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Revista Brasileira de Psicoteratia

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Rev. bras. psicoter. 2024; 26(2):115-131



Artigos de Revisao

Intervenções grupais com familiares cuidadores enlutados e câncer: revisão integrativa da literatura

Group interventions with family caregivers in cancer grieving situations: integrative literature review

Gabriela Borges Carvalhoa; Tales Vilela Santeirob; Cintia Bragheto Ferreirac; Maira Julyê Mota Fernandesa

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer impacta profundamente a saúde física e psicológica dos pacientes e seus familiares, gerando processos de luto e perda. As intervenções grupais têm sido utilizadas como estratégias para apoiar cuidadores familiares nesse contexto. Objetivo: Este estudo teve como objetivo identificar e analisar as intervenções grupais realizadas com cuidadores em situação de luto em decorrência do diagnóstico, tratamento ou morte por câncer.
MÉTODO: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, com base na metodologia PRISMA, utilizando a Plataforma Periódicos CAPES para identificar estudos publicados entre 2010 e 2024. Nove estudos foram incluídos na análise.
RESULTADOS: As pesquisas utilizaram abordagens qualitativas e quantitativas, relataram grupos de apoio, psicoterapêuticos, de psicoeducação e o uso de entrevistas semiestruturadas, revelando que as intervenções grupais são eficientes para reduzir o impacto emocional e físico do luto. Os resultados apontaram melhora significativa na qualidade de vida, redução de sintomas de depressão e ansiedade, além de fortalecimento das estratégias de enfrentamento.
CONCLUSÃO: As intervenções grupais relatadas nos estudos se mostraram viáveis e eficientes na promoção da saúde e na elaboração do luto. Nesse sentido, a implementação de grupos de apoio se converte em estratégia valiosa para complementar os cuidados de saúde, desde o diagnóstico até o luto. Outros estudos de revisão bibliográfica permitiriam ampliar a representação do que se faz e pesquisa nas realidades latino-americanas e brasileira.

Descritores: Neoplasias; Psicoterapia de grupo; Luto; Relações familiares

Abstract

INTRODUCTION: Cancer profoundly impacts the physical and psychological health of patients and their families, leading to processes of grief and loss. Group interventions have been used as strategies to support family caregivers in this context.
OBJECTIVE: This study aimed to identify and analyze group interventions conducted with caregivers experiencing grief due to cancer diagnosis, treatment, or death.
METHOD: An integrative literature review was conducted based on the PRISMA methodology, utilizing the CAPES Journals Platform to identify studies published between 2010 and 2024. Nine studies were included in the analysis.
RESULTS: The research employed qualitative and quantitative approaches, reported support groups, psychotherapeutics, psychoeducation and the use of semi-structured interviews, revealing that group interventions are effective in reducing the emotional and physical impact of grief. The results indicate a significant improvement in quality of life, a reduction in symptoms of depression and anxiety, as well as strengthening coping strategies.
CONCLUSION: Group interventions have proven to be viable and effective in promoting health and facilitating the grieving process. In this sense, the implementation of support groups becomes a valuable strategy to complement healthcare, from diagnosis to bereavement. Other bibliographic review studies would allow expanding the representation of what is done and researched in Latin American and Brazilian realities.

