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Revista Brasileira de Psicoteratia

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Rev. bras. psicoter. 2015; 17(3):29-46



Artigos Originais

Pesquisa em psicoterapia psicanalítica de adultos: uma revisao sistemática de ensaios clínicos*

Research in psychoanalytic psychotherapy for adults: a systematic review of clinical trials*

Pricilla Braga Laskoski1; Charlie Trelles Severo2; Carolina Stopinsk iPadoan3; Diogo Machado4; Neusa Sica da Rocha5; Keila Maria Mendes Ceresér6; Fernanda Barcellos Serralta7; Cláudio Laks Eizirik8

Resumo

O objetivo deste estudo é reunir os ensaios clínicos que envolveram alguma modalidade de Psicoterapia Psicanalítica publicados no período compreendido entre julho de 2008 e julho de 2013. Pretendemos identificar quais as modalidades contempladas, qual a populaçao mais estudada, quais os fatores de interesse mais estudados, que localidades apresentam maior produçao e quais os principais resultados encontrados. A revisao foi realizada em julho de 2013, através das bases de dados PsycINFO, Embase e Pubmed. Foram selecionados 27 estudos. O número de ECRs em PP encontrado nesta revisao pode ser considerado pequeno, o que possivelmente reflete uma preferência por outros delineamentos de pesquisa na avaliaçao dos resultados das técnicas psicanalíticas. A pesquisa em PP parece ser veiculada predominantemente através de periódicos acessados muitas vezes apenas por outros pesquisadores. Porém, o difícil acesso pode nao ser a única razao por trás da reconhecida dissociaçao entre academia e prática clínica: a linguagem utilizada nos artigos encontrados nesta revisao pressupoe amplo conhecimento de termos de uso restrito de pesquisadores. Acreditamos que esta revisao pode ser útil para uma geraçao de terapeutas e pesquisadores que desejam trabalhar em sincronia com o avanço do conhecimento científico.

Descritores: Terapia psicanalítica; Ensaio clínico; Adulto; Psicoterapia.

Abstract

This systematic review aims at gathering all the psychoanalytic psychotherapy clinical trials published in the period between July 2008 and July 2013. We intend to identify which modalities were contemplated, the most studied population, the most studied factors of interest, the locations with higher production and the main results. The search was conducted in July 2013 on the following databases: Embase, Pubmed, and PsycINFO. Twenty-seven studies were selected. The number of RCTs in PP found in this review can be considered small, which may reflect a preference for other research designs in evaluating the results of psychoanalytic techniques. Research in PP seems to be conveyed predominantly through journals which are often only accessed by other researchers. However, the difficult access may not be the only reason behind the recognized dissociation between academia and clinical practice: the language used in the articles found in this review requires extensive knowledge of terms of restricted use by researchers. We believe that this review may be useful for a generation of therapists and researchers who wish to work in synchrony with the advancement of scientific knowledge.

Keywords: Psychotherapy Clinical Trial; Psychoanalytic Therapy; Adult.

 

 

