ISSN 1516-8530 Versão Impressa
ISSN 2318-0404 Versão Online

Revista Brasileira de Psicoteratia

Submissão Online Revisar Artigo

Rev. bras. psicoter. 2023; 25(3):9-24



Artigo Original

Evidências de validade e da Escala de Percepção das Atitudes dos Brasileiros em Relação aos Imigrantes (EPABRI)

Evidence of validity of the scale of attitudes towards immigration (EARI)

Evidencia de validez de la Escala de Actitudes hacia la Inmigración (EARI)

Michael de Quadros Duartea, Letícia Müller Haasb, Wagner de Lara Machadoc, Clarissa Marceli Trentinia

Resumo

As atitudes dos nativos em relação aos imigrantes nem sempre são positivas. No Brasil, é necessário investir na criação de instrumentos que possam auxiliar os pesquisadores no levantamento dessas atitudes. O objetivo desse estudo foi analisar as evidências de validade de construto e de estrutura interna da Escala de Atitudes em Relação à Imigração (EARI) e da Escala de Percepção das Atitudes dos Brasileiros em Relação aos Imigrantes (EPABRI). Participaram 175 brasileiros com idades entre 18 e 71 anos (M = 30,4; DP = 11,9) e 40 imigrantes latino-americanos com idades entre 20 e 53 anos (M = 32,7; DP = 8,26). As escalas apresentaram bons índices de ajuste e mostraram-se adequadas para o uso em estudos sobre o tema. Em estudos futuros, investigar as variáveis envolvidas nas atitudes pró e anti-imigração permitirão que intervenções efetivas possam ser realizadas para minimizar os níveis de preconceito em relação aos imigrantes.

Descritores: Preconceito; Imigração; Psicologia política

Abstract

The attitudes of natives towards immigrants are not always positive. In Brazil, it is necessary to invest in creating instruments that can help researchers survey these attitudes. The objective of this study was to analyze the evidence of the validity of the construction and internal structure of the Immigration Attitude Scale (EARI) and the Immigrant Attitude Perception Scale (EPABRI). There were 175 Brazilians between 18 and 71 years of age (M = 30.4; SD = 11.9) and 40 Latin American immigrants between 20 and 53 years of age (M = 32.7; SD = 8.26). The scales presented good rates of adjustment and proved adequate for use in studies on the subject. In future studies, investigating the variables involved in pro and anti-immigrant attitudes will allow effective interventions to minimize prejudice against immigrants.

Keywords: Prejudice; Immigration; Political psychology

Resumen

Las actitudes de los nativos hacia los inmigrantes no siempre son positivas. En Brasil, es necesario invertir en la creación de instrumentos que puedan ayudar a los investigadores a relevar estas actitudes. El objetivo de este estudio fue analizar evidencias de la validación de la construcción y la estructura interna de la Escala de Actitud hacia la Inmigración (EARI) y la Escala de Percepción de Actitud de los Brasileños hacia los Inmigrantes (EPABRI). Participaron 175 brasileños de entre 18 y 71 años (M = 30,4; DE = 11,9) y 40 inmigrantes latinoamericanos de entre 20 y 53 años (M = 32,7; DE = 8,26). Las escalas tienen buenos índices de ajuste y son adecuadas para su uso en estudios sobre el tema. En futuros estudios, investigar las variables implicadas en las actitudes pro y antiinmigración permitirá actualizar medidas eficaces para minimizar los niveles de prejuicio contra los inmigrantes.

Descriptores: Prejuicio; Inmigración; Psicología política

 

 

Introdução

Segundo dados do Observatório das migrações internacionais, de 2010 a 2023, o Brasil recebeu 1.605.617 imigrantes advindos principalmente de países do Continente Africano e da América Latina1-3. Esses números podem ser ainda maiores, pois não estão incluídos os dados de imigrantes indocumentados. Os fluxos migratórios ocorrem por uma complexidade de fatores e determinantes, que podem ser políticos, econômicos ou relacionados a catástrofes naturais e crise climática1-4. Além da conhecida receptividade do país aos imigrantes, a alteração da Lei de Imigração (Lei nº 13.445)5 é vista como um dos principais motivos para o aumento no número dos registros. A imigração no país não é um fenômeno novo, pois desde o período colonial se tem registros de chegada de pessoas dos mais diversos continentes às terras brasileiras6.

A imigração é um fenômeno que perpassa diversos países e tem gerado uma série de estudos que investigam a forma como as comunidades que recebem essas populações têm interagido em relação à entrada dos imigrantes7-10. Um grande número de pesquisas acerca das atitudes em relação aos imigrantes concentra-se principalmente na Europa e na América do Norte. Como exemplo, temos o trabalho desenvolvido por Meuleman, Davidov e Billiet11 (2009) que se propuseram a investigar longitudinalmente as atitudes antiimigração em dezessete países europeus, utilizando os bancos de dados do European Social Survey entre os anos de 2002 e 2007. Os resultados apontaram maior abertura em relação à imigração ao longo daqueles cinco anos na maioria dos países estudados, exceto na Espanha, Áustria e Hungria11. O ingresso massivo de imigrantes e a elevação das taxas de desemprego foram apontadas como correlacionadas ao aumento das atitudes anti-imigração11.

