ISSN 1516-8530 Versão Impressa
ISSN 2318-0404 Versão Online

Revista Brasileira de Psicoteratia

Submissão Online Revisar Artigo

Rev. bras. psicoter. 2024; 26(2):97-114



Artigos de Revisao

Intervenções psicológicas em crianças com problemas de comportamento externalizante: uma revisão integrativa de literatura

Psychological interventions in children with externalizing behavior problems: an integrative literature review

Intervenciones psicológicas en niños con problemas de conducta externalizantes: una revisión integradora de la literatura

Ana Lúcia de Limaa; Maria Alissandra Lopes de Macedob; Normanda Araújo de Moraisa

Resumo

Problemas de comportamento na infância são comuns e podem trazer problemas na funcionalidade da criança, adaptação ao meio, assim como em seus relacionamentos familiares e interpessoais. Podem ser classificados em internalizantes (voltados ao próprio sujeito) e externalizantes (quando direcionado para o ambiente e a outras pessoas). Sobre estes últimos, a literatura evidencia menos resultados eficazes de intervenções, principalmente a longo prazo, sendo necessário intervenções precoces com vistas a atenuar tais questões e não se tornar problemas maiores no futuro, como o transtorno de conduta na adolescência e/ou até mesmo o transtorno de personalidade antissocial na vida adulta. Este artigo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa de literatura acerca de quais intervenções psicológicas estão sendo utilizadas em crianças com problemas de comportamento externalizante, assim como seus resultados. Foram investigadas as bases de dados PubMed, PePSIC, LILACS, PsycINFO e SciELO, com recorte temporal dos últimos 5 anos (2015 a 2020). De forma geral, verificou-se que as intervenções mais utilizadas nos estudos foi o Programa Coping Power (CPP), O Incredible Years Parent (IYP) e Family Check-Up (FCU), todas com foco na criança e nas relações parentais. A revisão também apontou para resultados mais eficazes a curto prazo e menos a longo prazo, assim como a importância da escola na inclusão dessas intervenções. De forma geral, entende-se que há muitas intervenções voltadas a essa demanda, mas que necessitam de resultados mais promissores a longo prazo, assim como maior auxílio nas relações de parentalidade.

Descritores: Comportamento problema; Criança; Família

Abstract

Behavior problems in childhood are common and can cause problems in the child's functionality, adaptation to the environment, as well as in their family and interpersonal relationships. They can be classified into internalizing (directed towards the subject) and externalizing (when directed towards the environment and other people). Regarding the latter, the literature shows less effective intervention results, especially in the long term, requiring early interventions in order to mitigate such issues and not to become bigger problems in the future, such as conduct disorder in adolescence and/or even antisocial personality disorder in adulthood. This article aimed to carry out an integrative literature review about which psychological interventions are being used in children with externalizing behavior problems, as well as their results. PubMed, PePSIC, LILACS, PsycINFO and SciELO databases were investigated, with a temporal cut of the last 5 years (2015 to 2020). In general, it was found that the most used interventions in the studies were the Coping Power Program (CPP), The Incredible Years Parent (IYP) and Family Check-Up (FCU), all focusing on the child and parental relationships. The review also pointed to more effective results in the short term and less in the long term, as well as the importance of the school in including these interventions. In general, it is understood that there are many interventions aimed at this demand, but that require more promising results in the long term, as well as greater assistance in parenting relationships.

Keywords: Problem behavior; Child; Family

Resumen

Los problemas de conducta en la infancia son comunes y pueden causar problemas en la funcionalidad del niño, adaptación al medio, así como en sus relaciones familiares e interpersonales. Se pueden clasificar en internalizantes (dirigidas al propio sujeto) y externalizantes (cuando se dirigen al entorno y a otras personas). Respecto a esto último, la literatura muestra resultados menos efectivos de las intervenciones, especialmente a largo plazo, que requieren intervenciones tempranas con miras a mitigar dichos problemas y no convertirse en problemas mayores en el futuro, como trastornos de conducta en la adolescencia y/o incluso personalidad antisocial. trastorno en la edad adulta. Este artículo tuvo como objetivo realizar una revisión integradora de la literatura sobre qué intervenciones psicológicas se están utilizando en niños con problemas de conducta externalizantes, así como sus resultados. Se investigaron las bases de datos PubMed, PePSIC, LILACS, PsycINFO y SciELO, abarcando los últimos 5 años (2015 a 2020). En general, se encontró que las intervenciones más utilizadas en los estudios fueron el Coping Power Program (CPP), The Incredible Years Parent (IYP) y Family Check-Up (FCU), todas enfocadas en las relaciones del niño y de los padres. La revisión también señaló resultados más efectivos a corto plazo y menos a largo plazo, así como la importancia de la escuela a la hora de incluir estas intervenciones. En general, se entiende que existen muchas intervenciones dirigidas a esta demanda, pero que requieren resultados más prometedores en el largo plazo, así como una mayor asistencia en las relaciones parentales.

