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Revista Brasileira de Psicoteratia

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Rev. bras. psicoter. 2021; 23(1):167-190



Revisão sistemática

Intervenções on-line em saúde mental em tempos de COVID-19: Revisão sistemática

Online mental health interventions in COVID-19 times: Systematic review

Intervenciones de salud mental en línea en tiempos de COVID-19: Revisión sistemática

Álisson Secchi; Willian Roger Dullius; Livia Garcez; Silvana Alba Scortegagna

Resumo

A pandemia de COVID-19 alterou as modalidades presenciais de intervenção voltadas à saúde da população e motivou a busca de outros recursos. Na assistência à saúde mental, as intervenções on-line tornaram-se uma importante opção, mas pouco ainda se sabe sobre este tipo de assistência. Este estudo objetivou reunir evidências empíricas sobre as intervenções on-line em saúde mental em tempos de COVID-19. A revisão sistemática realizada em bases internacionais e brasileiras, entre os meses de janeiro e dezembro/2020, resultou em 1444 materiais publicados em inglês e português. Foram selecionados 95 artigos para a leitura na íntegra, dos quais 28 artigos foram considerados para compor esta revisão. Os resultados mostraram que adultos e profissionais de saúde foram os que mais buscaram atendimento em saúde mental, por meio de ligação telefônica e de videochamada. As principais motivações para a busca de assistência foram sentimentos de ansiedade, depressão, pânico, transtorno alimentar e TDAH. Os atendimentos on-line mostraram efeitos positivos e de eficácia no cuidado em saúde mental de adultos com problemas psicológicos. Esses achados promissores impõem desafios às questões éticas profissionais, especialmente quanto aos cuidados com pacientes de alto risco. Adicionalmente, limitações do atendimento on-line quanto ao acesso à internet e ao domínio da tecnologia pelo profissional e o usuário devem ser consideradas.

Descritores: Saúde Mental; Serviços On-Line; Telessaúde Mental; Psicoterapia; Infecções por coronavírus

Abstract

The COVID-19 pandemic changed the face-to-face intervention modalities aimed at the population's health and motivated the search for other resources. In mental health assistance, online interventions have become an important option, but little is known about this type of assistance. This study aimed to gather empirical evidence about online mental health interventions in times of COVID-19. The systematic review carried out on an international and Brazilian basis, between the months of January and December / 2020, resulted in 1444 materials published in English and Portuguese. 95 articles were selected for full reading, of which 28 articles were considered to compose this review. The results showed that adults and health professionals were the ones who most sought care in mental health and did so through telephone and video calls. The complaints that motivated the search for assistance were the presence of feelings of anxiety, depression, panic, eating disorder and ADHD. Online care has shown positive and effective effects on mental health care for adults with psychological disorders. These promising findings pose challenges to professional ethical issues, especially high-risk patients. In addition, the limitations of online service regarding access to the internet connection and the mastery of technology by the professional and the user must be considered.

Keywords: Mental health; Online service; Telemental health; Psychotherapy; Coronavirus infections

Resumen

La pandemia COVID-19 cambió las modalidades de intervención presencial orientadas a la salud de la población y motivó la búsqueda de otros recursos. En la asistencia en salud mental, las intervenciones en línea se han convertido en una opción importante, pero se sabe poco sobre este tipo de asistencia. Este estudio tenia como objetivo recopilar evidencia empírica sobre las intervenciones de salud mental en línea en tiempos de COVID-19. La revisión sistemática realizada a nivel internacional y brasileño, entre los meses de enero y diciembre de 2020, arrojó 1444 materiales publicados en inglés y portugués. Se seleccionaron 95 artículos para lectura completa, de los cuales 28 artículos fueron considerados para componer esta revisión. Los resultados mostraron que los adultos y los profesionales de la salud fueron los que más buscaron atención en salud mental por medio de llamadas telefónicas y video llamadas. Las quejas que motivaron la búsqueda de asistencia fueron la presencia de sentimientos de ansiedad, depresión, pánico, trastorno alimentario y TDAH. La atención en línea ha mostrado efectos positivos y efectivos en la atención de la salud mental para adultos con problemas psicológicos. Estos hallazgos prometedores plantean desafíos a las cuestiones éticas profesionales, especialmente en lo que respecta a la atención de pacientes de alto riesgo. Además, se deben considerar las limitaciones del servicio en línea en cuanto al acceso a la conexión a internet y el dominio de la tecnología por parte del profesional y del usuario.

