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Revista Brasileira de Psicoteratia

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Rev. bras. psicoter. 2016; 18(2):109-123



Artigos Originais

Psicoterapia interpessoal: características e efetividade

Marco André de Melo Martins1; Ivandro Soares Monteiro2

Resumo

A psicoterapia interpessoal (TIP) foi criada por Gerald Klerman e colaboradores com o propósito de tratar pacientes afetados pela perturbaçao depressiva major. Caracteriza-se por ser limitada no tempo, centrada no presente e focada nas relaçoes interpessoais do paciente. Tem sido testada com sucesso, através de ensaios clínicos, para um conjunto alargado de perturbaçoes psicológicas e em diferentes formatos. O estatuto de tratamento psicológico empiricamente sustentado contribuiu para a disseminaçao da investigaçao e prática da TIP um pouco por todo o mundo. Quer em Portugal, quer no Brasil, têm sido dados passos significativos em termos de formaçao de profissionais habilitados e no desenvolvimento de investigaçao científica. Este artigo tem como objetivo contribuir para essa mesma disseminaçao do valor científico do modelo da psicoterapia interpessoal, através de uma revisao bibliográfica abrangente de fontes válidas e reconhecidas pela American Psychological Association (APA) e International Society for Interpersonal Psychotherapy (ISIPT). Pela sua utilidade clínica e robustez empírica, a presença da TIP necessita de ser reforçada junto de clínicos, investigadores e universidades. É divulgada a sua estrutura, método e forma de administraçao, assim como aplicaçoes diretas a quadros clínicos conhecidos.

Descritores: Relaçoes interpessoais; Depressao; Prática clínica baseada em evidências; Psicoterapia.

Abstract

Interpersonal psychotherapy (IPT) was established by Gerald Klerman and colleagues for the purpose of treating patients affected by major depressive disorder. It is characterized as a time-limited psychotherapy, concentrated on the present and focused on the interpersonal relationships of the patient. It has been successfully tested in clinical trials for a wide range of psychological disorders and in different formats. The status of empirically supported psychological treatment contributed to the spread of IPT research and practice all over the world. In Portugal as in Brazil, there have been taken important steps in training skilled professionals and developing scientific research. This article aims to contribute to the dissemination of scientific value of IPT model, through a comprehensive literature review of valid sources recognized by the American Psychological Association (APA) and International Society for Interpersonal Psychotherapy (ISIPT). For its clinical utility and empirical robustness, the presence of IPT needs to be strengthened among clinicians, researchers and universities. In this paper we present the structure, method and form of administration, as well as direct applications to known medical conditions.

Keywords: Interpersonal relations; Depression; Evidence-based practice; Psychotherapy.

 

 

INTRODUÇAO

A psicoterapia interpessoal (TIP) foi fundada por Gerald Klerman, Myrna Weissman e colegas como um tratamento de tempo limitado destinado a tratar a depressao major, uma perturbaçao mental comum, debilitante, geradora de elevados custos econômicos e potencialmente mortal1.

É uma das duas principais intervençoes psicoterapêuticas para as perturbaçoes de humor que se baseiam em evidências empíricas sólidas, a par da terapia cognitivo-comportamental2,3. Enquanto psicoterapias validadas empiricamente, partilham entre si o fato de serem orientadas para um diagnóstico clínico, limitadas no tempo, centradas no presente e dirigidas para o reassumir do controle, por parte do paciente, do seu humor e funcionamento psicológico global4.

A TIP está apoiada nos fatores comuns de uma eficaz psicoterapia, a saber: formar uma aliança terapêutica, ajudar o paciente a sentir-se compreendido, encorajar a expressao afetiva e ligar esses afetos às circunstâncias de vida, apresentar um racional claro, estabelecer um ritual terapêutico e reforçar experiências bem-sucedidas4.

Esse modelo terapêutico parte de uma premissa fundamental, nomeadamente que as perturbaçoes psicológicas, embora sejam causadas por múltiplos fatores, acontecem invariavelmente num contexto social e interpessoal. E, portanto, o seu propósito essencial é conseguir o alívio dos sintomas psicológicos intervindo nas dificuldades relacionais do paciente5.

