Cardoso de Oliveirab

Resumo

As habilidades sociais (HS) são comportamentos necessários nas interações sociais e importantes nos contextos gerais. No campo educacional, baixos repertórios de HS podem afetar a saúde mental e o desempenho acadêmico, por isso, programas de intervenção são úteis. Este estudo teve como objetivo identificar e analisar intervenções em HS com universitários no Brasil entre 2019 e 2024, incluindo suas características, instrumentos utilizados e materiais de apoio disponíveis. Realizou-se uma Rapid Review, com base nas recomendações PRISMA. Foram realizadas buscas nas bases Periódicos da Capes, Scopus e Cochrane Reviews, com descritores em inglês e em português. Foram incluídos 8 estudos empíricos e 8 materiais complementares. Os programas apresentaram sessões estruturadas, foco em habilidades como assertividade e comunicação, e uso predominante do IHS Del-Prette. Foi possível observar semelhança na duração e estrutura de sessões. Destaca-se a relevância da avaliação de indicadores de saúde, repertório de HS e da satisfação com as sessões, também é pertinente o estabelecimento prévio da natureza da intervenção. Merece atenção o aspecto da relação dos participantes com o aplicador, assim como o arranjo dos treinos e exercícios interpessoais como recurso para treinamento. As evidências disponíveis orientam práticas aplicáveis no contexto da atenção estudantil, mas ainda há lacunas experimentais a serem supridas.

Descritores: Habilidades sociais; Estudantes universitários; Desenvolvimento de programa; Saúde mental; Revisão de literatura

Abstract

Social skills (SS) are behaviors necessary for social interactions and are important in general contexts. In the educational field, low SS repertoires can affect mental health and academic performance, making intervention programs useful. This study aimed to identify and analyze SS interventions with university students in Brazil between 2019 and 2024, including their characteristics, instruments used, and available support materials. A Rapid Review was conducted based on PRISMA recommendations. Searches were carried out in the Capes Journals, Scopus, and Cochrane Reviews databases using descriptors in both English and Portuguese. Eight empirical studies and eight supplementary materials were included. The programs presented structured sessions, a focus on skills such as assertiveness and communication, and predominant use of the IHS-Del-Prette. Similarities were observed in the duration and structure of the sessions. The assessment of health indicators, SS repertoire, and session satisfaction stood out as relevant, as well as the prior establishment of the nature of the intervention. Attention should be given to the relationship between participants and the facilitator, as well as the arrangement of training sessions and interpersonal exercises as a resource for skill development. The available evidence guides practices applicable in student support services, though experimental gaps still need to be addressed.

Keywords: Social skills; University students; Program development; Mental health; Literature review

Resumen

Las habilidades sociales (HS) son comportamientos necesarios en las interacciones sociales y relevantes en contextos generales. En el ámbito educativo, repertorios bajos de HS pueden afectar la salud mental y el rendimiento académico, por lo que los programas de intervención resultan útiles. Este estudio tuvo como objetivos identificar y analizar intervenciones en HS con universitarios en Brasil entre 2019 y 2024, incluyendo sus características, instrumentos utilizados y materiales de apoyo disponibles. Se llevó a cabo una Rapid Review, basada en las recomendaciones PRISMA. Se realizaron búsquedas en las bases de datos Periódicos da Capes, Scopus y Cochrane Reviews, con descriptores en portugués e inglés. Se incluyeron 8 estudios empíricos y 8 materiales complementarios. Los programas presentaron sesiones estructuradas, enfoque en habilidades como la asertividad y la comunicación, y uso predominante del IHS-Del-Prette. Fue posible observar similitudes en la duración y la estructura de las sesiones. Se destaca la relevancia de la evaluación de indicadores de salud, del repertorio de HS y de la satisfacción con las sesiones, siendo también pertinente el establecimiento previo de la naturaleza de la intervención. Merece atención el aspecto de la relación entre los participantes y el aplicador, así como el diseño de los entrenamientos y ejercicios interpersonales como recurso para el entrenamiento. Las evidencias disponibles orientan prácticas aplicables en el contexto de la atención estudiantil, pero aún existen lagunas experimentales por ser abordadas.

