ISSN 1516-8530 Versão Impressa
ISSN 2318-0404 Versão Online

Revista Brasileira de Psicoteratia

Submissão Online Revisar Artigo

Rev. bras. psicoter. 2018; 20(1):19-35



Artigo Original

Fatores associados à percepçao de aliança terapêutica por pacientes em psicoterapia psicanalítica

Factors associated with patient's perception of therapeutic alliance in psychoanalytic psychotherapy

Camila Piva da Costaa; Camila Pereira Alvesb; Cláudio Laks Eizirikc

Resumo

A percepçao do paciente sobre a relaçao com seu psicoterapeuta é determinante para a sua permanência em tratamento e para o sucesso da psicoterapia. Estabelecer preditores de aliança terapêutica pode ter o potencial de auxiliar os psicoterapeutas a utilizar formas de intervençao durante as fases iniciais do tratamento. O objetivo do estudo foi investigar a associaçao entre fatores sócio-demográficos e clínicos do paciente e do terapeuta e a forma como o paciente percebe a aliança terapêutica. Trata-se de um estudo transversal que avaliou a qualidade da aliança em pacientes adultos atendidos em psicoterapia psicanalítica em um ambulatório de saúde mental. A amostra foi constituída por 118 pacientes que chegaram até a quarta sessao de psicoterapia psicanalítica. Os resultados apontam para a influência da intensidade dos sintomas de psicoticismo e do gênero do paciente na percepçao da aliança terapêutica.

Descritores: Psicoterapia Psicanalítica; Aliança Terapêutica; Fatores Sócio-demográficos e Clínicos; Preditores; Sintomas; Gênero.

Abstract

The patient's perception of the relationship with their therapist is determinant for their treatment adherence and for the success of psychotherapy. Establishing predictors of therapeutic alliance may potentially help psychotherapists to use forms of intervention during the early stages of treatment. This study aimed to investigate the association between socio-demographic and clinical factors of both patient and therapist and the way in which the patient perceives the therapeutic alliance. It is a cross-sectional study that evaluated the quality of the alliance in adult patients attended in psychoanalytic psychotherapy in a mental health outpatient clinic. The sample consisted of 118 patients who reached the fourth session of psychoanalytic psychotherapy. The results suggest that the intensity of psychoticism symptoms and patient gender influence the perception of the therapeutic alliance.

Keywords: Psychoanalytic Psychotherapy; Therapeutic Alliance; Socio-demographic and Clinical Factors; Predictors; Symptoms; Gender.

 

 

INTRODUÇAO

A psicoterapia psicanalítica tem ampliado seu campo de investigaçao, buscando analisar variáveis do processo e dos resultados do tratamento. Nas últimas décadas, com o crescente refinamento da técnica psicanalítica, cada vez mais se incluem a mente do psicoterapeuta e o campo bipessoal que este constitui com o paciente como elementos centrais da investigaçao1. Portanto, a percepçao do paciente sobre a relaçao com seu psicoterapeuta é essencial para a sua permanência em tratamento e para o sucesso da psicoterapia.

A aliança terapêutica é um conceito central no processo da psicoterapia psicanalítica2,3,4. Historicamente, a aliança terapêutica foi desenvolvida a fim captar o papel especial desempenhado pela relaçao pacientepsicoterapeuta: em 1912, Freud5 esboçou as primeiras referências a este modelo. Entre as décadas de 1930 e 1980, outros autores revisaram e expandiram o conceito de aliança6,7,8,9. A aliança terapêutica é entendida como a capacidade do paciente de estabelecer uma ligaçao de trabalho com o terapeuta, incluindo sua motivaçao em colaborar e sua capacidade de participar ativamente do processo8. É dependente dos laços afetivos do paciente com o terapeuta, do acordo mútuo nas tarefas objetivas e do papel do terapeuta como um ouvinte empático10,11.

Vários estudos têm demonstrado que a aliança terapêutica é o preditor mais sólido de resultados das psicoterapias tanto para as abordagens cognitivas, interpessoais, comportamentais quanto psicodinâmicas12,13,14,15,16,17,18,19,20. Presume-se que a qualidade da aliança é mais importante do que a orientaçao teórica da psicoterapia na prediçao de resultados positivos, constituindo-se um fator inegável e forte fator inespecifico que explica a mudança através das diferentes modalidades clínicas e abordagens teóricas.21 Apesar disso, pouco se identificou a respeito dos fatores que podem propiciar melhor aliança e se é possível trabalhar no desenvolvimento da mesma22,23,24.

Há indicaçoes de que o estilo defensivo do paciente nao influencia no estabelecimento da aliança terapêutica25,26. Os fatores positivamente associados descritos na literatura sao a motivaçao do paciente, as expectativas deste antes de iniciar o tratamento27 e as características de abertura e de exploraçao nos terapeutas28. Os negativamente associados sao a gravidade da sintomatologia dos pacientes29, a percepçao pelo paciente de irritabilidade e frieza do terapeuta, a utilizaçao precoce de interpretaçoes30 e a contratransferência negativa31.