Diferentemente dos estudos focados em compreender as atitudes dos nativos em relação aos imigrantes, investigações que analisam o fenômeno da imigração sob a perspectiva do imigrante utilizando métodos quantitativos e instrumentos de medida no Brasil são mais escassas12,13. A maior parte dos estudos com esse caráter são teóricos14,15, ou têm utilizado métodos qualitativos de análise, como entrevistas e grupos focais16-18. Também encontram-se poucos estudos que no seu desenho de pesquisa utilizem métodos mistos, integrando estratégias de coleta de dados quantitativas e qualitativas, como mostra uma revisão sistemática da literatura científica sobre a perspectiva da teoria da migração19. Nos dez anos de cobertura da revisão sistemática (20062016) diferentes métodos de pesquisa foram utilizados principalmente para avaliar aspectos relacionados a bem-estar e saúde mental dos imigrantes, com escassez de instrumentos de medida19. Dado reforçado por uma revisão sistemática realizada somente com a literatura científica brasileira, que de 2004 a 2020 encontrou somente 17 artigos publicados, dentre estes, somente quatros estudos utilizaram métodos quantitativos. Nesses estudos, os instrumentos utilizados buscaram avaliar aspectos relacionados à saúde mental e bemestar20. O menor número de estudos quantitativos que analisam as atitudes em relação à imigração a partir da perspectiva dos imigrantes pode ser explicado, em parte, pela falta de instrumentos voltados a compreender o ponto de vista daqueles que são vítimas dos comportamentos xenófobos.

Na Europa, o instrumento utilizado para analisar o preconceito em relação aos imigrantes que é presente em grande parte dos estudos compõe o módulo de identidade nacional de 2003 do European Social Survey21,22. Este módulo possui seis questões sobre imigração onde os respondentes devem marcar de um (discordo plenamente) a cinco (concordo plenamente). Nesses estudos não são reportadas as propriedades psicométricas do instrumento. Outros instrumentos como o Anti-immigrant prejudice, desenvolvido por Matić, Löw e Bratko23 (2018) na Croácia tem sido utilizados em conjunto com o Right-Wing Authoritarianism (RWA) e a Social Dominance Scale (SDO) nas investigações sobre as atitudes em relação aos imigrantes. O Anti-immigrant prejudice consiste em uma escala de 12 itens respondidos através de uma escala Likert de um (discordo fortemente) a cinco (concordo fortemente) que diferenciam respostas cognitivas, emocionais e comportamentais em relação aos imigrantes em geral. O instrumento demonstrou boas propriedades psicométricas de consistência interna (α = 0,82)23.

Da mesma forma, instrumentos que avaliam a percepção dos imigrantes em relação ao preconceito são escassos. Nos Estados Unidos da América, que há décadas tem recebido imigrantes que acessam o país de forma regular e irregular, alguns pesquisadores tem se dedicado a compreender a forma como os imigrantes percebem o preconceito sofrido pelos nativos. A exemplo disso, Ayón24 (2016) desenvolveu uma escala para mensurar os efeitos das políticas de imigração percebidos pelos imigrantes latinos. A Perceived Immigration Policy Effects Scale (PIPES) foi validada no estado do Arizona, e possui 31 itens que tratam sobre tratamento recebido, vulnerabilidade dos filhos, discriminação e exclusão social24. Esses itens são respondidos através de uma escala Likert de um (nunca) a cinco (sempre) pontos. O estudo foi realizado com uma amostra de 300 imigrantes latinos com idade média de 38 anos (DP = 6,68), apresentando uma solução de quatro fatores com bons índices de ajuste (α = 0,82 até 0,93)24. A limitação do instrumento se dá justamente por ser constituído por itens que levam em conta as políticas de imigração do estado do Arizona.

Nos estudos latino-americanos sobre preconceito em relação à imigração, pela falta de instrumentos específicos, os investigadores utilizam instrumentos que avaliam o preconceito de forma ampla. A exemplo disso, um estudo no Chile buscou investigar as atitudes dos habitantes da região de Antofogasta em relação aos imigrantes bolivianos25. Para esse estudo foi utilizada a escala adaptada de preconceito manifesto e sutil, de Pettigrew e Mertens26 (1995), adaptada por Cárdenas, Music, Contreras, Yeomans e Calderón27 (2007). A escala consiste em 20 itens com opções de resposta do tipo Likert de um (discordo totalmente) a seis (concordo totalmente). Apesar dos esforços empenhados pelos pesquisadores, os índices de ajuste não foram adequados (α = 0,65)27.

Embora o Brasil, nos últimos anos, tenha sido o destino de diversos imigrantes, não se encontram estudos empíricos acerca das atitudes da população em relação à imigração e tampouco da percepção dos imigrantes em relação a forma como são tratados no país19,20. Da mesma forma, não se encontram na literatura instrumentos específicos para essa população, já validados e com boas propriedades psicométricas20. Investir em estudos empíricos que possibilitem a produção de conhecimento sobre a temática pode vir a contribuir em políticas públicas que visem a facilitar os processos de integração dessas populações ao país.