Descriptores: Habilidades sociales; Estudiantes universitarios; Desarrollo de programas; Salud mental; Revisión de literatura Programas de treinamento de habilidades sociais no brasil: raPid review

 

 

Introdução

No contexto universitário, observa-se o aumento de transtornos psíquicos como ansiedade, depressão e estresse, especialmente no cenário pós-pandêmico, é possível observar nos estudos, registros de incremento de acometimentos à saúde mental1,2, com incidência de queixas e/ou transtornos relacionados à saúde mental3. As pesquisas da área identificaram correlação positiva entre fragilidade na saúde mental, desempenho insuficiente em avaliações escolares e evasão4. Há, no entanto, fatores que podem atuar como protetivos à saúde mental, sendo as HS, um deles3. Déficits em HS estão associados a condições clínicas de depressão5, ansiedade 6 , fobia social7 e estresse8,9 em universitários. A presença de um repertório competente de HS favorece a manutenção da saúde, atuando, portanto, protetivamente. Ademais, um repertório comportamental socialmente competente, favorece o desempenho acadêmico10,11. As HS emergem como fator de proteção, justificando a criação de programas específicos para seu desenvolvimento. As intervenções, nomeadas frequentemente de programas de treinamento de habilidades sociais (THS), vêm ganhando espaço nas ações de atenção aos estudantes universitários. Na perspectiva de utilização de programas de intervenção psicológica orientados por evidência, o emprego de práticas amparadas cientificamente viabiliza uma tomada de decisão bem informada, ou seja, escolhas conscientes frente ao maior conhecimento possível de estratégias disponíveis, colaborando com melhor uso de recursos12-14, que normalmente são restritos nos serviços públicos. Além disso, a busca por suporte em dados que atestam determinadas práticas contribui no manejo de dificuldades frente à implementação de opções para o enfrentamento da problemática que se pretende resolver ou prevenir 12-14.

Nos últimos cinco anos, algumas publicações revisaram estudos sobre THS no contexto acadêmico, cobrindo um período de inclusão de estudos até 2019; destacam-se três delas, a partir das quais o presente estudo se baseou. Santos et al.15realizaram uma revisão integrativa sobre a temática com oito estudos abrangendo os anos de 2009 a 2019 (publicações até outubro do referido ano), analisando aspectos metodológicos de programas THS para universitários. Gouveia e Polydoro16analisaram 16 publicações encontradas datando de 1999 até 2019, buscando compreender aspectos conceituais referentes ao termo HS, e características dos programas, como os tipos de habilidades desenvolvidas, o modo de avaliação do programa, os instrumentos utilizados e a metodologia dos estudos. Enquanto Bortolatto et al.17, numa revisão sistemática com sete publicações dos anos de 2009 a 2018, objetivaram descrever programas de THS em universitários, efeitos, potencialidades e limitações das intervenções.

Quanto aos resultados, todas as revisões encontraram nos estudos registros indicando ganhos nas HS dos participantes dos treinos, havendo ainda diminuição de sintomas de ansiedade, estresse e fobia social. Entretanto, há também um estudo em que queixas foram superadas somente parcialmente15, não havendo generalização para outros contextos, além de em um estudo não ter havido mudança significativa para níveis de estresse, comparando pré e pós-intervenção17. Como principal limitação, as revisões citam falta de grupo controle, advertindo que a forma de verificação sobre melhoria de indicadores dos estudos analisados foi diferente, a depender dos objetivos e metodologias, merecendo um olhar crítico para generalização dos dados16.

Houve a indicação17 de personalização das intervenções por meio de levantamento de necessidades para o treinamento que considere a percepção do próprio estudante sobre seu repertório e as habilidades que pretende desenvolver, destacando também a importância da utilização de instrumentos que identifiquem excessos/déficits e recursos em HS.

Sobre as temáticas mais abordadas em intervenções, somente em uma revisão16 ocorreu esse levantamento, identificando que as habilidades mais ensinadas foram assertividade, comunicação, falar em público e empatia e, que para atingir os objetivos de ensino destas habilidades, as estratégias mais utilizadas foram exposição (apresentação didática de conceitos), role-playing (simulação de interações), vivências (atividade estruturada com potencial de evocar sentimentos, pensamentos e desempenhos) e, tarefas de casa (atividades realizadas fora da sessão).