Considerando a incipiência de pesquisas que tratam das variáveis preditoras de aliança terapêutica, o objetivo do estudo é investigar fatores sócio-demográficos e clínicos que possam se associar a qualidade aliança.


MÉTODO

Delineamento do estudo

Trata-se de estudo transversal realizado em ambulatório de saúde mental no sul do Brasil (Contemporâneo - Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade). O ambulatório integra uma instituiçao de ensino que forma psicoterapeutas psicanalíticos em uma especializaçao de três anos. Os atendimentos têm término aberto e os honorários e frequência das sessoes sao estipuladas entre cada terapeuta e paciente nas primeiras sessoes. A partir de uma amostra de sessoes realizadas neste ambulatório, concluiu-se que os psicoterapeutas desta instituiçao parecem aderir à técnica da psicoterapia psicanalítica em suas intervençoes32.

Participantes

Participaram do estudo 118 pacientes adultos (entre 18 e 59 anos) que iniciaram psicoterapia psicanalítica. Assim, foram incluídos pacientes que permaneceram em atendimento até a quarta sessao, concordaram em participar do estudo e que assinaram o TCLE. Foram incluídos todos os terapeutas que concordaram previamente em participar da pesquisa de forma que todas as variáveis sócio-demográficas e clínicas dos terapeutas estivessem representadas na amostra (idade, sexo, experiência do terapeuta).

instrumentos

Questionário sócio-demográfico e clínico - Os dados relatados pelo paciente foram obtidos a partir da ficha de contato inicial que os pacientes preenchem ao ingressar na instituiçao e a partir dos registros dos profissionais que realizam as entrevistas iniciais. Os dados obtidos foram: sexo, idade, escolaridade e diagnóstico de acordo com a Classificaçao Internacional de Doenças - 10ª. Ediçao (CID-10)33. O diagnóstico foi formulado por profissionais especialistas em psicoterapia psicanalítica e treinados para a conduçao de entrevistas inicias.

Symptom Check-List-90-Revised (SCL-90-R) - Para avaliaçao do tipo e da gravidade da sintomatologia apresentada pelo paciente foram utilizadas as medidas de avaliaçao de sintomas aferidas pelo SCL-90-R. Compreende nove dimensoes: Somatizaçao, Obsessividade/Compulsividade, Sensibilidade Interpessoal, Depressao, Ansiedade, Hostilidade, Ansiedade Fóbica, Idéias Paranóides e Psicoticismo. Foi desenvolvido por Derogatis e Savitz34 e adaptado e validado para a populaçao brasileira por Laloni35. O instrumento ainda fornece o Indice Global de Severidade (IGS), o Total de Sintomas Positivos (TSP) e o Indice de Distúrbio de Sintomas Positivos (IDSP), definido pela intensidade em que os sintomas pontuados estao presentes.

California Psychotherapy Alliance Scales (Calpas - P) - A Aliança Terapêutica foi avaliada pela Calpas - P (versao paciente), que foi desenvolvida por Marmar et al.36 A versao atual da Calpas - P (versao paciente) foi desenvolvida para medir quatro dimensoes:


Escala de Avaliaçao do Compromisso do Paciente (PC): avalia o esforço do paciente em empreender uma mudança, boa vontade em fazer sacrifícios em relaçao ao tempo e ao dinheiro; visao da terapia como uma experiência importante; confiança na terapia e no terapeuta; participaçao na terapia apesar de momentos de sofrimento; compromisso de completar o processo terapêutico.

Escala de Avaliaçao da Capacidade de Trabalho do Paciente (PWC): auto-observar suas reaçoes; explorar as contribuiçoes para os problemas; experimentar emoçoes de forma modulada; trabalhar ativamente com as observaçoes do terapeuta; aprofundar a exploraçao dos temas emergentes; trabalhar em direçao à resoluçao dos problemas.

Escala de Avaliaçao da Compreensao e Envolvimento do Terapeuta (TUI): capacidade do terapeuta em entender o ponto de vista e o sofrimento do paciente; demonstrar aceitaçao do paciente sem julgamentos; dirigir-se ao ponto central de dificuldade do paciente; intervir com tato e no tempo certo; nao usar de forma incorreta a terapia para suas necessidades; mostrar compromisso em ajudar o paciente a vencer os problemas.

Escala de Acordo de Trabalho e Estratégia (WSC): aborda a semelhança de objetivos do terapeuta e do paciente; o esforço conjunto; o entendimento de como uma pessoa pode ser ajudada; como pode se modificar na terapia; como a terapia deveria proceder.


A Calpas - P (versao paciente) foi traduzida para o português por Marcolino e Iacoponi37.

