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Revista Brasileira de Psicoteratia

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Rev. bras. psicoter. 2016; 18(1):23-39



Artigos Originais

Psicoterapeutas e processos psicoterapêuticos no cinema: diálogos psicanalíticos sobre formaçao profissional

Psychotherapists and psychotherapeutic processes in Cinema: psychoanalytical dialogues about professional training

Tales Vilela Santeiro1; Lucas Rossato2; Glaucia Mitsuko Ataka da Rocha3

Resumo

Produçoes cinematográficas têm estabelecido aproximaçoes com a prática da psicoterapia, apresentando características mais ou menos verossímeis dessa atividade profissional e do psicoterapeuta. O objetivo deste trabalho consistiu em pesquisar filmes comerciais/ficcionais que retratavam psicoterapeutas e processos de psicoterapia, lançados a partir de 2001, aproximando-os de debates orientados psicanaliticamente. A análise de dados foi quantiqualitativa. Foram encontradas 27 produçoes, em sua maioria estrangeiras (96%), apresentando psicoterapeutas com diferentes formaçoes profissionais (psicólogos, 19%; psiquiatras, 15%; terapeutas, 22%; entre outros), trabalhando em consultórios privados (59%) e instituiçoes (18%), que preservam fronteiras profissionais. As análises e discussoes permitiram observar que, embora existam algumas aproximaçoes significativas, nem sempre as películas representam características apropriadas acerca dos processos psicoterapêuticos. Os resultados encontrados demonstram que produçoes fílmicas, quando contextualizadas teoricamente, podem ser ferramentas didáticas que contribuem aos processos de formaçao de novos profissionais, porque favorecem construçoes e desconstruçoes de aspectos que constituem o ofício do psicoterapeuta.

Descritores: Psicoterapia; Cinema como assunto; Psicologia clínica.

Abstract

Film productions have established approximations with the practice of psychotherapy, presenting characteristics, which are more or less credible, of this professional activity and the psychotherapist. The objective of this work was to investigate commercial/fictional movies, released from 2001, that portrayed psychotherapists and the psychotherapeutic processes, bringing them close to discussions psychoanalytic oriented. The analysis of data was quantitative and qualitative. 27 productions were found, most of them foreign (96%), presenting psychotherapists with different professional backgrounds (psychologists, 19%; psychiatrists, 15%; therapists, 22%; among others), working in private consulting room (59%) and institutions (18%), who preserve professional boundaries. Both the analysis and discussions enable us to observe that, although there are some meaningful approximations, the movies not always represent the characteristics of the psychotherapeutic processes properly. The outcomes show that film productions, when contextualizes theoretically, can become didactic tools which may contribute to the training of new professionals because they favor constructions and deconstructions of aspects that make up the psychotherapeutic work.

Keywords: Psychotherapy; Motion Pictures as Topic; Psychology, Clinical.

 

 

INTRODUÇAO

O cinematógrafo surgiu como uma máquina que conseguia dar vida e forma ao que antes eram imagens inanimadas. Inicialmente gerou grande espanto nos espectadores, que, ao assistirem ao pequeno filme exposto pelos irmaos Lumière, em um café em Paris, acreditaram que a locomotiva projetada fosse adentrar o estabelecimento e cair sobre eles1. O que àquela época gerou espanto e foi motivo de incompreensao, nos dias atuais permanece atraindo aglomerados de pessoas às salas de cinema, que procuram interagir com essa forma de linguagem artística, adotando-a nao somente como um recurso de lazer, mas também como um meio que propicia reflexoes e pode ser convertido em peça didática, em processos de formaçao de diversos profissionais, inclusive de psicoterapeutas2,3.

No Brasil, a Psicologia Clínica se destaca como sendo uma das grandes áreas de atuaçao dos psicólogos4. No âmbito das atividades clínicas, as práticas psicoterapêuticas sao uma das possibilidades desempenhadas por esses profissionais e talvez seja a mais conhecida delas, ao ponto de, nas experiências profissionais dos autores, ser comum verificar em diálogos com estudantes de Psicologia, a expectativa de um dia serem "clínicos". Assinala-se que a Psicologia Clínica engloba a psicoterapia como uma das suas áreas mais importantes, porém nao se limita a ela, sendo o psicodiagnóstico, as orientaçoes clínicas, o trabalho com grupos, entre outros, formas correlatas de atuaçao5,6. Também cabe frisar que, no país, atividades de psicoterapia sao desenvolvidas por médicos, em especial por psiquiatras.