Descriptores: Comportamiento problemático; Niño; Familia

 

 

Introdução

Problemas de comportamento externalizante ou disruptivos (entendidos como sinônimos) se expressam por meio de comportamentos agressivos, dificuldade com limites e regras, desatenção, hiperatividade e comportamento de oposição e desafio. À medida que esses comportamentos vão aumentando a prevalência e a intensidade, vão afetando cada vez mais as crianças e as pessoas que fazem parte do seu convívio, o que pode resultar em maiores demandas, como dificuldades quanto ao desempenho acadêmico, relacionamento com colegas, funcionamento familiar e saúde física e mental1,2,3,4,5,6.

Comportamento externalizante não é um transtorno psicopatológico, mas é tido como dificuldades comportamentais, as quais têm sérias implicações para o funcionamento adaptativo das crianças em casa, na escola e com amigos, com uma alta prevalência (na média de 32,9%)7,8, em que os dados apontam para o maior risco dessas crianças desenvolverem o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD), o qual tem como critérios diagnósticos um padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou índole vingativa, com duração de pelo menos seis meses8, tendendo a demonstrar maior falta de habilidades em várias áreas, incluindo habilidades de funcionamento executivo, habilidades de comunicação, habilidades de regulação emocional e habilidades sociais. Tal fato torna mais difícil para essas crianças estabelecerem interações sociais adaptativas e gerenciar experiências de frustração, aumentando a probabilidade de rejeição de colegas, conflito com membros da família, baixo rendimento escolar, risco para transtornos de humor, etc.7,8,9,10

Sendo assim, programas que busquem a intervenção de forma precoce são o caminho para interromper e/ou amenizar as trajetórias em direção a problemas emocionais e comportamentais subsequentes, como transtornos de conduta e de personalidade antissocial, por exemplo, assim como fornecer um tratamento eficaz e prevenir que o comportamento externalizante tenha o potencial de influenciar tanto os indivíduos afetados, como a sociedade em geral1,2,3,5. Para alguns autores1, os pais e/ou cuidadores de crianças com problemas emocionais e comportamentais também estão em maior risco de estresse parental, dificuldades emocionais e saúde física prejudicada, aumentando o risco de práticas parentais menos responsivas, mais coercitivas e autoritárias, maus-tratos e abusos infantis, aumentando as dificuldades da criança, assim como no manejo da própria família.

Devido a isso, sublinha-se a importância de intervenções voltadas aos comportamentos das crianças, que também busquem o bem-estar dos pais, com o intuito de maximizar os resultados do tratamento para as famílias. O tratamento eficaz tem o potencial não apenas de diminuir os comportamentos disruptivos, mas também de melhorar as habilidades sociais, sua adaptação ao meio, relacionamentos com colegas, entre outros, de modo a permitir que essas crianças se envolvam de forma mais adaptativa com seus pares, amigos e cuidadores1,5,7.

À vista disso, o objetivo do presente estudo é realizar uma revisão integrativa de literatura sobre quais intervenções psicológicas estão sendo utilizadas com crianças com problemas de comportamento externalizante, quais as bases teóricas, público-alvo a que se destina, número de sessões, instrumentos utilizados, atividades propostas, principais resultados, limitações etc. Busca-se, assim, fomentar a discussão sobre o tema, iluminar a atuação de profissionais que trabalham com essa demanda, bem como refletir sobre possibilidades e limites das intervenções mapeadas.


Método

Tipo de estudo


Foi realizada uma revisão integrativa de literatura, que tem como objetivo a avaliação crítica de materiais que já foram publicados, considerando o progresso das pesquisas na temática abordada e sendo um dos métodos de pesquisa utilizados na Prática Baseada em Evidências (PBE), que permite a incorporação das evidências na prática clínica11,12.

A questão norteadora do presente estudo foi definida a partir do método PICO (P= pacientes/participantes; I= intervenção; C= comparação; O= Outcomes (desfecho). Assim, a pergunta formulada recebeu a seguinte redação: Quais as intervenções psicológicas (O) que estão sendo utilizadas (I) em crianças que apresentam problemas de comportamento externalizante (P)?

Bases indexadoras e unitermos empregados

Foram consultadas as bases de dados, PubMed, PePSIC, LILACS, PsycINFO e SciELO, devido serem bases de dados importantes para à área da saúde e os mais utilizados como motor de busca13. Para a pesquisa, foram utilizados descritores da Terminologia em Ciências da Saúde (DeCS) e palavras chave, extraídas de estudos sobre o tema. Além disso, foi utilizado o Operador Booleano AND para combinar os termos da pesquisa.

Assim, os descritores utilizados foram: criança com comportamento problema AND tratamento psicológico; child with Problem Behavior AND treatment psychological. E como palavras-chave criança com comportamento externalizante AND tratamento psicológico; child with externalizing behavior AND treatment psychological; criança com comportamento disruptivo AND tratamento psicológico; child with disruptive behavior AND psychological treatment.

Critérios de inclusão e exclusão

Os artigos encontrados foram analisados de acordo com o resumo, sendo estabelecido como critérios de inclusão: a) artigos empíricos e indexados publicados em periódicos científicos, a partir da PBE12; b) trabalhos redigidos nos idiomas português, inglês e espanhol; c) trabalhos publicados no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2020; d) artigos relacionados com temática pertinente ao objetivo da revisão e que respondesse à questão norteadora.