Coleta de dados

Os pacientes preencheram a ficha com os dados sócio-demográficos e o instrumento que avalia a sintomatologia (SCL-90-R) durante a entrevista de triagem. Após essa avaliaçao inicial os pacientes foram encaminhados para iniciar a psicoterapia. Após a quarta sessao, os pacientes responderam ao questionário de aliança terapêutica. Esse momento do tratamento foi eleito para a avaliaçao, pois pesquisando a aliança terapêutica na psicoterapia psicanalítica, a literatura considera que o período de avaliaçao teria duraçao de 2 a 4 sessoes. Logo, entenderam que esse é o prazo necessário para o estabelecimento da aliança terapêutica e para o início da psicoterapia38.

Consideraçoes Éticas

A fim de minimizar possíveis vieses no preenchimento dos questionários, as avaliaçoes foram entregues pela equipe de pesquisa da instituiçao que foi previamente treinada a orientar os pacientes no preenchimento. O paciente recebeu um envelope contendo as instruçoes, o TCLE e o instrumento (Calpas-P). Assegurou-se ao paciente que o terapeuta nao teria acesso as suas respostas, somente ao resultado final da pesquisa. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFRGS n 21447.

Análise estatística

Para a caracterizaçao da amostra estudada foi utilizado o cálculo de frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas e a média e o desvio padrao para as variáveis continuas. Para algumas variáveis, como tempo de formaçao e tempo de experiência clinica foram utilizados a mediana e o intervalo interquartis por apresentarem distribuiçao assimétrica. Para avaliar associaçao das variáveis com as dimensoes da aliança terapêutica foram utilizados a analise de variâncias (ANOVA), o teste T de Student e o coeficiente de correlaçao de Spermann. Foram considerados significativos os resultados com valor de p igual ou menor a 0,05. A análise estatística foi realizada através do programa SPSS versao 18.


RESULTADOS

A amostra final totalizou 118 pacientes e 37 terapeutas. Na tabela 1 está descrita a distribuiçao da amostra em relaçao às variáveis sócio-demográficas e clínicas dos pacientes e terapeutas.




A Tabela 2 descreve as associaçoes entre as dimensoes da aliança terapêutica e os fatores sócio-demográficos do paciente analisados neste estudo. Percebe-se que houve associaçao significativa entre sexo do paciente e a dimensao TUI.




A Tabela 3 mostra a associaçao entre a aliança e os fatores sócio-demográficos e clínicos do terapeuta.




A Tabela 4 demonstra a associaçao entre a aliança terapêutica e fatores sócio-demográficos da dupla:




A Tabela 5 demonstra a associaçao entre sintomas apresentados pelo paciente e aliança terapêutica.




A dimensao do SCL-90 que mostrou correlaçao com a aliança foi o psicoticismo. Apresentou uma correlaçao inversamente proporcional na dimensao de compromisso do paciente (PC). Pacientes com maior psicoticismo apresentaram menor grau de compromisso, e comprometimento com o processo de psicoterapia.


DISCUSSAO

Os resultados deste estudo demonstram que, no início da psicoterapia, existe interferência do gênero e da gravidade dos sintomas do paciente na percepçao da aliança terapêutica. Identificou-se que os pacientes homens percebem, em média, pior aliança na dimensao que se refere à compreensao e envolvimento do terapeuta, quando comparados a pacientes do sexo feminino. Esses dados podem indicar que homens tendem a considerar seus terapeutas com menor capacidade de entender seu ponto de vista e sofrimento, demonstrar aceitaçao sem julgamentos, dirigir-se ao ponto central de dificuldade, intervir com tato e no tempo certo, e mostrar real compromisso em ajudar e abater os problemas.

O percentual de homens que buscam psicoterapia ainda é pequeno se comparado ao de mulheres39,40. Um estudo do sul do Brasil constatou que 59,73% dos atendimentos sao realizados por mulheres, comparado com os 34,92% dos homens41. Reconhece-se que os achados sao comuns a outras regioes do Brasil42,43,44, em que as mulheres buscam mais espontaneamente atendimento psicológico44,45. Além disso, o sexo masculino é apontado como fator de risco para abandono de tratamento46,47. Os pacientes do sexo masculino tendem a procurar menos ajuda, abandonam mais seus tratamentos e parecem vincular-se menos com seus terapeutas. Esse achado torna relevante questionar a forma como os psicoterapeutas psicanalíticos realizam suas intervençoes iniciais, a fim de estabelecer um melhor vínculo com essa populaçao especifica. Considera-se ainda, que a menor procura de psicoterapia pelos homens já é um indicativo importante de resistência, levando em conta o resultado significativo na dimensao da aliança que avalia a percepçao dos pacientes em relaçao ao envolvimento do terapeuta no processo.