Descriptores: Salud mental; Servicios en línea; Telessalud mental; Psicoterapia; Infecciones por coronavirus

 

 

INTRODUÇÃO

A emergência global causada pela pandemia de COVID-19 impacta negativamente a saúde da população e demanda mudanças na sociedade. O cenário adverso atinge principalmente os grupos vulneráveis, como profissionais da saúde que trabalham na linha de frente contra o COVID-19 e enfrentam altos níveis de carga de trabalho, em situações psicologicamente difíceis, diante da falta de recursos materiais para atender a população em geral1 e de pessoas idosas com comorbidades, o que pode acarretar e intensificar problemas em saúde mental como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático2,3.

Diante deste cenário e das restrições sanitárias, para garantir a assistência e o cuidado à saúde mental, os atendimentos on-line tornaram-se uma importante opção. A prestação de cuidados de saúde mental por meio de tecnologia já é utilizada com sucesso há vários anos4, e dispositivos de telemedicina e Tecnologia Digital (TD), como smartphones, e dispositivos tecnológicos, como videoconferência ou aplicativos de smartphones, tem sido positivo tanto no acompanhamento quanto no suporte a pacientes e cuidadores5.

Cada vez mais os dispositivos de suporte m-Health e/ou e-Health ganham destaque. Meios eletrônicos móveis como smartphones e tablets que disponibilizam aplicativos, assim como meios eletrônicos de acesso a plataformas para atendimento on-line, como computadores e plataformas específicas6 começam a ser amplamente utilizados, especialmente para videoconferências, e oferecem oportunidade para o uso de soluções inovadoras que podem aumentar o número de pessoas assistidas7. Porém, para que as intervenções em saúde mental nesta modalidade possam ter efeitos positivos, o profissional atuante necessita dominar o uso das tecnologias. Caso não haja treinamento e experiência, a intervenção on-line pode não ser positiva9.

O maior sistema integrado dos Estados Unidos, Veterans Health Administration (VHA), demonstrou perspectivas promissoras, pois além de garantir a continuidade dos serviços, expandiu rapidamente a telessaúde mental após o surto do vírus. A VHA forneceu quase 1,2 milhão de atendimentos por meio telefônico e videochamada, em abril de 2020, o que reduziu as visitas presenciais em aproximadamente 80% em comparação com o período de outubro de 2019 a fevereiro de 2020. Em junho de 2020, houve aumento de 11 vezes nos atendimentos por meio de videochamada, e incremento de cinco vezes nos contatos telefônicos em relação ao período anterior à pandemia8.

Diante desta realidade, estudos para verificar a eficácia dos dispositivos tecnológicos ofertados devem ser incentivados10 para que possam determinar até que ponto essas intervenções podem produzir os benefícios esperados1. Embora alguns pesquisadores enfatizem que intervenções em pacientes ambulatoriais por meio de videoconferência podem ser tão eficazes quanto ao tratamento presencial, que os pacientes mostram satisfação quanto a modalidade de suporte proporcionado, além de adesão ao tratamento e uso de medicamentos7, os estudos ainda são incipientes.

Neste contexto e considerando a importância das intervenções em saúde mental na pandemia de COVID-19, questiona-se: Quais as modalidades de intervenções on-line realizadas em saúde mental em tempos de pandemia? Quais os benefícios e limitações dessas intervenções? Para responder a estas questões, este estudo teve como objetivo reunir as evidências empíricas sobre as intervenções on-line em saúde mental em tempos de COVID-19.