Como critérios de exclusão, foram adotados: a) estudos que não tivessem relação com a questão norteadora da pesquisa; b) livros, capítulos de livro, cartas, resenhas, notícias, anais de congressos, editoriais, meta-análise, trabalhos de conclusão de curso, revisão narrativa, revisão sistemática, revisão integrativa, dissertações e teses; c) artigos publicados no período anterior a 2015.

Procedimento

Etapas

A pesquisa obedeceu as seguintes etapas: (a) formulação e delimitação da questão a ser pesquisada; (b) definição das bases de dados; (c) escolha dos descritores e das palavras-chave; (d) escolha do período de busca; (e) seleção dos artigos, pelo resumo, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão; (f) extração dos dados dos artigos selecionados; (g) obtenção dos dados dos artigos selecionados; (h) avaliação dos artigos; (i) interpretação dos dados. Tais etapas são sugeridas por alguns estudiosos12.

Coleta de dados

O levantamento dos dados foi realizado por pares independentes, entre os meses de janeiro e fevereiro, de 2021. Após as buscas iniciais, com os unitermos e suas combinações, foram aplicados os filtros, por meio dos critérios de inclusão e de exclusão. Os estudos, então, foram analisados pelo resumo, procedimento este realizado por dois juízes independentes.

A partir disso, os estudos foram recuperados e lidos na íntegra, a fim de proceder a uma nova seleção, agora mais detalhada e a partir do texto completo. Estes procedimentos também foram realizados por dois juízes independentes, da área da psicologia e que estudam a mesma temática. Após isso, os dois juízes se reuniram e os casos de discordância foram analisados por um terceiro juiz, também com saber na área.

Análise dos dados

O corpus final foi organizado em uma planilha de Excel, destacando os seguintes aspectos: título, autores, ano de publicação, objetivos, amostra, idade, referencial teórico utilizado, método utilizado na intervenção, instrumentos, número de sessões, principais resultados, conclusões e limites/potencialidades. A partir disso, os artigos foram lidos e discutidos, conforme o objetivo da pesquisa e de acordo com os procedimentos da revisão integrativa12. A apresentação da síntese das informações colhidas nos estudos teve como parâmetro o checklist do sistema PRISMA14.

De forma geral, foram encontrados 253 artigos e após a análise dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 38 trabalhos e excluídos 215, sendo feita a análise quantitativa e qualitativa dos artigos incluídos. Após leitura na íntegra, 16 artigos foram excluídos, sendo incluído na amostra final 22 artigos, conforme o fluxograma (Figura 1).



Os 231 artigos excluídos tratavam de temas como: autismo, deficiência intelectual, TDAH, adolescentes, uso de substâncias, ansiedade, depressão, estresse, vulnerabilidade social e econômica, dentre outros.


Resultados

Caracterização geral dos trabalhos


Em relação ao ano de publicação, houve 7 trabalhos publicados em 2019 (31,8%), 5 trabalhos publicados em 2018 (22,7%), 4 trabalhos publicados em 2017 (18,2%) e 2015 (18,2%) e 1 trabalho publicado em 2016 (4,5%) e 2020 (4,5%). Referente aos países responsáveis pelas produções dos trabalhos, 13 trabalhos foram dos Estados Unidos (EUA), em que um deles foi destinado a zona rural e um outro a população em situação de pobreza. Três trabalhos do Canadá e um trabalho da Nova Zelândia, Suécia, Austrália, Holanda, Bélgica e Turquia (Tabela 1). No que condiz a algumas outras características importantes dos estudos, houve uma média de 228 pessoas no número amostral, em que o menor número se deu no trabalho de Reese15, que teve 13 participantes, o qual era um programa de verão. No que se refere aos participantes, 12 trabalhos contaram com a participação de pais e filhos (54,5%), 5 estudos fizeram apenas com os pais (22,7%), 2 com pais, filhos e a escola (4,5%), um apenas com os filhos (4,5%), um apenas com a escola (4,5%) e um com pais e profissionais (escola e profissionais de saúde) (4,5%). Assim, foi possível perceber que a maioria das pesquisas englobou pais/cuidadores e filhos, o que também é encontrado em outros estudos, que apontam a importância de incluir ambos nas intervenções para que possam ser eficazes, principalmente a longo prazo8,16,17,18.



Em relação à fase de desenvolvimento a qual as intervenções se destinam, 66,7% se destinaram a crianças de 3 a 6 anos, 28,6% a crianças de 6 a 11 anos e 4,8% a crianças de 0 a 3 anos. Assim, percebe-se que de 3 a 6 anos é a fase com maior número de intervenções, o que também é justificado por outros trabalhos, os quais relatam ser a fase marcada por crises comportamentais, na qual a criança começa a se colocar de uma forma mais enfática no convívio familiar e com os pares, podendo trazer dificuldades emocionais e/ou comportamentais, pela dificuldade que têm em compreender e processar melhor as emoções e consequentemente os conflitos que partem por meio delas19. Tais resultados podem ser visualizados na Tabela 1 abaixo.