Culturalmente, há uma tendência aparente dos homens a nao demonstrarem comportamentos de busca de ajuda, apresentando maior restriçao em sua emotividade e optando por intervençoes mais objetivas (como medicamentos e terapia cognitivo comportamental). A psicoterapia psicanalítica envolve maior exploraçao das emoçoes39,48 o que pode fomentar resistências. Pode-se considerar que essas características masculinas e a menor aliança nessa dimensao (que inclui a forma como o paciente percebe seu terapeuta como capaz de ajudálo) podem se relacionar com a percepçao do paciente quanto a capacidade empática do terapeuta, conforme descrita por vários autores49,50. A empatia providenciou um dos maiores canais de informaçao, possibilitando ao terapeuta avaliar o estado atual da aliança terapêutica e a qualidade da relaçao com o paciente. A falta de empatia entre paciente e terapeuta compromete o processo de aliança, o que é confirmado pelo achado de que medidas de aliança precoce estao significativamente correlacionadas com medidas de empatia, assim como o resultado da psicoterapia51,52,53.

Os sintomas de psicoticismo revelaram-se associados com menor aliança na dimensao do comprometimento com a psicoterapia. Outras pesquisas encontraram associaçao com a intensidade e severidade dos sintomas e o abandono de tratamento54,55, além de apoiarem a ideia de que o diagnóstico de esquizofrenia e outras psicoses também aumentam a probabilidade de abandono56,57. Pacientes com diagnóstico de esquizofrenia e transtornos esquizotípicos tendem a resistir para iniciar a psicoterapia e sustentar qualquer modalidade de tratamento. Além disso, a psicoterapia psicanalítica pode nao ser a primeira opçao de tratamento para esses casos, mesmo combinada com medicaçoes, pois há estudos que mostram o efeito positivo da terapia cognitivo comportamental na reduçao de sintomas, melhorando discernimento e reduzindo o tempo de remissao58.

A condiçao de uma menor aliança no que se refere ao comprometimento do paciente em manter a psicoterapia pode estar relacionada com o fato de pacientes mais regressivos, com funcionamento primitivo, apresentarem um ego mais frágil, com mecanismos de defesa imaturos e apresentem maior resistência em se comprometer com um processo árduo e trabalhoso como a psicoterapia. É provável que necessitem de formas mais objetivas para conseguirem se engajar no tratamento59. Esses pacientes encontram-se em uma posiçao narcísica e demonstram menor capacidade de investir no outro, o que dificulta o comprometimento com psicoterapias que trabalham diretamente com as relaçoes de objeto. Há ainda a possibilidade de que pacientes com sintomas de psicoticismo podem demorar mais tempo para estabelecer a aliança terapêutica, sendo necessários estudos prospectivos com estes pacientes para monitorar a evoluçao da aliança.

Os resultados apontam que pacientes do sexo masculino e com alto grau de psicoticismo sao menos propensos a se vincularem com seus terapeutas. Em funçao disso, pode ser necessário que o terapeuta conheça os preditores de fraca percepçao da aliança terapêutica e realize algumas modificaçoes da técnica com o objetivo de conduzir com maior atençao o vínculo inicial. Há evidências de que terapeutas podem trabalhar para desenvolver alianças positivas com seus pacientes. Um estudo investigou um treinamento dirigido aos terapeutas para reforçar a aliança terapêutica com base na concordância sobre as tarefas, acordo em objetivos e vínculo terapêutico, propondo formas de maximizar o acordo explícito e contínuo do que a dupla deseja atingir com a psicoterapia. Os resultados globais desse estudo evidenciaram que o treinamento pode aprimorar as alianças e a qualidade de vida. O estabelecimento de um clima de cooperaçao e uma comunicaçao eficaz foram condutas do terapeuta que auxiliaram no desenvolvimento da aliança60.

Gomes26 também levanta a hipótese de que os terapeutas treinados podem alcançar capacidade qualificada de interaçao com os pacientes independente do diagnóstico, da sintomatologia e dos níveis dos mecanismos de defesa. Ackerman61 demonstrou, em sua pesquisa sobre a influência das características do terapeuta e de sua técnica no desenvolvimento da aliança terapêutica, que algumas características do terapeuta, como flexibilidade, respeito, honestidade, confiabilidade, confidência, calor humano, interesse e tolerância, contribuíram positivamente para a formaçao do vínculo. Além disso, o uso de técnicas de exploraçao, reflexao, valorizaçao de resultados, interpretaçoes acuradas, facilitaçao da expressao dos afetos e valorizaçao da experiência do paciente também contribuíram positivamente.

É provável que tanto pacientes como terapeutas com suas histórias pessoais, tenham potencialidade de desenvolver uma boa aliança, através de características de ambos. Investigar o efeito de combinaçoes especificas de variáveis dos pacientes e terapeutas no desenvolvimento da aliança revela-se um novo desafio em pesquisas sobre o tema4.