MÉTODO

Esta revisão sistemática foi realizada de acordo com as recomendações propostas pelo guia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses PRISMA11. Efetuou-se uma pesquisa bibliométrica para analisar a produção científica de artigos sobre a temática proposta por este estudo; artigos empíricos, com delineamentos qualitativos e quantitativos ou mistos sobre intervenções on-line em saúde mental na pandemia de COVID-19, publicados entre janeiro e dezembro de 2020, em periódicos indexados, disponíveis na íntegra, classificados como "open access" e acesso restrito, no idioma português ou inglês. Excluíram-se publicações duplicadas, livros, revisões literárias, teses e estudos que não versavam sobre o tema proposto.

Os descritores empregados foram consultados no DeCS - serviço de vocabulário estruturado (MeSH) e por meio da estratégia do PICO (população, interesse, contexto). Foi utilizado a respectiva estratégia de busca: (saúde mental AND telessaúde mental OR telemedicina AND COVID-19), em português e os respectivos termos em inglês. As bases de dados utilizadas foram: PepSIC, Scielo (nacionais), Scopus, PsycInfo, Pubmed e ScienceDirect (internacionais). A escolha dessas bases deu-se a partir da relevância das suas publicações no assunto estudado.

O processo de seleção dos estudos ocorreu simultaneamente e independente pelos pesquisadores nas seguintes etapas: etapa 1- Identificação dos estudos nas bases de dados por meio dos descritores no DeCs; etapa 2 - Procura dos artigos: título das publicações e resumos foram analisados primeiramente para determinar se o estudo abordava o tema de interesse; etapa 3 - Elegibilidade: os estudos foram avaliados pela leitura na íntegra para determinar sua adequação ao tema e se contemplava os critérios de elegibilidade, culminando na inclusão dos estudos. Avaliações com resultados similares foram mantidos, mas quando houve avaliações com resultados divergentes, uma terceira pessoa foi consultada para avaliação dos estudos.


RESULTADOS

A busca identificou 1444 publicações, em Pepsic (n=zero), Scielo (n=zero), Scopus (n=159), PsycInfo (n=163), Pubmed (n=936), ScienceDirect (n=186). Foram aplicados os critérios de inclusão, a partir da leitura dos títulos e resumos dos artigos selecionados, uma vez que 1351 publicações não atenderam aos critérios de inclusão e, portanto, foram excluídas. Nesse sentido, 28 artigos foram eleitos para compor a análise qualitativa, que teve como objetivo identificar as publicações existentes sobre intervenções on-line em saúde mental no contexto da pandemia de COVID-19.

A Figura 1 apresenta o fluxograma da estratégia de busca de artigos utilizada nesta revisão sistemática e os resultados alcançados.


Figura 1. Fluxograma da estratégia de busca de artigos utilizada nesta revisão sistemática e os resultados alcançados.
Fonte: Secchi et al. (2021)



A leitura e a análise dos artigos possibilitaram a verificação e a sistematização dos dados em vários elementos de investigação, separados em aspectos formais e de conteúdo. A Tabela 1 apresenta os estudos nacionais e internacionais sobre as intervenções on-line em saúde mental em tempos de COVID-19.




De acordo com a Tabela 1, a totalidade das publicações são internacionais e oriundas do continente americano e europeu, visto que esses continentes tiveram a primeira onda da pandemia, bem como o desenvolvimento de pesquisas e medidas iniciais de intervenção on-line em saúde mental. Infelizmente, o baixo investimento do Brasil em pesquisa e inovação deixou o país despreparado para enfrentar a pandemia de coronavírus12, o que pode ser uma das justificativas para a ausência de literatura brasileira nas bases nacionais pesquisadas.

A maior parte dos estudos descreve a implementação de telessaúde no cenário pandêmico. Quanto ao atendimento e intervenção, foram utilizados aplicativos on-line específicos, ligações telefônicas e de vídeo, com o uso de entrevistas e questionários, visando a promoção da saúde mental no contexto de COVID-19. A figura 2 apresenta os principais resultados quanto às queixas da população assistida e as demandas de assistência em saúde mental.