A expansao da TIP tem sido uma realidade notada6, por diversas razoes. Primeiro, porque é um modelo terapêutico fácil de aprender e de ensinar. Segundo, porque tem sido adaptado com sucesso a várias outras perturbaçoes psicológicas, diferentes faixas etárias e grupos étnicos. Em terceiro lugar, porque se beneficia da atual tendência para se enfatizar a psicoterapia baseada em evidência científica, o que faz aumentar a atençao sobre psicoterapias de tempo limitado com eficácia comprovada7.

Este artigo procura alcançar três objetivos fundamentais: 1) apresentar e estabelecer uma posiçao teórica sobre a utilidade da psicoterapia interpessoal; 2) rever a bibliografia que suporta essa utilidade; 3) dar conta da situaçao da psicoterapia interpessoal em Portugal e no Brasil, procurando contribuir para o seu reforço junto de clínicos, investigadores e universidades, através da divulgaçao da sua estrutura, método e forma de administraçao, assim como aplicaçoes diretas a quadros clínicos conhecidos. Assim, procuramos contribuir para a disseminaçao do valor científico do modelo da psicoterapia interpessoal, através de uma revisao bibliográfica abrangente de fontes válidas e reconhecidas pela American Psychological Association (APA) e International Society for Interpersonal Psychotherapy (ISIPT).


FUNDAMENTOS TEORICOS

A psicoterapia interpessoal é uma das poucas psicoterapias que nasceram da clínica para a teoria. Surgiu enquanto tratamento prático, sem preocupaçoes teóricas decisivas. No entanto, os seus autores foram influenciados por diversas perspectivas teóricas. Em primeiro lugar, pela teoria interpessoal da psicopatologia, cujos representantes mais destacados foram Adolf Meyer8 e Harry Stack Sullivan9. Depois, pela teoria da vinculaçao, de John Bowlby10. E, mais recentemente, pela teoria da comunicaçao11-14 e teoria social15.


TEORIA INTERPESSOAL DA PSICOPATOLOGIA

Adolf Meyer, figura influente na psiquiatria americana, interessou-se pelo funcionamento da pessoa entendida enquanto totalidade, atribuindo especial importância às observaçoes empíricas e olhando com igual interesse para fatores biológicos e psicossociais16. Considerava o ambiente social-interpessoal como o locus mais importante na adaptaçao do indivíduo.

Influenciado por Adolf Meyer, Harry Stack Sullivan, psicanalista britânico, atribuía importância central às relaçoes interpessoais. Esse autor entendia que as relaçoes estabelecidas com os outros constituíam o aspecto mais fundamental da experiência humana16. Por sua vez, a saúde mental do indivíduo dependeria, por isso, da constituiçao de relaçoes saudáveis. Relacionada com a necessidade de serem estabelecidas relaçoes interpessoais estaria a necessidade de segurança nas relaçoes, ou seja, a capacidade de adquirir um senso de confiança e competência na esfera interpessoal.

Adolf Meyer e Harry Stack Sullivan ajudaram a preencher o hiato que existia entre a psiquiatria e as ciências sociais17. A ideia fundamental que deriva dos seus trabalhos é a de que os eventos de vida, em particular as relaçoes interpessoais, influenciam a psicopatologia.


TEORIA DA VINCULAÇAO

Os trabalhos de John Bowlby10 sobre vinculaçao e as consequências interpessoais da perda e separaçao constituem uma influência essencial para a psicoterapia interpessoal, constituindo o seu pilar teórico fundamental, sobretudo porque, num modelo psicoterapêutico que se centra nas relaçoes interpessoais do paciente, como sucede no caso da TIP, é útil entender as formas pelas quais os indivíduos iniciam, mantêm e terminam as suas relaçoes com os outros, assim como as maneiras pelas quais desenvolvem problemas nessas mesmas relaçoes5.

John Bowlby10 entendia a vinculaçao como um sistema complexo, biologicamente determinado, com o objetivo de manter o cuidador em proximidade. Esse mecanismo serviria de base a partir da qual eram lançados os comportamentos dirigidos a objetivos. Se na infância a vinculaçao era segura, formar-se-ia a base para o sucesso futuro nas relaçoes interpessoais. Caso tal nao acontecesse, surgiriam as dificuldades emocionais, perturbaçoes da vinculaçao e a psicopatologia.

O trabalho de John Bowlby foi continuado, entre outros, por Mary Ainsworth18, que acabou por conceitualizar diferentes estilos de vinculaçao, que servem de base no relacionamento com os outros: vinculaçao segura, vinculaçao ansiosa-ambivalente e vinculaçao evitante. O estilo de vinculaçao, embora nao constituindo o foco do tratamento, é de fundamental importância para a TIP, pela razao de poder condicionar o curso do tratamento e os seus resultados a longo prazo19.