Com base nos estudos analisados nas revisões, pode-se levantar lacunas para um novo estudo de revisão, como a ampliação da amostra de estudos incluídos e período de busca15,16, análise de estudos de intervenção17, e ampliação do conhecimento acerca de programas desenvolvidos no contexto brasileiro, identificando materiais publicados que auxiliem na elaboração e implementação de programas de THS para universitários. Frente a isso, apresenta-se este estudo cujo objetivo principal foi o de rastrear e analisar publicações que descrevessem intervenções em HS para universitários no contexto brasileiro, conforme protocolo apresentado na seção de método.


Método

Realizou-se uma rapid review18,19que tem como base a utilização de formas reduzidas ou aceleradas de metodologia de revisão sistemática, sendo de especial vantagem porque possibilita a produção de síntese de pesquisas sobre temáticas específicas de interesse público e governamental que responda problemas e, que, portanto, pode apoiar na formulação de políticas, fornecendo evidências úteis19. Considerando o interesse de ampliar o conhecimento sobre programas de THS que podem ser desenvolvidos no contexto brasileiro, buscou-se levantar a literatura mais atual para verificar quais tipos de intervenção vêm sendo utilizadas com esta população no Brasil, aplicados em contextos educacionais, para auxiliar na construção de linhas orientadoras sobre programas de THS. Utilizaram-se as recomendações da declaração Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-analyses: The PRISMA Statement20, no protocolo a seguir.

1. Questões de Pesquisa: a) Quais as características dos programas de THS que têm sido aplicados recentemente no Brasil e seus resultados? b) Há relato de manualização da intervenção que descreva: estrutura de sessões, organização de encontros, avaliações iniciais e posteriores à intervenção, detalhamento de estratégias/técnicas adotadas, número de participantes, número de sessões, instrumentos e resultados? Se sim, quais? c) É possível delinear preliminarmente pontos relevantes para o estabelecimento desses programas com base nas informações e evidências encontradas nas publicações revisadas? Se sim, quais?

2. Fontes de dados e estratégias de buscas: foram selecionados descritores da Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia, em língua portuguesa "Habilidades Sociais; Treinamento de Habilidades Sociais; Estudantes Universitários; Estudantes; Desenvolvimento de Programa; Saúde Mental" e inglesa "Social Skills; Social Skills Programas de treinamento de habilidades sociais no brasil: raPid review Training; College Students; Students; Program Development; Mental Health". Também foi utilizada a palavra "Undergraduate" como sinônimo de universitários. Na revisão de Bortolatto et al.17, as autoras mencionam o não uso desta palavra como limitação. Foram utilizados os operadores booleanos "AND", "OR". As buscas ocorreram entre outubro e novembro de 2022, com uma atualização em março de 2024. Os descritores foram cruzados no Portal de Periódicos da Capes; Scopus e Cochrane Reviews.

3. Critérios de elegibilidade: Empregou-se o acrônimo PICOS 20 :

Como critérios de inclusão, aceitaram-se textos dentro do período dos últimos 5 anos. Este recorte de tempo foi estabelecido em observância a dados posteriores aos já publicados nas revisões citadas 15,16,17 , deste modo, posteriores a 2019 (até março de 2024). Ainda como critérios de inclusão, considerou-se o acesso gratuito, com a temática de THS aplicados em grupo no Brasil. Como critérios de exclusão, empregou-se a remoção de materiais com duplicação nas bases, o acesso não gratuito ou publicações sobre programas internacionais.

4. Análise dos Dados:

Utilizou-se planilha para extração de dados, conforme descrição no Quadro 1. Foi avaliado o risco de viés nos artigos de intervenção com o instrumento Research Triangle Institute Item Bank - RTI-Item Bank 21 , selecionando-se oito questões: 2 - "Os critérios de inclusão/exclusão estão claramente estabelecidos - não requer que o leitor faça inferências"?; 5 - "A estratégia para o recrutamento de participantes no estudo foi a mesma entre grupos?"; 7 - "Qual foi o nível de detalhamento na descrição da intervenção?"; 13 - "Os avaliadores dos resultados foram cegos ao status dos participantes (intervenção)"?; 15 - "Os resultados foram avaliados utilizando medidas válidas e confiáveis, implementadas consistentemente entre todos os participantes do estudo?"; 24 - "Alguma variável primária importante está faltando dos resultados?"; 28 - "Os resultados são possíveis de se acreditar levando as limitações do estudo em consideração?".