No que se refere aos instrumentos utilizados, 11 (50%) dos estudos utilizaram a Child Behavior Checklist (CBCL), o qual consiste em um questionário respondido pelos pais, que avalia problemas emocionais e de comportamento20. O Behavior Assessment System for Children (BASC) foi utilizado em 5 estudos (22,8%), consistindo em um conjunto de escalas e formas de avaliação, em que ajuda a compreender os comportamentos e emoções de crianças e adolescentes21. Quatro estudos (18,2%) utilizaram a Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21), que avalia sintomas de ansiedade, depressão e estresse em crianças e adolescentes22 e a Wechsler Preschool and Primary Scale of Intelligence (WPPSI-III), a qual é uma escala Wechsler de inteligência para crianças pré-escolares23.

Três estudos (13,6%) utilizaram o Strength and Difficulties Questionnaire (SDQ), um questionário que rastreia problemas de saúde mental infantil, aplicado aos pais e professores24 e o Eyberg Child Behavior Inventory (ECBI), uma escala que avalia a frequência atual e a gravidade dos comportamentos em casa e na escola25. Outros instrumentos foram usados em uma menor quantidade de artigos (Tabela 2).



Relacionado aos instrumentos, a literatura destaca que a CBCL é o principal instrumento utilizado para se avaliar o comportamento de crianças e adolescentes, tanto com problemas internalizantes como externalizantes, o que vai ao encontro da atual revisão de literatura, sendo considerado padrão ouro sobre essa temática e referenciado em muitos outros trabalhos26,27,28,29,30.

No que condiz aos programas de intervenções, a maioria (4 trabalhos) utilizaram o Program Coping Power (CPP), 2 trabalhos o Incredible Years Parent (IYP) e 2 artigos o Family Check-Up (FCU). As demais intervenções foram referentes a um trabalho cada, sendo elas: Home Parent Support (HPS), COPE, Connect, Comet, Biblioterapia, Programa Holding Hands, intervenção em relação a crenças de autoeficácia parental e treinamento parental (SEBs e PAE), Collaborative and Proactive Solutions (CPS), e o Strongest Families Smart Website (SFSW), Strongest Families (SF), Parenting the Active Child, Internet-delivered parent- child interaction therapy (I-PCIT), Summer treatment program for prekindergarteners (STP-PreK), Parent Management Training (PMT), Parent Management Training - Oregon Model - PMTO, Programa Group Triple P, Early Risers, Boys Town In-Home Family Services (IHFS), Chicago School Readiness Project (CSRP), Conjoint behavioral consultation (CBC), Jogo simbólico e Mentalization-Based Treatment for Children (MBT-C) (Tabela 2).

De acordo com a pesquisa realizada, a maioria das intervenções evidenciadas utilizaram a teoria comportamental (42,9%; n=9), seguida da teoria cognitivo-comportamental (33,33%; n=7). Uma menor quantidade de trabalhos utilizou a aprendizagem social (19%; n=4) e apenas um trabalho usou a psicanálise. Além disso, houve um trabalho que utilizou a teoria do apego e a teoria dos sistemas familiares juntamente com a teoria comportamental e a teoria cognitivo-comportamental (Tabela 2). Os achados vão ao encontro de outros estudos que trazem que tratamentos baseados na teoria comportamental e a cognitivo-comportamental tem protocolos bem definidos e promissores8,31,32.

Em relação ao número de sessões, houve uma média de 15 sessões. Tal achado também vai ao encontro de outros estudos, os quais colocam que intervenções com crianças com problemas de comportamento externalizante não têm resultados eficazes se forem muito longas, pois podem se tornar cansativas, havendo uma alta taxa de desistência8,20,33.


Natureza das Intervenções

Intervenções com pais e crianças


Foram identificadas 10 intervenções voltadas aos pais e crianças, sendo elas: CPP, PMTO, PMT, CPS, PCIT, FCU, IHFS e o MBT-C, as quais tinham o formato de grupo, tinham protocolos definidos e objetivavam, de forma geral: a) quanto à criança: o controle da raiva, autocontrole emocional, treinamento de relaxamento, treinamento de habilidades sociais, resolução de problemas, automonitoramento e expressão das suas emoções; b) quanto aos pais: engajamento familiar, autorreflexão, regulação emocional, redução de práticas parentais coercitivas, construção e estímulo da crença de autoeficácia parental, uso de comandos diretos e claros, atenção diferencial, reforço positivo, flexibilidade, resolução de problemas e adaptabilidade, assim como a relação positiva com a criança1,7,9,10,34,35,36,37,38,39,40,41,42.

Além disso, as intervenções citadas acreditam que é importante uma mudança no sistema familiar, pois o comportamento problema tanto é fruto da responsabilidade da criança, como dos fatores parentais e contextuais. Também desatacaram a importância de intervenções precoces/preventivas e apontaram para o estresse parental, o que pode ser um fator de risco para instalação e manutenção dos comportamentos disruptivos1,7,9,10,34,35,36,37,38,39,40,41,42.

