ISSN 1516-8530 Versão Impressa
ISSN 2318-0404 Versão Online

Revista Brasileira de Psicoteratia

Submissão Online Revisar Artigo

Rev. bras. psicoter. 2021; 23(1):189-207



Revisão sistemática

Intervenções psicológicas frente à COVID-19: uma revisão integrativa da literatura

Psychological Interventions due to COVID-19: an integrative review in the literature

Intervenciones Psicológicas por COVID-19: una revisión integradora en la literatura

Fernanda Fernandes Rodriguesa; Alexandre Feltensa; Karen Rayany Ródio-Trevisanb; Liara Dall' Agnese Sedora; Roberta Borghetti Alvesa

Resumo

Intervenções psicológicas frente a COVID-19 foram analisadas a partir de produções científicas. Pesquisou-se nas bases de dados Scielo, Science Direct, Lilacs, Pubmed e Portal da Capes, os descritores ("Psychological Interventions" AND "COVID-19"), ("Public Health" AND "Psychology" AND "COVID-19") e ("Community Health" AND "COVID-19" AND "Psychology"). Foram selecionados 12 artigos que atenderam os critérios de inclusão, sendo cinco estudos empíricos, duas comunicações breves, três revisões da literatura e dois relatos de experiência, todos de 2020, sendo um brasileiro e os demais internacionais. Evidenciou-se que as intervenções psicológicas de forma remota tiveram prevalência, dentre elas grupos de psicoeducação e terapêuticos na perspectiva da Terapia Cognitivo-Comportamental. Destacaram-se intervenções focadas nos estressores, nas dificuldades de adaptação, bem como, regulação do sono, regulação emocional, culpa, medo de ser discriminado e desamparo. Sugere-se o desenvolvimento de pesquisas voltadas à elaboração de guias de intervenção, respeitando as fases de prevenção, mitigação, prevenção, resposta e reconstrução conforme orienta a Psicologia na Gestão de Riscos e Desastres.

Descritores: COVID-19; Intervenções psicológicas; Saúde mental; Doenças infecciosas; Pandemia

Abstract

Scientific productions focused on psychological interventions performed in relation to COVID-19 were analyzed. The descriptors ("Psychological Interventions" AND "COVID-19"), ("Public Health" AND "Psychology" AND "COVID-19") were searched in Scielo, Science Direct, Lilacs, Pubmed and Capes's Portal databases. ) and ("Community Health" AND "COVID-19" AND "Psychology"). Twelve articles that met the inclusion criteria were selected, five empirical studies, two brief communications, three literature reviews and two experience reports, all from 2020, one Brazilian and the other international. It was evidenced the prevalence of remote interventions, among them psychoactive and therapeutic groups in the perspective of cognitive-behavioral therapy. Interventions focused on stressors, adaptation difficulties, as well as sleep regulation, emotional regulation, guilt, fear of being discriminated against and helplessness stood out. We suggest the development of research aimed at the elaboration of intervention protocols, respecting the phases of prevention, mitigation, prevention, response and reconstruction, as directed by Psychology in Risk and Disaster Management.

Keywords: COVID-19; Psychological interventions; Mental health; Infectious diseases; Pandemic

Resumen

Se analizaron pruebas científicas dirigidas a las intervenciones psicológicas realizadas sobre el COVID-19. Se buscó en las bases de datos de Scielo, Science Direct, Lilacs, Pubmed y Portal da Capes, los descriptores ("Psychological Interventions" and "COVID-19"), ("Public Health" and "Psychology"and "COVID-19") y ("Community Health" and "COVID-19" and "Psychology"). Fueron seleccionados 12 artículos que atendieron los criterios de inclusión, siendo cinco estudios empíricos, dos comunicaciones breves, tres revisiones de la literatura y dos relatos de experiencia, todos de 2020, siendo uno brasilero y los demás internacionales. Se evidenció que las intervenciones de forma remota tuvieron evidencia, entre ellas grupos terapéuticos en la perspectiva de la Terapia Cognitivo-Comportamental. Se destacaron intervenciones dirigidas a los estresantes, en las dificultades de adaptación, regulación del sueño, miedo de ser discriminado y desamparado. Se sugiere el desarrollo de investigaciones encaminadas a la elaboración de protocolos y guías de intervención, respetando las fases de prevención, mitigación, prevención, respuesta y reconstrucción, según lo dirigido por Psicología en Gestión de Riesgos y Desastres.

Descriptores: COVID-19; Intervenciones psicológicas; Salud mental; Enfermedades infecciosas; Pandemia

 

 

INTRODUÇÃO

Com mais de 373 mil óbitos até abril de 2021 no Brasil, a COVID-19 - doença causada pelo novo coronavírus, é considerada um dos maiores problemas de saúde pública das últimas décadas1'2. O Ministério da Saúde divulga diariamente os casos confirmados, em recuperação e recuperados. Desde o primeiro caso identificado, em março de 2020, somam-se mais de treze milhões de casos confirmados no mundo. Com o objetivo de achatar a curva de contágio, medidas como distanciamento social, utilização de máscaras, restrição a toques como abraços e beijos e higiene frequente das mãos foram recomendadas pelo Ministério da Saúde.

Frente a esse cenário, o medo de contaminação própria e de familiares e amigos, a ansiedade por não saber o que está por vir, a angústia e o estresse por preocupações excessivas se tornaram frequentes no dia a dia da população3,4. Passados mais de um ano em cenário pandêmico, a população se encontra em uma «fase crônica» para os impactos na saúde mental. Nessa fase há incidência de Transtornos Comportamentais, Ansiedade, Depressão, sentimentos de desesperança e vazio, violência e conflitos familiares5.

Situações de pandemia impactam a população e podem causar reações psicológicas adversas, capazes de afetar a recuperação de pacientes hospitalizados, de modo a necessitar de intervenção psicológica6. É possível indicar que mesmo após o término da pandemia, a reflexão e revisão da atenção psicossocial realizada será essencial, assim como a implementação das políticas públicas voltadas ao cuidado em saúde mental7,8. Percebe-se que os profissionais da psicologia têm sido requisitados para realizar intervenções tanto com pessoas que estão internadas em hospitais6 quanto com equipes de saúde que realizam o cuidado das pessoas afetadas pela COVID-199.