As psicoterapias têm suas raízes históricas na cura pela fé e nas religioes, na medicina antiga e no hipnotismo, mas começou a ser utilizada para tratamento de doenças nervosas e mentais no final do século XIX, porém limitada ao trabalho de psiquiatras7,8,9. No século XX e nos dias atuais, além dos psicólogos e médicos, enfermeiros e assistentes sociais a têm praticado. Historicamente, o modelo de atuaçao em psicoterapia caracteriza-se, assim, como multiprofissional10. No Brasil, na América Latina e em diversos países da Europa há tendências e movimentos em direçao à regulaçao das psicoterapias como um campo que extravasa a Psicologia11.

Do seu surgimento até os dias atuais, a psicoterapia apresentou-se como uma alternativa para prestar cuidados à saúde mental das pessoas. Ela se caracteriza por ser um método de tratamento no qual o profissional psicoterapeuta, utilizando de técnicas específicas, como a comunicaçao verbal e a relaçao terapêutica, realiza intervençoes a fim de auxiliar o paciente a superar dificuldades de ordem emocional, cognitiva e comportamental7.

O surgimento das psicoterapias enquanto prática de atuaçao profissional consolidada em conhecimentos científicos9 despertou o interesse da indústria cinematográfica, logo as aproximaçoes entre estas e o cinema foram inevitáveis. Assim, a imagem dos psicoterapeutas passou a ser retratada em obras fílmicas, bem como leituras dessas produçoes passaram a integrar debates promovidos por clínicos e profissionais que lidam com cuidados à saúde mental das pessoas, nas mais diversas realidades e orientaçoes teóricas12,14,15,16,17,18. A presença do psicoterapeuta enquanto agente mediador de conflitos passou a desencadear as mais variadas interpretaçoes sobre a prática profissional, o que se alternava conforme o conhecimento que as pessoas e os produtores de filmes tinham e têm sobre ela19. Assim, a psicoterapia tem sido uma das principais formas de exposiçao dos profissionais e dos processos de cuidados à saúde mental no cinema19,17.

Os produtores de filmes parecem apostar nesse tipo de obra como forma de alimentar e sanar curiosidades tidas pelo público, estudioso de psicoterapia ou nao, sobre questoes envolvendo o funcionamento psicológico humano, no que ele tem de saudável e de adoecido, e sobre tratamento e superaçao de adoecimentos emocionais. Ao fazê-lo, também visam ao maior número de vendas possível, por fatores ligados às questoes econômicas envolvidas na produçao cinematográfica, que, como ocorre em quaisquer outras áreas da indústria, carece de retorno financeiro. Tendo em consideraçao esses aspectos, é importante ponderar que, em filmes comerciais/ficcionais, os processos psicoterapêuticos e seus profissionais sofrem maior probabilidade de serem apresentados de forma equivocada pela indústria cinematográfica, de modo que sejam distorcidos e até ridicularizados.

Sendo assim, compreende-se que os meios de comunicaçao de massa, como é o caso do cinema, sejam considerados e observados como ferramentas de difusao de conteúdos importantes ao processo de ensino e formaçao de psicoterapeutas. Neste texto, embora seja sabido que a psicoterapia nao seja prática profissional exclusiva do psicólogo, o olhar é limitado pela própria formaçao dos autores. Além disso, como no Brasil as psicoterapias ainda permanecem praticadas e reconhecidas pelo grande público como papel desempenhado por psicólogos, mesmo que em filmes estrangeiros os psicoterapeutas sejam identificados como vinculados a outras profissoes (usualmente medicina e assistência social), as discussoes pretendidas serao direcionadas especialmente ao público-leitor que segue a orientaçao psicanalítica em seus estudos e atuaçao.

Em relaçao à orientaçao teórica psicanalítica, os aspectos relativos às fronteiras profissionais existentes no âmbito da atuaçao do psicoterapeuta sao fundamentais de serem considerados no texto. Elas podem apenas ser transpostas (cruzamento), e/ou, ainda, podem ser violadas e essa concepçao, por sua vez, alinha-se à compreensao que se tem sobre setting psicoterapêutico.

Os cruzamentos e as violaçoes de fronteiras sao fenômenos que envolvem as figuras do psicoterapeuta e do paciente, contudo a atençao e o cuidado pertinentes sao de responsabilidade do profissional20. Eles podem influenciar de maneira positiva e negativa o processo psicoterapêutico e as relaçoes profissionais entre os envolvidos21,22, sendo que diferenças qualitativas distinguem uma ocorrência da outra, dada a matériaprima localizar-se em contexto específico e único, o setting23.

Cruzamentos de fronteira referem-se às rupturas benignas ao processo psicoterapêutico, ocorrem de forma isolada e sao discutíveis pelo par terapeuta-paciente; pela via do diálogo a ocorrência deles pode levar a compreensoes importantes acerca do psicodinamismo da relaçao psicoterapêutica e de seus atores. Atrasos esporádicos, em referência ao tempo das sessoes e aos pagamentos de honorários, autorrevelaçoes esporádicas e contextualizadas por parte do psicoterapeuta, seriam alguns exemplos de cruzamentos de fronteira20.