Assim, a história do desenvolvimento, que condiciona o estilo de vinculaçao, resulta num estilo de vinculaçao no adulto seguro ou inseguro que vai determinar o grau de proximidade e qualidade das relaçoes interpessoais, dentro dos contextos de vida pessoal, social e profissional20.


TEORIA DA COMUNICAÇAO

A teoria da comunicaçao, articulada por Kiesler11-13 e Benjamin14, descreve a forma como os padroes mal-adaptativos de comunicaçao conduzem a dificuldades nas relaçoes atuais do indivíduo. Esses padroes disfuncionais dizem respeito a um estilo de comunicaçao rígido e automático que provoca reaçoes inadvertidas e indesejadas nos outros13.

O modelo de Kiesler é importante para os clínicos porque ajuda a identificar comportamentos interpessoais alternativos a esses tipos de padroes, que despertem sentimentos de pertença e de proatividade nas relaçoes, em vez de contribuírem para o isolamento, afastamento e passividade, o que pode resultar no agravamento do desespero, isolamento e baixa autoestima21.

Na TIP, a comunicaçao é entendida como um subproduto do comportamento de vinculaçao. Ou seja, se alguém desenvolve dificuldades de vinculaçao, é previsível que, secundariamente, desenvolva problemas de comunicaçao com os outros. Tais problemas constituem o foco sobre o qual incidem várias técnicas terapêuticas na TIP.


TEORIA SOCIAL

A teoria social descrita por Henderson & Duncan-Jones15 constitui a base de entendimento do contexto interpessoal do indivíduo e o efeito que a rede social tem no funcionamento interpessoal. Defende que as deficiências nas relaçoes sociais sao um fator causal independente na gênese das perturbaçoes psicológicas e que é o ambiente social atual que se revela crucial no desenvolvimento de dificuldades psicológicas.

A relaçao entre o ambiente social atual e o adoecer psicológico parece ainda mais forte quando o indivíduo enfrenta um estressor psicossocial significativo. Aqueles indivíduos que nao têm, ou têm a percepçao de nao ter, uma rede de suporte social suficiente estao em maior risco de desenvolver perturbaçoes psicológicas5.


ASSERÇOES FUNDAMENTAIS DA PSICOTERAPIA INTERPESSOAL

A psicoterapia interpessoal baseia-se nas seguintes asserçoes fundamentais7:

• A depressao clínica é uma doença tratável (em vez de ser conceitualizada como um defeito pessoal do paciente, por exemplo).

• A depressao clínica ocorre num contexto relacional e de fatores sociais (ou seja, o humor do paciente está intimamente relacionado a eventos de vida perturbadores, que provocam ou sao seguidos pelo aparecimento de uma perturbaçao de humor).

• O tratamento deve basear-se em evidência científica de qualquer disciplina relevante, como a epidemiologia, neurobiologia etc.


COMPONENTES DO TRATAMENTO

O tratamento em psicoterapia interpessoal é realizado num período recomendado entre 12 a 16 sessoes, que se agrupa em 3 fases: fase inicial, fase intermédia e conclusao (5). A fase inicial tem a duraçao de 1 a 3 sessoes e destina-se a avaliar o paciente tendo em conta quatro objetivos centrais: 1) diagnosticar a perturbaçao mental (o terapeuta deve seguir os critérios do DSM-V ou ICD-10 e aplicar instrumentos psicométricos, tais como a Escala de Depressao de Hamilton ou o Inventário de Depressao de Beck, ou outros validados em cada país); 2) conduzir o inventário interpessoal, relacionando a perturbaçao ao contexto relacional em que ocorre; 3) identificar as principais áreas interpessoais problemáticas; 4) explicar a abordagem TIP, efetuando um contrato que faça referência à estrutura e duraçao do tratamento.

Na fase final da avaliaçao, o terapeuta atribui ao paciente o "papel de doente"22 com o propósito de lhe aliviar a responsabilidade e sensaçao de culpa que possa sentir por estar deprimido. E formula o problema interpessoal recorrendo a uma das quatro áreas problemáticas: 1) luto (por exemplo, a morte de um ente querido); 2) transiçao de papel (por exemplo, casamento, ingresso na universidade, perda de status social); 3) conflito interpessoal (conflito com uma pessoa significativa); e 4) déficits interpessoais (categoria residual para acomodar aqueles pacientes que sao isolados socialmente e com muito poucas relaçoes significativas).