No Brasil, com o objetivo de orientar e contribuir com a atuação dos psicólogos em situações adversas, como na pandemia da COVID-19, o Conselho Federal de Psicologia lançou Nota Técnica em 2016 sobre a Psicologia na Gestão Integral de Riscos e de Desastres. Assim, as intervenções psicológicos em situações de pandemia deverão respeitar cinco fases, assim definidas: prevenção (ações que visam evitar a ocorrência do evento); mitigação (estratégias para minimizar as possíveis consequências do evento adverso); prevenção (práticas para a melhora da resposta dos órgãos públicos e da população frente ao evento adverso); resposta (ações para realizar o atendimento à população, assistir às vítimas e restabelecer serviços essenciais) e reconstrução (momento de administração dos impactos pós-emergência)10.

Destaca-se a utilização de métodos alternativos para se realizar esses atendimentos e intervenções como forma de evitar o risco de contágio11 e de garantir a qualidade das intervenções. Portanto, evidencia-se a necessidade de investigar essas práticas psicológicas no contexto da pandemia COVID-19 para o fornecimento de subsídios técnicos para profissionais de saúde mental, assim como, para a construção de protocolos e guias de atuação. Ainda, destaca-se a importância da realização de revisões na literatura para subsidiar a elaboração de novos estudos. Com base em tais aspectos, o presente estudo busca identificar os primeiros registros e produções científicas a respeito das intervenções psicológicas realizadas frente a COVID-19 em nível mundial.


MÉTODO

Foram realizados dois momentos na coleta de dados. Na "busca 1" foram pesquisados nas bases Scielo, Science Direct, Lilacs e Pubmed os termos ("Public Health" AND "Psychology" AND "COVID-19") e ("Community Health" AND "COVID-19" AND "Psychology"). Já na "busca 2", pesquisou-se nas bases Scielo, Science Direct, Portal de Periódicos da Capes e Pubmed os descritores ("Psychological Interventions" AND "COVID-19"). Foram realizados esses dois momentos de busca de produções científicas de forma a conseguir englobar um número maior de artigos e, consequentemente, de informações relevantes e modelos de intervenção psicológica frente a COVID-19. Como critérios de inclusão, nesta pesquisa se consideraram os artigos de relatos de experiência, empíricos, teóricos e de revisão da literatura, bem como, comunicações breves, publicados em português, inglês, espanhol ou francês, de janeiro de 2020 a 7 de agosto de 2020.

Além desses critérios, as produções científicas deveriam abordar ou trazer contribuições a respeito da atuação ou das intervenções realizadas por psicólogos frente a COVID-19. Essas intervenções consideradas são aquelas que utilizaram de técnicas da psicologia para manejo do sofrimento psíquico e/ou demandam conhecimento do campo científico da psicologia para tal. Ao total, somando os dois momentos, foram localizados 847 artigos. Sete deles foram excluídos pois estavam duplicados, totalizando, portanto, 840 artigos. Para a análise dos 840 artigos se adotou os critérios de seleção supracitados. Na seleção foram lidos os títulos e os resumos de todos os artigos por três pesquisadores. Ao final dessa seleção, foram selecionados 12 artigos, seis de cada momento da pesquisa, esses que foram lidos e analisados na íntegra.


Figura 1. Descrição do rastreio realizado na busca sistemática conforme modelo PRISMA



Para a análise desses 12 artigos, considerou-se as seguintes diretrizes: objetivo da pesquisa, participantes, instrumentos e técnicas de coleta de dados, análise dos dados, principais resultados relacionados às intervenções psicológicas frente a COVID-19 e limitações do estudo. Englobou-se os artigos em duas categorias de análise, uma relacionada aos instrumentos de avaliação para fornecer dados para a intervenção e a segunda que se voltou às práticas psicológicas realizadas frente ao cenário pandêmico.


RESULTADOS

De um total de 12 artigos considerados, cinco voltaram-se aos estudos empíricos, dois comunicações breves, três revisões da literatura e dois relatos de experiência. Todos publicados no ano de 2020, um brasileiro e os demais internacionais. Ainda, dessas 12 produções científicas, identificou-se que quatro trouxeram contribuições a partir do desenvolvimento de instrumentos de manejo e avaliação psicológica frente a COVID-19, desses três construídos a partir de pesquisas empíricas7,12,13 e o outro uma adaptação transcultural14.




INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA FRENTE A COVID-19

Esta categoria de análise dedicou-se a apresentar dados acerca dos quatro instrumentos de avaliação identificados por meio da revisão de literatura, esses que podem servir de norteadores para a prática psicológica frente a COVID-19. Tais instrumentos podem ser utilizados tanto na etapa de preparação da população e da equipe para um cenário de emergência de saúde pública quanto para a etapa de resposta ao evento. Na preparação seriam aplicados para analisar a saúde mental da população e planejar intervenções. Já na resposta auxiliariam na análise dos resultados das intervenções.

O primeiro estudo12 buscou evidências de validade de conteúdo de uma Escala de Sofrimento Psíquico relacionado a COVID-19 para a população não infectada na China. A metodologia para o desenvolvimento dessa escala consistiu na aplicação de entrevistas semiestruturadas com o público-alvo do instrumento. A escala tipo Likert de cinco pontos é composta por 14 itens e engloba duas dimensões: 1. Ansiedade e Medo; 2. Suspeita da doença. Os autores entendem que a ansiedade e o medo da infecção pelo vírus podem prejudicar as atividades do dia a dia e se relacionam também com o fato de impactar a vida funcional e social diretamente. Já a suspeita era um mecanismo de defesa desenvolvido diante de doenças infecciosas. Assim, segundo dados coletados por essa pesquisa, o público em geral poderá duvidar não somente de pessoas com febre e tosse, mas também de pessoas com sintomas como vômito, por exemplo. O estudo indica que, para a coleta de dados, o método utilizado foi o de saturação de dados, sendo o instrumento para coleta, entrevistas semiestruturadas, analisadas pelo NVivo 11. Cinco especialistas em saúde mental, psicologia social, saúde pública, enfermagem e linguística, da Universidade de Kunming, foram convidados para indicar a validade de conteúdo, com uma escala de 0 a 10. Outros 20 participantes foram chamados para realizar uma primeira pesquisa com a escala, entre 15 a 17 de abril de 2020. O estudo não adotou o método de amostragem aleatória, mas sim de amostragem por conveniência combinado com o recurso bola de neve, de modo a necessitar de outros estudos com uma amostra probabilística. Apesar da ampla divulgação da pesquisa e da busca por participantes, a maioria desses são da província de Yunnan, o que prejudica a generalização dos dados e as evidências de validade da escala. Os pesquisadores evidenciam, portanto, a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas de forma a reduzir esse viés, bem como, reexaminar as evidências de validade da escala12.