Figura 2. Principais queixas da população assistida diante das demandas de assistência em saúde mental.
Fonte: Secchi et al. (2021)



A população considerada foi composta, predominantemente, por adultos e profissionais de saúde, sendo a minoria adolescentes e pessoas idosas. As intervenções envolveram atendimentos para redução de ansiedade e sintomas depressivos, transtorno alimentar e TDAH, com usuários do sistema de saúde e de clínicas de tratamento, por meio de ligações telefônicas e videoconferências. O potencial do uso da linha telefônica mostrou impacto para além da redução de problemas psicológicos, como ansiedade, depressão e transtorno de pânico13-17, e no tratamento de pacientes com psicoses18,19, tendo em vista o medo de contágio com o vírus. O uso da telessaúde20-26 e da psicoterapia on-line ou por telefone14 para os profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia foi positivo, e com menor número de desistência quando comparada ao atendimento presencial27,28.

O uso de videoconferência mostrou-se um espaço de suporte terapêutico na redução dos sintomas psicológicos como estresse, ansiedade, depressão e comportamento suicida22, 29-33, na redução de angústias, medos e diminuição do número de internações23, e na melhora da qualidade de vida física e mental de cuidadores34. O potencial de eficácia da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) focada no trauma por meio da telepsicoterapia, com crianças e adolescentes35, foi destacado.

De modo geral, as intervenções com programas e aplicativos virtuais foram benéficas para a saúde mental da população, na redução de sintomas depressivos24,36 de angústias e sofrimento relacionados ao tratamento de câncer37,38. Contudo, a precariedade do sistema de saúde39, a área geográfica e as barreiras tecnológicas podem ser consideradas fatores negativos, que dificultam o acesso40-42.


DISCUSSÃO

O objetivo deste estudo foi reunir as evidências empíricas sobre as intervenções on-line em saúde mental em tempos de COVID-19. Os principais achados internacionais apontam para atendimentos e intervenções com programas e uso de aplicativos virtuais, videoconferências, ligações telefônicas, com adultos e profissionais de saúde, evidenciando os benefícios da telessaúde e da telepsicoterapia no contexto pandêmico.

Certamente, a pandemia de COVID-19 aumentou a necessidade de atendimento psicológico na população global e criou novas barreiras para o acesso presencial aos serviços. Hospitais, centros de saúde mental e outras clínicas enfrentam o desafio de fornecer cuidados remotos continuados a uma população que está sob forte estresse1,8.

Desde o início da pandemia, as doenças mentais aumentaram e a demanda por recursos e serviços cresceu drasticamente. Nesse sentido, a telessaúde mental pode ser muito positiva, mas requer uma consideração cuidadosa para adequação, dependendo das necessidades do paciente43. Como colocam Faija et al.44, a política de saúde contemporânea está mudando para o atendimento à distância, e a necessidade crescente de fornecer serviços eficazes e acessíveis, com alcance populacional máximo, estimulou a demanda por modelos de serviços flexíveis e eficientes44.

A rápida mudança no cenário da saúde e o uso predominante da telemedicina evidencia a viabilidade de transição dos serviços de psicologia para atender às necessidades específicas da pandemia, sendo que alguns dos benefícios incluem continuidade do atendimento, flexibilidade de horários e eficiência45, como os 3.704 chineses que demonstraram feedback bastante positivo para o Modelo de Resiliência Psicológica. O modelo melhorou o acesso à saúde mental no país, demonstrando grande potencial para auxiliar nas demandas psicológicas na pandemia, podendo também ser utilizado por outros países29.

Os profissionais relataram facilidade em trabalhar virtualmente, principalmente nos casos de TDAH, destacando que a rápida adaptação para intervenção em saúde mental on-line foi importante devido às próprias mudanças impostas pela pandemia20, o que corrobora com os estudos de Wood et al.26, com relação à implementação da telessaúde, quando apontam para as diferentes possibilidades de atendimentos, como transtornos alimentares, distúrbios menstruais, questões de gênero, atendimentos gerais, tratamento de HIV e abuso de substâncias26.