Num diálogo ativo entre paciente e psicoterapeuta no âmbito da formulaçao clínica, se o paciente concordar com o que lhe é apresentado numa visao biopsicossocial, é estabelecido um contrato explícito para se trabalhar aquela área problemática em particular, com a expetativa de que melhoras nessa área conduzam ao alívio da depressao.

A fase intermediária da terapia é aquela em que o terapeuta continua a prestar atençao ao relacionamento terapêutico e mantém o foco da discussao na área problemática específica que foi definida na fase inicial. Sao exploradas com o paciente as expectativas e percepçoes sobre problemas interpessoais específicos, focado na realidade presente e relaçoes interpessoais. Sao usadas técnicas como a clarificaçao, incidentes interpessoais, uso do afeto e a técnica de resoluçao de problemas5.

A conclusao do tratamento envolve a revisao dos progressos alcançados pelo paciente, através de um retorno ao inventário interpessoal, no sentido de se entender as mudanças conseguidas nas áreas problemáticas. Envolve também a antecipaçao de problemas futuros, o reforço positivo dos ganhos conseguidos pelo paciente e, se se revelar indicado, o estabelecimento de um contrato para tratamento de manutençao.


EFICACIA DA PSICOTERAPIA INTERPESSOAL

PERTURBAÇOES DE HUMOR


Um dos méritos importantes da psicoterapia interpessoal diz respeito ao esforço continuado de se testar a sua eficácia através de ensaios clínicos. No primeiro ensaio clínico realizado, com uma amostra aleatória de 96 pacientes que sofriam de depressao aguda, em regime de ambulatório, os pacientes foram distribuídos por quatro grupos. Testou-se a TIP em combinaçao com amitriptilina, a amitriptilina e a psicoterapia administradas isoladamente, e um tratamento-controle de suporte nao programado. Os resultados demonstraram a eficácia tanto do tratamento psicoterapêutico como do tratamento farmacológico administrados isoladamente. Esses dois tipos de terapia foram superiores ao tratamento de suporte nao programado. A combinaçao da TIP com a amitriptilina revelou-se mais efetiva do que os tratamentos administrados de forma isolada23.

A eficácia da TIP para a perturbaçao depressiva major foi corroborada pelo estudo do National Institute of Mental Health (NIMH) denominado Treatment of Depression Colaborative Research Program, que demonstrou que a TIP era estatisticamente comparável ao tratamento com imipramina e melhor que um placebo. E, nao menos importante, revelou-se a terapia com mais baixa taxa de abandono24.

Reynolds e os seus colaboradores25 testaram a eficácia da nortriptilina e da psicoterapia interpessoal na prevençao da recorrência de episódios depressivos major. Os pacientes, 187 no total, tinham idades superiores a 59 anos. O design experimental compreendia quatro grupos em que as condiçoes eram as seguintes: medicaçao com nortriptilina, medicaçao com placebo, TIP com placebo e psicoterapia interpessoal com nortriptilina. Todos os tratamentos, excetuando a administraçao exclusiva do placebo, produziram melhoras significativas. A combinaçao entre TIP e o tratamento farmacológico revelou-se o tratamento mais eficaz, o que levou os investigadores a concluírem ser aconselhável utilizar o tratamento combinado como estratégia primordial na prevençao da recaída.

O estudo de Martin e colaboradores26 procurou investigar, em pacientes com depressao major, eventuais alteraçoes no fluxo sanguíneo de determinadas áreas cerebrais em resposta a tratamentos distintos: venlafaxina ou psicoterapia interpessoal. A amostra compreendia 28 participantes, com idades entre os 30 e 53 anos. Para integrar o estudo, os pacientes tinham de apresentar uma pontuaçao da escala de depressao de Hamilton - HAM-D27 de 18 pontos ou superior. Os pacientes foram submetidos às técnicas de recolha de dados psicométricas e imagiológicas - tomografia computadorizada por emissao de fóton único (SPECT) - antes do tratamento e seis semanas após ele se ter iniciado. A TIP era administrada uma vez por semana, com a duraçao de uma hora. A venlafaxina era aplicada aos participantes em doses de 37,5 miligramas, duas vezes por dia. Os resultados mostraram que ambos os grupos de tratamento melhoraram significativamente os sintomas depressivos. Os pacientes tratados com TIP apresentaram um aumento do fluxo sanguíneo na regiao límbica, o que nao aconteceu nos pacientes submetidos ao tratamento com venlafaxina. No entanto, em ambos os tratamentos ocorreu um aumento do fluxo sanguíneo na regiao dos gânglios da base.