Keywords: Neoplasms; Psychotherapy group; Grief; Family relations

Resumen

INTRODUCCIÓN: El cáncer impacta profundamente la salud física y psicológica de los pacientes y sus familiares, generando procesos de duelo y pérdida. Las intervenciones grupales se han utilizado como estrategias para apoyar a los cuidadores familiares en este contexto.
OBJETIVO: Este estudio tuvo como objetivo identificar y analizar intervenciones grupales realizadas con cuidadores en situación de duelo como consecuencia del diagnóstico, tratamiento o muerte por cáncer.
MÉTODO: Se realizó una revisión integradora de la literatura, basada en la metodología PRISMA, utilizando la Plataforma de Periódicos CAPES para identificar estudios publicados entre 2010 y 2024. Se incluyeron nueve estudios en el análisis.
RESULTADOS: La investigación utilizó enfoques cualitativos y cuantitativos, informó sobre grupos de apoyo, psicoterapia, psicoeducación y el uso de entrevistas semiestructuradas, revelando que las intervenciones grupales son eficientes para reducir el impacto emocional y físico del duelo. Los resultados mostraron una mejora significativa en la calidad de vida, reducción de los síntomas de depresión y ansiedad, además de fortalecer las estrategias de afrontamiento.
CONCLUSIÓN: Las intervenciones grupales informadas en los estudios demostraron ser viables y eficientes para promover la salud y afrontar el duelo. En este sentido, la implementación de grupos de apoyo se convierte en una valiosa estrategia para complementar la atención sanitaria, desde el diagnóstico hasta el duelo. Otros estudios de revisión bibliográfica permitirían ampliar la representación de lo que se hace e investiga en las realidades latinoamericana y brasileña.

Descriptores: Neoplasias; Grupo de psicoterapia; Dolor; Relaciones familiares

 

 

Introdução

Tomando a descoberta de uma doença grave como um evento estressante na vida das pessoas1 e considerando o câncer como uma das formas de adoecimento que se associa com os processos de perda e luto, neste estudo enfoca-se alternativas grupais de cuidado à saúde de familiares cuidadores que vivem situações de perdas e luto por adoecimento oncológico, relatadas em produções científicas. As experiências profissionais dos autores mostram que o diagnóstico do câncer resulta em grande impacto físico e psicológico que afeta tanto o paciente quanto o seu núcleo familiar, o que também encontra respaldo na literatura científica2-3.

O familiar da pessoa acometida por câncer comumente se encontra fragilizado pelo impacto do diagnóstico e as incertezas enfrentadas, preocupando-se com a dimensão dessa doença para o paciente e outros familiares4. Nesse sentido, desde o momento do diagnóstico oncológico, a sensação de pesar e o luto antecipatório podem se fazer presentes e marcar as vivências de todos os envolvidos5.

Por muito tempo, o luto foi visto como uma doença mental devido aos sintomas físicos e psicológicos decorrentes6. Porém, ele tem sido compreendido como uma resposta natural a um evento estressante ou traumático que quaisquer pessoas podem vivenciar em algum momento da vida7. Haja vista a morte e o luto ainda serem tratados como tabus na sociedade ocidental, há que se ter cuidados por parte de profissionais de saúde e pesquisadores em considerá-los como inerentes ao viver, evitando acarretar e incrementar estigmas sociais e estereótipos associados.

A morte e o luto se vinculam a vivências relacionadas às perdas. Estas podem ser concretas, por exemplo, quando resultam na morte e na perda de bens materiais e/ou simbólicas, advindas da descoberta de uma doença grave, de mudanças na vida de uma pessoa, como divórcio, separação e emprego. Nessa acepção, perdas e mudanças se presenciam nas vidas de todas as pessoas e requerem adaptações correspondentes, podendo desencadear resistências e sofrimentos7.

A maneira como as pessoas enfrentam as perdas e as mudanças determinará, por sua vez, suas visões de mundo e suas visões acerca de si mesmas7. E os modos como elas lidam com as complexidades dessas vivências requerem que o luto seja compreendido como fenômeno multideterminado por fatores subjetivos, emocionais, comportamentais, sociais, históricos, culturais e espirituais8.

Quando o adoecimento por câncer está em pauta, as modificações na rotina, advindas do tratamento, da hospitalização e dos cuidados domiciliares impactam, igualmente, nas mais diversas esferas da vida das famílias. Por essa via, incrementam inseguranças, medos, sintomas depressivos, experiências de perda do controle, de impotência e mal-estar emocional4-9-10-11-12. Cada membro da família vivenciará, de formas diferentes, este período de adaptação5. Além disso, é importante que familiares possam compartilhar seus sentimentos e preocupações para juntos, enfrentarem os momentos de deflagração de crises. Dessa forma, trabalhadores e pesquisadores da área da saúde são convocados a conceber e planejar intervenções que possam servir de suporte a essas famílias.