Intervenções com pais

Dos estudos encontrados, quatro trabalharam com intervenções parentais, sendo elas: o IYP, SFSW, SF, Parenting the Active Child e o The Triple P Program, as quais tinham como pontos principais a construção de um relacionamento forte entre pais e filhos, para promover comportamentos positivos e reduzir comportamentos inadequados, uso de vídeos com os comportamentos problemas das crianças e construção grupal de estratégias para lidar com determinados problemas, demonstrações de habilidades para lidar com os comportamentos disruptivos, uso de suporte telefônico para demandas urgentes, treinamento sobre habilidades de interação positiva com os filhos e a redução de práticas que são coercitivas e inconsistentes. Além disso, trabalharam com técnicas de psicoeducação para ensinar sobre formas mais eficazes de lidar com os comportamentos disruptivos2,3,4,5,15.

Intervenções com crianças

Dentre as intervenções voltadas apenas as crianças, localizou-se apenas o STP-PreK, o qual foi desenvolvido como uma medida de auto-regulação observacional para crianças de 4 a 6 anos, sendo uma intervenção breve e que não requer treinamento extensivo de avaliador ou materiais especializados. A tarefa envolve uma observação objetiva da regulação comportamental, definida como a manifestação de funções executivas em respostas abertas e observáveis por meio de ações motoras das crianças, podendo ser conceituada como uma tarefa de função executiva integrativa que explora os aspectos comportamentais e cognitivos da autorregulação43.

Intervenções com professores e crianças

Houve apenas uma intervenção voltada a professores e crianças, trabalhado por meio do CPP, o qual também tem esse objetivo. O mesmo foi desenvolvido em forma de grupo para alunos do ensino fundamental e médio com ou sem risco de transtornos de comportamento externalizantes. Além do controle da raiva, o CPP inclui unidades sobre definição de metas, consciência emocional, treinamento de relaxamento, treinamento de habilidades sociais e resolução de problemas. O CPP coloca que o comportamento da criança é uma consequência tanto dela, quanto de aspectos contextuais, em que os pais/cuidadores podem contribuir para a redução dos problemas de conduta infantil37.

Intervenções com pais e profissionais

Dentre os estudos levantados, apenas um trabalhou com os pais e profissionais, o Early Risers, o qual é uma intervenção preventiva multicomponente focada na criança e na família que é realizada em ambientes escolares ou comunitários com crianças que são examinadas e identificadas como de risco elevado para o desenvolvimento de problemas de conduta, apresentando um resultado positivo, mas ainda limitado, devido à baixa quantidade de estudos com esse público44.

Intervenção com pais, crianças e professores

Foram identificadas duas intervenções voltadas a pais, crianças e professores: o CSRP e o CBC. Ambos buscam trabalhar o clima da sala de aula, redução do estresse do professor, autoregulação das crianças e habilidades acadêmicas, assim como resolução de problemas, habilidades socioemocionais das crianças, busca de resolução dos desafios vivenciados pelo aluno e fortalecimento da parceria família-escola. Assim, é visto que as intervenções buscam fortalecer a relação da escola com as famílias, buscando trabalhar em harmonia e de forma colaborativa, com o objetivo de ajudar a criança a amenizar e diminuir a frequência dos problemas de comportamento externalizante45,46.


Discussão

A maioria dos estudos sinaliza o sofrimento dos pais diante dos comportamentos externalizantes dos filhos. Destacam, ainda, a necessidade de um olhar cuidadoso e interventivo para as figuras parentais, as quais podem vivenciar estresse parental, ansiedade, depressão, uso abusivo de sustâncias, conflitos domésticos e doença mental, o que pode aumentar significativamente as dificuldades dos filhos, ocasionando em uma menor percepção e enfrentamento dos pais1,2,3,7,9,10,34,35,36,37,38,39,40,41,42.

Por outro lado, os estudos também apontam que as melhorias no comportamento dos filhos fazem os pais se sentirem menos estressados durante as interações diárias com estes. Assim, receber tratamento pode reforçar a autoeficácia e o bem estar parental, que por sua vez tem um impacto positivo no comportamento das crianças, diminuindo a frequência dos comportamentos externalizantes9.

Os artigos também sublinharam a importância dos pais ouvirem e validarem as emoções das crianças e não apenas focar no comportamento problemático, gerando uma maior compreensão sobre os problemas de comportamento, assim como, um melhor manejo. Além disso, ressaltaram a importância das crenças de autoeficácia parental, ou seja, a competência autopercebida dos pais em seu papel, abrangendo as crenças, pensamentos, valores e expectativas, as quais impactam direta e indiretamente no comportamento das crianças33,40.

Quanto a intervenções nas escolas, foi possível analisar que o pequeno número de trabalhos que incluem a escola parece ser um paradoxo, tendo em vista que muitos problemas de comportamento ocorrem nesse espaço47,48. Porém, intervenções nas escolas são mais complexas e requerem maior custo e tempo, o que pode ser um obstáculo para os pesquisadores48. Além disso, é necessário cautela e rigor científico, pois, pode acontecer que o resultado esperado seja negativo ao que estava sendo buscado48, causando uma iatrogenia, ou seja, o resultado foi pior, devido erros metodológicos e práticos48.