Para os artigos de revisão, adotou-se o instrumento Risk of Bias in Systematic Reviews - ROBIS 22 , incluindo pelo menos duas questões de cada domínio (D): D1- critérios de elegibilidade dos estudos (1.1 Os objetivos e critérios de elegibilidade foram definidos previamente?, 1.4 Com relação aos critérios de elegibilidade, as restrições baseadas nas características dos estudos foram apropriadas?); D2- identificação e seleção dos estudos

(2.1 A busca incluiu uma variedade suficiente de bases de dados/fontes eletrônicas para pesquisar artigos publicados e não publicados?, 2.2 Além da busca nas bases de dados foram utilizados métodos adicionais para a identificação de artigos relevantes?, 2.3 Os termos e a estrutura da estratégia de busca foram adequados para obter o maior número possível de artigos?, 2.4 As restrições baseadas na data, formato de publicação ou idioma foram adequadas?); D3- coleta de dados e avaliação do estudo: (3.1 Foram realizadas tentativas para minimizar o erro na coleta de dados?, 3.2 As características disponíveis do estudo foram suficientes para que os autores e leitores da revisão fossem capazes de interpretar os resultados?, 3.4 O risco de viés (ou qualidade metodológica) foi formalmente avaliado usando critérios apropriados?); D4- síntese e resultados (4.2 Todas as análises pré-definidas foram reportadas ou as perdas de participantes foram explicadas?, 4.6 Os vieses nos estudos primários foram mínimos ou foram abordados na síntese?). Ambos instrumentos foram preenchidos de modo independente pelas autoras 1 e 3, sendo que diante de discordância, houve momento para discussão e decisão consensual.

As informações mais frequentes nas publicações foram sintetizadas em resultados e dialogadas na seção de discussão.


Resultados

Após cruzar estes descritores nas bases, obteve-se um total de 628 publicações na busca de 2022 e 298 na busca de 2024 (até março). Com filtragem por títulos e resumos, em 2022 foram pré-selecionados 66 artigos para leitura exploratória e, destes, três foram eleitos para análise. Considerando a atualização em 2024, foram incluídos para pré-análise sete artigos e, destes, cinco foram selecionados, totalizando oito publicações para análise (três da busca de 2022 e cinco da busca de 2024). Além disso, após análise desses artigos, procedeu-se ao levantamento dos materiais citados como base para o desenvolvimento da intervenção, sendo que foram Programas de treinamento de habilidades sociais no brasil: raPid review selecionados os conteúdos que os autores explicitamente descreveram como base das intervenções. Deste modo, novas oito publicações foram incluídas: dois capítulos de livro, dois livros de apoio e quatro Manuais/ Guias. A Figura 1 apresenta o processo de busca e inclusão de estudos e outras publicações para análises.




As publicações analisadas encontram-se no Quadro 2, conforme ano de publicação e tipo de estudo (intervenção, revisão ou material mencionado, como capítulo de livro, livro de apoio, manual/guia teórico prático). São apresentadas autoria, ano de publicação e título de cada item incluído nas análises. Os artigos encontrados foram publicados entre os anos de 2019 e 2023. Já os materiais relatados como base para as intervenções, foram publicados entre os anos de 2009 e 2020.




Realizou-se a análise do risco de viés dos estudos de intervenção e revisão. Conforme a Figura 2, a maioria dos estudos primários apresentaram boas condições para replicação, considerando os critérios de terem citado etapas/características (como indicadores, instrumentos, temática de sessão) ou, na falta disso, terem referenciado adequadamente o material (manual/guia) que foi utilizado, e baixo risco de viés para a maioria das perguntas do RTI. Ressalta-se que todos os estudos primários apresentaram risco indeterminado ou alto quanto à avaliação cega dos resultados, algo que pode ser aprimorado em pesquisas futuras. Entre as revisões de literatura, observa-se maior frequência do alto risco de viés, porém cabe sinalizar que somente o estudo 7 foi descrito como revisão sistemática, enquanto os estudos 6 e 8 enquadram-se em revisões integrativas, o que pode ter contribuído para este resultado.