Num ensaio clínico realizado por Luty e os seus colaboradores28, comparou-se a eficácia da TIP com a terapia cognitivo-comportamental ao longo de 16 semanas de tratamento. Participaram no estudo 177 adultos em regime ambulatorial, com diagnóstico de depressao major, distribuídos aleatoriamente por dois grupos. Ambas as terapias mostraram efetividade comparável, exceçao feita aos pacientes com depressao severa (n=36), ou seja, aqueles que apresentavam pontuaçoes iguais ou superiores a 30 na escala de depressao de Montgomery-Asberg29. Nesse subgrupo, a terapia cognitivo-comportamental mostrou-se superior.

Uma metanálise recente sobre a eficácia da psicoterapia interpessoal, com 38 estudos considerados e uma amostra global de 4.356 pacientes, confirmou a efetividade da TIP no tratamento da depressao, enquanto monoterapia, mas também em combinaçao com farmacoterapia3.


OUTRAS PERTURBAÇOES PSICOLOGICAS

O êxito da psicoterapia interpessoal no tratamento das perturbaçoes de humor impeliu os investigadores a testarem essa psicoterapia noutras perturbaçoes psicológicas. A TIP nao se revelou eficaz nas situaçoes de abuso de substâncias30. No entanto, mostrou-se promissora para as perturbaçoes de ansiedade31,32. Os resultados para as perturbaçoes do comportamento alimentar também sao promissores33. Têm havido esforços para adaptar a TIP ao tratamento da perturbaçao da personalidade borderline34, insônia35 e perturbaçao evitante da personalidade36.


CONFIGURAÇOES INOVADORAS

Tem havido um interesse crescente em adaptar a psicoterapia interpessoal para administrá-la noutras configuraçoes terapêuticas. O mais popular tem sido a adaptaçao ao formato de grupo37. Existem também adaptaçoes da TIP ao formato familiar no tratamento da depressao em pré-adolescentes38, para casais39, por telefone40 e sob a forma de aconselhamento interpessoal nos cuidados primários41.


A PSICOTERAPIA INTERPESSOAL EM PORTUGAL E NO BRASIL

Como tudo o que é inovador e novo dentro de um país, a implantaçao da psicoterapia interpessoal em Portugal tem sido escassa, devido à pouca proatividade e ausência de atualizaçao de estudantes e professores no âmbito das universidades (públicas e privadas), devido ao estado de desemprego e dificuldades de estabilidade econômica dos profissionais da psicologia, e também pelo fato de ser uma nova área de psicoterapia em Portugal e nao existir ainda uma sensibilizaçao sobre as vantagens da TIP em relaçao aos demais modelos psicoterapêuticos. No entanto, existem esforços importantes para dar a conhecer o modelo e proporcionar formaçao clínica especializada aos profissionais que o pretendam fazer. Esse esforço formativo existe por iniciativa do Instituto ORASI anualmente desde 2006 (que já realizou mais de dez ediçoes formativas nessa área) e da Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Interpessoal (SPPI). Por regra e anualmente, o Instituto ORASI tem organizado cursos de formaçao específicos internacionais e em língua portuguesa (TIP nível A e TIP em grupo), alguns deles com a presença de psicoterapeutas estrangeiros renomados (como Scott Stuart, Brian Solts, Susan Howard, entre outros), cursos esses que têm procurado e tido o reconhecimento da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Interpersonal Psychotherapy Institute (IPI) e International Society for Interpersonal Therapy (ISIPT), uma organizaçao agregadora e unificadora, de âmbito mundial, que agrupa as instituiçoes acreditadas no ensino da TIP de países como os EUA, Austrália, Alemanha, Brasil, Canadá, Irlanda, Itália, Nova Zelândia, entre outros.

O desafio futuro estará em conjugar esforços para desenvolver e fortalecer a presença da TIP em Portugal, de maneira a que a sua eficácia e robustez empírica possa ser difundida com o propósito de aumentar a sua utilizaçao na prática clínica e na investigaçao científica. Para tal, é indispensável formar mais psiquiatras, psicólogos clínicos e demais técnicos de saúde mental, incluir a TIP no ensino universitário da psicologia clínica e psiquiatria, e estimular a utilizaçao dessa psicoterapia na investigaçao científica, nomeadamente através de ensaios clínicos realizados no nosso país.