Também é importante colocar que, algumas pesquisas10, apontam para a necessidade das crianças se sentirem engajadas nas intervenções, aumentando seus esforços em potencializar sua participação nas atividades propostas e nos resultados. A variável engajamento diz respeito a aliança terapêutica, participação na sessão, atividades fora da sessão, investimento emocional no tratamento, relevância percebida do tratamento e participação ativa no tratamento. Além disso, alguns artigos destacaram que intervenções a longo prazo, tendem a apresentar um efeito menor1,9,40,41,42.

Por fim, os trabalhos sinalizam a importância da família trabalhar juntamente com a escola na melhoria dos comportamentos problemas das crianças. Assim, envolver os pais como participantes ativos no processo de intervenção e desenvolver uma parceria entre famílias e escolas pode facilitar a manutenção a longo prazo dos efeitos da intervenção38,45,46.


Considerações finais

Buscou-se nesse artigo realizar uma revisão integrativa de literatura sobre quais intervenções psicológicas estão sendo utilizadas com crianças com problemas de comportamento externalizante. Os resultados apontaram que a intervenção mais utilizada no estudo foi o CPP, seguida do IYP e FCU, todas com foco na criança e nas relações parentais, tornando evidente a importância que as intervenções estejam não só voltadas às crianças, mas às famílias, de forma que essas possam ser ouvidas e amparadas, assim como a relevância dos modelos de comportamento parental.

A revisão ainda apontou que, tratamento em grupo também são importantes assim como individual. Intervenções por telefone não tiveram efeitos moderadores, porém em casos de pouco acesso, como áreas rurais, é importante manter um tratamento à distância como uma forma de auxiliar aos pais quanto ao manejo dos comportamentos problemas de seus filhos, havendo melhor resultado e engajamento por videoconferência. Os estudos também demonstraram que as intervenções com melhores resultados são aquelas mais curtas (até 15 sessões). Intervenções longas tendem a ter um número alto de desistência e baixo engajamento. Além disso, os estudos, de forma geral, trouxeram diminuição do comportamento externalizante, mas muitos quando comparado ao grupo controle, não tinham diferença estatística, sendo necessário intervenções que possam trazer resultados mais promissores a longo prazo.

Como limitação da revisão integrativa pode-se colocar o recorte temporal da mesma que foi apenas de 5 anos, assim como outras bases de dados que poderiam ter sido incluídas na busca. Por outro lado, o presente artigo é importante no sentido de fazer um apanhado sobre o estado de arte do que vem se trabalhando atualmente nos programas de intervenções psicológicas voltados a crianças com problemas de comportamento externalizante, com vistas a auxiliar na construção de outras possíveis intervenções, assim como embasar o trabalho de profissionais da psicologia que atuam com essa demanda.

Além disso, o presente estudo conseguiu fazer um apanhado geral de como se concentram as principais intervenções na área, o que possibilita que estudos futuros possam tê-lo como referência, seja para utilizar intervenções que aqui foram mencionadas, seja para construir novas intervenções. Por fim, considerando que todas as intervenções identificadas na busca de dados eram internacionais, salienta-se aqui a necessidade e urgência de que intervenções no contexto brasileiro possam ser desenvolvidas e avaliadas, com vistas à promoção de saúde mental de crianças com problemas de comportamento, seus familiares e contexto escolar.


Referências

01
. McAloon J, Lazarou K. Preventative Intervention for Social, Emotional and Behavioural Difficulties in Toddlers and Their Families: A Pilot Study. International Journal of Environmental Research and Public Health. 2019 Feb 16;16(4):569.

02. Nystrand C, Feldman I, Enebrink P, Sampaio F. Cost-effectiveness analysis of parenting interventions for the prevention of behaviour problems in children. Doyle O, editor. PLOS ONE. 2019 Dec 2;14(12):e0225503.

03. Fossum S, Cunningham C, Ristkari T, McGrath PJ, Hinkka-Yli-Salomäki S, Sourander A. Does parental mental health moderate the effect of a telephone and internet-assisted remote parent training for disruptive 4-year-old children? Scandinavian Journal of Psychology. 2018 Feb 26;59(3):273-80.

04. Olthuis JV, McGrath PJ, Cunningham CE, Boyle MH, Lingley-Pottie P, Reid GJ, et al. Distance-Delivered Parent Training for Childhood Disruptive Behavior (Strongest FamiliesTM): a Randomized Controlled Trial and Economic Analysis. Journal of Abnormal Child Psychology. 2018 Mar 8;46(8):1613-29.

05. Lees D, Frampton CM, Merry SN. Efficacy of a Home Visiting Enhancement for High-Risk Families Attending Parent Management Programs. JAMA Psychiatry. 2019 Mar 1;76(3):241.

06. Leusin JF, Petrucci GW, Borsa JC. Clima Familiar e os problemas emocionais e comportamentais na infância. Revista da SPAGESP [Internet]. 2018;19(1):49-61. Available from: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6598253

07. Booker JA, Capriola-Hall NN, Greene RW, Ollendick TH. The Parent-Child Relationship and Posttreatment Child Outcomes Across Two Treatments for Oppositional Defiant Disorder. Journal of Clinical Child & Adolescent Psychology. 2019 Feb 7;49(3):1-15.