Assim sendo, o objetivo principal desse estudo foi analisar as evidências de validade de construto e de estrutura interna da Escala de Atitudes em Relação à Imigração (EARI) e da Escala de Percepção das Atitudes dos Brasileiros em Relação à Imigração (EPABRI). A EARI é uma escala de autorrelato constituída por 20 itens com afirmativas que são respondidas através de uma escala do tipo Likert que varia de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente). A escala tem a intenção de mensurar atitudes positivas e negativas em relação à imigração. O instrumento foi criado exclusivamente para esse estudo, uma vez que não foram encontrados instrumentos adaptados e validados para a cultura e idioma brasileiros. Ele conta com itens positivos e negativos divididos em três dimensões (atitudes positivas, preconceito e xenofobia). As propriedades psicométricas do instrumento foram avaliadas a partir dos dados deste estudo.

A EPABRI, por sua vez, é uma escala de autorrelato constituída por 20 itens com afirmativas que são respondidas através de uma escala do tipo Likert que varia de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente). A escala tem a intenção de mensurar a percepção dos imigrantes das atitudes positivas e negativas dos brasileiros em relação à imigração. Este instrumento também foi criado exclusivamente para este estudo, uma vez que não foram encontrados instrumentos adaptados e validados para essa finalidade. Ele conta com itens positivos e negativos com um único fator (preconceito). Este instrumento foi traduzido para o espanhol por pesquisadores fluentes e/ou nativos que conhecem o tema de pesquisa em questão, buscando evitar possíveis erros de compreensão dos itens. As propriedades psicométricas do instrumento foram avaliadas a partir dos dados deste estudo. Os instrumentos foram aplicados em uma amostra de 175 brasileiros com idades entre 18 e 71 anos e de 40 imigrantes latino-americanos com idades entre 20 e 53 anos.


Método

O delineamento utilizado neste estudo foi o transversal, pois se trata de um recorte específico em um período de tempo28. A amostra foi coletada online por conveniência, através de questionários autoaplicados de março de 2018 a dezembro de 2019. A pesquisa foi divulgada em diferentes grupos de redes sociais, via e-mail e coordenações de graduação e pós-graduação de Universidades públicas e privadas de todo o Brasil. Nas redes sociais usou-se como estratégia inserir-se em grupos de imigrantes latino-americanos no Brasil e realizar o convite para participar do estudo.

Amostra

Participaram deste estudo 175 brasileiros com idades entre 18 e 71 anos (M = 30,4; DP = 11,9) das regiões norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul, com maior concentração de respostas nesta última região. Os critérios de inclusão para participação foram ser brasileiro, ter no mínimo 18 anos de idade e saber ler e escrever. Participaram também do estudo 40 imigrantes latino-americanos, cuja língua materna era o espanhol, com idades entre 20 e 53 anos (M = 32,7; DP = 8,26), das regiões norte, nordeste, sul e sudeste, com maior concentração de respostas nestas duas últimas regiões. Os critérios de inclusão eram ser imigrante latinoamericano no Brasil, ter no mínimo 18 anos de idade, ter como língua materna o espanhol e saber ler e escrever.

Instrumentos

Os instrumentos utilizados foram o Questionário Sociodemográfico, a Escala de Atitudes em Relação à Imigração (EARI) e a Escala de Percepção das Atitudes dos Brasileiros em Relação à Imigração (EPABRI). O questionário sociodemográfico consiste em 18 itens de autorrelato, nominais e dicotômicos, que tem por intenção levantar dados sociodemográficos acerca dos participantes. São questões relacionadas a sexo, idade, escolaridade, estado civil, renda média familiar e região do país onde residem.

A Escala de Atitudes em Relação à Imigração (EARI) é constituída por 20 itens com afirmativas que são respondidas através de uma escala do tipo Likert29 (1932) que varia de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente). A escala tem a intenção de mensurar atitudes positivas e negativas em relação à imigração. O instrumento foi criado exclusivamente para esse estudo, uma vez que não foram encontrados instrumentos adaptados e validados para a cultura e idioma brasileiros que avaliassem esse construto. Ele conta com itens positivos e negativos divididos em três dimensões (atitudes positivas, preconceito e xenofobia). A Escala de Percepção das Atitudes dos Brasileiros em Relação à Imigração (EPABRI) é uma adaptação da EARI, composta pelos mesmos 20 itens ajustados com afirmativas que são respondidas através de uma escala do tipo Likert que varia de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente). A escala tem a intenção de mensurar a percepção dos imigrantes das atitudes positivas e negativas dos brasileiros em relação à imigração, possuindo um único fator denominado Preconceito. Este instrumento foi traduzido para o espanhol por pesquisadores nativos de países latino-americanos de língua espanhola, que conhecem o tema de pesquisa em questão, buscando evitar possíveis erros de compreensão dos itens.