Em sentido complementar, violaçoes de fronteira envolvem transgressoes que sao prejudiciais ao processo de psicoterapia e em especial ao paciente, podendo ser sexuais ou nao; sao repetitivas e o terapeuta costuma desencorajar o diálogo sobre elas. Entre as principais formas de violaçao de fronteiras encontram-se as violaçoes sexuais, de tempo, de local de realizaçao dos atendimentos, o recebimento de presentes, ou o nao recebimento de honorários referentes às sessoes oferecidas20.

A neutralidade, a abstinência e o anonimato sao tidos como importantes fatores a serem considerados no exercício profissional23. A neutralidade designa condutas do terapeuta que buscam assegurar um comportamento amistoso, ético, tolerante e benevolente, capaz de suportar frustraçoes que venham a surgir durante sua atuaçao profissional, procurando resguardar o ambiente e a figura do terapeuta (setting). Esse posicionamento nao requer que o profissional seja distante e frio em relaçao ao que lhe é apresentado pelo paciente, contudo pode ser considerado como um facilitador para que o psicoterapeuta consiga estabelecer certo distanciamento em relaçao a açoes que possam vir a interferir de maneira negativa na sua relaçao com o paciente (cruzamento e/ou cruzamentos de fronteiras profissionais).

O anonimato, por sua vez, contribui para a manutençao da neutralidade no setting terapêutico23. Embora em experiências cotidianas o terapeuta demonstre muito de seu modo de ser nas roupas que veste, no modo como decora seu ambiente de trabalho, na maneira de falar etc., outros fatores que sao possíveis de serem controlados devem ser considerados durante o atendimento ao paciente, como manter sigilo sobre problemas e vida pessoal, responder as curiosidades despertadas pelo paciente, entre outros. Por fim, a abstinência, também se referindo a um aspecto que constitui o setting, refere-se à postura do profissional, que implica evitar que o paciente encontre satisfaçoes substitutivas para seus sintomas, porque clínico procura manter-se anônimo e neutro23.

Desse modo, o objetivo geral deste trabalho foi realizar pesquisa documental em obras cinematográficas, procurando observar as formas de representaçao de psicoterapeutas e de processos de psicoterapia, considerando, ainda, questoes atinentes às fronteiras profissionais.


MÉTODO

A seleçao de amostra, os critérios de inclusao de filmes e os procedimentos adotados para analisá-los seguiram os seguintes passos:

• Inicialmente realizou-se busca de títulos de filmes em bases de dados on-line especializadas, como Adoro Cinema, Cine Pop, Netflix, e através da ferramenta de busca on-line Google, cruzando os verbetes terapeuta, psicoterapeuta, psicologia, psicologia clínica e psicoterapia com filme e cinema; nesse momento realizou-se a leitura das sinopses disponíveis, procurando evidências de representaçoes de psicoterapeutas e de processos de psicoterapia.

• Alguns critérios foram adotados para inclusao de títulos: películas produzidas e lançadas entre 2001 e 2014, com legendagem em português, que contivessem cenas do profissional psicoterapeuta desempenhando atividades de psicoterapia e/ou do próprio processo psicoterapêutico. Na busca inicial foram encontrados 47 títulos.

• Assistência a títulos encontrados na busca inicial. Dos 47 filmes levantados inicialmente, nove nao foram acessíveis, como, por exemplo, Amor e traiçao28, e 11 foram excluídos da amostra por nao apresentarem psicoterapeutas ou porque nao havia encenaçao de processos psicoterapêuticos, como é o caso de O discurso do rei29. Sendo assim, a amostra final resultou em 27 obras, sendo que esse refinamento foi consensualmente obtido pelos autores, o que nao implica dizer que o levantamento de títulos foi exaustivo e que contempla "todos" os filmes que possam ter retratado psicoterapeutas, no período focalizado.

• Após os títulos terem sido buscados conforme os critérios enunciados, estudos-piloto foram realizados. Nesse momento, seis filmes foram selecionados aleatoriamente e assistidos em pormenores31,36,39,41,42,45, visando explorar suas características gerais e eventuais semelhanças entre eles, para, assim, conceber a ficha de registros de informaçoes, conforme será descrito no próximo item.