Enquanto a telessaúde é promovida como uma forma de atender às necessidades populacionais de acesso à saúde, as barreiras tecnológicas e a falta de profissionais podem dificultar e impossibilitar o acesso aos serviços, o que revela a extrema importância de ações ao redor do mundo para promoção de saúde mental46. Como exemplo, cita-se o projeto desenvolvido na Holanda, que combina o monitoramento de parâmetros vitais com consultas de vídeo para avaliação clínica e para a implementação de vias de telemonitoramento para COVID-19 e outras doenças. Nesse sentido, o atendimento remoto possibilita a continuidade do tratamento e a identificação de sintomas47.

Outro exemplo a ser citado é o atendimento psicológico on-line realizado com pacientes oncológicos, o qual revelou o sentimento de gratidão pela possibilidade de continuidade do tratamento, uma vez que a maioria dos pacientes vivenciou sentimentos de estresse, perda e angústia devido à pandemia. Também, além de alguns profissionais enfatizarem o cansaço no final do dia após os atendimentos, pode haver o sentimento de distanciamento pela falta de contato não-verbal38.

A oferta de telepsicoterapia cresceu mundialmente, e as medidas protetivas sanitárias de distanciamento social aliadas ao medo da contaminação, proporcionaram o aumento desses atendimentos com resultados promissores. Um exemplo disso é o estudo realizado com 338 psicoterapeutas na República Checa (n=112), Alemanha (n=130) e Eslováquia (n=96), que identificou que o medo de contágio foi compensado pela crescente demanda de atendimento via telefone, com predominância no gênero feminino13. Além disso, o programa de habilidades parentais realizado nos Estados Unidos demonstrou que os 22 militares tiveram melhora na saúde mental, principalmente nos sintomas depressivos e estresse, o que evidenciou a eficácia da intervenção Online Parenting Pro-Tips (OPPT) e o potencial de intervenções em telepsicoterapia no apoio às famílias em risco, podendo ser adaptada via smartphone16.

A telepsicoterapia é vital para as populações, especialmente durante o surto pandêmico de COVID-1918, sendo que os atendimentos virtuais com diferentes profissionais de saúde na linha de frente, tanto em grupo quanto individual, foram muito eficazes, tanto na redução de ansiedade quanto no enfrentamento de medos e angústias relacionados à doença, tornando-se um suporte emocional28. Assim como a intervenção por meio dos 9038 telefonemas do Mental Health Network, que resultou na redução do número de internações23, sendo que pessoas de 18 a 44 anos demonstraram maior adesão em utilizar atendimentos virtuais39.

A TCC via telepsicoterapia pode ser muito benéfica na redução dos sintomas de ansiedade e depressão com adultos31,48, uma vez que a adesão foi maior na psicoterapia on-line do que na presencial, no tratamento de crianças e adolescentes com traumas33. O app em avaliação na Espanha, também com base na TCC - PsyCovidApp, uma intervenção para profissionais de saúde a partir de habilidades emocionais, estilo de vida, estresse no trabalho, suporte social e ferramentas práticas, demonstrou ser muito positivo1. Contudo, dificuldades relacionadas à falta de conectividade e acesso em áreas rurais devem ser consideradas35.

Relacionado com as intervenções em saúde mental e os respectivos aplicativos virtuais disponíveis, o programa de cuidado iCAN-DO indicou benefícios aos usuários com câncer e com sintomas como ansiedade e depressão37, assim como outros tipos de intervenção como Step-by-Step e MOOD, que também indicaram a melhora nos sintomas de depressão, trazendo bem-estar aos participantes36,48, o que corrobora com outros estudos com aplicativos que revelaram que indivíduos com sintomas psicológicos graves como psicose, podem beneficiar-se19,21,49. Entretanto, também podem apresentar dificuldades no uso da internet, não envolvendo-se de forma contínua49,50.

O programa CopeColumbia, formado por 186 grupos de profissionais de saúde em um hospital, com foco no suporte emocional frente às dificuldades emergentes do contexto da pandemia, estratégias de coping e resiliência, controle do estresse e ansiedade, traumas, perdas e lutos, foi considerado um espaço seguro para o tratamento de saúde mental32; assim como o programa e-consult para usuários de SPA's na Índia, pois a maioria dos profissionais revelou boa aceitação (98%) frente à intervenção psicológica realizada24, o que denota a evidência positiva de acessibilidade e cuidado desse tipo de atendimento.