Procedimentos e considerações éticas

Foram seguidos rigorosamente os procedimentos éticos para pesquisas nas áreas de Ciências Humanas e Sociais que constam nas Resoluções 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde30. Esse projeto de pesquisa foi submetido para a apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Instituto de Psicologia da UFRGS, sendo possível a consulta do Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) sob o número: 05357618.1.0000.5334 e número do parecer: 3.171.358. Foi solicitado que cada participante assinasse o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Nos casos de aplicação online, o participante era encaminhado ao questionário somente após o aceite do TCLE.

Análise dos dados

Para verificar a normalidade da amostra e a homogeneidade das variâncias foi utilizado o teste de Levene e o teste de Kolmogorv-Smirnov. Mantiveram-se os pressupostos necessários à realização dos testes paramétricos, sendo então utilizadas estatísticas de tendência central (média, frequências relativas e absolutas) e de variabilidade (desvio-padrão) para descrever as frequências das variáveis estudadas. Utilizou-se a análise paralela para a retenção dos fatores e a rotação utilizada foi a oblíqua.31 Para analisar as evidências de validade e estrutura interna das escalas foi utilizado o pacote psych32 do ambiente estatístico R para a análise fatorial exploratória, pelo método de extração Minimum Rank Factor Analysis (MRFA).


Resultados

Escala de Atitudes em Relação à Imigração (EARI)

Participaram do estudo de validade de conteúdo e de estrutura interna da Escala de Atitudes em Relação à Imigração (EARI) 175 brasileiros natos que residem em território nacional. Desses participantes, 120 eram mulheres (68,6%) e 55 eram homens (31,4%), com idades entre 18 e 71 anos (M = 30,4; DP = 11,9). A região sul foi a que apresentou o maior número de participantes (86,8%), seguida da região sudeste (4,6%), norte (3,5%), nordeste (3,4%) e centro-oeste (1,7%). A maioria dos respondentes declarou ser heterossexual 85,1% (n = 149), solteiro 61,7% (n = 108), branco 85,7% (n = 150), estar cursando ou possui ensino superior completo 61,7% (n = 108) e ser de esquerda 65,1% (n = 114). O detalhamento desses dados e informações sobre emprego e renda são apresentados na Tabela 1.




Os dados mostraram-se adequados para a extração de fatores, apresentando índices de Kaiser-Meyer-Olkyn (KMO) = 0,87 e o teste de esfericidade de Bartlett = 1442,6 (190); p<0,001 dentro dos parâmetros aceitáveis. Pelo método de extração MRFA foram identificados três fatores que juntos explicam 48% da variância comum dos itens, sendo que o primeiro fator, atitudes positivas explicou 24% da variância comum dos escores (α = 0,88), o segundo fator, denominado preconceito explicou 12% (α = 0,73) e o terceiro fator, denominado xenofobia explicou 11% (α = 0,79). As cargas fatoriais de cada um dos itens da EARI e os índices de consistência interna, validade e confiabilidade da escala (alphas e ômegas assintóticos) são apresentados na Tabela 2. A análise paralela que reteve os três fatores, que foi a solução que apresentou melhor interpretabilidade, é apresentada na Figura 1.







Escala de Percepção das Atitudes dos Brasileiros em Relação à Imigração (EPABRI)

Participaram do estudo de validade de conteúdo e de estrutura interna da Escala de Percepção das Atitudes dos Brasileiros em Relação à Imigração (EPARI) 40 imigrantes latino-americanos que residiam em território nacional. Desses participantes, 25 eram mulheres (62,5%) e 15 eram homens (37,5%), com idades entre 20 e 53 anos (M = 32,7; DP = 8,26). A região sul foi a que apresentou o maior número de participantes (47,5%), seguida da região sudeste (42,5%), nordeste (5%) e norte (5%). A maioria dos respondentes declarou ser heterossexual 85% (n = 34), casado 35% (n = 14), branco 55% (n = 22), possuir ensino superior ou pósgraduação completas 55% (n = 22) e se posicionar política-ideologicamente como de centro 47,5% (n = 19). O detalhamento desses dados e informações sobre emprego e renda é apresentado na Tabela 1.

Da mesma forma que o instrumento anterior, os dados da EPABRI mostraram-se adequados para a extração de fatores, apresentando índices de Kaiser-Meyer-Olkyn (KMO) = 0,80 e o teste de esfericidade de Bartlett = 536,2 (190); p<0,001 dentro dos parâmetros definidos pela literatura. Pelo método de extração MRFA foi identificada uma solução unifatorial, sendo que este único fator, denominado preconceito, explicou 51% (α = 0,94) da variância comum dos itens. As cargas fatoriais de cada um dos itens da EPABRI e os índices de consistência interna, validade e confiabilidade da escala (alpha e ômega assintótico) são apresentados na Tabela 3. A análise paralela que reteve um único fator é apresentada na Figura 2.