Ainda que se tenha identificado alguns riscos, optou-se por analisar todas as publicações encontradas para proceder ao levantamento de informações úteis ou replicáveis em novos estudos e intervenções. Deste modo, são apresentadas sínteses dos estudos, sendo necessário levar em consideração as limitações e vieses identificados nos instrumentos. Nos Quadros 3 e 4 são apresentadas as informações referentes aos artigos de intervenção e às revisões, possibilitando a comparação das características observadas nos programas descritos. Para ambos os grupos de publicações, apresenta-se o título da revista e qualis, as características da intervenção, instrumentos avaliativos utilizados, os principais resultados, as indicações realizadas pelos autores de cada publicação e as limitações observadas nos estudos.







Relativo às características gerais, foi possível observar semelhança na duração das sessões, que no geral, apresentaram tempo de duração entre 1h30 e 2 horas. Sobre estrutura de sessão, também há convergências, sendo os passos mais comuns a discussão da tarefa de casa, discussão dialogada, treino de repertório, tarefa de casa e avaliação de sessão. Seis estudos apresentam as temáticas desenvolvidas nas intervenções23-28. A habilidade de "falar em público" foi registrada na maioria dos trabalhos23-26,30, também houve semelhanças em conteúdos como "lidar com críticas, feedbacks e expressão de desagrado"23-25,30e "expressão de sentimentos positivos"23,24,30. Sobre o planejamento de rotina e disponibilização de sessão para temáticas personalizadas conforme os interesses dos participantes, este foi reportado somente nos estudos do programa PromoveUniversitários23,30. Ademais, a avaliação das HS e outros indicadores é citada como parte relevante do programa 31,33,35,38.

Acerca dos instrumentos utilizados, houve maior frequência de uso dos instrumentos de autorrelato Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette)23-25,27,29-31,33,36,38, seguido do Questionário de Avaliação de Habilidades Sociais, Comportamentos e Contextos para Universitários (QHC-Universitários)23,30,31,37,38. Nos artigos analisados, não houve utilização de instrumentos observacionais de avaliação, no entanto, há recomendação em um manual, para uso de vídeo e protocolo de observação33. Os estudos revisados apontaram para a existência de diferentes programas de THS no contexto brasileiro, com objetivos terapêuticos, em sua maioria, e pedagógicos27, na realização deles, houve relato de utilização de manual/guia em cinco estudos23,25-27 que referenciam base em materiais teórico-práticos como manuais ou trabalhos anteriores que continham descrição de procedimentos adotados 23,25-27,30, sendo que no geral a abordagem referenciada é o campo das HS enquanto área teórico-prática, associada a psicologia comportamental, análise do comportamento ou psicologia cognitivocomportamental. Sobre a descrição das intervenções nas publicações, nos estudos de intervenção, apenas uma publicação26não detalha as características e cita um capítulo de base que é teórico, não permitindo a estruturação de uma replicação integral da intervenção. Além desses dados, informações encontradas sobre os materiais citados nos estudos como base para as intervenção descritas, estão dispostas no Quadro 5.




Com base nas informações encontradas nos materiais incluídos adicionalmente, elaborou-se um quadro com contextos relevantes na intervenção em HS com universitários, elencando pontos/diretrizes na implementação desse tipo de programa nas universidades. No Quadro 6 são apresentadas as categorias elencadas, bem como, sugestões de objetivos a serem desenvolvidos na implementação.




Considerando os materiais de base analisados, pareceu bastante relevante a avaliação de indicadores de saúde e repertório em diferentes momentos, como inicial, final, e de seguimento, sendo indicada também avaliação da satisfação dos participantes com a sessão31-33,35,38, além disso, em termos de implementação, há outros elementos pertinentes como o estabelecimento prévio da natureza da intervenção, se terapêutica ou pedagógica32, uma vez que cada tipo pode ensejar diferentes procedimentos com a população envolvida. Merece atenção o aspecto da relação com a/o aplicador/a no papel de terapeuta ou facilitador/a33,38, já que as intervenções se dão de modo interativo, sendo que o arranjo dos treinos e exercícios interpessoais é o recurso mais citado nos programas THS31-33,35,38, portanto, o modo como é conduzido e as habilidades de quem facilita a intervenção, podem facilitar o processo de desenvolvimento dos repertórios pretendidos.