Corroborando com os dados sobre as intervenções por videoconferência ou ligações telefônicas, os 20,475 telefonemas na Índia demonstram o potencial efetivo desse tipo de atendimento, já que 90% dos usuários revelaram-se satisfeitos, o que tem relação com a redução dos atendimentos presenciais durante o lockdown, já que o número de desistências foi muito maior do que on-line ou por telefone14. Assim como outras 2.144 ligações da linha de atendimento psicológico, que também apontou para uma variedade de problemas psicológicos na população em geral, como transtorno de pânico, ansiedade e depressão17. Frente ao expressivo sofrimento psicológico, serviços on-line podem desempenhar um papel vital, uma vez que atendimento via telefone é uma forma de quebrar barreiras e preconceitos, interligando outros serviços indispensáveis para os próprios usuários15,27.

As 6.800 intervenções realizadas por meio de chamadas de vídeo e serviços de mensagens eletrônicas na República Dominicana evidenciaram o sofrimento psicológico da população na pandemia, em meio à ansiedade (43%), depressão (15%), problemas de sono (26%) e comportamentos relacionados ao suicídio (2%)22. Conforme os estudos mostram, a aplicação remota de terapias psicológicas por meio de videoconferência possivelmente será um método contínuo de tratamento pós-pandemia, podendo ser muito benéfica para pessoas com transtorno de ansiedade social51 e para a qualidade da saúde mental e física do cuidador de adultos34.

A pandemia de COVID-19 criou muitos desafios para os sistemas de saúde em todo o mundo. Desde o início das restrições e bloqueios, os registros de aumento nos relatos de violência interpessoal ao redor do mundo impulsionaram o uso de recursos digitais de saúde adaptados. Por meio das plataformas on-line, como sites, aplicativos móveis e mídias sociais, vítimas e perpetradores, recebem ajuda para controlar estressores induzidos pelo coronavírus, bem como praticar técnicas de regulação emocional52, o que é bastante positivo. Outras intervenções na modalidade de telepsicoterapia envolvem assistência aos pacientes com riscos de suicídio, essas denotam maior cuidado por parte dos profissionais em saúde mental53.

Tendo em vista algumas limitações dessa modalidade de assistência, o estudo americano de Sharma et al.25 apresentou a implementação do serviço de telessaúde mental durante a pandemia de COVID-19. Em apenas 6 semanas, 2.609 crianças e adultos obtiveram atendimento virtual em grupo, e mesmo com algumas limitações para a implementação, como o acesso à internet, o atendimento on-line foi efetivo. Contudo, além da importância do treinamento dos profissionais25, também é fundamental o conhecimento do uso das tecnologias no sentido de buscar diminuir ao máximo a desistência dos participantes41,42.

Dos 117 profissionais nos EUA que realizam telessaúde mental, a maioria são mulheres (68,9%), com média de dois anos de atuação. Desses, apenas a metade dos profissionais afirma receber pagamento dos planos de saúde para realizar esse tipo de atendimento (50%), mas mesmo assim enfatizam a continuidade do uso da telemedicina no futuro (70%). Por mais que os profissionais afirmem que a telessaúde mental aumenta o acesso aos pacientes, muitos ainda mantêm as preocupações quanto à segurança dos pacientes e diante das barreiras tecnológicas impostas40.

Atendimentos no combate à sentimentos de solidão em pessoas idosas também devem ser considerados. Infelizmente, poucas intervenções on-line foram desenvolvidas e validadas para ajudar a aliviar os sintomas psicológicos desse grupo. Uma intervenção psicossocial que foi positiva para essa população é o "Círculo de Amigos", baseada em evidências para socializar idosos por meio de atividades interativas54, sendo o uso de aplicativos e-Health um meio de auxiliar no cuidado biopsicossocial do indivíduo, no contexto da saúde mental55. De fato, é indispensável que as pesquisas e os estudos com esse grupo avancem, cujo isolamento e solidão podem piorar à medida que a pandemia avança.