Já pesquisadores, em outro estudo14, adaptaram a Escala de Medo de COVID-19 para o turco e investigaram as relações entre o medo da COVID-19, o sofrimento psicológico e a satisfação com a vida. Os dados foram coletados com 1304 participantes, com idade entre 18 a 64 anos, em 75 cidades da Turquia. Para o processo de adaptação transcultural desta Escala, foi realizada a análise fatorial confirmatória, Teoria de Resposta aos Itens e evidência de validade voltadas às relações externas. Sabe-se que o alfa de Cronbach foi 0,82, sendo o Ômega de McDonald's, a Guttmann, a confiabilidade composta e o coeficiente de confiabilidade encontrados com valor de 0,84, de modo a obter bons índices de precisão. O estudo evidenciou correlações positivas entre o medo da COVID-19, depressão, ansiedade e estresse de modo a contribuir na elaboração de estratégias de intervenção que levam em consideração estes fenômenos. O medo da COVID-19 teve correlação negativa com a satisfação com a vida. Nota-se que essa escala poderá ser utilizada para a avaliação e planejamento de intervenções frente a COVID-19 na Turquia, bem como, pesquisas a respeito do impacto na saúde mental frente a COVID-19.

Tendo também o foco em construtos que decorrem do sofrimento psíquico frente à pandemia, salientase a Escala de Estresse frente à COVID-19, conforme outro estudo7nos trouxe. Foram elaborados 36 itens destinados à identificação de: medos de perigo e contaminação; medos frente às consequências econômicas; xenofobia; verificação compulsiva e busca de garantia e; sintomas de estresse traumático frente a COVID-19. Para o desenvolvimento dessa escala, uma pesquisa de autorrelato online foi feita por uma empresa comercial de amostragem e administração de pesquisa (Qualtrics). Ao final, foram 6854 adultos que participaram, sendo 3375 dos Estados Unidos e 3479 do Canadá, com idade entre 18 e 94 anos. Além das perguntas a respeito do sofrimento relacionado a COVID-19, a pesquisa abordou medidas relativas à ansiedade e à depressão. Os autores obtiveram evidências de consistência interna e relações externas da Escala. O estudo informa que essa Escala pode ser a ferramenta para mensurar a angústia associada a COVID-19 e para a identificação de pessoas com necessidades de serviços de saúde mental. Essa Escala poderá também ser usada em estudos para prever quais pessoas são mais propensas a se envolver em comportamentos de higiene, distanciamento social e adoção de uma vacina, por exemplo7. Tal instrumento poderá contribuir para a elaboração do plano de contingência dos municípios a fim de saber quais estratégias precisam ser realizadas para aumentar a percepção de risco e o comportamento de segurança.

Identificou-se também a elaboração de um Questionário de Reação em Emergência (Emergency Reaction Questionnaire - ERQ)13. Esse instrumento objetiva prever a reação e o comportamento de uma pessoa em uma emergência de modo a auxiliar na elaboração de práticas de preparação para a população lidar com a pandemia. Esse Questionário foi desenvolvido a partir de um conjunto de itens criado com base em entrevistas com pessoas que enfrentam emergências semanalmente e também com base na literatura já existente. As evidências de consistência interna e precisão foram obtidas por meio de uma amostra de leigos, grupos de bombeiros e praticantes de esportes radicais. Os participantes eram caucasianos, com idade entre 18 e 70 anos. Ainda, o estudo informa que para a construção deste Questionário foram utilizadas as medidas de ansiedade, depressão, inibição comportamental, ativação e enfrentamento em situações estressantes. O Questionário de Reação em Emergência obteve propriedades psicométricas satisfatórias para a utilização em cenário de emergência13.


INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS FRENTE A COVID-19

Evidenciou-se oitos estudos nesta categoria sendo que duas pesquisas de revisão da literatura focaram nas intervenções de forma online, tanto para a população em geral quanto para os profissionais da saúde9,15. A primeira revisão da literatura encontrada15 buscou sistematizar conhecimentos sobre as implicações na saúde mental e as possíveis intervenções psicológicas diante da pandemia a partir de uma revisão narrativa da literatura. A busca ocorreu a partir de consultas nas bases de dados Science Direct, PubMed, Scientific Electronic Library Online e Google Scholar e também em sites de organizações ligadas a área da saúde e da Psicologia, em diferentes dias durante o mês de março de 2020, com os descritores "coronavírus", "COVID-19", "mental health", "psychological impact" e "psychological interventions".

Já a segunda revisão da literatura9 trouxe algumas considerações para as intervenções psicológicas frente a COVID-19, sendo essas um compilado de reflexões feitas a partir de um levantamento de pesquisas preliminares atuais e a partir da literatura anterior, a respeito de outras epidemias, como a SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome) e a MERS (Middle East Respiratory Syndrome). O que se recomenda é que as intervenções psicológicas face a face sejam restritas ao mínimo possível. Assim, os serviços psicológicos de forma remota passam a ser uma alternativa para esta situação, uma vez que esse tipo de prática é clinicamente eficaz. Os atendimentos também podem ser realizados via telefone. Faz-se necessário, porém, realizar a pactuação e contrato com o paciente, visto que é possível que alguns tenham dificuldades para se adaptar ao atendimento online9,15. Outro ponto importante a se considerar são os aspectos jurídicos/legais para o atendimento online no Brasil, como a publicação da Resolução nº 04/2020 pelo Conselho Federal de Psicologia, que autoriza a prestação de serviços psicológicos iniciais sem a espera da emissão de Parecer pelo Conselho Federal de Psicologia para se iniciar o trabalho em função da emergência desses atendimentos diante da COVID-1915. No entanto, caso ocorra o parecer desfavorável, o profissional deverá encerrar as suas atividades.