Como neste texto enfoca-se a perspectiva do cuidador familiar de uma pessoa com câncer, faz-se necessário elucidar que ele é um membro da família que auxilia o enfermo a realizar atividades diárias, além de costumeiramente acompanhá-lo em consultas e internações. Nota-se, ainda, que nas famílias em apreço tende a haver um membro que exerce a função de cuidador principal e outros, que o fazem de forma secundária13-14.

Ao longo dos anos, constata-se estudos que versam sobre o processo grupal e a atenção à saúde quando há o adoecimento por câncer, de diferentes perspectivas15-16-17-18-19, e para pacientes com dor crônica20. Alguns contemplam debates sobre o cuidador familiar frente ao adoecimento crônico e ao processo de terminalidade2-10-21-22 e outros têm foco no luto após a morte23-24-25. Contudo, aqueles que abordam os processos de lutos antecipatórios, advindos desde o momento do diagnóstico, a despeito de uma morte anunciada ou não, são incipientes.

Neste trabalho procura-se contribuir para a ampliação desse cenário. As seguintes perguntas nortearam o percurso teórico-metodológico do estudo: como têm sido realizadas as intervenções grupais com familiares enlutados em decorrência do adoecimento, tratamento e/ou morte por câncer de um ente querido? Qual(is) o(s) benefício(s) as intervenções grupais podem ter na promoção de saúde e no auxílio da elaboração do luto? Deste modo, este estudo teve como objetivo identificar e analisar pesquisas dos últimos 14 anos (2010-2024) sobre intervenções grupais realizadas com familiares cuidadores em situação de luto, relacionado ao adoecimento, tratamento ou morte por câncer, destacando suas implicações na saúde física e emocional dos cuidadores, bem como os benefícios dessas intervenções na promoção de saúde e na elaboração do luto.


Método

Este estudo segue as orientações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), sendo que no decorrer de sua construção foi utilizado o PRISMA checklist26 para assegurar a integralidade das informações constadas nos artigos. Revisões de literatura, por meio da análise, síntese e apontamento de lacunas de outras pesquisas, podem subsidiar a prática clínica baseada em evidências e a realização de novos estudos27-28.

Nesta revisão, o Portal Periódicos CAPES foi utilizado como fonte de informações. Criado pelo Ministério da Educação, ele indexa 294 bases de dados de diferentes áreas e disponibiliza mais de 49.000 revistas, nacionais e internacionais. Para definir os descritores de busca que atendessem às indagações e aos objetivos estipulados, os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) foram consultados e supervisionados por uma profissional bibliotecária quanto à sua pertinência. A partir dessa consulta, a seguinte estratégia de busca foi lançada no campo "assunto": (caregivers OR cuidadores) AND (psychotherapy, group) AND (neoplasms OR cancer) AND (grief OR luto). A pesquisa dos artigos foi realizada entre os meses de fevereiro a abril de 2024.

Os seguintes critérios de inclusão foram estabelecidos: artigos publicados em periódicos científicos, publicados no período de 2010 a 2024, disponíveis na íntegra nos idiomas português, inglês e espanhol. Artigos empíricos e estudos de caso foram considerados, caso a intervenção tivesse sido apresentada de forma estruturada, contemplando abordagens quantitativas ou qualitativas, desde que incluíssem a avaliação das intervenções. Os estudos necessitavam descrever algum tipo de intervenção (grupal e/ou individual) voltada para cuidadores de pessoas com câncer em situação de luto (antecipatório ou pós-perda), estando presente cuidadores formais ou informais de pacientes diagnosticados com câncer, independente do gênero, com enfoque temático que abordasse o impacto do luto nos cuidadores, com a utilização de intervenções grupais, como estratégia de apoio, psicoeducação ou tratamento. Produções como artigos de revisão, entrevistas ou resenhas foram excluídas, ainda que publicadas em periódicos.