Conforme a Associação Chinesa de Saúde Mental, vários livros sobre prevenção, controle e educação em saúde mental foram rapidamente publicados no início da pandemia, de forma impressa e on-line27,30. Serviços de saúde mental remoto facilitam o desenvolvimento de intervenções de emergências públicas, melhorando a qualidade e a sua eficácia, o que aponta a importância das autoridades de saúde em investir em recursos tendo em vista as consequências na saúde mental da população.

Como os estudos mostram, a telessaúde foi rapidamente implementada e as evidências demonstram que representa um modo eficaz de prestação de serviços, sendo uma grande promessa para aumentar o acesso aos cuidados em saúde mental, uma estratégia para manter a comunicação e o relacionamento terapêutico. Há uma grande oportunidade para soluções inovadores em saúde mental, aumentando o número de pessoas que possam obter acesso ao cuidado de qualidade10,56,57.

Como se pode constatar, os resultados desta pesquisa trouxeram achados importantes, na medida em que elucidaram as intervenções on-line em saúde mental realizadas na pandemia de Covid-19. A ausência de literatura brasileira, conforme destacado anteriormente, pode ter relação com a escassez de financiamento para o desenvolvimento científico no Brasil, pois sem o apoio público de longo prazo é inviável que o país possa acompanhar os avanços tecnológicos mundiais.

Mesmo diante desta realidade preocupante, pesquisadores do Brasil tem reunido esforços e desenvolvem projetos multicêntricos de pesquisa-ação, com o objetivo de ofertar e avaliar serviços transdisciplinares de saúde mental às populações mais vulneráveis. Como exemplo, cita-se o projeto intitulado Coletivos On-Line em Saúde Mental: Ação Transdisciplinar para Grupos Vulneráveis ao COVID-19 (https://coletivosaudemental.com.br/pesquisa/). Para efetivar esta proposta, desenvolveu-se uma solução e-Health com a tecnologia Progressive Web App, com recursos intuitivos que consideram os princípios de usabilidade e possibilita o acesso aos diversos instrumentos para coleta de dados e ao agendamento em salas de atendimentos individuais e em grupos. Para assegurar a confidencialidade dos dados e a privacidade do usuário, a plataforma foi hospedada e armazena os dados em um servidor remoto baseado em protocolos seguros da Web, de modo a implementar a comunicação entre os dispositivos cliente e servidor de forma criptografada. Portanto, entendese que iniciativas dessa natureza devem ser incentivadas para que o Brasil possa retratar a realidade vivenciada pela população e assim prover medidas de intervenção direcionadas a saúde dos brasileiros.

Por fim, esta revisão sistemática de literatura identificou que o atendimento on-line em saúde mental foi uma modalidade de rápida implementação durante a COVID-19, sendo uma forma de assistência que pode se mostrar segura e efetiva para a continuidade do tratamento, além de aumentar o acesso aos cuidados em saúde mental. Contudo, a falta de dispositivos de internet e de domínio no uso das tecnologias digitais podem influenciar diretamente no acesso a essa modalidade de assistência. Adicionalmente, a limitação do período em que foi realizado a pesquisa é uma variável importante, visto que muitos artigos avaliaram a modalidade de intervenção em tempos de COVID-19.


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Universidade de Passo Fundo, Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano - Passo Fundo/RS - Brasil

Correspondência

Álisson Secchi
alissonsecchi@gmail.com / E-mail alternativo: rogerdullius@gmail.com

Submetido em: 01/02/2020
Aceito em: 05/06/2021

Contribuições: Álisson Secchi - Coleta de Dados, Gerenciamento de Recursos, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão, Visualização; Willian Roger Dullius - Coleta de Dados, Conceitualização, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição; Livia Garcez - Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição; Silvana Alba Scortegagna - Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão

Instituição: Universidade de Passo Fundo, Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano - Passo Fundo/RS - Brasil

 

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