Discussão

As análises fatoriais exploratórias permitiram testar a partir dessa amostra as propriedades psicométricas da Escala de Atitudes em relação à Imigração (EARI) e da Escala da Percepção das Atitudes dos Brasileiros em Relação à Imigração (EPABRI). A estrutura prevista de três fatores apresentada para a EARI mostrou-se a mais adequada, sendo que a maioria dos itens apresentaram cargas fatoriais acima de 0,40, com exceção do item 10, que apresentou a carga fatorial de 0,36. O que se entende a partir da análise desse item é que o idioma, que é para o imigrante uma das principais barreiras no processo de adaptação, no Brasil, não é fonte de preconceito como ocorre nos estudos realizados na Europa e na América do Norte33-35. Em estudos futuros, dependendo do comportamento do item com amostras maiores e mais representativas deve-se estudar a permanência do item na escala.

Referente aos fatores extraídos da EARI convencionou-se denominá-los de Atitudes Positivas (F1), Preconceito (F2) e Xenofobia (F3). O fator um (F1), que se refere às atitudes positivas em relação aos imigrantes, contém itens que reforçam a igualdade de direitos, com itens que endossam que independente do país de origem, raça ou etnia todos têm o direito de imigrar e viver em outros países. Em estudos internacionais que utilizaram outros instrumentos, como a Social Dominance Orientation - SDO36, foram encontrados resultados similares, aparecendo o igualitarismo associado a menores índices de preconceito23,37-39. Neste fator também estão os itens que trazem o enriquecimento da cultura com a entrada dos imigrantes no país, respeitando as suas origens e as suas tradições.

O segundo fator (F2), por sua vez, contém itens que são carregados de preconceitos, entendendo a entrada dos imigrantes como uma ameaça ao mercado de trabalho, à cultura do país e ao aumento da pobreza e da criminalidade. Da mesma forma, essa estrutura corrobora os achados da literatura internacional, que através de grandes estudos utilizando o European Social Survey (ESS) apontam altos índices de preconceito relacionados a essas variáveis22.

O terceiro fator (F3) apresenta o conjunto de itens mais extremos, que apoiam medidas radicais e comportamentos preconceituosos, racistas e com julgamento de valor. O mesmo se tem encontrado em estudos europeus, que por meio de escalas como a Right-Wing Authoritarianism (RWA) apontam o conservadorismo e o patriotismo como responsáveis pelo apoio a atitudes extremas em relação aos imigrantes40,41.

Todos os três fatores extraídos da escala possuem boas propriedades psicométricas, apresentando alfas dentro dos parâmetros aceitáveis para a área (F1 = 0,88; F2 = 0,73; F3 = 0,79). A partir desses resultados, entendese que o instrumento se mostra adequado para uso em investigações futuras no Brasil sobre o preconceito em relação aos imigrantes.

Da mesma forma, a escala adaptada para medir a percepção dos imigrantes quanto às atitudes dos brasileiros em relação a Imigração (EPABRI), mostrou-se adequada para o uso com imigrantes latino-americanos que têm como língua materna o espanhol. A estrutura de um único fator mostrou-se mais adequada, convencionando-se nomear o fator como Preconceito (F1). A análise Fatorial demonstrou que todos os itens possuem cargas acima de 0,40, com exceção do item três, que apresentou carga fatorial de 0,25. Embora esse item seja importante para distinguir a percepção do preconceito em relação à origem dos imigrantes em relação aos países desenvolvidos e em desenvolvimento, com a população estudada ele não apresentou relevância. Sugere-se manter o item na escala para analisar o seu comportamento em estudos futuros, com amostras maiores. Os índices de consistência interna do instrumento foram adequados, com um valor de alfa considerado alto na literatura específica da área (F1 = 0,94). Possuir instrumentos de medida adequados permite que, nas ações contra os comportamentos preconceituosos, possamos, a médio e longo prazo, avaliar a efetividade dessas ações e promover intervenções mais eficazes.


Considerações finais

O objetivo deste estudo foi investigar as evidências de validade de conteúdo e de estrutura interna de duas escalas de atitudes em relação à imigração, uma sob a perspectiva dos nativos e outra pela perspectiva dos imigrantes. Embora o preconceito, independente do grupo específico ao qual ele se manifesta, tenha uma estrutura comum, existe dentro de cada um desses grupos características particulares que nos ajudam a compreender melhor o fenômeno para intervir. Por esse motivo, embora existam instrumentos validados e adaptados para o contexto brasileiro que mensuram o preconceito, não havia relatos na literatura sobre formas de mensurar o preconceito em relação à imigração.