Para a seleção dos estudos, seguimos um processo estruturado em seis etapas: (1) busca inicial na base de dados utilizando descritores DeCS; (2) pré-seleção de artigos com base em títulos e resumos; (3) eliminação de estudos duplicados; (4) aplicação rigorosa dos critérios de elegibilidade definidos; (5) seleção final dos artigos elegíveis para a revisão; e (6) análise completa dos artigos selecionados. O processo de seleção foi realizado em conformidade com as diretrizes PRISMA, garantindo transparência na inclusão e exclusão dos estudos, conforme ilustrado no fluxograma PRISMA (Figura 1).



A busca inicial resultou em 656 artigos. Após considerados os procedimentos de seleção e os critérios de exclusão, a amostra final foi composta por nove documentos (Tabela 1). Produções que atendessem aos objetivos do estudo não foram detectadas nos anos de 2010, 2012, 2014, 2018, 2021, 2022, 2023 e 2024. O número de artigos publicados nos demais anos foi de um a dois. Devido à especificidade do tema estudado e ao número de artigos encontrados na busca inicial, optou-se por considerar aqueles que abordavam as intervenções grupais e os sentimentos de perda e luto, mesmo que estes não fossem o objetivo principal do artigo encontrado.




Resultados

Antes de explanar sobre as respostas às perguntas de pesquisa, uma caracterização geral dos estudos será apresentada, conforme a autoria, a nacionalidade da afiliação institucional dos autores, os objetivos e o delineamento metodológico das produções.

Em relação aos autores, eram afiliados a instituições da América do Norte e Europa. Articuladamente a essa característica, os artigos foram publicados no idioma inglês, em diferentes periódicos, cinco dos quais seguindo o delineamento metodológico quantitativo.

Dentre os artigos componentes da amostra, cinco tiveram o câncer e luto vivenciado por familiares cuidadores como foco central das investigações29-30-31-32-33. Os demais abordaram essas questões ao longo do estudo, mesmo que o objetivo principal fosse o de investigar problemáticas correlatas34-35-36-37. Os estudos encontrados relataram grupos de apoio, psicoterapêuticos, de psicoeducação e o uso de entrevistas semiestruturadas, revelando que as intervenções grupais são eficientes para reduzir o impacto emocional e físico do luto. A partir de agora, cada um desses documentos será detalhado.

Fegg et al.29 realizaram uma intervenção grupal de Terapia Comportamental Existencial (EBT) com familiares cuidadores de pessoas em cuidados paliativos, utilizando os seguintes instrumentos: Inventário Breve de Sintomas (subescalas somatização, ansiedade e depressão), a Escala de Satisfação com a Vida (SWLS), o WHOQOL-BREF e uma escala de classificação numérica para Qualidade de Vida (QOL-NRS, intervalo de 0-10). Desenvolveram seis sessões em grupo com o familiar mais próximo de cada paciente e os encontros tiveram os seguintes temas: (1) conhecendo-se e introdução à atenção plena; (2) morte, luto e atenção plena; (3) ativando recursos e encontrando significados; (4) autocuidado e gerenciamento do estresse; (5) valores pessoais para (re)orientação; e (6) despedida e novos passos.

O grupo relatado por Fegg et al.29 possibilitou aos participantes compartilhar angústias e sentimentos em relação à mortalidade do ente querido e ao confronto com a sua própria finitude, questionamentos existenciais e o curso da vida após a perda. Instrumentos para avaliar sintomas de somatização, depressão e ansiedade, qualidade de vida e aspectos cognitivos, antes e depois da intervenção, foram aplicados. Como resultado notou-se sobrecarga dos cuidadores, níveis acima da média de ansiedade e depressão e insatisfação com a vida, fatores que quando trabalhados no grupo demonstraram melhorias em longo prazo na saúde mental e qualidade de vida desses familiares. As conclusões indicaram que a intervenção grupal vivenciada pelos usuários foi benéfica.