Identificou-se também nesses dois estudos15,9 os potenciais grupos de risco para sofrimento psíquico, os quais deverão receber atendimento prioritário diante da COVID-19. Um deles9 informa que os grupos prioritários serão: 1) os profissionais da saúde que podem experimentar maior exposição ao vírus; 2) as pessoas que passaram por situações potencialmente de risco, como a morte de familiar ou a ameaça de perda da renda; 3) as pessoas com alguma psicopatologia pré-existente. Para o primeiro grupo, os psicólogos e psiquiatras deverão atuar de forma a colaborar com esses colegas da equipe interprofissional. Assim os psicólogos deverão auxiliar os profissionais a desenvolver resiliência psicológica a partir da orientação no gerenciamento da ansiedade, do medo de contágio, dos episódios de estresse agudo e também na promoção do autocuidado. Para o segundo grupo, o estudo não especifica quais intervenções. Já para as pessoas com alguma psicopatologia pré-existente, ou ainda, em emergência psiquiátrica grave, de modo a envolver agressão, automutilação ou tentativas de suicídio, as intervenções psicológicas deverão ser abordadas pessoalmente.

A indicação de quais pessoas compõem os grupos prioritários para atendimento não é consenso entre os estudiosos. Na outra produção científica15 a classificação das prioridades segue a apresentada pela Comissão Nacional de Saúde da China: 1) pessoas hospitalizadas com a infecção confirmada e profissionais da saúde que trabalham ou não na linha de frente; 2) pessoas com suspeita de infecção; 3) pessoas com contato próximo às pessoas descritas nos itens 1 e 2; 4) pessoas afetadas pelas medidas de prevenção e população em geral. Esse estudo informa que, para o público em geral, a intervenção psicológica poderá ser realizada de forma a ofertar os primeiros cuidados psicológicos (alívio das preocupações, escuta e ativação da rede de apoio), assim como, é importante dialogar sobre a exposição excessiva às informações e as reações esperadas frente à pandemia. Já com os profissionais da saúde, esse estudo destaca a necessidade de intervir frente à frustração de não conseguir salvar vidas acometidas pela COVID-19 e também pelo estresse de não ter experiência com emergências em saúde de grande porte. Ainda, é possível que as intervenções auxiliem os profissionais que tiveram que se afastar da família por questão de segurança, visto que essa situação acarreta sofrimento psíquico.

Ambos os estudos corroboram que para qualquer intervenção psicológica frente a COVID-19, é importante identificar quais são fatores potenciais de risco que mantêm o problema, assim como a necessidade de identificar o histórico da saúde mental. Sentimentos como angústia, medo, raiva e ansiedade são normais em situações de crise, mas não poderão ser minimizados de modo a necessitar analisar sua gravidade e o impacto na vida cotidiana do sujeito. Ainda, a orientação é que as intervenções sejam focadas nos estressores e nas dificuldades de adaptação relacionadas à doença9,15.

Além dessas considerações a respeito das intervenções psicológicas, identificaram-se dois relatos de experiência e duas comunicações breves que trazem possíveis modelos, protocolos ou sistemas para atendimento em hospitais6,16. Um desses modelos foi criado no Leishenshan Hospital em Wuhan, na China, estabelecendose um fluxo para a realização de atendimentos a serem realizados de forma online e presencial. Para realizar tal intervenção uma equipe de 35 profissionais foi recrutada. Inicialmente o psiquiatra se comunica com cada paciente da enfermaria para estabelecer o vínculo terapêutico, assim como analisa o grau de severidade do quadro psicológico de cada paciente e repassa essas informações aos demais membros da equipe. Logo, os pacientes passam a ser encaminhados para outros profissionais para serem atendidos de forma remota, em grupos, levando em consideração esse estabelecimento de vínculo já realizado de forma presencial e a classificação do seu caso. Nesses grupos online se realizam intervenções seguindo os pressupostos da Terapia Cognitivo-Comportamental, desenvolvendo atividades voltadas à regulação do sono, à regulação emocional, ao entendimento e manejo do estresse, da culpa, do medo de ser discriminado e desamparado. Quando o paciente não apresentava melhora no atendimento online, esse é encaminhado para o atendimento presencial. Os autores desse estudo6 enfatizam a importância dessa combinação entre atendimentos online e presencial, a fim de que possa manter o vínculo terapêutico, sendo esse o cerne do modelo de intervenção apresentado neste estudo. Além disso, foi possível constatar que esse vínculo terapêutico realizado no primeiro momento e a periodicidade dos atendimentos foram necessários para que pudesse ser realizado o atendimento online e para que houvesse a diminuição do sofrimento psíquico.

Também a partir de uma comunicação breve16, destaca-se a implementação de um sistema de apoio psicológico para a população da Tunísia, diante da COVID-19. É importante informar que esse sistema foi implementado pela primeira vez em 2015, após os ataques terroristas em Bardo, na Tunísia e também já havia sido utilizado em situações de desastres socioambientais nesse mesmo país. Houve, em março de 2020, a preparação para a implementação desse sistema, que consistiu em reuniões remotas com as equipes do Centro de Operações Estratégicas em Saúde e da Unidade de Suporte Psicológico. Durante essas reuniões foi elaborado um algoritmo da triagem a ser utilizado durante a recepção da chamada. Além disso, houve a instalação por parte da Operadora de Telefonia Nacional de uma linha acessível gratuita a toda a população. Foi realizado o recrutamento de psiquiatras e psicólogos para atuarem de forma voluntária. A organização do sistema ocorreu da seguinte maneira: o aluno que pertence a Associação de Estudantes de Medicina da Tunísia (Associa-Med), também parceira do projeto, recebe a chamada e completa um formulário de identificação do sujeito (idade, sexo, status de risco COVID-19, história psiquiátrica e somática e queixas atuais), encaminha a chamada para o profissional da saúde mental melhor capacitado para a demanda e que esteja disponível naquele dia e horário. Em seguida, encaminha também um email com as informações de identificação já coletadas. Esse profissional faz o atendimento e preenche uma ficha com os sintomas clínicos, o motivo da chamada e os métodos de intervenção, tais como: encaminhamento ao psiquiatra assistente, psicoeducação sobre ansiedade e treinamento para inoculação do estresse com técnicas de relaxamento. Os autores relatam que esse modelo de intervenção foi eficaz, mas entendem a importância de se melhorar os protocolos, uma vez que a demanda para atendimento psicológico tende a aumentar com a continuidade da pandemia.