INTRODUÇAO

Ao longo das últimas décadas, a pesquisa empírica em Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica (PP) vem crescendo significativamente. Muitos estudos vêm apresentando evidências consistentes da eficácia e da efetividade especialmente da psicoterapia breve e de formas específicas de psicoterapia de longo prazo relativas a uma ampla gama de transtornos1,2,3,4,5,6. Tais estudos colaboram para que se desfaça o mito de que a PP nao é uma prática baseada em evidências, ou seja, existem pesquisas que sustentam que essas modalidades de psicoterapias produzem importantes resultados no tratamento de diferentes transtornos mentais. No entanto, o crescimento do campo da pesquisa nao vem sendo suficiente para combater a histórica dissociaçao entre a investigaçao empírica realizada na academia e a prática clínica. Uma maior aproximaçao entre elas poderia contribuir para o desenvolvimento de ambas, uma vez que tanto clínicos quanto pesquisadores integrariam seus conhecimentos e, assim, enriqueceriam suas habilidades profissionais.O conhecimento acerca da produçao científica envolvendo PP pode contribuir para a área de ensino, estimulando a discussao teoria-técnica e, dessa forma, auxiliando no desenvolvimento de terapeutas em formaçao. O conhecimento gerado pode levar ao atendimento mais adequado das demandas dos pacientes e, assim, pode repercutir no sistema público de saúde, uma vez que intervençoes custo-efetivas podem ser implementadas7.Um caminho possível em direçao à aproximaçao de tais áreas pode estar na facilitaçao ao acesso dos resultados das pesquisas por parte dos clínicos. Muito da produçao científica é veiculada através de revistas específicas, muitas vezes acessadas apenas por outros pesquisadores. Conhecer a produçao atual da pesquisa em psicoterapia, suas principais origens, métodos e características torna-se relevante nesse sentido. A apresentaçao de trabalhos que contemplem essa funçao/dimensao ainda é pequena e recente. Reunir, de forma objetiva e clara, a produçao dos últimos anos pode ser uma forma de pensar os próximos caminhos e, assim, conceber estratégias eficientes na busca pela integraçao dos saberes acadêmicos e da prática clínica.O objetivo deste estudo é reunir os ensaios clínicos que envolveram alguma modalidade de PP publicados no período compreendido entre julho de 2008 e julho de 2013. Pretendemos identificar quais as modalidades contempladas, qual a populaçao mais estudada, quais os fatores de interesse mais estudados, que localidades apresentam maior produçao e quais os principais resultados encontrados.


MÉTODO

A revisao foi realizada em julho de 2013, através das bases de dados PsycINFO, Embase e Pubmed, contemplando os artigos publicados em jornais no período entre julho de 2008 e julho de 2013. O primeiro passo foi pesquisar pelos termos adequados para "psicoterapia" e "psicoterapia psicanalítica" em cada base. Definidos os termos, procedeu-se às pesquisas.No PsycINFO, optou-se por delimitar a busca ao domínio PsycARTICLES. Realizou-se a combinaçao "psychoanalysis" OR "psychodynamic psychotherapy" juntamente com a seleçao dos filtros: peer-review ed journals only, adultos (maiores de 18 anos), empirical study, que produziu 65 artigos. Na Embase, a mesma combinaçao produziu 64 artigos. Nessa base, utilizou-se o filtro clinical trial. No Pubmed utilizaram-se os seguintes descritores: psychoanalytical therapy, psychoanalytical therapies, psychoanalytic balint, psychoanalytic therapy, Balint therapy, Balint psychoanalytic. Os filtros selecionados foram: clinical trial, controlled clinical trial, randomized controlled trial, abstract available, adults e humans. Essa busca produziu 50 artigos.O fluxograma (Figura 1) apresenta o procedimento de seleçao de estudos. Eles foram reunidos com auxílio do gerenciador de referências EndnoteTM e depois divididos entre duplas formadas pelos autores. Cada dupla avaliou o título e resumo dos artigos, além de examinar o texto integral quando a avaliaçao dos dois primeiros foi inconclusiva. Cada membro da dupla avaliou os mesmos estudos, segundo os critérios de inclusao e exclusao. Nos casos de divergência quanto inclusao ou exclusao, a dupla discutia até o consenso ou recorria à decisao de um terceiro autor.Como critério de inclusao, determinou-se que seriam ensaios clínicos (EC) envolvendo alguma modalidade de PP com adultos que disponibilizassem resumo em inglês. Os critérios de exclusao foram: (1) estudos teóricos; (2) estudos que nao contemplassem ao menos um grupo em PP; (3) estudos com crianças e/ou adolescentes; (4) estudos com outros delineamentos de pesquisa. Após a exclusao das duplicatas, os estudos selecionados foram avaliados pelos autores seguindo uma ficha de estudos com as questoes da revisao.