Näppä et al.30 avaliaram as implicações do luto, depressão e ansiedade em participantes de um grupo de luto, em comparação com cuidadores enlutados que não quiseram ou puderam participar. Os questionários Inventário Revisado do Luto do Texas (TRIG) e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) foram aplicados em três momentos: antes da intervenção, cinco semanas depois da finalização dos grupos e, novamente, após um ano. Os resultados demonstraram que 81% dos participantes apresentaram score de luto grave antes da intervenção e nas cinco semanas após a intervenção, tanto aqueles que participaram quanto os que não puderam participar. Após o acompanhamento de um ano, Näppä et al.30 identificaram ter havido diminuição do luto severo em toda população do estudo; no que diz respeito à ansiedade, os participantes vivenciaram mais sintomas, porém os que não puderam participar demonstraram aumento da ansiedade ao longo do tempo. Na pré-intervenção, não houve diferenças nos níveis de depressão, mas no curso de cinco semanas a um ano, todos apresentaram diminuição sintomática.

Buscando compreender quais intervenções atendem melhor às necessidades de cuidado dos familiares, Nissim et al.31 conduziram dois grupos focais, um com familiares exercendo o cuidado de uma pessoa com câncer (sete pessoas) e outro com familiares enlutados (sete pessoas); neste não foram utilizadas escalas de avaliação. Em ambos, de modo similar, ocorreram discussões sobre as necessidades de cuidado, apoio e suporte. Cuidadores atuais e enlutados verbalizaram a percepção de que suas necessidades são constantemente negligenciadas, com falta de apoio identificada, principalmente, nas tomadas de decisão, nas informações sobre a morte e o morrer e no suporte emocional no luto antecipado e após a morte.

A comunicação entre familiares e pacientes no fim de vida foi fator analisado por Zaider et al.32 Nesse trabalho relatou-se a aplicação da Terapia do Luto com Foco na Família (FFGT) para avaliar a comunicação sobre a doença, luto e enfrentamento.Como resultado observou-se maior comunicação entre os participantes mais velhos e do gênero feminino, ocorrendo um incremento da comunicação ao longo das sessões. Esse estudo salientou, ainda, que esses resultados contrariam o que outras pesquisas demonstraram: a falta de comunicação entre familiares e pacientes pode não estar diretamente ligada ao mau ajustamento diante das implicações do adoecimento. Em todo caso, as sessões de FFGT se mostraram significativas no compartilhamento de sentimentos, pensamentos e informações sobre o câncer, tendo sido fundamental a constatação de que familiares tenham suporte antes e após a perda.

Jerome et al.33 investigaram sintomas de ansiedade e depressão e examinaram a eficácia de um grupo de luto por câncer na diminuição dos sintomas do luto e de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Questionários foram aplicados em três momentos: antes, na última sessão e três meses após a intervenção. Inicialmente, os resultados demonstraram níveis moderados de ansiedade, depressão e TEPT, que diminuíram ao longo das sessões e houve aumento do nível de autocompaixão. A intensidade do luto, os sintomas de TEPT e a depressão se manteve reduzida, nos meses após o encerramento das intervenções, demonstrando melhora na maioria dos casos (70%), enquanto os níveis de ansiedade e autocompaixão foram mantidos. A intervenção em curto e médio prazo se mostrou benéfica para enlutados; entretanto, a necessidade de maiores investimentos em pesquisa que permita sustentar essa observação foi reportada.

Considerando a família como um grupo, Carlander et al.34, utilizando a metodologia de descrição interpretativa, realizaram entrevistas com cinco famílias (19 pessoas), as quais tinham um de seus membros gravemente enfermo, sendo a morte uma certeza iminente. Esses autores organizaram os resultados desse estudo conforme duas categorias: o 'ser eu' e o 'ser nós" no contexto de uma família que vive com a proximidade da morte. No grupo, à medida que as pessoas conseguiram compartilhar seus sentimentos umas com as outras, os familiares sentiram-se mais seguros em viver essa experiência em família, buscando planejar o futuro e viver este momento importante.