• Desenvolvimento de uma ficha para registros das informaçoes observadas, a qual serviria de base para a coleta de dados dos demais títulos. Nela foram registrados os seguintes aspectos: nacionalidade das produçoes (nacionais ou estrangeiras); encenaçao do processo terapêutico (se era central ou secundária no argumento fílmico); como o profissional era referido (terapeuta, analista, psicólogo/psiquiatra); o local onde as sessoes eram desenvolvidas, o contexto social, econômico e de trabalho (ambientes privados ou institucionais; padrao econômico observado através da estrutura arquitetônica e do mobiliário); condutas profissionais aproximadas, ou nao, de práticas clínicas, tal como constante de livros-texto de orientaçao psicanalítica7,20,25,26,27. Com "condutas profissionais aproximadas de práticas clínicas", cabe dizer que nos livros-texto citados seus respectivos autores debatem e elencam posturas profissionais que sao desejáveis de serem desenvolvidas por profissionais situados em processos de formaçao psicanaliticamente orientados. Dentre eles pode-se citar a necessidade de o psicoterapeuta ancorar e desenvolver seu processo formativo - de modo continuado - no tripé composto por estudos teóricos, supervisao de casos clínicos e integraçao do profissional a práticas de psicoterapia/análise pessoal. De modo complementar a esses requisitos formativos, questoes éticas e aquelas tocantes à técnica (transferência, contratransferência, setting, focalizaçao, estratégias de comunicaçao e de intervençao verbais e nao verbais etc.) também sao acentuadas nesse trabalho a ser desenvolvido na relaçao com pacientes.

• A partir dos procedimentos adotados acima, foram realizados levantamentos de frequências simples (brutas e relativas) acerca das encenaçoes observadas (análise quantitativa). Em seguida, com base nesse registro de base empírica, os pesquisadores realizavam discussoes sobre eventuais implicaçoes das representaçoes veiculadas para a formaçao de psicoterapeutas e para a prática das psicoterapias, relacionando as frequências observadas com a literatura especializada, com ênfase na de orientaçao analítica (análise qualitativa)7,20,25,26,27.

• Do ponto de vista da análise qualitativa, quando a observaçao e o registro de dados fílmicos implicaram julgamentos subjetivos, como situaçoes nas quais havia dúvida sobre se o profissional violou fronteiras profissionais20, havia debate entre os autores, até consensos serem obtidos. Quando a observaçao e o registro de dados necessitavam de julgamento objetivo, como verificar o local onde as sessoes de psicoterapia eram desenvolvidas, os dois primeiros autores levantavam as frequências.


RESULTADOS

Em relaçao às nacionalidades das produçoes, a maioria era estrangeira (96%). O gênero fílmico foi apresentado como sendo 13 comédias (48%), 9 dramas (33%) e 5 suspenses (19%), o que pode ser exemplificado, respectivamente, por: Sexta-feira muito louca30, Um método perigoso31 e Instinto selvagem 232. O critério adotado para determinaçao do gênero fílmico foi a informaçao contida nas capas das produçoes e as informaçoes contidas nas bases de dados especializadas em filmes onde os títulos foram acessados (Figura 1).


Figura 1. Características formais dos filmes analisados, organizados cronologicamente (N=27).



Em 15 (56%) películas havia demonstraçoes do processo psicoterapêutico de forma central, enquanto nas 12 (44%) restantes era demonstrado de modo secundário. Considerou-se representaçao central filmes cujos roteiros giravam em torno do processo de psicoterapia, como encenado em Diva33. Nesse caso, o processo terapêutico analítico foi enfocado por meio das experiências de sua protagonista, Mercedes. Representaçao de forma secundária foi categoria atribuída àqueles títulos nos quais, em um roteiro geral, havia a encenaçao do processo de psicoterapia de modo disperso, como pode ser visualizado por meio de Labirinto do tempo34. Nesse filme o protagonista, um dependente químico internado em clínica de reabilitaçao, integra processo psicoterapêutico como apenas um elemento de sua rotina de tratamento naquele espaço. Em alguns títulos em que o processo era demonstrado de forma secundária, as cenas eram representadas de forma muito breve, como ocorrido em A fantástica fábrica de chocolates,35 no qual a retrataçao de processo terapêutico tem duraçao de 37 segundos.

Das representaçoes dos psicoterapeutas, em 5 filmes sao psicólogos (19%), em 4 sao psiquiatras (15%), em 6 sao denominados genericamente como "terapeutas" (22%), em 2, psicanalistas (7%), em 8 isso nao fica esclarecido (30%) e em outros 2 há encaixe em mais de uma classificaçao (7%). Por exemplo, Amor, felicidade ou casamento36 apresenta uma psicóloga; Reine sobre mim37, uma psiquiatra; Diva do amor38, um psicanalista. Os seguintes critérios foram utilizados para determinaçao de cada uma das categorias: a forma como cada profissional era mencionado em diálogos com pacientes, em placas situadas nas portas dos consultórios e nas legendas dos filmes.

Das 27 obras, 17 (63%) apresentavam psicoterapeutas homens (por exemplo, Um método perigoso31; Um diva para 239 e O quarto do filho40) e 7 (26%) o faziam como sendo mulheres (por exemplo, Reine sobre mim37; Mentes diabólicas41 e Terapia do amor42). Três filmes (11%) representavam terapeutas homens e mulheres (Quase irmaos43; Amor, felicidade ou casamento36 e Charlie um grande garoto44).