A análise de validade de conteúdo e de estrutura interna das escalas, com a amostra estudada, apresentou bons índices de ajuste, mostrando-se fidedigna na mensuração do preconceito em relação à imigração no contexto brasileiro. Em relação à estrutura das escalas, a EARI apresentou uma solução de três fatores, enquanto a EPABRI uma solução unifatorial. Embora as análises demonstram a adequabilidade do instrumento para uso em estudos futuros, algumas limitações importantes devem ser observadas. A principal delas é em relação ao tamanho da amostra que, embora não haja consenso no meio científico, não atingiu o número mínimo de dez participantes por item nas análises realizadas com a EPABRI42,43. Alguns autores consideram adequado o número de cinco respondentes por item da escala, mas levando em conta o tamanho da amostra e o número de itens da EPABRI, nem mesmo este número mínimo foi atingido44. Dessa forma, mesmo que os dados tenham se mostrado adequados para a extração de fatores, apresentando índices de Kaiser-Meyer-Olkyn (KMO) = 0,80 e teste de esfericidade de Bartlett = 536,2 (190); p<0,001 dentro dos parâmetros, são necessários novos estudos com amostras maiores para que se possa avaliar a adequabilidade, estrutura fatorial e consistência interna do insturmento. O mesmo acontece em relação às regiões do país, que não foram satisfatoriamente representadas na amostra. Esse fator torna-se relevante principalmente em um país com dimensões continentais e com a diversidade étnica e cultural do Brasil. Outra importante limitação deste instrumento refere-se a validação ter sido realizada somente por imigrantes latino-americanos, não estando representados, inclusive nos itens do próprio instrumento imigrantes provenientes da Ásia e Oriente Médio. Embora a pesquisa tenha sido divulgada em diferentes canais e grupos de redes sociais de imigrantes latino-americanos no Brasil, não foi possível mapear com o instrumento de coleta de dados sociodemográficos as nacionalidades dos imigrantes respondentes.

Em estudos futuros, sugere-se uma amostra maior para o estudo, buscando representar de maneira adequada todas as regiões do país. Embora se saiba que determinadas regiões como sul e sudeste apresentam uma população maior de imigrantes, o Brasil, pelo seu tamanho continental, apresenta uma vasta diversidade cultural e contextual que podem influenciar em uma maior ou menor receptividade aos imigrantes. Ressaltase a importância e a necessidade de estudos futuros que contemplem as regiões de fronteira do Brasil, principalmente da região Norte, na qual a partir do ano de 2019 recebeu um importante aumento no fluxo de entrada de imigrantes vindos da Venezuela45. Da mesma forma, é importante ampliar o número de imigrantes respondentes, assim como adaptar o instrumento para outros idiomas, como o francês e o crioulo, idiomas falados por imigrantes haitianos e senegaleses. Um ponto fundamental para os estudos futuros além da ampliação do tamanho e diversidade da amostra é o mapeamento do país de origem dos imigrantes respondentes. Assim como a diversidade regional do Brasil pode ter um impacto em relação a maior ou menor receptividade dos brasileiros em relação aos imigrantes, a diversidade cultural do país de origem dos imigrantes é uma variável importante a ser avaliada. Sugere-se também que em estudos futuros possam utilizar de métodos mistos de pesquisa, agregando métodos qualitativos de coleta de dados. Desenhos metodológicos de pesquisa que incluam tanto métodos quantitativos quanto qualitativos ajudarão a compreender o fenômeno por diferentes pontos de vista, permitindo expandir e explorar novas perspectivas ainda não abordadas ou não captadas pelas variáveis e instrumentos utilizados. Essas escalas também podem auxiliar os pesquisadores na compreensão do fenômeno do preconceito em relação aos imigrantes, analisando-o juntamente com demais variáveis psicossociais e sociodemográficas. Frente a pandemia de COVID-19 e o aumento da xenofobia e do preconceito em relação a uma série de países extremamente afetados pelos vírus, principalmente os do continente asiático46, é importante que em estudos futuros esses dados sejam comparados e o contexto histórico e político seja levado em conta como uma importante variável. Compreendendo melhor o fenômeno do preconceito, é possível construir estratégias efetivas no combate a essa questão social, promovendo sociedades mais igualitárias, plurais, colaborativas e democráticas. Por fim, novos estudos sobre o preconceito em relação aos imigrantes devem apoiar com evidências robustas políticas públicas que garantam o respeito aos direitos humanos e as características culturais tanto dos imigrantes quanto das regiões as quais eles serão integrados.


Referências

1. Arcoverde L, Souza V, Araújo P. Brasil registra número recorde de solicitações de refúgio em 2017. Globo News [Internet]. 2018 [cited 2023 May 25]. Available from: https://g1.globo.com/mundo/noticia/brasilregistra-numero-recorde-de-solicitacoes-de-refugio-em-2017.html

2. Velasco C, Montovani F. Em 10 anos, número de imigrantes aumenta 160% no Brasil, diz PF. G1 [Internet]. 2016 [cited 2023 May 25]. Available from: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/06/em-10-anosnumero-de-imigrantes-aumenta-160-no-brasil-diz-pf.html

3. OBMIGRA. Sistema de registro nacional migratório [Internet]. Available from: https://datamigra.mj.gov.br/#/public/bases/sisMigraAnoRegistro

4. Hauer ME, Fussell E, Mueller V, Burkett M, Call M, Abel K, et al. Sea-level rise and human migration. Nat Rev Earth Environ. 2019 Dec 9;1(1):28-39. doi: 10.1038/s43017-019-0002-9

5. Brasil. Lei nº 13.445 de 24 de maio de 2017. Presidência da República, Casa Civil - Subchefia para assuntos jurídicos.