A necessidade de pesquisar a dupla paciente-terapeuta é confirmada pela constataçao de que a maior parte dos fatores individuais dos pacientes e terapeutas nao se mostrou associada à percepçao da aliança. A concepçao deste espaço intersubjetivo de criaçao e desta atmosfera de relaçao que se estabelece na psicoterapia psicanalítica é descrita pelo casal Baranger62 como campo analítico. Trata-se, portanto, nao de uma soma simples das contribuiçoes do terapeuta e do paciente, mas de uma estrutura inédita com características próprias62. A criaçao desse conceito amplia e aumenta a complexidade do trabalho do terapeuta, já que esse novo entendimento propoe que ambas as subjetividades (tanto do paciente quanto do terapeuta) sao parte integrante e igualmente importantes do processo, se influenciando mutuamente e criando um contato emocional intenso entre paciente e terapeuta que nao só modifica como define o avanço ou a estagnaçao do processo analítico.

Em relaçao às limitaçoes do estudo, considera-se que a pesquisa foi realizada em um único centro de psicoterapia psicanalítica, o que impossibilita a generalizaçao dos dados. Há também pouca representatividade de terapeutas homens na amostra, o que se constitui uma limitaçao do estudo, mas ao mesmo tempo retrata a realidade das psicoterapias na nossa regiao, onde ainda há um predomínio de terapeutas mulheres. Segundo dados do Conselho Regional de Psicologia, o número de psicólogos ativos é 15.688, sendo 91% do sexo feminino e 9% do sexo masculino. Ainda, a maioria dos terapeutas participantes do estudo sao iniciantes e, talvez, terapeutas mais experientes possam manejar melhor a aliança terapêutica no início do tratamento.

Optou-se por nao avaliar a flutuaçao da aliança ao longo do tratamento, principalmente pelo fato do estudo nao contemplar um tempo maior de acompanhamento e pela literatura enfatizar que a aliança costuma se estabelecer nos momentos iniciais da terapia, sendo o vínculo inicial o principal preditor dos resultados terapêuticos63,64,65,66. Apesar disso, outras pesquisas revelam haver dois padroes de desenvolvimento da aliança terapêutica ao longo do tratamento: um refere-se à constância da aliança ao longo da terapia, e o outro ao crescimento linear da sua qualidade ao longo do tempo67,68. Por isso, torna-se necessário outras pesquisas visando contribuir para esses esclarecimentos. O acompanhamento de casos em longo prazo pode demonstrar se o efeito da diferença da percepçao do homem, como o encontrado neste estudo, é restrito ao momento inicial do tratamento, ou se esta percepçao é passível de alteraçao no decorrer de um tratamento. Ademais, a fim de ampliar esse campo de investigaçao, faz-se necessário aumentar o número de instrumentos para a populaçao brasileira que avaliem a aliança terapêutica.


CONCLUSAO

Os achados indicam a importância da aliança no processo e a complexidade dos fatores envolvidos. Sugere-se que as associaçoes entre a aliança e possíveis variáveis preditoras da qualidade da mesma sejam exploradas com maior profundidade.

Sendo evidente a complexidade do conceito, considera-se a aliança terapêutica um conceito multidimensional, constituída por diversos elementos como: variáveis sócio-demográficas, clínicas, fenômenos do campo, da intersubjetividade, da empatia. O movimento dialético desses fatores, em constante interaçao, reflete o desenvolvimento da psicoterapia psicanalítica e impulsiona ou dificulta a manifestaçao de outros fenômenos do processo, tais como transferência, contratransferência, impasse.


REFERENCIAS

1. Eizirik CL. Psicanálise e pesquisa. [Editorial] Rev. bras. psiquiatr. 2006;28:171-2. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462006000300003

2. Bordin E. Research strategies in psychotherapy. New York: John Wiley; 1974.

3. Luborsky L. Helping alliances in psychotherapy: the groundwork for a study of their relationship to its outcome. In: Claghorn JL. (Ed.). Successful psychotherapy. New York: Brunner/Mazel; 1976. P. 92-116.

4. Luborsky L. A pattern-setting therapeutic alliance study revisited. Psychother. res. 2000;10:17-29. doi: 10.1080/713663591

5. Freud S.. A dinâmica da transferência (1912). In: Freud S. Ediçao standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. V 12. Rio de Janeiro: Imago. 1974.

6. Sterba R. The fate of the ego in analytic therapy. Int. J. Psychoanal. 1934;115:117-26.

7. Zetzel ER. Current concepts of transference. Int J Psychoanal. 1956 Jul-Oct;37(4-5):369-76.

8. Greenson R. A técnica e a prática da psicanálise. Rio de Janeiro: Imago; 1967.

9. Bordin E. The generalizability of the psychoanalytic concept of the working alliance. Psychol Psychother Theory Res Pract. 1979;16:252-260. doi: 10.1037/h0085885

10. Gaston L. Reliability and criterion-related validity of the California Psychotherapy Alliance Scales - patient version. Psychol. assess.1991;3:68-74. doi: 10.1037/1040-3590.3.1.68

11. Fenton LR, Cecero JJ, Nich C, Frankforter TL, Carroll KM. Perspective is everything: The predictive validity of six working alliance instruments. J Psychother Pract Res. 2001 Fall;10(4):262-8. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3330662/