Figura 1 - Fluxograma



RESULTADOS

As tabelas (1, 2, 3 e 4) apresentam a descriçao sintética dos itens investigados e permitem ao leitor tirar suas próprias conclusoes sobre as pesquisas e outros estudos selecionados.










AUTORES E LOCAIS DE REALIZAÇAO DOS ESTUDOS

Dos 27 estudos selecionados, 6 provêm da Noruega8,9,10,11,12,13, 5 dos Estados Unidos14,15,16,17,18 e 3 da Finlândia19,20,21; Dinamarca22,23, Alemanha24,25 e Suécia26,27 contabilizam 2 estudos cada; Brasil28, Bélgica29, Chile30, Canadá31, Ira32 e Holanda33 contabilizam 1 estudo cada; apenas 1 estudo consistiu em uma parceria entre dois países: Argentina e Espanha34. Chama a atençao que os primeiros 3 países concentram quase 50% da produçao total encontrada. Também é importante salientar que o eixo Europa-América do Norte é responsável pela produçao de 23 estudos, ou seja, pouco mais de 85% do total encontrado. Pode-se perceber que alguns autores compoem um mesmo grupo de pesquisa ou trabalham em colaboraçao, pois existem nomes que se repetem em estudos semelhantes, vinculados às mesmas instituiçoes.


MODALIDADES DE PSICOTERAPIA

As modalidades de psicoterapia contempladas foram divididas em quatro grupos, a saber: Psicoterapia Psicanalítica de Longo Prazo (PPLP), Psicoterapia Psicanalítica Breve (PPB), Psicoterapia Psicanalítica de Grupo (PPG) e Psicoterapias Comparadas. Psicanálise também esteve presente, porém foi incluída no grupo de psicoterapias comparadas. Dentro de cada uma dessas categorias, podemos identificar algumas derivaçoes, que serao descritas adiante.A maioria dos estudos encontrados avaliaram PPB. Dentre os 11 estudos, podemos identificar três submodalidades: PPB de apoio17,25,33, uma intervençao psicoterapêutica breve manualizada27 e uma adaptaçao de PP para a internet26. Esses estudos definiram psicoterapia breve a partir do critério de um número pré-determinado de sessoes, totalizando em média até 4 meses de tratamento. Apenas um estudo11 considerou 40 sessoes semanais, ultrapassando esse período.Foram encontrados nove estudos sobre PPLP. Dentre eles, quatro8,9,10,24 trataram de uma modalidade específica, a terapia focada na transferência (TFT), uma forma de psicoterapia desenvolvida inicialmente para o tratamento do transtorno de personalidade borderline (TPB), mas nao restrita à este. Um dos estudos foi conduzido no contexto de hospitalizaçao58, e dois artigos contemplam PPLP de apoio14,15. Um dos estudos refere-se à modalidade que aborda a Psicoterapia Psicodinâmica Desconstrutiva (PPD)16. Em geral, o critério utilizado para caracterizar a psicoterapia como de longo prazo manteve-se constante. Além de considerar o tratamento como de fim aberto, delimitaram um mínimo de sessoes (n=25) ou o período de 1 ano como requisitos.Dois dos artigos examinados avaliaram PPG. Um deles contempla simultaneamente modalidades de PPG de curto e de longo prazo, totalizando, respectivamente, 20 e 80 sessoes13. O único estudo brasileiro encontrado faz parte desse grupo28.Diferentes modalidades de PP foram comparadas em cinco estudos. Dois artigos também incluíram grupos tratados através de abordagens nao psicanalíticas: um deles comparou psicanálise (3 sessoes semanais no diva), PP de apoio e terapia cognitivo-comportamental (TCC)31; o segundo comparou PPB, PPLP e uma terapia breve focada em desenvolver soluçoes para os problemas19. Além desses, dois estudos compararam TFT (12 sessoes), PPB (20 sessoes), PPLP (2 a 3 sessoes semanais durante 2 a 3 anos) e psicanálise (4 sessoes semanais por 5 anos)20,21. Por fim, um estudo comparou psicanálise e PPLP (1 ano)34.