Também foi possível identificar comunicações breves e relatos que trazem as experiências vividas por equipes de profissionais da saúde no contexto inicial da pandemia na China17,18. Segundo estudo17, o governo municipal de Xangai implantou plataformas online para fornecer atendimentos psicológicos 24 horas por dia, sete dias por semana. No Hospital e nas agências especializadas, foram estabelecidos grupos prioritários para tornar os atendimentos mais eficazes e seguros, sendo eles: 1 - pacientes com sintomas graves, os profissionais da saúde da linha de frente e equipe administrativa; 2 - os pacientes com sintomas leves; 3 - familiares e pessoas próximas aos grupos 1 e 2; 4 - grupo no geral. Para esse estudo, os atendimentos de forma remota apresentam limitações, como a falta do acesso a mais dados do histórico médico da paciente, assim como, a dificuldade em observar a linguagem e a expressão corporal. Desse modo, a intervenção psicológica remota, para estes autores, não poderia substituir as práticas e atendimentos de forma presencial. Também se identificou a priorização no atendimento psicológico presencial para os casos de tentativa de suicídio e comportamento impulsivo.

Também na China, 42 mil profissionais da saúde, entre psicólogos e médicos, foram recrutados para dar suporte à população afetada pela COVID-19. Essa comunicação breve18 informou que na China foram estabelecidos dois tipos de hospitais durante a pandemia: o primeiro foi designado para o atendimento de pacientes com quadros clínicos moderados a severos e o segundo foi direcionado para pacientes com doença leve, que não precisavam de reposição de fluidos intravenosos. O apoio psicológico acontecia de forma online, por ligações ou grupos em redes sociais. Os atendimentos de forma presencial ocorreriam mediante agendamento prévio.

A Comissão Nacional de Saúde da China organizou, ainda, os serviços de apoio em quatro setores, de acordo com o nível de sofrimento da população: para o sofrimento leve, era ofertado de forma online o apoio social, o qual era realizado pela própria comunidade que havia realizado o curso de primeiros auxílios psicológicos; o segundo voltou-se ao sofrimento moderado realizado por telefone por psicólogos que realizavam o acolhimento e o atendimento psicológico; a terceira equipe consistia em grupo que avaliava e classificava os pacientes para atendimento de forma presencial e também realizavam intervenção em crise, caso houvesse algum sofrimento psíquico intenso e de difícil manejo; e por último o grupo de psicólogos especialistas no tema que planejava os treinamentos voltados aos primeiros auxílios psicológicos e dava assistência e suporte aos demais profissionais a partir da supervisão. Os autores18 salientaram que essa organização foi bastante eficaz e esperam que essas medidas possam ajudar o governo chinês a minimizar o sofrimento psíquico da população afetada pela COVID-19.

Tal modelo de intervenção supracitado foi recomendado também por outros autores19. Segundo esses, foi possível identificar que, durante o surto da COVID-19, as intervenções psicológicas poderão acontecer em duas frentes: a primeira voltada ao medo de contrair a doença, sendo que essa poderá ser realizada por médicos ou psicólogos. Já a segunda, consiste no fortalecimento das estratégias de adaptação frente ao novo cenário, sendo que essas intervenções serão realizadas de forma online.

A respeito das intervenções psicológicas com crianças e adolescentes, identificou-se somente um estudo empírico. Pesquisadores11, através da Chinese Society of Child & Adolescent Psychiatry, realizaram um levantamento com 33 hospitais da China que fornecem serviços de saúde mental para crianças e adolescentes. O objetivo foi investigar a situação dos serviços de saúde mental para as crianças durante COVID-19 no início de março de 2020. O estudo evidenciou que aproximadamente quatro hospitais aderiram aos serviços online para crianças e adolescentes com transtornos mentais e que essa forma de intervenção pode ser a mais adequada nesse contexto. Para as crianças e adolescentes com COVID-19 positivo, a orientação do governo chinês é a internação na ala pediátrica. Quando um dos cuidadores está infectado também, ambos ficarão juntos no hospital para adultos. Ressaltam, também, a importância da intervenção com esse público com as demandas de ansiedade de separação e insônia.


DISCUSSÃO

Ao analisar os doze estudos, evidencia-se o foco dos instrumentos e das intervenções voltadas ao sofrimento psíquico, notadamente aos construtos estresse, ansiedade e medo do contágio de modo a ir ao encontro as principais reações tidas frente a um cenário pandêmico20,21,22,23,24. Considera-se a importância também de serem avaliados os fatores potenciais de risco e os problemas de adaptação do paciente diante de um cenário pandêmico9,15. Acerca das escalas identifica-se o foco internacional em ter medidas que forneçam subsídios para as práticas psicológicas. Um dos instrumentos se voltou a evidência de conteúdo, e outros a consistência interna, relações externas e indícios de precisão. Embora os autores afirmem que os instrumentos possuem boas propriedades psicométricas, os mesmos não poderiam ser utilizados em âmbito brasileiro, sem que fossem realizadas as adaptações transculturais, uma vez que as escalas devem refletir o contexto nacional. Um outro aspecto acerca desses instrumentos é que os mesmos são importantes em eventos com impactos de grande proporção, pois auxiliam a dar subsídios ao desenvolvimento de programas em saúde mental. No entanto, salienta-se a importância da utilização também de instrumentos qualitativos que foquem no caráter subjetivo do sujeito afetado pela pandemia a fim de evitar a patologização das reações emocionais esperadas frente a COVID-195.