Os contextos onde os processos psicoterapêuticos ocorrem sao representados por consultórios privados em 16 películas (59%), como feito em Sem reservas45; por instituiçoes (delegacias, hospitais etc.) em 5 filmes (18%), como em Um método perigoso31; mais de um local, em 4 títulos (15%); locais nao convencionais, em 1 caso (4%), como em A fantástica fábrica de chocolates35, no qual o atendimento é realizado em um longo corredor, e em 1 título nao é possível verificar com exatidao se o local é uma instituiçao ou ambiente privado (4%), Em busca de uma nova chance46.

Quanto aos consultórios privados (N=16), sao apresentados como ambientes luxuosos (estrutura arquitetônica e mobiliário de alto padrao econômico), em 12 casos (75%), com cenários como os apresentados em Mais estranho que a ficçao47; em ambiente convencional, com padrao mais despojado, em 2 casos (12%) (Terapia do amor42; O quarto do filho40); e, em 2 outros (12%), os consultórios aparecem em ambos os padroes (Totalmente apaixonados48; Amor, felicidade ou casamento36). No que confere aos ambientes institucionais (N=5), sao apresentados como ambientes luxuosos 2 vezes (40%), como feito em A passagem49, e, como convencionais, 3 vezes (60%), como em Labirinto do tempo34.

Nos filmes em que as encenaçoes acontecem em mais de um ambiente (N=4), 3 delas ocorrem em consultórios e em instituiçoes, e também há 1 título no qual o profissional trabalha desempenhando funçoes semelhantes à de um acompanhante terapêutico. Nos 3 primeiros casos os locais se apresentam igualmente como ambientes luxuosos e convencionais, como visto na película A máfia volta ao diva50.

Foram observadas, ainda, as modalidades e o tempo de duraçao das psicoterapias. Dentre as modalidades, citam-se atendimentos realizados em caráter individual em 24 filmes (89%), como em Charlie, um grande garoto44; em formato grupal em 2 (7%) casos, como no Em busca de uma nova chance46; e em 1 eram apresentados nas duas modalidades (4%), caso exemplificado por Passageiros51.

Com relaçao ao tempo de duraçao dos processos de psicoterapia, nao foi possível verificar quantas sessoes ocorrem, nem a duraçao das mesmas, em nenhum dos casos observados. O que pode ser constatado é que ocorrem de forma rápida, os terapeutas resolvem alguns problemas de forma espetacular, por meio de interpretaçoes "precisas" e/ou "fantasiosas", que dificilmente teriam correspondência com práticas clínicas cotidianas (nao fílmicas).

Nas 27 películas encontradas, 22 encenaçoes podem ser ilustrativas de violaçoes de fronteiras, como ocorrido em Instinto selvagem 232 e O psicólogo52. Entre essas violaçoes, as mais comumente encontradas foram: (1) violaçao de sigilo profissional, em 3 filmes, por exemplo, em Terapia do amor42, no qual a terapeuta utiliza dos conteúdos relatados nas sessoes para convencer o filho a nao ter um relacionamento com a paciente; (2) estabelecimento de relacionamentos com pacientes, familiares e/ou terceiros, que poderiam ser prejudiciais ao processo, em 6 títulos, como em Passageiros51, no qual a terapeuta se envolve sexualmente com o paciente; e (3) induzir a convicçoes políticas, morais, ideológicas, religiosas em 4 películas, sendo um exemplo a obra Correndo com tesouras53, pois o terapeuta convence seus pacientes a tomar atitudes que lhe beneficiam, entre elas entregar-lhe os filhos sob guarda.


DISCUSSOES

Embora as películas enfocadas estabeleçam particularidades que sao semelhantes à atuaçao profissional nao fílmica, muitas vezes elas também fazem aproximaçoes com aspectos equivocados do que seria a atuaçao profissional em psicoterapia, podendo confundir os espectadores no que tange aos diversos fatores envolvidos na dinâmica de um processo psicoterapêutico.

A atuaçao em psicoterapia é multifacetada, constituída por diferentes métodos, técnicas e orientaçoes teóricas, as quais podem variar de acordo com os países onde os profissionais atuam7,25,54. O olhar empregado nesta pesquisa foi fundamentado na atuaçao profissional conforme parâmetros alinhados à orientaçao psicanalítica e, embora as películas sejam estrangeiras, majoritariamente estadunidenses, elas nao perdem sua relevância ao considerar-se que o mercado consumidor de filmes no Brasil é influenciado por produçoes cinematográficas estrangeiras, em especial pelas hollywoodianas.