08. Caminha RC, Caminha M. Intervenções e treinamento de pais na clínica infantil. Porto Alegre: Synopsys; 2011. 368 p.

09. Thijssen J, Vink G, Muris P, de Ruiter C. The Effectiveness of Parent Management Training-Oregon Model in Clinically Referred Children with Externalizing Behavior Problems in The Netherlands. Child Psychiatry & Human Development. 2016 Jun 15;48(1):136-50.

10. Lindsey MA, Romanelli M, Ellis ML, Barker ED, Boxmeyer CL, Lochman JE. The Influence of Treatment Engagement on Positive Outcomes in the Context of a School-Based Intervention for Students with Externalizing Behavior Problems. Journal of Abnormal Child Psychology. 2019 Mar 8;47(9):1437-54.

11. Koller SH, de Paula Couto MCP, Von Hohendorff J. Manual de produção científica. Penso Editora. 2014. 192 p.

12. Mendes KDS, Silveira RC de CP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto - Enfermagem [Internet]. 2008 Dec;17(4):758- 64. Available from: https://www.scielo.br/j/tce/a/XzFkq6tjWs4wHNqNjKJLkXQ/?lang=pt

13. Tenopir C, King D. A importância dos periódicos para o trabalho científico. Revista de Biblioteconomia de Brasília [Internet]. 2001 Jan 1 [cited 2023 Nov 24];25(1):15-26. Available from: https://periodicos.unb.br/index.php/rbbsb/article/view/46547

14. Moher D. Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. Annals of Internal Medicine. 2019 Aug 18;151(4):264.

15. Reese RJ, Slone NC, Soares N, Sprang R. Using telepsychology to provide a group parenting program: A preliminary evaluation of effectiveness. Psychological Services, 2015, 12(3), 274.

16. Carlos J, Almeida T. Impacto da formação e modelação de interações entre pais e filhos nos problemas de comportamento - uma proposta de intervenção. Teoria, práticas e investigação em intervenção precoce [Internet]. 2018 [cited 2023 Nov 24];210-32. Available from: https://repositorio.ipl.pt/handle/10400.21/10494

17. De Quevedo RF, Dambrós S, Andretta I. Treinamento de pais com crianças com transtorno externalizante: revisão sistemática de estudos empíricos. Psico. 2019 Dec 31;50(4):28055.

18. MOSMANN CP, COSTA CB da, EINSFELD P, SILVA AGM da, KOCH C. Conjugalidade, parentalidade e coparentalidade: associações com sintomas externalizantes e internalizantes em crianças e adolescentes. Estudos de Psicologia (Campinas). 2017 Dec;34(4):487-98.

19. Papalia DE, Feldman RD. Desenvolvimento humano. 12. ed. Artmed editora. 2013. 800 p.

20. Muzzolon SRB, Cat MNL, Santos LHC dos. Evaluation of the Pediatric Symptom Checklist as a screening tool for the identification of emotional and psychosocial problems. Revista Paulista de Pediatria. 2013 Sep;31(3):359-65.

21. Reynolds CR, Kamphaus RW. The clinician's guide to the Behavior Assessment System for Children (BASC). Guilford Press. 2002.

22. Patias ND, Machado WDL, Bandeira DR, Dell'Aglio DD. Depression Anxiety and Stress Scale (DASS-21) - Short Form: Adaptação e Validação para Adolescentes Brasileiros. Psico-USF. 2016 Dec;21(3):459-69.

23. Lichtenberger EO, Kaufman AS. Essentials of WPPSI-III Assessment. John Wiley & Sons Inc. 2004.

24. Stivanin L, Scheuer CI, Assumpção Jr FB. SDQ (Strengths and Difficulties Questionnaire): identification of children readers behavioral characteristics. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2008, 24(4), 407-413.

25. Eyberg SM. Eyberg child behavior inventory and sutter-eyberg student behavior inventory-revised: Professional manual. Phychological Assessment Resources. 1999.

26. Baraldi G da S, Rojahn J, Seabra AG, Carreiro LRR, Teixeira MCTV. Translation, adaptation, and preliminary validation of the Brazilian version of the Behavior Problems Inventory (BPI-01). Trends in Psychiatry and Psychotherapy. 2013;35(3):198-211.

27. Wielewicki A, Gallo AE, Grossi R. Instrumentos na prática clínica: CBCL como facilitador da análise funcional e do planejamento da intervenção. Temas em Psicologia, 2011, 19(2), 513-523.

28. Amorim, RDM. Child Behavior Checklist for Ages 6-18 (CBCL/6-18): estudo exploratório de suas evidências de validade e precisão em uma amostra brasileira. 2020.

29. Achenbach TM, Dumenci L, Rescorla LA. (2001). Ratings of relations between DSM-IV diagnostic categories and items of the CBCL/6-18, TRF, and YSR. 2001. Burlington, VT: University of Vermont, 1-9.

30. Bordin IAS, Mari JJ, Caeiro MF. Validação da versão brasileira do "Child Behavior Checklist" (CBCL) (Inventário de Comportamentos da Infância e adolescência): dados preliminares. Revista ABP-APAL, 1995, 17(2), 55-66.

31. Friedberg RD, McClure JM. A Prática Clínica da Terapia Cognitiva com Crianças e Adolescentes. 2. ed. Artmed Editora. 2019. 400 p.