6. Levy MSF. O papel da migração internacional na evolução da população brasileira (1872 a 1972). Rev Saude Publica. 1974;8:49-90.

7. Craig MA, Richeson JA. Not in my backyard! Authoritarianism, social dominance orientation, and support for strict immigration policies at home and abroad. Polit Psychol. 2014;35(3):417-429. doi: 10.1111/pops.12078

8. Sirlopú D, Melipillán R, Sánchez A, Valdés C. ¿Malos para aceptar La diversidad? Predictores sociodemográficos y psicológicos de lãs actitudes hacia el multiculturalismo en Chile. Psykhe (Santiago). 2015;24(2):1-13. doi: 10.7764/psykhe.24.2.714

9. Ponizovskiy VA. Values and attitudes towards immigrants: cross-cultural differences across 25 countries. Psychol. J Higher Sch Econ. Natl Res Univ, Moscow. 2016;13(2)

10. Koolhaas M, Prieto V, Robaina S, Pellegrino A. Actitudes de La población uruguaya hacia La inmigración extranjera: nueva evidencia de una encuesta nacional. Associação Brasileira de Estudos Populacionais. Anais do XX Encontro Nacional de Estudos Populacionais. 2017;1-39. Available from: http://www.abep.org.br/publicacoes/index.php/anais/article/view/2744/2641.

11. Meuleman B, Davidov E, Billiet J. Changing attitudes toward immigration in Europe, 2002-2007: A dynamic group conflict theory approach. Soc Sci Res. 2009;38(2):352-365. doi: 10.1016/j.ssresearch

12. Willis-Esqueda C, Delgado RH, Pedroza K. Patriotism and the impact on perceived threat and immigration attitudes. J Soc Psychol. 2017;157(1):114-125. doi: 10.1080/00224545.2016.1184125

13. Ayón C. Perceived immigration policy effects scale: development and validation of a scale on the impact of state-level immigration policies on Latino immigrant families. Hisp J Behav Sci. 2017;39(1):19-33. doi: 10.1177/0739986316681102

14. Homola J, Tavits M. Contact Reduces Immigration-Related Fears for Leftist but Not for Rightist Voters. Comp Polit Stud. 2017;001041401774059. doi: 10.1177/0010414017740590

15. Ward C, Szabo A, Stuart J. Prejudice Against Immigrants in Multicultural Societies. In: Sibley CG, Barlow FK, editors. The Cambridge Handbook of the Psychology of Prejudice. Cambridge University Press; 2017. p. 413-437. doi: 10.1017/9781316161579.018

16. Petersen M, Ali S. Chinese Migrant Perceptions of Africans: Understanding Confucian Reflexive Politics in Southern Africa. Soc Sci. 2018;7(10):172. doi: 10.3390/socsci7100172

17. Harris C, Gawlewicz A, Valentine G. Attitudes towards immigration: responses to the increased presence of Polish migrants in the UK post 2004. Migr Dev. 2019;1-20. doi:10.1080/21632324.2019.1697489

18. McDermott M, Knowles ED, Richeson JA. Class Perceptions and Attitudes Toward Immigration and Race Among Working-Class Whites. Anal Soc Issues Public Policy. 2019. doi: 10.1111/asap.12188

19. Silva JCE, Bucher-Maluschke JSNF. Psychology of Forced Displacement and Migration: A systematic review of the scientific literature. Estud psicol (Campinas). 2018 Jun;35(2):127-36. doi:10.1590/198202752018000200002

20. Danfá L, Aléssio RL dos S. Imigração africana e psicologia: uma revisão sistemática da literatura brasileira. Arquivos Brasileiros de Psicologia. 2020 Dec;72(3):113-28. doi: 10.36482/1809-5267. ARBP2020v72i3p.113-128

21. Pehrson S, Vignoles VL, Brown R. NationalIdentification And Anti-Immigrant Prejudice: Individual And Contextual Effects Of National Definitions. Soc Psychol Q. 2009;72(1):24-38. doi: 10.1177/019027250907200104

22. Heath A, Richards L. How do Europeans differ in their attitudes to immigration?: Findings from the European Social Survey 2002/03-2016/17. 2019. doi: 10.1787/1815199X

23. Matić J, Löw A, Bratko D. Personality and ideological bases of anti-immigrant prejudice among Croatian youth. J Ethn Migr Stud. 2018;1-20. doi: 10.1080/1369183x.2018.1444470

24. Ayón C. Perceived Immigration Policy Effects Scale. Hisp J Behav Sci. 2016;39(1):19-33. doi: 10.1177/0739986316681102

25. Cárdenas M, Gómez F, Méndez L, Yáñez S. Reporte de los Niveles de Prejuicio Sutil y Manifiesto Hacia los Inmigrantes Bolivianos y Análisis de su Relación con Variables Psicosociales. Psicoperspectivas. 2011;10(1):125-143. doi: 10.5027/psicoperspectivas-Vol10-Issue1-fulltext-134

26. Pettigrew TF, Meertens RW. Subtle and blatant prejudice in Western Europe. Eur J Soc Psychol. 1995;25(1):5775. doi: 10.1002/ejsp.2420250106

27. Cárdenas M, Music A, Contreras P, Yeomans H, Calderón C. Las nuevas formas de prejuicio y sus instrumentos de medida. Rev Psicol. 2007;16(1):69-95. doi: 10.5354/0719-0581.2012.18435

28. Robson C. General design issues. In: Robson C, editor. Real world research: A resource for users of social research methods in applied settings. Oxford: Blackwell; 2011. 70-80.