12. Horvath A, Symonds DB. Relation between working alliance and outcome in psychotherapy: a meta analysis. J. couns. psychol.1991;38(2),139-49. doi: 10.1037//0022-0167.38.2.139

13. Krupnick JL, Sotsky SM, Simmens S, Moyer J, Elkin I, Watkins J, Pilkonis PA. The role of the therapeutic alliance in psychotherapy and pharmacotherapy outcome: findings in the National Institute of Mental Health Treatment of Depression Collaborative Research Program. J Consult Clin Psychol. 1996 Jun;64(3):532-9. doi: 10.1037/0022-006X.64.3.532

14. Connors GJ, Carroll KM, DiClemente CC, Longabaugh R, Donovan DM. The therapeutic alliance and its relationship to alcoholism treatment participation and outcome. J Consult Clin Psychol. 1997 Aug;65(4):588- 98. doi: 10.1037/0022-006X.65.4.588

15. Carroll KM, Nich C, Rounsaville BJ. Contribution of the therapeutic alliance to outcome in active versus control psychotherapies. J Consult Clin Psychol. 1997 Jun;65(3):510-4. doi: 10.1037/0022-006X.65.3.510

16. Gaston L, Thompson L, Gallagher D, Cournoyer LG, Gagnon R. Alliance, technique, and their interactions in predicting outcome of behavioral, cognitive, and brief dynamic therapy. Psychother. res. 1998;8:190-209. doi: 10.1080/10503309812331332307

17. Hellerstein DJ, Rosenthal RN, Pinsker H, Samstag LW, Muran JC, Winston A. A randomized prospective study comparing supportive and dynamic therapies: Outcome and alliance. J Psychother Pract Res. 1998 Fall;7(4):261-71. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3330512/

18. Norcross JC. Empirically supported therapy relationships. In JC Norcro (Ed.), Psychotherapy relationships that work: therapist contributions and responsiveness to patients. London:Oxford University Press; 2002. P.3-16.

19. McCabe R, Priebe S. The therapeutic relationship in the treatment of severe mental illness: A review of methods and findings. Int J Soc Psychiatry. 2004 Jun;50(2):115-28. Retrieved from http://isp.sagepub.com/content/50/2/115.full.pdf+html?frame=header

20. Patterson CL, Uhlin B, Anderson T. Clients' pretreatment counseling expectations as predictors of the working alliance. J Couns Psychol. 2008 Oct;55(4):528-34. doi: 10.1037/a0013289.

21. Orlinsky DE, Ronnestad MH, Willutzki U. (2004). Fifty years of psychotherapy process-outcome research: Continuity and change. In Lambert, M. (Ed.), Bergin and Garfield's handbook of psychotherapy and behavior change. 5th ed. New York: Wiley; 2004.

22. Tryon GS, Blackwell SC, Hammel EF. A meta-analytic examination of client-therapist perspectives of the working alliance. Psychother. res. 2007;17:629-42.

23. Barber JP, Connolly MB, Crits-Christoph P, Gladis L, Siqueland L. Alliance predicts patient' outcome beyond in-treatment change in symptoms. J Consult Clin Psychol. 2000 Dec;68(6):1027-32. doi: 10.1037/0022- 006X.68.6.1027

24. Meissner WW. Therapeutic alliance: theme and variations. Psychoanal. psych. 2007;24:231-54.

25. Hersoug AG, Sexton HC, Hoglend P. Contribution of defensive functioning to the quality of working alliance and psychotherapy outcome. Am Am J Psychother. 2002;56(4):539-54.

26. Gomes FG, Ceitlin LH, Hauck S, Terra L. A relaçao entre os mecanismos de defesa e a qualidade da aliança terapêutica em psicoterapia de orientaçao analítica. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul. 2008;30:109-14. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-81082008000300006

27. Safran JD, Muran JC. Negotiating the therapeutic alliance: a relational treatment guide. New York:Guilford Press; 2000.

28. Horvath AO. The alliance. Psychother Theor Res Pract Train. 2001;38(4):365-72. doi: 10.1037/0033- 3204.38.4.365

29. Casey LM, Oei TP. S, Newcombe PA. Looking beyond the negatives: a time period analysis of positive cognitions, negative cognitions, and working alliance in CBT for panic disorder. Psychotherapy Research. 2004;15:55-68. doi:10.1080/10503300512331327038

30. Horvath AO, Bedi RP. The therapeutic alliance. In: Norcross JC. (Ed.), Psychotherapy relationships that work: Therapist relational contributions to effective psychotherapy. New York: Oxford University Press; 2002. P. 37-69.

31. Ligiero DP, Gelso C. Countertransference, attachment, and the working alliance: the therapist's contributions. Psychother Theor Res Pract Train. 2002;39:3-11.