32. Rezende FP. Intervenção em grupo para pais de crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. repositoriounespbr [Internet]. 2021 Oct 15 [cited 2023 Nov 24]; Available from: https://repositorio.unesp.br/items/741eb2ea-e02b-4c1f-b59b-a18e9c99ca0e

33. Barletta JB. Avaliação e intervenção psicoterapêutica nos transtornos disruptivos: algumas reflexões. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas [Internet]. 2011 Dec 1 [cited 2023 Nov 24];7(2):25-31. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1808-56872011000200005&script=sci_arttext

34. Chiapa A, Smith JD, Kim H, Dishion TJ, Shaw DS, Wilson MN. The trajectory of fidelity in a multiyear trial of the family check-up predicts change in child problem behavior. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 2015, 83(5), 1006.

35. Comer JS, Furr JM, Miguel EM, Cooper-Vince CE, Carpenter AL, Elkins RM, Chase R. Remotely delivering realtime parent training to the home: An initial randomized trial of Internet-delivered parent-child interaction therapy (I-PCIT). Journal of consulting and clinical psychology, 2017, 85(9), 909.

36. Duppong Hurley K, Lambert MC, Patwardhan I, Ringle JL, Thompson RW, Farley J. Parental report of outcomes from a randomized trial of in-home family services. Journal of Family Psychology, 2020, 34(1), 79.

37. Eiraldi R, Mautone JA, Khanna MS, Power TJ, Orapallo A, Cacia J, et al. Group CBT for Externalizing Disorders in Urban Schools: Effect of Training Strategy on Treatment Fidelity and Child Outcomes. Behavior Therapy. 2018 Jul;49(4):538-50.

38. Hawes DJ, Kimonis ER, Mendoza Diaz A, Frick PJ, Dadds MR. The Clinical Assessment of Prosocial Emotions (CAPE 1.1): A multi-informant validation study. Psychological Assessment, 2020, 32(4), 348.

39. Lochman JE, Dishion TJ, Powell NP, Boxmeyer CL, Qu L, Sallee M. Evidence-based preventive intervention for preadolescent aggressive children: One-year outcomes following randomization to group versus individual delivery. Journal of consulting and clinical psychology, 2015, 83(4), 728.

40. Loop L, Mouton B, Stievenart M, Roskam I. One or many? Which and how many parenting variables should be targeted in interventions to reduce children's externalizing behavior? Behaviour Research and Therapy. 2017 May;92:11-23.

41. Ludmer JA, Sanches M, Propp L, Andrade BF. Comparing the Multicomponent Coping Power Program to Individualized Parent-Child Treatment for Improving the Parenting Efficacy and Satisfaction of Parents of Children with Conduct Problems. Child Psychiatry & Human Development. 2017 May 12;49(1):100-8.

42. Shelleby EC, Shaw DS, Dishion TJ, Wilson MN, Gardner F. Effects of the Family Check-Up on reducing growth in conduct problems from toddlerhood through school age: An analysis of moderated mediation. Journal of consulting and clinical psychology, 2018, 86(10), 856.

43. Graziano PA, Slavec J, Ros R, Garb L, Hart K, Garcia A. Self-regulation assessment among preschoolers with externalizing behavior problems. Psychological Assessment, 2015, 27(4), 1337.

44. Porta CM, Bloomquist ML, Garcia-Huidobro D, Gutiérrez R, Vega L, Balch R, Cooper DK. Bi-national crossvalidation of an evidence-based conduct problem prevention model. Cultural Diversity and Ethnic Minority Psychology, 2018, 24(2), 231.

45. McCoy DC, Jones S, Roy A, Raver CC. Classifying trajectories of social-emotional difficulties through elementary school: Impacts of the Chicago School Readiness Project. Developmental psychology, 2018, 54(4), 772.

46. Sheridan SM, Witte AL, Wheeler LA, Eastberg SR, Dizona PJ, Gormley MJ. Conjoint behavioral consultation in rural schools: Do student effects maintain after 1 year?. School psychology, 2019, 34(4), 410.

47. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR. 5.ed. rev. Porto Alegre: Artmed. 2023. 1152 p.

48. Benczik EBP. TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade): desafios, possibilidades e perspectivas interdisciplinares. Belo Horizonte: Artesã. 2020.










aUniversidade de Fortaleza, Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Fortaleza/CE - Brasil
bFaculdade Católica do Rio Grande do Norte, Departamento de Psicologia - Mossoró/RN - Brasil

Autor correspondente
Ana Lúcia de Lima
analucialimaa@gmail.com

Submetido em: 01/01/2024
Aceito em: 20/10/2024

Contribuições: Ana Lúcia de Lima - Análise estatística, Coleta de Dados, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição; Maria Alissandra Lopes de Macedo - Coleta de Dados, Investigação, Metodologia, Redação - Revisão e Edição; Normanda Araújo de Morais - Gerenciamento do Projeto, Metodologia, Redação - Revisão e Edição, Supervisão.

Conflito de interesses

Os autores declaram que não há conflito de interesses.

 

artigo anterior voltar ao topo próximo artigo
     
artigo anterior voltar ao topo próximo artigo