TERAPEUTAS

A maioria dos estudos apresenta alguma informaçao sobre as características dos terapeutas, principalmente alguma medida que indique o tempo de experiência com a psicoterapia em questao. Alguns poucos estudos apresentam somente o número de psicoterapeutas envolvidos. De forma geral, envolvem terapeutas em diferentes estágios de formaçao. Poucos descrevem a formaçao profissional de base, como psicologia ou psiquiatria. Entre os estudos que avaliaram PPB, três envolveram a descriçao de um treinamento específico para essa modalidade25,26,32. Quanto aos estudos com diferentes abordagens psicanalíticas, três envolveram membros de uma sociedade psicanalítica de seu país20,21,34.


PACIENTES

Na maioria dos estudos, os pacientes foram apresentados conforme seus diagnósticos,embora, para tanto, tenham sido utilizadas diversas expressoes, sem obedecer a uma única unidade de classificaçao. Também há artigos nos quais os mesmos nao sao identificados, em que a investigaçao enfatizava a técnica psicoterapêutica. Outra característica observada é que, em vários estudos, mais de um diagnóstico era pesquisado simultaneamente. O quadro abaixo apresenta uma descriçao mais precisa dos diagnósticos.


Figura 2 - Quadro de diagnósticos



OBJETIVOS

Os estudos encontrados apresentavam como objetivo primário avaliar a eficácia ou a efetividade das psicoterapias em diferentes grupos diagnósticos (dependência de cocaína; dispepsia; depressao; hipocondria; prevençao ao pânico; TAG; humor e ansiedade) e em contextos específicos, como psicoterapias durante a hospitalizaçao, através da internet, serviços comunitários de saúde mental. Além disso, alguns fatores de interesse puderam ser identificados, a saber: a relaçao entre os resultados das psicoterapias e aliança terapêutica (AT), qualidade das relaçoes objetais (QRO), padrao de apego e vínculo com o terapeuta. A principal medida utilizada foi relacionada à reduçao de sintomas.


PRINCIPAIS RESULTADOS ENCONTRADOS

Quanto aos estudos envolvendo PPLP (Tabela 1), dois sao derivados de um mesmo estudo e avaliam o efeito da psicoterapia com uso de interpretaçoes transferenciais, encontrando que mulheres apresentaram resposta significativamente melhor do que homens a esse tipo de abordagem8, da mesma forma que pacientes com baixa QRO9. Um estudo envolvendo TFT mostrou melhora nos aspectos específicos ligados ao TPB, tais como abandono de tratamento e tentativas de suicídio24. Um estudo encontrou resultados positivos para psicoterapia psicanalítica desconstrutiva para pacientes com TPB e alcoolismo16. O estudo com bulimia nervosa nao identificou diferenças de resultado para PPLP e TCC em pacientes com padrao de apego (PA) inseguro22. Dois Ensaios Clínicos Randomizados (ECR) envolveram usuários de cocaína e PP combinadas à aconselhamento em grupo e outras abordagens, como aconselhamento individual mais aconselhamento em grupo14,15. Ambos indicaram a eficácia da abordagem psicanalítica na reduçao dos sintomas relacionados ao uso da droga.