Lapid et al.35 verificaram os benefícios de uma intervenção grupal interdisciplinar sobre a qualidade de vida (QV) de pacientes recém-diagnosticados com câncer avançado e seus cuidadores. Inicialmente foram aplicadas as escalas Caregiver QOL (Caregiver Quality of Life Index-Cancer Scale [CQOLC] e Linear Analogue Self-Assessment [LASA]) e de humor (Profile of Mood States-Brief [POMS-B]). Os familiares participaram de quatro das seis sessões de grupo e questionários de avaliação foram aplicados, sendo que, inicialmente, apresentaram QV abaixo do nível geral, contudo apresentando melhoras ao longo das intervenções. Os autores ressaltaram que, apesar dos índices de melhora geral terem sido detectados, os cuidadores eram impactados de diferentes maneiras pelo câncer de seu ente querido e pelas intervenções de cuidado realizadas. Esse tipo de resultado alertou-os para a necessidade de haver maiores investimentos em estratégias de cuidado que abordem as particularidades de quem cuida e que, assim, benefícios para a qualidade de vida dessas pessoas sejam alcançados.

Crianças e adolescentes de nove a 18 anos que lidam com o adoecimento por câncer de um dos pais, também podem ser considerados cuidadores, visto que direta ou indiretamente se envolvem nos cuidados e são impactados pelas implicações do adoecimento, tratamento e morte. Nos achados desta revisão dois estudos que abordam o público infantojuvenil foram encontrados36-37. No estudo de Lytje37, por exemplo, não utilizaram escalas de avaliação e grupos focais foram realizados em diferentes regiões da Dinamarca, com alunos de nove a 17 anos e entrevistas foram conduzidas. Como resultado os jovens demonstraram sentimentos de resistência, dor, isolamento e dificuldades de adaptação. E considerando a experiência de isolamento e solidão que a perda de um pai/mãe acarreta, o fato desses participantes terem recebido apoio de um grupo de luto possibilitou compartilharem experiências.

O segundo estudo enfocado no público infantojuvenil foi o de Davey et al.36 Nele também não foram utilizadas escalas de avaliação, e apresenta-se grupos focais também foram conduzidos, desta feita com adolescentes de 11 a 18 anos que vivenciaram o câncer de mama de um dos pais, no intuito de estabelecer e adaptar intervenções clínicas de acordo com as necessidades dessa população. O câncer teve impacto devastador para os filhos e suas famílias; os jovens verbalizaram o choque, medo e dor ao saberem do diagnóstico, sendo observado um amadurecimento precoce com o aumento da responsabilidade e de cobranças internas vivenciadas. Sentimentos de incerteza, ambivalência, negligência e situações conflituosas também estiveram presentes, além de relatos sobre o medo de decepcionar os pais e sobre dificuldades em se abrirem com outras pessoas. O grupo se mostrou eficaz, ainda, na redução de sintomas de ansiedade e depressão desses adolescentes.

Aspectos técnicos e do settin g das intervenções foram notados nas análises documentais. Verificou-se que as intervenções pesquisadas foram majoritariamente grupos focais de luto30-31-32-33-34, fechados, homogêneos, com duração média de 90 minutos por sessão, que contavam com ao menos um coordenador/facilitador profissional da saúde e com treinamento em luto e na condução de grupos29-30-31-32-35. Alguns estudos contaram com um coterapeuta34 e foram conduzidos de forma multidisciplinar36. O estudo de Lytje37 foi exemplar de documento no qual estes aspectos não foram especificados.


Discussão

Os resultados dos estudos quantitativos29-30-31-32-35, focados na demonstração dos efeitos do adoecimento, tratamento e morte de um ente querido na saúde física e emocional, associados aos dos qualitativos32-34-35-37, que relataram experiências subjetivas e consideraram diferenças e similaridades das vivências investigadas, permitem um traçado de panorama sobre recursos e estratégias que familiares podem dispor, nos momentos nos quais o adoecimento por câncer de um familiar ou pessoa querida está em pauta. Esse papel que a revisão sistemática de literatura consegue desempenhar sublinha a importância desse tipo de empreita27-28.

Dessa forma, diversos temas foram abordados nas produções, permitindo contemplar variáveis psicológicas em diferentes contextos (local; momento do tratamento; após a morte) e pessoas (crianças, adolescentes, adultos) que vivenciam o adoecimento, tratamento e/ou morte por câncer. Quanto às intervenções grupais, os documentos analisados contemplavam discussões sobre os diversos impactos do câncer nas relações interpessoais, qualidade de vida, enfrentamento e saúde dos familiares cuidadores como fatores que influenciam diretamente na vivência do luto.

