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Apresenta-se um caso clínico que expõe o resultado do trauma crônico, cuja intensidade e persistência influenciaram o desenvolvimento de crises dissociativas. A paciente é uma mulher com história de pseudocrises convulsivas cuja história inclui relacionamentos abusivos com diversos membros da família. Os agressores eram suas figuras de vinculação e que a paciente descreve como violentas e humilhantes. Foi encaminhada ao nosso Hospital Dia e integrou um programa terapêutico que inclui sessões individuais e em grupo, destacando se um grupo multifamiliar. Foi realizada uma pesquisa na PubMed e Google Scholar utilizando os seguintes termos: convulsão dissociativa, trauma infantil, dissociação, trauma infantil, Winnicott, trauma infantil, Pierre Marty, Pierre Janet, psicossomático. De uma perspetiva psicodinâmica, importam conceitos como o falso self, o ambiente securizante e as relações objetais para compreender o desenvolvimento infantil e a relação do trauma com o mecanismo de defesa de dissociação. Esse mecanismo retira a atenção a experiências dolorosas, permitindo que a pessoa tolere o trauma emocional ao se afastar da situação, de modo consciente. O trauma persiste, e um falso self se desenvolve para proteger a pessoa da agressão. Para tratar esses episódios dissociativos, é necessária uma aliança terapêutica que possibilite o desenvolvimento de mecanismos de defesa mais adaptativos.

Descritores: Convulsões psicogênicas não epilépticas; Experiências adversas da infância; Transtornos dissociativos; Psicanálise; Psicoterapia de grupo

The current clinical case examines the impact of chronic trauma, the intensity and persistence of which contributed to the development of dissociative disorders seizures. The subject is a woman with convulsive pseudoseizures whose history includes abusive relationships with multiple family members, whom the patient described as violent and humiliating. She was referred to our Day Hospital and integrated a therapeutic program that includes individual and group sessions, of which a multifamily group stands out. A PubMed and Google Scholar search utilized the following terms: dissociative convulsion, infant trauma, dissociation, Winnicott, Pierre Marty, Pierre Janet, psychosomatic. A psychodynamic analysis holds concepts such as the false self, the holding environment, and object relations as essential to comprehending child development and relating trauma with the defense mechanism of dissociation. This mechanism infuses a sense of control by splitting the contact with experiences that are too painful, allowing one to tolerate emotional trauma by removing oneself from the situation. The trauma is then persistently sustained, and a false ego develops to shelter the person from aggression. Therefore, it is necessary to comprehend the causality in the subjects history through a therapeutic alliance that enables the development of more adaptive defense mechanisms.

Keywords: Psychogenic nonepileptic seizures; Adverse childhood experiences; Dissociative disorders; Psychoanalysis; Group psychotherapy

El presente caso clínico examina el impacto del trauma crónico, cuya intensidad y persistencia contribuyeron al desarrollo de convulsiones por trastornos disociativos. Se trata de una mujer con pseudoconvulsiones convulsivas, cuyo historial incluye relaciones abusivas con múltiples familiares, a quienes la paciente describió como violentas y humillantes. Fue derivada a nuestro Hospital de Día e integró un programa terapéutico que incluye sesiones individuales y grupales, destacando un grupo multifamiliar. Una búsqueda en PubMed y Google Académico utilizó los siguientes términos: convulsión disociativa, trauma infantil, disociación, Winnicott, Pierre Marty, Pierre Janet, psicosomático. Un análisis psicodinámico considera que conceptos como el falso yo, el entorno de contención y las relaciones objetales son esenciales para comprender el desarrollo infantil y relacionar el trauma con el mecanismo de defensa de la disociación. Este mecanismo infunde una sensación de control al dividir el contacto con experiencias demasiado dolorosas, lo que permite tolerar el trauma emocional al aislarse de la situación. El trauma se mantiene persistentemente y se desarrolla un ego falso para proteger a la persona de la agresión. Por lo tanto, es necesario comprender la causalidad en la historia del sujeto mediante una alianza terapéutica que permita el desarrollo de mecanismos de defensa más adaptativos.

Descriptores: Convulsiones psicógenas no epilépticas; Experiencias adversas en la infancia; Trastornos disociativos; Psicoanálisis; Psicoterapia de grupo