Foi observado durante as análises fílmicas que profissionais de diferentes categorias ocupacionais desempenhavam funçoes de psicoterapeuta. Pelo fato de a psicoterapia estar relacionada a um campo complexo como o da subjetividade, ela nao poderia ser atividade exclusiva dos profissionais da Psicologia, tampouco dos médicos, mas sim um campo multiprofissional que abarca diversidade de teorias, métodos e técnicas, como ocorreu desde seu surgimento10,9. É compreensível, assim, que o cinema utilize da representaçao de diferentes profissionais e de atuaçoes em sua linguagem, uma vez que esses aspectos sao observados na realidade da prática profissional7,11. Nesse sentido, os psicoterapeutas foram apresentados como psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, terapeutas e profissionais sobre os quais nao ficava evidente a profissao - mas que desenvolviam atendimentos terapêuticos, evidenciando que a psicoterapia classifica-se como um terreno multiprofissional, o que pode ser utilizado como argumento a ser debatido em contextos de formaçao de psicoterapeutas.

Quanto aos gêneros fílmicos, estes se mostraram diversificados, incluindo comédias, dramas e suspenses. Essas informaçoes podem remeter à noçao de que os processos psicoterapêuticos sao encenados em diferentes contextos e de distintas formas. Nas películas ora analisadas nem sempre os profissionais sao representados de forma cômica em um filme de comédia, da mesma forma que nem sempre sao representados de forma dramática em um filme classificado como drama. Outro fator a ser levado em consideraçao é que nem sempre os roteiros dos filmes giravam em torno do processo psicoterapêutico, de maneira que em algumas ocasioes os profissionais eram apresentados muito brevemente e em outras nem existiam verbalizaçoes por parte deles. Ilustraçao dessa última característica é vista em Diva33, no qual sequer há a apresentaçao da voz do terapeuta e as encenaçoes se detêm em demonstrar que ele é uma presença que "provoca" questionamentos na protagonista Mercedes. Esse mesmo filme foi debatido como recurso ilustrativo das fases que usualmente demarcam um processo terapêutico em início, meio e final3.

Ao se analisar a encenaçao dos processos psicoterapêuticos, pode-se visualizar e discutir como as imagens fílmicas podem influenciar a forma como o espectador compreende e idealiza aspectos da prática profissional. Esta tem demonstrado que os leigos que procuram uma psicoterapia pela primeira vez chegam às instituiçoes e clínicas particulares impregnados dessas concepçoes propagadas no cinema, contudo também em outras mídias de massa (canais abertos e fechados de TV), pelos filmes.

Com relaçao aos aspectos estruturais dos processos psicoterapêuticos, pode ser observado que os contextos onde ocorriam as sessoes foram ecléticos, favorecendo demonstraçoes sobre a possibilidade de atuaçao de psicoterapeutas para além da clínica tradicional e do consultório, como sao os casos nos quais eles atendiam em instituiçoes, em domicílio (clínica ampliada), além de casos em que desempenham funçoes de acompanhante terapêutico. Se por um lado alguns filmes podem contribuir para disseminaçoes estereotipadas do que seria o papel de um terapeuta, esse aspecto pode ampliar o conhecimento que o público possa ter a esse respeito.

Os ambientes onde ocorrem as sessoes foram retratados predominantemente como sendo luxuosos, o que pode contribuir para consolidar a visao e a representaçao dos serviços de psicoterapia como sendo aqueles que se ocupam de cuidados às classes mais favorecidas do ponto de vista socioeconômico. Em contrapartida, esses cenários tendem a reforçar o ideário de que (1) grande parte da populaçao brasileira nao teria condiçoes de custear os serviços prestados por esses profissionais; (2) na ausência de condiçoes econômicas que possibilitem o acesso da populaçao aos serviços de psicoterapia, as pessoas teriam de procurar serviços públicos de atendimento através do Sistema Unico de Saúde ou da assistência social; e, questao diretamente focada na realidade universitária de cursos de Psicologia, (3) o estudante busca a profissao de psicólogo acreditando que ela é uma profissao de caráter liberal, na qual desenvolverá unicamente atividades ligadas à psicoterapia e na esfera privada.

As modalidades de atendimento apresentadas demonstraram duas possibilidades de intervençoes, atendimentos individuais e grupais. Na maioria das películas atendimentos individuais foram priorizados, indo ao encontro do que mais comumente ocorre quando as pessoas procuram atendimento, que os mesmos sejam realizados em consultório privado e na modalidade individual. Contudo, essa é uma tendência em transformaçao, pois, como é sabido, nos ambientes públicos e até mesmo nos privados os atendimentos grupais têm sido alternativas apropriadas para dar conta das demandas apresentadas pelas pessoas e pelas instituiçoes às quais esses profissionais estao vinculados7,25.