Os trabalhos analisados se debruçaram, ainda, sobre as tentativas de se compreender o sofrimento psíquico e as vulnerabilidades de familiares. Os achados demonstraram que o grupo familiar também é afetado e fragilizado pelo câncer, repercutindo em sintomas de estresse, depressão, ansiedade, insegurança, medo do futuro, sobrecarga e necessidade de adaptação à nova realidade3;10;21. De modo complementar, as intervenções grupais relatadas se apresentaram como possibilidades de acolhimento e dispositivos promoção de saúde, na medida em que contribuíram para a atenuação dos sintomas e para o fortalecimento de recursos de enfrentamento. Nesse sentido, os relatos também vão ao encontro com as experiências grupais realizadas pelos autores desta revisão.

Um aspecto importante ressaltado nas análises documentais é o momento do processo de adoecimento no qual os participantes das intervenções grupais se encontravam: no diagnóstico recente36, no transcurso do tratamento34, em cuidados paliativos e/ou na iminência da morte29-32-33-35 ou mesmo após a morte30-31-32-37. Haja vista cada um desses momentos trazer diferentes desafios a serem considerados nos planejamentos das intervenções - porque terão repercussões particulares nas vidas das pessoas envolvidas - essas especificações notadas nas publicações constituíram-se achado fundamental.

Sintomas de exaustão também foram debatidos nos textos analisados. Eles se fazem presentes, pois, muitas vezes, o cuidador dedica quase todo seu tempo ao familiar adoecido, resvalando no tempo para si e para seu autocuidado10-21. Assim sendo, apesar da pesquisa de Oliveira21 ter sido desenvolvida com cuidadores familiares de pessoas com AVC, uma condição de adoecimento igualmente crônica, os pesquisadores observaram que a sobrecarga do cuidado acarreta desgastes físicos e emocionais, além do surgimento de problemas de saúde e doenças psicossomáticas nestes familiares, estando em concordância com o observado em estudos sobre doenças oncológicas que não integraram a amostra de documentos analisada2-10-21.

O familiar é uma importante fonte de apoio para o paciente, assim como outros parentes e amigos representam apoio significativo para o cuidador10. Para Kübler-Ross5, como os familiares reagem e lidam com o processo de adoecimento e tratamento contribuirá, positiva e/ou negativamente, em como o paciente enfrentará esse momento. Isto reafirma a importância de constituição e institucionalização de espaços e dispositivos que permitam a expressão e elaboração dos sentimentos ambivalentes presentes nesse momento conturbado, como as intervenções grupais desenvolvidas nos estudos que compuseram a presente amostra29;32-34-35-36. Outro fator que deve ser levado em consideração e que despontou nas produções analisadas é a capacidade que os familiares têm de conversarem sobre seus sentimentos, pensamentos e medos33.

A descoberta do câncer desperta nos familiares o medo do futuro, expectativas e preocupações com o tratamento e seus resultados. Após o impacto inicial do diagnóstico, eles buscam dar significado para a doença e tentam se manter fortes, pois se deparam com a dificuldade em lidar com os sentimentos desorganizadores que são despertados21. Assim, a teoria coaduna com as práticas dos autores e ambas têm demonstrado que os familiares buscam conter seus sentimentos e pensamentos, evitando demonstrar tristeza ou preocupação, chegando, muitas vezes, a não abordar o assunto com o enfermo ou com outros familiares e pessoas de seu convívio.

Familiares evitarem compartilhar pensamentos e emoções pode trazer um distanciamento emocional, além de isolamento e solidão21, sendo ressaltado em outros estudos29-32-31 que essas pessoas precisam se ajustar à nova realidade, na medida em que são forçadas a se reorganizarem e replanejarem suas vidas. Assim, outro achado observado na produção analisada e que conflui com vivências nas práticas laborais dos autores, é que, para grande parte dos familiares e pacientes o objetivo principal é conseguir viver um dia de cada vez, tentando encontrar um equilíbrio entre os desafios apresentados; ambos buscam suporte social, profissional e espiritual para enfrentarem o adoecimento11.