Discussão

Nota-se com esta revisão que os programas de THS aplicados ao público universitário no Brasil compartilham características comuns, por exemplo, a duração das sessões (entre 1h30 e 2h) e a estrutura das sessões, contemplando a discussão da tarefa de casa, discussão da habilidade (alguns de maneira dialogada e outros com apresentação do conteúdo em slides), treino de repertório, indicação de tarefa de casa e avaliação da sessão. Tal similaridade sinaliza a consistência das intervenções, que confluem em uma certa padronização nos programas, possibilitando diálogo dos dados frente à replicação das intervenções executadas no Brasil, corroborando achados de outras revisões15-17, tendo-se que todos os estudos tiveram como base o campo das HS, ainda que de forma combinada a outras abordagens da área comportamental.

No que concerne às HS tomadas como foco na intervenção com universitários, maior ênfase foi encontrada em "falar em público", habilidade importante para a apresentação de trabalhos e desenvolvimento acadêmico e "lidar com críticas, feedbacks e expressão de desagrado" 23-26.30, seguidas de "expressão de sentimentos positivos"23-25.30, confirmando a alta presença de HS de comunicação e assertividade como importantes e necessárias para o desempenho interpessoal e acadêmico na universidade15-17, melhoras na interação com diferentes interlocutores5, bem como fatores protetivos à saúde mental3.

Nos estudos analisados, tal qual apontado pela literatura, apresentou-se como relevante a avaliação de outros indicadores de saúde mental, para além das HS como fobia social23,28,30, ansiedade23 , 29, depressão23,30,37, estresse25,29,37, que são indicadores apontados por outras pesquisas como foco de atenção no público universitário4,40-42. Deste modo, considerando a literatura, o THS para estudantes do ensino superior tanto auxilia na ampliação de repertórios que incidem diretamente no sucesso das tarefas acadêmicas (falar em público, lidar com autoridades, etc.), como pode atuar na proteção de sintomatologia e/ou adoecimento no campo da saúde mental. É preciso atenção ao fato de que acadêmicos têm dificuldades fora dos muros da universidade, que, inevitavelmente, influenciam nas vivências estudantis, sendo necessário avaliá-las para intervir, quando possível.

Sobre os instrumentos utilizados houve a predominância de dois instrumentos de autorrelato desenvolvidos e validados no Brasil, por pesquisadores de universidades públicas, sendo que o mais reportado avalia HS gerais de adultos foi o IHS-Del-Prette23-25,27,29-31,33,36,38e o segundo avalia HS específicas do contexto universitário - QHC-Universitários23,30,31,37,38, além de cobrir diferentes interlocutores (mãe /ou substituta, pai ou substituto, irmãos, amigos/as, colegas de república, namorado/a, e pessoas conhecidas ou desconhecidas em caso de seminários e falar em público). O predomínio do uso do IHS-Del-Prette para avaliar universitários também foi observado por Santos et al.15, Gouveia e Polydoro16e Bortolatto et al.17 Cabe ressaltar que o QHC-Universitários foi publicado em 2017, indicando a expansão de instrumentos que atendam a esse público especificamente.

Ainda no campo das avaliações, a revisão sistemática de Bortolatto et al.17 apontava a necessidade de personalização das intervenções com atenção ao interesse do estudante no estabelecimento de objetivos. Com os resultados obtidos, observou-se que os estudos23,30 e materiais31,37,38 que descrevem o programa Promove-Universitários salientam essa prática por meio de formulações de caso que, entre outras informações, estabelecem seção para levantamento de objetivos pessoais para o programa, ainda que ele seja realizado coletivamente, equilibrando o andamento do grupo com a atenção às necessidades individuais. Do ponto de vista clínico, a aplicação dos THS resulta em ganhos nos indicadores de HS, redução de queixas, e contribuem para a melhoria da saúde mental dos universitários reduzindo níveis e sintomas de estresse, ansiedade e depressão29. Adicionalmente, as amostras dos estudos variaram entre anos iniciais e finais e grupos clínicos e não clínicos, revelando a presença de dificuldades interpessoais e em saúde mental em diversos momentos do percurso universitário. Tais características reforçam a pertinência da avaliação do repertório e dificuldades em diferentes momentos da graduação, incluindo atenção às necessidades individuais via formulação de caso, de modo a atender às mudanças em termos de exigência com o avanço do curso.