O tempo de ocorrência dos processos psicoterapêuticos nao fica claro durante a exposiçao da maioria das cenas, contudo parecem ser rápidos e resolvidos por meio de intervençoes e acompanhamentos breves. O que se percebe é que em alguns casos a cura se aproxima do que Gabbard expoe19 quando refere que as produçoes cinematográficas parecem utilizar da cura catártica como forma de atrair o olhar dos espectadores, sem levar em conta que esse método havia sido abandonado por Freud no século passado. Esse aspecto, entre outros relacionados ao modo de intervençao e ao tempo, pode levar o espectador a acreditar que os processos psicoterapêuticos reais ocorram da maneira como sao representados em filmes comerciais, de forma rápida e conseguindo logo de início despertar conteúdos emocionais reprimidos e elaborá-los com "rapidez" semelhante à que foram "despertos". Esse é um dos aspectos mais delicados percebidos durante a análise das películas, uma vez que pode confundir o espectador tanto no que venha a ser a profissao dos psicoterapeutas quanto em como esta pode auxiliar no problema apresentado e no desenrolar do processo de ajuda.

No já mencionado A fantástica fábrica de chocolates35, por exemplo, num ambiente arquitetônico de proporçoes psicodélicas, o paciente é visto deitado no diva, "associando livremente", e seu psicoterapeuta (analista), sentado numa poltrona, nao verbaliza algo em resposta a ele. O comportamento do profissional resume-se a meneios de cabeça e a realizar anotaçoes num pequeno caderno. Mesmo assim, ao final da cena o paciente chega a alguma conclusao acerca de seu próprio mundo interno, aparentemente genuína (insight). Em processos de formaçao de psicoterapeutas, esse tipo de situaçao pode ser tido como exemplar de atuaçao profissional caricatural e até mesmo inadequada, que pouco contribui para compreensoes contextualizadas e atuais sobre o exercício profissional almejado em psicoterapia psicanalítica19,20,26,27.

Juntamente com as questoes relacionadas ao tempo, as violaçoes de princípios fundamentais apresentam-se como outro ponto preocupante observado durante a assistência e estudo dos títulos, apesar de isso nao ter sido o mais frequente. Nesse sentido, nesse tipo de encenaçao pode haver comprometimento de concepçoes sobre o processo terapêutico e sobre a imagem dos profissionais atuantes nessa área, por parte de um espectador desinformado. Nos demais filmes em que violaçoes nao estiveram explicitadas, situaçoes de cruzamentos de fronteiras podem ser enfocadas em debates teóricos. Por exemplo, o silêncio exacerbado do analista Lopes, em Diva, poderia ser problematizado a um só tempo como caricatural - o que se alinharia ao gênero fílmico em questao, uma comédia -, mas também poderia sinalizar necessidade de diálogo sobre a postura "distanciada" e "pouco dialogada" de sua parte, o que o inseriria numa postura de cruzamento de fronteira20.

Por razoes como essas, autores que discutem o uso de filmes em processos de formaçao psicanalítica insistem que a linguagem dos filmes é um recurso didático profícuo, que, porém, exige, como quaisquer outros, cuidados no seu uso2,3. Por essa via, Diva33, apesar de ser classificado como filme do gênero comédia, pode ser um exemplar no qual o psicoterapeuta (analista) conduz o processo de forma adequada profissionalmente, embora exacerbadamente silencioso (como dito, no filme a opçao do diretor é a de nao focar verbalizaçoes dele). De modo semelhante, em Terapia do amor42, a despeito de haver encenaçao de violaçao de sigilo profissional e de isso ser contextualizado no âmbito cômico, os impasses vividos pela protagonista, que atende a namorada do próprio filho sem ter esse conhecimento a princípio, podem ser úteis para ilustraçoes acerca dos limites "humanos" que psicoterapeutas podem experienciar em seus trabalhos.

A neutralidade, a abstinência, o anonimato e as fronteiras profissionais caracterizam-se como aspectos fundamentais de serem atentados para que a psicoterapia sofra as mínimas influências possíveis de fatores que possam vir a prejudicar o bom andamento das atividades terapêuticas e a manutençao do vínculo psicoterapeuta-paciente. Com o objetivo de gerar descontraçao e otimizar a venda de seus filmes, os criadores das películas parecem vir trilhando um caminho por meio do qual expoem a atividade profissional a situaçoes embaraçosas e conflitantes com a atuaçao em psicoterapia. Mas, afinal, um filme comercial e ficcional, por mais "realista" que possa ser a sua produçao, nao visa à mera reproduçao da realidade.

Um dado importante observado, embora nao constituinte dos objetivos de análise, mas que convém ser mencionado, é que os profissionais do gênero masculino eram encenados como aqueles mais propensos a violar aspectos profissionais, quando comparados às mulheres. Essa peculiaridade demonstra um tópico que pode ser trabalhado em estudos futuros e se contrapoe ao que Gabbard19 observou em seu estudo.