No Brasil, é descrita a existência de dois grupos de profissionais que praticam e investigam a TIP, nomeadamente um grupo em Porto Alegre e outro em Sao Paulo. A implementaçao da TIP é tida como insuficiente neste país, se se tiver em conta a sua dimensao e as fortes tradiçoes psicoterapêuticas que lhe sao conhecidas42. O Centro de Terapia Interpessoal (C-TIP), que se formou sob a liderança de Marcelo Feijó de Mello, representante dessa psicoterapia no Brasil, desenvolve formaçao teórico-prática sob um modelo de cursos anuais e cursos específicos de adaptaçoes da TIP a outras condiçoes clínicas, ascendendo a uma centena os terapeutas formados nessa técnica43.


ESTUDOS EMPIRICOS REALIZADOS

Existem dois estudos realizados em Portugal sobre psicoterapia interpessoal44,45. O estudo de Góis e seus colaboradores45 pretendeu testar o tratamento psicoterapêutico versus tratamento farmacológico, para a depressao major, em pacientes com diagnóstico de diabetes tipo 2. Participaram 34 indivíduos, que foram avaliados através da escala hospitalar de ansiedade e depressao46, da escala de depressao de Montgomery-Asberg - MADRS29, e de entrevista estruturada - Mini International Neuropsychiatric Interview47. Os participantes foram aleatoriamente distribuídos pelos dois grupos, o primeiro submetido ao tratamento com TIP e o segundo sujeito ao tratamento com sertralina. O tratamento decorria num formato de intervençao aguda de 3 meses mais 3 meses de terapia de manutençao. Os pacientes em que nao se verificasse uma reduçao de 25% da pontuaçao da escala MADRS em 6 semanas passavam a receber o tratamento combinado. Dos 22 pacientes que responderam ao tratamento (11 pacientes de cada grupo), 16 apresentaram melhorias significativas (menos 50% na pontuaçao do MADRS inicial). Entre esses 16 casos, 11 apresentaram remissao clínica (MADRS inferior a 8), sem diferenças entre TIP e a sertralina. Com o tratamento combinado a ser administrado a 8 pacientes, 3 atingiram melhoras clínicas significativas e apenas 1 atingiu a remissao dos sintomas. Os resultados sugerem que a TIP pode ser uma opçao para o tratamento da depressao major em doentes com diabetes tipo 2 em alternativa à sertralina. Os pacientes que no início nao responderam ao tratamento provavelmente necessitavam de alternativas clínicas ou de um tratamento mais longo.

Carrilho e seus colaboradores44 compararam os resultados da TIP em contextos de tratamento distintos: contexto público e contexto privado. Participaram no estudo 64 pacientes com um diagnóstico de perturbaçao depressiva major, 30 tratados em contexto público e 34 em contexto privado. Nao foram definidos critérios de exclusao. Os pacientes eram avaliados antes e depois do tratamento, recorrendo ao inventário de depressao de Beck - BDI48 e à escala de vinculaçao para adultos - AAS-R49. Os resultados demonstraram a eficácia da TIP tanto em contexto hospitalar como em contexto de clínica privada, sendo evidente o decréscimo significativo dos sintomas depressivos. Os investigadores concluíram que a TIP é efetiva no tratamento da populaçao portuguesa com perturbaçao depressiva major, reforçando a necessidade da sua disseminaçao junto aos profissionais de saúde mental.

No Brasil, de Melo e colaboradores50 realizaram um ensaio clínico para o tratamento da distimia. Compararam 35 indivíduos distribuídos por três grupos: ao primeiro grupo foi administrado o tratamento com moclobemida e psicoterapia interpessoal, ao segundo grupo administrou-se moclobemida isoladamente, e o terceiro grupo ficou apenas sujeito à gestao clínica de rotina. O diagnóstico foi baseado na checklist de sintomas do ICD-10. Os pacientes eram avaliados com a Escala de Depressao de Hamilton27 e a escala de depressao de Montgomery-Asberg29, avaliaçao do funcionamento global e questionário de satisfaçao e qualidade de vida, no início do tratamento e à 12ª, 24ª e 48ª semana. Os pacientes, nos dois grupos de tratamento, apresentaram melhorias estatisticamente significativas em todas as medidas ao longo do tempo. No entanto, nao houve diferenças significativas entre esses dois grupos, embora o grupo que recebia o tratamento combinado (moclobemida + psicoterapia interpessoal) tenha apresentado valores menores na Escala de Depressao de Hamilton e na Escala de depressao de Montgomery-Asberg.