Outro aspecto importante são os grupos prioritários para atendimento frente a COVID-19, demandando, portanto, maior cuidado e atenção por parte dos psicólogos ao atuar com esses públicos. Entre os profissionais da saúde, por exemplo, há indícios de desenvolverem ansiedade e depressão25,26,27 uma vez que há estressores em seus ambientes de trabalho, medo de contágio e frustração por nem sempre conseguirem salvar vidas. Já as pessoas infectadas ou próximas a elas, é importante atuar com psicoeducação6,16 para entenderem quais reações são esperadas frente a um cenário pandêmico e com a finalidade de reduzir possíveis sintomas de depressão e ansiedade28,29. A respeito da atuação com crianças e adolescentes, as intervenções psicológicas diante da COVID-19 deverão focar na ansiedade de separação e insônia. Em casos de psicopatologia préexistente os cuidados deverão ser intensificados11.

No que consiste as intervenções psicológicas realizadas frente a COVID-19, há uma primazia de ações no formato online, em virtude das medidas de biossegurança15,9,6,11,16,18,17, contudo, os autores6,9 salientam que em casos graves, tais como, autolesão e comportamento suicida, é recomendável o atendimento presencial e individual, sendo esses casos entendidos como prioritários no atendimento também17. A Resolução nº 04 de 26 de março de 202030 do Conselho Federal de Psicologia suspende durante a pandemia os artigos sexto e sétimo da Resolução nº 11 de 11 de maio de 201831, o qual voltam-se a atendimentos realizados a pessoas e grupos com demandas urgentes e emergentes, assim como pessoas que são afetadas por cenário de emergências e desastres, de modo a permitir a realização destas demandas de forma online. No entanto, salienta-se a importância de demandas com casos graves e que colocam a vida do ser humano em risco serem realizados presencialmente e de forma articulada a rede de suporte social do usuário, assim como a rede de atenção psicossocial (RAPS). Dentre esses entraves do atendimento online, destacam-se também a não observação da linguagem corporal e a possível não adesão ao tratamento online por parte do paciente6,17 que pode não se sentir à vontade com esta modalidade, pode não ter acesso a internet ou ter dificuldades em desabafar devido a sua realidade de seu ambiente domiciliar.

Em função do número reduzido de profissionais para atendimento diante da grande demanda de pacientes, é possível que os atendimentos ocorram em grupos, de forma online6,17. Além da relação custobenefício, autores32 contribuem ao salientar que a realização de grupos facilita o processo de treinamento aos terapeutas, porém se deve levar em consideração a Psicoterapia Baseada em Evidências, de modo a analisar as demandas que são eficazes para esta modalidade de tratamento.

Acerca do manejo a ser realizado com os pacientes, seja ele individual ou grupal, evidencia-se uma primazia de técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental com destaque a psicoeducação sobre a ansiedade, culpa e medo do contágio6,16. Também se focou em estratégias para a regulação do sono e das emoções9. Não foram encontrados outros estudos disponíveis nas bases de dados pesquisadas que trouxessem outras abordagens psicoterapêuticas frente a este cenário de modo a evidenciar a importância de pesquisas com esse enfoque.

O psicólogo poderá atuar junto a uma equipe interprofissional9,6,16,17,18, de modo a colaborar para a resiliência psicológica dos profissionais da saúde9,15, assim como realizar a preparação psicológica dos profissionais para atuarem em um cenário pandêmico. Ao atuar com outros profissionais, evidenciou-se artigos com os relatos do desenvolvimento de fluxos e protocolos de atendimento em Hospitais6,16, contudo, esses modelos foram desenvolvidos para a realidade da China. Faz-se necessário refletir nestes fluxos a fim de poder elaborar protocolos para intervenção no Brasil, de modo a serem adaptados para outras emergências em saúde. Estes fluxos podem estar contidos no plano de contingência municipal, estadual e federal de modo a estar no eixo da atenção psicossocial e saúde mental. Sugere-se conter a identificação dos grupos potenciais de risco para o sofrimento psíquico, principais reações psicológicas esperadas frente ao cenário pandêmico, sofrimento psicológicos mais prevalentes, estratégias e técnicas sugeridas para serem aplicadas pela equipe de saúde mental. A equipe de saúde mental pode conter também os líderes comunitários que podem acolher os sofrimentos psicológicos por meio dos primeiros auxílios psicológicos18. Também é de suma relevância ser preconizada a preparação psicológica das equipes de saúde que trabalharão na linha de frente da COVID-19.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo buscou reunir estudos científicos que trouxessem contribuições a respeito das intervenções psicológicas frente à COVID-19. A partir dos estudos apresentados, evidenciou-se a primazia de instrumentos e intervenções com foco na mitigação de sintomas causados pela pandemia, sendo que tais intervenções foram baseadas na Terapia Cognitivo Comportamental. Sugere-se estudos com outras abordagens psicoterápicas frente à pandemia.

Evidencia-se uma primazia de atendimentos online, seja por meio de uma plataforma digital, ligações telefônicas e/ou redes sociais. Tais práticas eram realizadas com pacientes com sofrimento moderado a leve e práticas de psicoeducação. Os sofrimentos psicológicos eram avaliados por meio de uma triagem a fim de identificar o serviço mais adequado à população. Houve consenso entre as pesquisas que para os casos graves, como de tentativa de suicídio, deveriam ser realizados atendimentos presenciais. Tal premissa deve ser mais estudada pela literatura para verificar se de fato pacientes com demandas graves não poderão ter atendimentos de forma remota a fim de nortear as práticas psicoterápicas mediadas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Percebeu-se também a escassez de estudos voltados à prática da psicologia com crianças e adolescentes frente a COVID-19.

As práticas apresentadas e os instrumentos de rastreio deste estudo tiveram como enfoque notadamente a etapa de resposta a uma emergência de saúde pública. Não foram encontrados estudos nas bases e portais de dados citados na revisão que tivessem como foco as etapas de prevenção e mitigação frente aos eventos de grande porte, conforme adota-se a perspectiva da Psicologia na Gestão Integral de Riscos e Desastres10. Desta forma, conforme já analisado33, faz-se necessário focar no desenvolvimento de ações, estudos e protocolos pensados a partir das fases de prevenção e preparação da comunidade e dos profissionais para enfrentar emergências de saúde pública.