Quanto ao quesito das descobertas acadêmicas sobre a temáticas, referente ao relato de manualização das intervenções, as revisões de base deste estudos15,16 e as revisões analisadas não se debruçaram sobre a presença ou ausência desta informação, dando maior foco às características descritivas das intervenções que analisaram. Os achados do presente estudo de revisão mostraram que parte das publicações incluídas23.25-27.30 sinalizou o uso de manual/livro de apoio ou trouxe a descrição da estrutura das sessões, temas e técnicas adotadas, número de participantes e número de sessões. Isso facilita o acesso à informação sobre estratégias disponíveis e suas evidências, contribuindo com a tomada de decisão informada para a elaboração de políticas públicas13, ou seja, contribui para que profissionais do campo aplicado tenham acesso a informações baseadas em evidências e aos materiais que podem guiar a implementação das intervenções relatadas, sendo muito útil para os serviços de psicologia das universidades. Ainda nessa discussão, considerando-se a replicabilidade das intervenções, é crucial destacar a importância da descrição das características dos programas, bem como suas etapas. Na perspectiva da Análise do Comportamento, Zettle43assevera que um manual é organizado de tal modo que, na aplicação, se sigam as orientações trazidas, tendo, portanto, a função de acentuar a implicação do comportamento de quem o segue naqueles que recebem a intervenção, ainda que garanta a flexibilidade e ajuste para cada participante. A função de um manual é, então, amparar o profissional que o utiliza, funcionando como um guia44. Deste modo, esse tipo de material auxilia na descrição de linhas de ação que estandardizam a implementação, conforme etapas que foram programadas e testadas por quem desenvolveu a intervenção43,44. Assim, é de suma importância que, quando não for possível detalhar as intervenções nos artigos, já que se tem um limite reduzido de páginas, que os autores referenciem claramente o material no qual baseia o programa, como realizado por Moretto e Bolsoni-Silva23, Bezerra et al.25, Melis et al.26 e Quitério, Carvalho e Carmo27.

Considerando os pressupostos de Zettle43 sobre manuais, os materiais analisados que apresentam maior detalhamento para condução das intervenções voltadas para promoção de HS para acadêmicos no sentido geral foram os manuais do Promove-Universitários38 e o livro Competência social e habilidades sociais35. Isso porque pormenorizam aspectos necessários para a implementação dos programas, como avaliação inicial, medidas de processo e fornecem ainda pré-planejamento de sessão e modelos de tarefas de casa. O manual do Promove-Universitários disponibiliza, por exemplo, orientações detalhadas para formulação de caso inicial, incluindo recomendações de instrumentos validados para avaliação.

Nesse cenário, dados os desafios da condução de programas frente a multidimensionalidade das HS, como descrito por Santos et al.15, o uso de programas já testados, como os presentes nos manuais e nas publicações que os referenciam possibilitam atingir a recomendação de Bortolatto et al.17 que reforçam a necessidade de desenvolvimento de intervenções padronizadas e testados empiricamente visando a futura implementação contínua, que pode ocorrer em serviços de atendimento estudantil como uma política pública que atenda demandas desenvolvimentais e práticas voltadas ao cuidado30 em saúde mental que tem se mostrado muito necessárias no ambiente acadêmico1,4,40,41.