32. Gastaud MB, Costa CP da, Padoan CS, Berger D, D'Incao DB, Krieger DV, et al. Aderência à técnica na psicoterapia psicanalítica: estudo preliminar. J. bras. psiquiatr. 2012;61:189-90. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0047-20852012000300012

33. World Health Organization. International classification of diseases and related health problems, 10th revision. Geneva: World Health Organization; 1992.

34. Derogatis LR, Savitz KL. (2000). The SCL-90-R and the Brief Symptom Inventory (BSI) in Primary Care. In: Maruish ME (Ed.). Handbook of psychological assessment in primary care settings. Mahwah, NJ: awrence Erlbaum Associates; 2000. P. 297-334.

35. Laloni DT. Escala de avaliaçao de sintomas 90-R (SCL-90-R): adaptaçao, precisao e validade. [Tese]. Campinas: Pontifícia Universidade Católica de Campinas; 2001. 214 p. Retrieved from http://www.bibliotecadigital.puccampinas.edu.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=294

36. Marmar C, Weiss D, Gaston L. Toward the validation of the California Therapeutic Alliance Rating System. Psychol. assess. 1989;1:46-52. doi: 10.1037/1040-3590.1.1.46

37. Marcolino J, Iacaponi E. Escala de aliança psicoterápica da Califórnia: Versao do paciente. Rev. Bras. Psiquiatr. 2001 June;23(2):88-95

38. Philips B1, Wennberg P, Werbart A. Ideas of cure as a predictor of premature termination, early alliance and outcome in psychoanalytic psychotherapy. Psychol Psychother. 2007 Jun;80(Pt 2):229-45. doi: 10.1348/147608306X128266

39. Khazaie H, Rezaie L, de Jong DM. Dropping out of outpatient psychiatric treatment: a preliminary report of 2-year follow-up of 1500 psychiatric outpatients in Kermanshah, Iran. Gen Hosp Psychiatry. 2013 May- Jun;35(3):314-9. doi: 10.1016/j.genhosppsych.2012.10.008. Epub 2012 Dec 21.

40. Reneses B, Muñoz E, López-Ibor JJ. Factors predicting drop-out in community mental health centres. World Psychiatry. 2009 Oct;8(3):173-77.

41. Campezatto PM, Nunes MLT.Caracterizaçao da clientela das clinicas-escola de cursos de psicologia da regiao metropolitana de Porto alegre [Characterization of the clientele of clinical-school psychology courses in the metropolitan region of Porto Alegre]. Psicol. reflex. Crit. 2007;20:376-88. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722007000300005

42. Gatti AL, Jonas AL. Caracterizaçao do atendimento psicoterápico a adultos em clínica-escola no ano de 2005. Integraçao. 2007;13:89-93. Retrieved from ftp://ftp.usjt.br/pub/revint/89_48.pdf

43. Romaro RA, Capitao GC. Caracterizaçao da clientela da clínica-escola de psicologia da Universidade Sao Francisco. Psicologia: Teoria e Prática. 2003;5:111-21.

44. Enéas MLE, Faleiros JC, Sá ACA. Uso de psicoterapias breves em clínica-escola: Caracterizaçao dos processos com adultos. Psicologia: Teoria e Prática. 2000;2(2):9-30. Retrieved from http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/1108/817

45. Carvalho MJC, Telles SRA. Consideraçoes sobre queixas de pacientes em triagem de clínica-escola. Psikhe: revista da Faculdade de Psicologia das FMU. 2001;6:8-18. Retrieved from http://fmu.com.br/site/graduacao/psicologia/arquivos/revista_psike/psikhe-v.6-n.1.pdf

46. Díaz Curiel J, Avis D, Araujo E, Pascual MA, Portolés J, Criado C, et al. Estudio de variables relacionadas con el abandono de pacientes de un servicio de salud mental. An. psiquiatr. 2003;19:296-300. Retrieved from http://www.grupoaran.com/webN/Revistas.asp?IR=26&

47. Edlund MJ, Wang PS, Berglund PA, Katz SJ, Lin E, Kessler RC. Dropping out of mental health treatment: patterns and predictors among epidemiological survey respondents in the United States and Ontario. Am J Psychiatry. 2002 May;159(5):845-51.Retrieved from http://ajp.psychiatryonline.org/data/Journals/AJP/3736/845.pdf

48. Blumenfield M. Choosing a psychotherapist: Should gender matter? Huffpost healty living. 2011, May 31; Retrieved from http://www.huffingtonpost.com/michael-blumenfield-md/choosing-apsychotherapist_b_868475.html

49. Meissner WW. Empathy in the therapeutic alliance. Psychoanalytic Inquiry. 1996;16:39-53. doi: 10.1080/07351699609534063

50. Kohut H. The restoration of the self. New York: International Universities Press; 1977.

51. Adler, JV. A study of the working alliance in psychotherapy. (Unpublished doctoral dissertation). University of British Columbia, Vancouver, Canada; 1988. Retrieved from https://circle.ubc.ca/handle/2429/29229

52. Horvath AO, Greenberg LS. The working alliance: theory, research and practice. New York:Wiley; 1994.

53. Moseley D. The therapeutic relationship and its association with outcome. Unpublished master's thesis, University of British Columbia: Vancouver, Canada; 1983.