29. Likert R. A technique for the measurement of attitudes. Arch Psychol. 1932;22:140, 55.

30. Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Diário Oficial da República Federativa do Brasil.

31. Timmerman ME, Lorenzo-Seva U. Dimensionality assessment of ordered polytomous items with parallel analysis. Psychol Methods. 2011;16(2):209. doi: 10.1037/a0023353

32. Revelle W. psych: Procedures for psychological, psychometric, and personality research. Northwestern University, Evanston, Illinois; 2014. 165, 1-10. R package version 2.0.8. Available from: https://CRAN.Rproject.org/package=psych

33. Ding H, Hargraves L. Stress-Associated Poor Health Among Adult Immigrants with a Language Barrier in the United States. J Immigr Minor Health. 2008;11(6):446-452. doi:10.1007/s10903-008-9200-003-0089200-0

34. Lum ID, Swartz RH, Kwan MYW. Accessibility and use of primary healthcare for immigrants living in the Niagara Region. Soc Sci Med. 2016;156:73-79. doi: 10.1016/j.socscimed.2016.03.024

35. Huot S, Cao A, Kim J, Shajari M, Zimonjic T. The power of language: Exploring the relationship between linguistic capital and occupation for immigrants to Canada. J Occup Sci. 2018;1-12. doi: 10.1080/14427591.2018.1534136

36. Ho AK, Sidanius J, Pratto F, Levin S, Thomsen L, Kteily N, et al. Social dominance orientation: Revisiting the structure and function of a variable predicting social and political attitudes. Pers Soc Psychol Bull. 2012;38(5):583-606. doi: 10.1177/0146167211432765

37. Dennison J, Talò T. Explaining attitudes to immigration in France. SSRN Electronic Journal. 2017; doi:10.2139/ ssrn.2964879

38. Silva DS. Conservadurismo y orientación política, ¿su relación es similar en Latinoamérica y Occidente?. Psicoperspectivas Individuo y Sociedad. 2018;17(1). doi: 10.5027/psicoperspectivas-vol17-issue1fulltext-1098

39. Assche JV, Dhont K, Pettigrew TF. The social-psychological bases of far-right support in Europe and the United States. J Community Appl Soc Psychol. 2019;29(5):385-401. doi: 10.1002/casp.2407

40. Osborne D, Milojev P, Sibley CG. Authoritarianism and national identity: Examining the longitudinal effects of SDO and RWA on nationalism and patriotism. Pers Soc Psychol Bull. 2017;43(8):1086-1099. doi: 10.1177/0146167217704196

41. Hasson Y, Tamir M, Brahms KS, Cohrs JC, Halperin E. Are liberals and conservatives equally motivated to feel empathy toward others? Pers Soc Psychol Bull. 2018;44(10):1449-1459. doi: 10.1177/0146167218769867

42. Hair JF, Black WC, Babin BJ, Anderson RE, Tatham RL. Multivariate data analysis. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall; 1998.

43. Tabachnick BG, Fidell LS, Ullman JB. Using multivariate statistics. 5th ed. Boston, MA: Pearson; 2007

44. Pasquali L. A medida Psicométrica. In: Pasquali L. Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação. Editora Vozes Limitada; 2017. 23-35.

45. Souza GC de, Correia IA. Representações sociais dos discursos midiáticos sobre a migração de venezuelanos para o Brasil. Revista Territórios e Fronteiras. 2023 Dec 10;16(2):196-210.

46. Le TK, Cha L, Han HR, Tseng W. Anti-Asian Xenophobia and Asian American COVID-19 Disparities. Am J Public Health. 2020;110:1371-1373. doi: 10.2105/AJPH.2020.305846










a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Psicologia - Porto Alegre/RS - Brasil
b Universidade Federal de São Paulo, Psiquiatria e Psicologia Médica - São Paulo/SP - Brasil
c Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Psicologia - Porto Alegre/RS - Brasil

Autor correspondente

Michael de Quadros Duarte
mquadrosduarte@gmail.com / E-mail alternativo: michael.duarte@ufrgs.br

Submetido em: 23/05/2023
Aceito em: 29/05/2024


Contribuições: Michael de Quadros Duarte - Análise estatística, Coleta de Dados, Conceitualização, Gerenciamento de Recursos, Gerenciamento do Projeto, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão, Validação; Letícia Müller Haas - Análise estatística, Redação - Preparação do original; Wagner de Lara Machado - Análise estatística, Validação; Clarissa Marceli Trentini - Metodologia, Redação - Revisão e Edição, Supervisão.

 

artigo anterior voltar ao topo próximo artigo
     
artigo anterior voltar ao topo próximo artigo