Espera-se que este trabalho possa contribuir para a sintetização de conhecimento científico acerca de intervenções psicológicas iniciais frente à pandemia. Enfatiza-se ainda que, houve um número baixo de artigos que abordaram práticas psicológicas aos profissionais da linha de frente de modo a evidenciar a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas em relação ao tema.


REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde. (2021). Painel de casos de doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19). Recuperado de: https://covid.saude.gov.br/

2. World Health Organization. (2021). Coronavirus disease (COVID-19) situation dashboard. Geneva. Recuperado de: https://covid19.who.int/

3. Raude, J., Debin, M., Souty, C., Guerrisi, C., Turbelin, C., Falchi, A., Duggan, J. (2020). Are people excessively pessimistic about the risk of coronavirus infection? PsyArXiv Preprints. https://doi.org/10.31234/osf.io/364qj. Disponível em: https://psyarxiv.com/364qj/. Acessado out 2020.

4. van Bavel, J. J., Baicker, K., Boggio, P., Capraro, V., Cichocka, A., Cikara, M. Willer, R. (2020). Using social and behavioral science to support COVID-19 pandemic response. PsyArXiv Preprints. https://doi.org/10.31234/osf.io/y38m9. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41562-020-0884-z#Sec13. Acesso set 2020.

5. Fundação Oswaldo Cruz. (2020). Recomendações Gerais. Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19. (Curso). Brasília, DF.

6. Cheng, W., Zhang, F., Hua, Y., Yang, Z., & Liu, J. (2020). Development of a psychological first-aid model in inpatients with COVID-19 in Wuhan, China. General Psychiatry, 33(3). 10.1136/gpsych-2020-100292. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7304790/. Acessado out 2020.

7. Taylor, S., Landry, C., Paluszek, M., Fergus, T. A., McKay, D., & Asmundson, G. J. (2020). Development and initial validation of the COVID Stress Scales. Journal of Anxiety Disorders, 102232. https://doi.org/10.1016/j.janxdis.2020.102232. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0887618520300463. Acessado out 2020.

8. Zhang, J., Weili, W., Zhao, X. & Zhang, W. (2020). Recommended psychological crisis intervention response to the 2019 novel coronavirus pneumonia outbreak in China: a model of West China Hospital. Precision Clinical Medicine, pp. 1-6. Disponível em: https://www.ccih.med.br/recommended-psychological-crisisintervention-response-to-the-2019-novel-coronaviruspneumonia-outbreak-in-china-a-model-of-westchina-hospital/. Acessado set 2020.

9. Inchausti, F., MacBeth, A., Hasson-Ohayon, I., & Dimaggio, G. (2020). Psychological intervention and COVID-19: what we know so far and what we can do. Journal of Contemporary Psychotherapy, 1-8. https://doi.org/10.1007/s10879-020-09460-w. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7250659/. Acessado set 2020.

10. Conselho Federal de Psicologia. 2016. Nota técnica sobre atuação da psicologia na gestão integral de riscos e de desastres, relacionadas com a política de proteção e defesa civil. Recuperado de: https://crppr.org.br/wp-content/uploads/2020/10/Nota-Tecnica-Psicologia-Gestao-de-Riscos-Versao-para-pdf-16-12-2016.pdf

11. Cui, Y., Li, Y., Zheng, Y., & of Child, C. S. (2020). Mental health services for children in China during the COVID-19 pandemic: results of an expert-based national survey among child and adolescent psychiatric hospitals. European Child & Adolescent Psychiatry, 1. 10.1007/s00787-020-01548-x. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7213539/. Acessado out 2020.

12. Feng, L. S., Dong, Z. J., Yan, R. Y., Wu, X. Q., Zhang, L., Ma, J., & Zeng, Y. (2020). Psychological distress in the shadow of the COVID-19 pandemic: preliminary development of an assessment scale. Psychiatry Research, 113202. https://doi.org/10.1016/j.psychres.2020.113202. Disponível em: https://search.bvsalud.org/global-literature-on-novel-coronavirus-2019-ncov/resource/en/covidwho-574681. Acessado set 2020.

13. Zsido, A. N., Csokasi, K., Vincze, O. & Coelho, C. M. (2020). The emergency reaction questionnaire-First steps towards a new method. International Journal of Disaster Risk Reduction, p. 101684. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2212420920300510. Acessado set 2020.

14. Satici, B., Gocet-Tekin, E., Deniz, M. E., & Satici, S. A. (2020). Adaptation of the Fear of COVID-19 Scale: Its association with psychological distress and life satisfaction in Turkey. International Journal of Mental Health and Addiction, 1. https://doi.org/10.1007/s11469-020-00294-0. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32395095/. Acessado set 2020.

15. Schmidt, B., Crepaldi, M. A., Bolze, S. D. A., Neiva-Silva, L., & Demenech, L. M. (2020). Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia (Campinas), 37. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0275202037e200063. Disponível em: https://www.scielo.br/j/estpsi/a/L6j64vKkynZH9Gc4PtNWQng/abstract/?lang=pt. Acessado set 2020.

16. Zgueb, Y., Bourgou, S., Neffeti, A., Amammou, B., Masmoudi, J., Chebbi, H., ... & Boussaker, A. (2020). Psychological crisis intervention response to the COVID 19 pandemic: A Tunisian centralised Protocol. Psychiatry Research, 113042. https://doi.org/10.1016/j.psychres.2020.113042. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32387792/. Acessado out 2020.

17. Jiang, X., Deng, L., Zhu, Y., Ji, H., Tao, L., Liu, L., ... & Ji, W. (2020). Psychological crisis intervention during the outbreak period of new coronavirus pneumonia from experience in Shanghai. Psychiatry Research, 112903. https://doi.org/10.1016/j.psychres.2020.112903. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32146245/. Acessado set 2020.

18. Wang, Y., Zhao, X., Feng, Q., Liu, L., Yao, Y., & Shi, J. (2020). Psychological assistance during the coronavírus disease 2019 outbreak in China. https://doi.org/10.1177/1359105320919177. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/1359105320919177. Acessado set 2020.