Lacaz e colaboradores51 realizaram um estudo-piloto sobre a depressao clínica em doentes com esquizofrenia. A partir da análise de três casos clínicos, propuseram alteraçoes aos componentes da psicoterapia interpessoal de modo a adaptá-la para o tratamento da depressao em indivíduos com esquizofrenia.

Muito recentemente, Souza e colaboradores52, através de um ensaio clínico, estudaram a TIP enquanto tratamento coadjuvante para a depressao clínica refratária. A amostra consistia em 40 indivíduos com perturbaçao depressiva major, apesar de estarem medicados com fármacos antidepressivos. Os pacientes foram aleatoriamente divididos por dois grupos: o primeiro grupo recebeu farmacoterapia livremente escolhida pelo clínico, o segundo grupo recebeu tratamento idêntico acrescido de TIP. As avaliaçoes eram realizadas na semana 8, 12, 19 e 24 de tratamento. Os resultados demonstraram melhorias significativas dos sintomas depressivos no final do tratamento para ambos os grupos, mas revelou nao haver diferenças significativas entre os indivíduos submetidos ao tratamento psicofarmacológico e aqueles que se beneficiaram de tratamento psicofarmacológico acrescido de TIP. Os autores referem também que o tamanho relativamente escasso da amostra pode ter limitado a capacidade de serem detectadas diferenças entre as condiçoes de tratamento.

Mello e colaboradores53 realizaram uma metanálise sobre a eficácia de TIP no tratamento das perturbaçoes do espectro depressivo. Foram considerados ensaios clínicos realizados entre 1974 e 2002. A eficácia dos resultados foi medida tendo em conta os seguintes aspectos: remissao, melhoria clínica, diferenças nos sintomas depressivos no final do tratamento e ausência de recorrência. Foram considerados 13 estudos. As conclusoes apontam para a superioridade do tratamento TIP em relaçao ao placebo e similar ao tratamento psicofarmacológico. O efeito terapêutico nao aumentava com os dois tratamentos administrados em simultâneo (psicofármaco + TIP). De um modo geral, a TIP também mostrou ser superior à terapia cognitivocomportamental.


CONCLUSAO

A psicoterapia interpessoal tem merecido crescente atençao por parte de investigadores e psicoterapeutas. Nasceu como tratamento para a depressao major, mas foi adaptada com sucesso a outros diagnósticos clínicos. As suas especificidades e estrutura de tratamento estao bem definidas e a sua eficácia amplamente atestada. Constitui-se como um tratamento simples de aprender e implementar, com inegável utilidade para clínicos e pacientes. Face ao seu crescimento a nível mundial, a prática da TIP tem pela frente um desafio importante: conservar a sua essência, ao mesmo tempo sendo capaz de atender mais pessoas, abranger diferentes diagnósticos psicopatológicos e trabalhar com culturas diversas.

A TIP começa paulatinamente a desenvolver-se em Portugal e no Brasil. Esse processo necessita ser reforçado de maneira a que essa psicoterapia se dissemine pelos clínicos, investigadores e universidades e se constitua como alternativa consistente a outras psicoterapias, bem como coadjuvante de medicaçao psiquiátrica, em face das suas evidências já cientificamente validadas.


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1. Mestrado em Psicologia Clínica. Universidade do Minho Interpersonal Psychotherapy Certification (Level A, individual and groups). Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses (nº 12819). Psicólogo Clínico - Instituto ORASI. Porto, Portugal
2. Doutoramento em Psicologia Clínica. Universidade do Minho Interpersonal Psychotherapy Certification (Level A, B, C, D, E). Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses nº 2046. Professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Diretor do Instituto ORASI. Psicólogo Clínico

Correspondência
Marco André de Melo Martins
Rua Arquitecto Marques da Silva, n. 285, 1º C
4150-484 Porto, Portugal
marcomelomartins86@gmail.com

Submetido em: 21/06/2016
Aceito em: 12/09/2016

Instituiçao: Instituto ORASI

 

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