Nenhum dos estudos deixou de reportar resultados das variáveis primárias descritas como objetivo da intervenção, como foi verificado na avaliação do risco de viés (baixo risco). E entre os principais resultados aparecem a redução de queixas e o aumento de HS dos participantes, sendo estes acreditáveis, apesar das limitações dos estudos. Considerando os achados presentes na literatura revisada, na aplicação de THS no Brasil, parece importante não só a estruturação das sessões de treinamento, mas, especialmente, o conhecimento prévio do repertório de entrada dos participantes, sobretudo nas intervenções de base clínica, garantindo flexibilização, estando consoante a prática em Psicologia baseada em evidência. Isso porque, apesar da préestruturação, o repertório de HS e a condição de saúde mental de entrada devem orientar ajustes que atendam melhor às necessidades dos estudantes, no contexto universitário, familiar, de amizades, de relacionamentos amorosos, de trabalho, de moradia. Ao buscar fontes científicas sobre programas de THS para universitários, é necessário se atentar não só aos resultados, mas à existência de outros estudos que corroborem ou discutam tais resultados, existência de manuais, instruções adequadas para a replicação e flexibilidade de adaptação ao contexto institucional, cultural, entre outros.


Conclusão

Este estudo evidenciou práticas consistentes de treinamento em HS no Brasil, com destaque para o uso de instrumentos avaliativos como IHS-Del-Prette e o QHC-Universitários. Os programas são estruturados em sessões temáticas, incluindo habilidades consideradas importantes para o público-alvo, alguns com flexibilização a partir de necessidades individuais. Foi possível encontrar descrições de variáveis importantes, que são úteis às análises propostas interventivas, como os contextos de avaliação prévia de repertório de entrada para ajuste do programa, definição da natureza da intervenção, atenção à interação facilitador/psicóloga(o) e participantes, bem como ao ensino de habilidades, treinos e vivências, além da importância de avaliação do procedimento.

Considera-se útil o levantamento realizado neste estudo sobre a diversidade de problemas atendidos nos programas que foram analisados, como as dificuldades com HS propriamente ditas, e outros indicadores de saúde mental. Sendo de igual relevância as descrições dos tipos de habilidades ensinadas frente às dificuldades Programas de treinamento de habilidades sociais no brasil: raPid review que podem contribuir no planejamento de intervenções semelhantes, possibilitando comparações posteriores de experiências realizadas em diferentes regiões do Brasil.

É preciso reconhecer que este estudo apresenta limitações. Houve previsão de restrição de fontes, datas e publicações, sendo excluída literatura cinzenta, como teses e dissertações, relatórios, anais de eventos científicos, etc. Foram empregadas buscas em poucas bases, restringindo-se a descrição de programas relatados em publicações recentes (de 2019 a 2024) no contexto brasileiro. Também foi uma limitação a língua, já que somente foram buscados textos em língua portuguesa e inglesa, além do reduzido número de descritores, que podem ter limitado o acesso a mais informações na temática.

Ainda são necessárias pesquisas experimentais com grupo controle e medidas de seguimento para consolidar a eficácia dessas intervenções no campo da saúde mental universitária, além de não haver relato sobre implicações em habilidades e desempenho acadêmico. É recomendável a utilização de instrumentos validados para comparação de diferentes amostras, além de análises sobre o tamanho do efeito das mudanças obtidas. Revisões sistemáticas completas, incluindo meta-análises também podem auxiliar na síntese de resultados, clarificando as evidências acerca das intervenções em HS, incluindo maior abrangência de descritores e bases de dados.

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Referências

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a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) /Programa de Pós Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem, Universidade Estadual Paulista "Júlio Mesquita Filho" (UNESP), Serviço de Psicologia e Acessibilidade Pedagógica - Corumbá/MS - Brasil
b Universidade Estadual Paulista "Júlio Mesquita Filho" (UNESP), Programa de Pós Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem - Bauru/SP - Brasil

Autor correspondente

Franciele Ariene Lopes Santana
franciele.ariene@unesp.br / E-mail alternativo: franciele.santana@ufms.br

Submetido em: 18/10/2024
Aceito em: 26/04/2025

Contribuições: Franciele Ariene Lopes Santana - Aquisição de financiamento, Coleta de Dados, Conceitualização, Gerenciamento de Recursos, Gerenciamento do Projeto, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original; Alessandra Turini Bolsoni Silva - Conceitualização, Investigação, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão; Juliana Maria Cardoso de Oliveira - Conceitualização, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição.

 

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