CONSIDERAÇOES FINAIS

Nesta pesquisa procurou-se dialogar a respeito de uma das mais reconhecidas áreas de atuaçao de psicólogos, que é a psicoterapia, utilizando para tal a representaçao que o cinema tem feito sobre a figura dos psicoterapeutas e dos processos que eles conduzem. Foi possível perceber que existem aproximaçoes e distanciamentos nessa representaçao, tornando-a ora mais, ora menos verossímil. É importante salientar que a atuaçao filmada, embora tenha algumas aproximaçoes que sao importantes de serem consideradas, nao se compara ao que acontece na atuaçao profissional "real".

Também deve ser considerado que nao é objetivo das produçoes cinematográficas ficcionais/comerciais detalhar "como" se desenvolve e se materializa um processo terapêutico, uma vez que o espectador provavelmente nao teria paciência para assistir durante 50 minutos a uma sessao de terapia. Igualmente relevante de ser ponderado é que neste estudo nao se buscou exaurir a análise dos filmes acessados, os quais pressupoem leituras polissêmicas, bem como é preciso salientar que se tem consciência de que provavelmente muitos filmes produzidos e que focalizam psicoterapeutas nao foram contemplados na amostra, característica que deve ser considerada à luz das limitaçoes metodológicas (cf. período temporal, fontes de buscas de informaçao e verbetes adotados).

Embora toda pesquisa seja portadora de limitaçoes, e também pesquisas de levantamento documental sistemático, como o ora realizado, convém observar que o período temporal escolhido, que contemplou 14 anos de produçoes cinematográficas (2001-2014), é tido como abrangente o suficiente para sustentaçao de um trabalho acadêmico. Além desse argumento, outros dois podem ser objeto de ponderaçoes por parte do leitor: (1) Gabbard19, embora com objetivos e métodos distintos, relatou estudo enfocado em obras lançadas em anos anteriores a 2000 e, assim, o atual relato pode ser agregado aos resultados apresentados por ele - desde que se compreenda que neste nao se procurou realizar uma réplica daquele; e (2) as fontes de busca de informaçao fílmica acessadas sao especializadas e a própria ferramenta Google é amplamente reconhecida por seu poder de recuperaçao de informaçoes.

Na medida em que esta pesquisa apresentou obras cinematográficas que expoem a figura dos psicoterapeutas e o modo como exercem seu ofício, após a assistência delas é possível discutir aspectos essenciais para a atuaçao profissional. Assim, elas podem ser utilizadas como recursos para trabalhar questoes que possuem estreitamento com a construçao da identidade profissional, bem como características que nao devem ser adotadas durante as psicoterapias, pois podem prejudicar tanto o bom funcionamento das intervençoes quanto a própria imagem que se tem do profissional.

Acredita-se na pertinência de discutir esses aspectos que vêm sendo assinalados com estudantes que aspiram à psicoterapia como profissao, pois muitas vezes eles chegam à universidade afetados pela representaçao dos profissionais veiculada nos meios de comunicaçao de massa e desconhecem o modo como as psicoterapias se apresentam na atuaçao prática. É comum que dispensem uma visao distorcida da profissao8, acreditando que a mesma se restrinja a atendimentos em consultórios privados, conduzidos por profissionais frios, distantes e, no geral, caricaturais26.

Nas obras cinematográficas que compuseram a amostra, a forma como os processos psicoterapêuticos sao apresentados mostra-se relevante para a discussao, reflexao e formaçao de novos psicoterapeutas. Nesse sentido, o que é apresentado por um diretor e sua equipe pode vir a ser tomado como um recorte, mais ou menos adequado, do que ocorre na prática profissional, demonstrando que as produçoes cinematográficas podem servir enquanto recurso, porém nao como um instrumento capaz de replicar tais práticas. O estudo pode favorecer, também, ao psicoterapeuta em processo de formaçao, compreensoes e aprofundamentos, conhecimentos teóricos e técnicos a respeito das psicoterapias, aspectos históricos e culturais envolvendo as mesmas, observando-a como atividade multidisciplinar na área da saúde mental.


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1. Doutorado. Professor adjunto. Jataí, GO, Brasil
2. Graduaçao em Psicologia. Professor substituto da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí
3. Doutorado em Psicologia. Psicóloga clínica e psicoterapeuta da prática privada

Instituiçao: Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí. Prática privada e Instituto de Psicologia da USP.

Correspondência
Tales Vilela Santeiro
Rua Barao da Ponte Alta, n. 294, apto. 101. Bairro Nossa Senhora da Abadia
38025-250 Uberaba, MG, Brasil
talesanteiro@hotmail.com

Submetido em: 23/03/2015
Aceito em: 15/04/2015
Suporte financeiro: bolsa de Iniciaçao Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 

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