19. Urzúa, A., Vera-Villarroel, P., Caqueo-Urízar, A., & Polanco-Carrasco, R. (2020). La Psicología en la prevención y manejo del COVID-19. Aportes desde la evidencia inicial. Terapia Psicológica, 38(1), 103-118. Recuperado de: http://teps.cl/index.php/teps/article/view/273

20. Armitage, R., Nellums, L. B. (2020). COVID-19 and the consequences of isolating the elderly. The Lancet Public Health, 5(5), e256. https://doi.org/10.1016/S2468-2667(20)30061-X. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lanpub/article/PIIS2468-2667(20)30061-X/fulltext. Acessado out 2020.

21. Barros-Delben, P., Cruz, R. M., Trevisan, K. R. R., Gai, M. J. P., Carvalho, R. V. C., Carlotto, R. A. C., & Malloy-Diniz, L. F. (2020). Saúde mental em situação de emergência: COVID-19. Revista Debates in Psychiatry, 10, 2-12. Disponível em: https://www.abp.org.br/rdp2020. Acessado set 2020.

22. Brooks, S. K., Webster, R. K., Smith, L. E., Woodland, L., Wessely, S., Greenberg, N., & Rubin, G. J. (2020). The psychological impact of quarantine and how to reduce it: rapid review of the evidence. The Lancet. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30460-8. Disponível em: https://www.thelancet.com/article/S0140-6736(20)30460-8/fulltext. Acessado out 2020.

23. Chen, X., Tian, J., Li, G., & Li, G. (2020). Initiation of a new infection control system for the COVID-19 outbreak. The Lancet. Infectious Diseases, 20(4), 397. https://doi.org/10.1016/ S1473-3099(20)30110-9. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(20)30110-9/fulltext. Acessado set 2020.

24. Park, S. C., & Park, Y. C. (2020). Mental health care measures in response to the 2019 novel coronavírus outbreak in Korea. Psychiatry investigation, 17(2), 85. 10.30773/pi.2020.0058. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7047003/. Acessado set 2020.

25. Zhang, C., Yang, L., Liu, S., Ma, S., Wang, Y., Cai, Z., Du, H., Li, R., Kang, L., Su, M., Zhang, J., Liu, Z., & Zhang, B. (2020). Survey of Insomnia and Related Social Psychological Factors Among Medical Staff Involved in the 2019 Novel Coronavirus Disease Outbreak. Frontiers in Psychiatry, 11 (306). doi: 10.3389/fpsyt.2020.00306. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7171048/. Acessado set 2020.

26. Du, J., Dong, L., Wang, T., Yuan, C., Fu, R., Zhang, L., Liu, B., Zhang, M., Yin, Y., Qin, J., Bouey, J., Zhao, M., & Li, X. (2020). Psychological symptoms among frontline healthcare workers during COVID-19 outbreak in Wuhan. General Hospital Psychiatry. doi: 10.1016/j.genhosppsych.2020.03.011. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7194721/. Acessado out 2020.

27. Yin, X., & Zeng, L. (2020). A study on the psychological needs of nurses caring for patients with coronavírus disease 2019 from the perspective of the existence, relatedness, and growth theory. International Journal of Nursing Sciences, 7(2), 157-160. doi: 10.1016/j.ijnss.2020.04.002. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7128423/. Acessado out 2020.

28. Ahmed, M. Z., Ahmed, O., Aibao, Z., Hanbin, S., Siyu, L., & Ahmad, A. (2020). Epidemic of COVID-19 in China and associated Psychological Problems. Asian Journal of Psychiatry, 51. doi: 10.1016/j.ajp.2020.102092. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7194662/. Acessado out 2020.

29. Liang, L., Ren, H., Cao, R., Hu, Y., Qin, Z., Li, C., & Mei, S. (2020). The Effect of COVID-19 on Youth Mental Health. Psychiatric Quarterly, 1-12. doi: 10.1007/s11126-020-09744-3. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11126-020-09744-3. Acessado out 2020.

30. Conselho Federal de Psicologia. Resolução nº 4, de 26 de março de 2020. Recuperado de: https://atosoficiais.com.br/cfp/resolucao-do-exercicio-profissional-n-4-2020-dispoe-sobre-regulamentacao-de-servicospsicologicos-prestados-por-meio-de-tecnologia-da-informacao-e-da-comunicacao-durante-a-pandemiado-covid-19?origin=instituicao&q=04/2020

31. Conselho Federal de Psicologia. Resolução nº 11, de 11 de maio de 2018. Recuperado de: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2018/05/RESOLUÇÃO-Nº-11-DE-11-DE-MAIO-DE-2018.pdf

32. Rangé, B.P., Pavan-Cândido, C. da C., Neufeld, C. B. Breve histórico das terapias em grupo e da TCC. In: Rangé, B.P.,Neufeld, C. B. Terapia cognitivo-comportamental em grupo: das evidências à prática. Porto Alegre: Artmed; 2017. P. 32-57.

33. Alves, R. B., de Camargo Lacerda, M. A., & Legal, E. J. (2012). A atuação do psicólogo diante dos desastres naturais: uma revisão. Psicologia em estudo, 17(2), 307-315. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/5wCT3zj4Bg9XBrmL3wfct8D/abstract/?lang=pt. Acessado mai de 2021.










aUniversidade do Vale do Itajaí, Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Itajaí/SC - Brasil
bUniversidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Florianópolis/SC - Brasil

Correspondência

Fernanda Fernandes Rodrigues
fernandafrodrigues_@hotmail.com / E-mail alternativo: fernanda.fernandes@ifsc.edu.br

Submetido em: 10/02/2020
Aceito em: 04/06/2021

Contribuições: Fernanda Fernandes Rodrigues - Coleta de Dados, Conceitualização, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão, Visualização; Alexandre Feltens - Conceitualização, Investigação, Redação - Revisão e Edição; Karen Rayany Ródio-Trevisan - Conceitualização, Metodologia, Redação - Preparação do original; Liara Dall' Agnese Sedor - Conceitualização, Investigação, Redação - Preparação do original; Roberta Borghetti Alves - Conceitualização, Investigação, Supervisão, Visualização

Instituição: Universidade do Vale do Itajaí, Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Itajaí/SC

 

artigo anterior voltar ao topo próximo artigo
     
artigo anterior voltar ao topo próximo artigo