54. Killaspy H, Banerjee S, King M, Lloyd M. Prospective controlled study of psychiatric out-patient nonattendance: characteristics and outcome. Br J Psychiatry. 2000 Feb;176:160-5. doi: 10.1192/bjp.176.2.160

55. Morlino M, Martucci G, Musella V, Bolzan M, de Girolamo G. Patients dropping out treatment in Italy. Acta Psychiatr Scand. 1995 Jul;92(1):1-6.

56. Bueno Heredia A, Córdoba Doña JA, Escolar Pujolar A, Carmona Calvo J, Rodríguez Gómez C. El abandono terapêutico. Actas esp. psiquiatr. 2001;29: 33-40.

57. Young AS1, Grusky O, Jordan D, Belin TR. Routine outcome monitoring in the public mental health system: the impact of patients who live care. Psychiatr Serv. 2000 Jan;51(1):85-91.

58. Krarup G. Psykoterapi ved skizofreni [Psychotherapy for schizophrenia]. Ugeskr Laeger. 2008 Nov 10;170(46):3755-8. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19014723

59. Murawiec S1, Zechowski C. [Schizophrenic patient's constant refusal of psychotropic medication--case report and psychodynamic remarks]. Psychiatr Pol. 2007 Jul-Aug;41(4):551-60.

60. Crits-Christoph P, Gibbons MBC, Crits-Christoph K, Narducci J, Schamberger M, Gallop R. Can therapists be trained to improve their alliances? A preliminary study of alliance-fostering psychotherapy. Psychotherapy Research. 2006;16:268-281. doi: 10.1080/10503300500268557

61. Ackerman SJ, Hilsenroth MJ. A review of therapist characteristics and techniques positively impacting the therapeutic alliance. Clin Psychol Rev. 2003 Feb;23(1):1-33. doi: http://dx.doi.org/10.1016/S0272-7358(02)00146-0

62. Baranger M. & Baranger W. La situación analítica como campo dinámico [The analytic situation as a dynamic field]. Rev. urug. Psicoanal. 1961;4(1):3-54. Retrieved from http://www.apuruguay.org/apurevista/1960/1688724719611962040101.pdf

63. Castonguay LG, Constantino MJ, Holtforth MG. The working alliance: Where are we and where should we go? Psychotherapy (Chic). 2006 Fall;43(3):271-9. doi: 10.1037/0033-3204.43.3.271.

64. Horvath AO. The therapeutic relationship: from transference to alliance. J Clin Psychol. 2000 Feb;56(2):163-73.

65. Horvath AO, Luborsky L. The role of the therapeutic alliance in psychotherapy. J Consult Clin Psychol. 1993 Aug;61(4):561-73. doi: 10.1037/0022-006X.61.4.561

66. Samstag LW, Batchelder ST, Muran JC, Safran JD, Winston A. Early identification of treatment failures in short-term psychotherapy: an assessment of therapeutic alliance and interpersonal behavior. J Psychother Pract Res. 1998 Spring;7(2):126-43.

67. Fitzpatrick MR, Iwakabe S, Stalikas A. Perspective divergence in the working alliance. Psychother. res. 2005;15(1-2):69-79. doi: 10.1080/10503300512331327056

68. Muran JC, Safran JD, Gorman BS, Samstag LW, Eubanks-Carter C, Winston A. The relationship of early alliance ruptures and their resolution to process and outcome in three timelimited psychotherapies for personality disorders. Psychotherapy (Chic). 2009 Jun;46(2):233-48. doi: 10.1037/a0016085. doi: 10.1037/ a0016085










a Doutoranda em Psiquiatria - (Psicóloga ) - Porto Alegre - RS - Brasil
b Mestranda em Psicologia social e institucional Universidade Federal do Rio Grande do Sul - (Psicóloga). Porto Alegre - RS - Brasil
c Doutor em Psiquiatria Universidade Federal do Rio Grande do Sul. - (Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre). Porto Alegre - RS - Brasil

Correspondência
Camila Piva da Costa
Rua Félix da Cunha 737/606
90570-001 Porto Alegre, RS, Brasil
camilapdacosta@gmail.com

Submetido em: 09/01/2018
Aceito em: 29/03/2018

Instituiçao: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Contemporâneo Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade (CIPT) - Porto Alegre - RS - Brasil

Revisao bibliográfica, elaboraçao de texto e análise por Camila Piva da Costa; Sistematizaçao dos resultados e elaboraçao de texto por Camila Pereira Alves; Supervisao e revisao da versao final, Dr. Cláudio Laks Eizirik.

 

artigo anterior voltar ao topo próximo artigo
     
artigo anterior voltar ao topo próximo artigo