No mais, as abordagens grupais com familiares cuidadores de pacientes oncológicos demonstraram, por meio dos estudos analisados, eficiência na promoção da saúde mental e na redução de sintomas de luto, depressão e ansiedade. Esses grupos oferecem um espaço essencial para o apoio emocional e o compartilhamento de experiências, contribuindo para o fortalecimento das estratégias de enfrentamento dos cuidadores e para a melhoria de sua qualidade de vida.

Os resultados desta revisão destacam que as intervenções grupais realizadas com familiares cuidadores de pacientes oncológicos foram eficazes para atenuar os impactos emocionais e físicos do luto, conforme descrito em nove estudos analisados. A análise revelou melhorias significativas na qualidade de vida, redução de sintomas de depressão e ansiedade, e fortalecimento de estratégias de enfrentamento entre os familiares.

Percebe-se, então, que a descrição das respostas emocionais frente ao adoecimento por câncer demonstra ser vivenciado de forma universal, em diferentes sociedades e culturas, variando de acordo com a subjetividade psicológica de cada pessoa. Entretanto, é válido questionar sobre a aplicabilidade destas intervenções nos contextos latino-americanos.


Conclusão

As produções analisadas indicaram que as intervenções grupais contemplam grande potencial para auxiliar cuidadores de pacientes com câncer a se adaptarem às novas realidades impostas pela doença, promovendo resiliência e autocuidado. Nesse sentido, a implementação de grupos de apoio se converte em estratégia valiosa para complementar os cuidados de saúde, desde o diagnóstico até o luto. No entanto, a maioria dos estudos incluídos nesta revisão foi desenvolvida em países de alta renda, o que sugere a necessidade de mais pesquisas para compreender melhor a aplicabilidade dessas intervenções em contextos latino-americanos.

A heterogeneidade das metodologias e a escassez de dados longitudinais também limitam que os resultados sejam compreendidos de modo mais abrangente. A importância das intervenções grupais para cuidadores de pacientes com câncer pode estar sendo subestimada em algumas instituições de saúde. A carência de publicações brasileiras e latino-americanas sobre o tema indica a necessidade de haver mais estudos nessa área. Investimentos institucionais e políticos poderiam fortalecer a capacidade dos profissionais de saúde em coordenar estratégias de grupos, expandindo o acesso a essas intervenções e explorando novas modalidades, como grupos online ou híbridos.

Resguardados os limites metodológicos, constatou-se haver carência de publicações brasileiras e latinoamericanas com relação à temática investigada. Naturalmente, isso não significa que elas não existam. Essa relativa incipiência, entretanto, indicaria haver a necessidade do aprimoramento de políticas de pesquisas e do escoamento do que se pesquisa, especialmente na realidade latino-americana? Intervenções grupais enfocadas no cuidado e tratamento de familiares e cuidadores de pessoas adoecidas por câncer ainda seriam subestimados quanto à sua importância, nas diversas realidades de instituições de saúde?


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aUniversidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Uberaba/MG - Brasil
bUniversidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Professor Associado do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFTM - Uberaba/MG - Brasil
cUniversidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Professora Adjunta do curso de Psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM e Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFTM - Uberaba/MG - Brasil

Autor correspondente
Maira Julyê Mota Fernandes
mairajulye@gmail.com

Submetido em: 16/07/2024
Aceito em: 07/11/2024

Contribuições: Gabriela Borges Carvalho - Coleta de Dados, Conceitualização, Gerenciamento do Projeto, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição; Tales Vilela Santeiro - Coleta de Dados, Conceitualização, Gerenciamento do Projeto, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão; Cintia Bragheto Ferreira - Coleta de Dados, Conceitualização, Gerenciamento de Recursos, Gerenciamento do Projeto, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão; Maira Julyê Mota Fernandes - Gerenciamento do Projeto, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição.

 

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