Quanto aos principais achados dos estudos com PPB (Tabela 2), quatro avaliaram os resultados dessa modalidade terapêutica em pacientes deprimidos. Destes, dois estudos tiveram como foco o desempenho de dois instrumentos, o Help Alliance Inventory (HAQ-1) e o Funcionamento das Relaçoes Objetais (ORF), respectivamente25,33. Um estudo buscou avaliar a eficácia de um período de 3 meses de uma intervençao ambulatorial estruturada desenvolvida para mulheres com depressao severa e traumas na infância, demonstrando que a intervençao foi efetiva na reduçao de sintomas psiquiátricos, bem como mostrou-se mais eficaz que o tratamento-padrao30. Um ECR piloto comparou PPB de apoio (12 semanas) e tratamento usual para depressao moderada a severa no sistema comunitário de saúde mental nos EUA17. Os resultados deste demonstraram melhora superior ao tratamento usual no que diz respeito à reduçao de sintomas depressivos. Dois ECRs contemplaram pacientes do cluster C. Um deles buscou investigar se as açoes do terapeuta e o vínculo entre a díade poderiam estar relacionados com a reduçao de sintomas. Ao comparar os grupos de PPB e TCC, identificou-se que essas variáveis atuavam de forma diferente em cada modalidade, embora ambos tenham demonstrado igual eficácia na reduçao de sintomas. Na PPB, foi detectado que o foco no afeto está relacionado à reduçao de sintomas, mesmo que essa postura diminua o vínculo. Ou seja, para os pacientes desse estudo, focalizar o afeto fez com que eles se sentissem menos vinculados a seus terapeutas. Por outro lado, evitar enfoque no afeto na TCC levou a melhores resultados e demonstrou relaçao positiva com o vínculo11. Outro estudo buscou examinar os efeitos do trabalho da transferência, da AT e da interaçao entre elas na reduçao de problemas interpessoais. Os resultados indicaram que menos ênfase no trabalho da transferência levou à reduçao global de problemas interpessoais12.Em um estudo com 49 pacientes com dispepsia funcional, um grupo recebeu apenas tratamento médico e o outro recebeu também PPB. Sintomas gastrointestinais, mecanismos de defesa e alexitimia foram avaliados antes e depois do tratamento, bem como 1 mês e 12 meses após o fim do tratamento. Os resultados mostraram que a PPB resultou em melhora de todos os sintomas gastrointestinais após o tratamento e nos dois folow-ups32.Um ECR comparou TCC, PPB e lista de espera em 80 pacientes hipocondríacos. Foram utilizadas medidas de ansiedade e psicopatologia geral antes e aos 6 meses de tratamento, bem como 6 e 12 meses após o fim da terapia. Os pacientes do grupo TCC demonstraram melhora significativa em todas as medidas em comparaçao com o grupo-controle (lista de espera) e especificamente nas medidas de ansiedade em comparaçao com PPB. O grupo PPB, por sua vez, nao demonstrou diferenças significativas em nenhuma medida ao comparar-se com o controle23.

Quanto ao grupo que envolveu diferentes modalidades de PP (Tabela 3), a maioria dos estudos comparou psicanálise com outras psicoterapias. Um ECR piloto buscou determinar a viabilidade para pesquisar o processo de mudança que ocorre nos pacientes durante o curso de 2 anos de PPLP de apoio, psicanálise e TCC em comparaçao com os manejos clínicos em 8 pacientes com diagnóstico de depressao maior. Os resultados indicaram melhora sintomática experimental significativa nos 3 grupos de tratamento em comparaçao com o grupo-controle - manejo clínico. Cada tipo de psicoterapia provocou melhora em todos os sintomas testados em 1 de cada 2 pacientes. Em relaçao aos potenciais mecanismos de mudança e copingpaterns, ambos se revelaram importantes processos ao longo do tratamento quando os resultados eram positivos; e menos importantes em processos com resultados menos positivos31.Um EC nao randomizado buscou avaliar se a psicanálise é mais efetiva do que terapias menos intensivas para transtornos do humor e de ansiedade. Os resultados apontaram reduçao de sintomas e melhora na capacidade funcional e de trabalho em todos os grupos. A PPB (TFT e Apoio, 12 e 20 sessoes cada) foi mais efetiva durante o 1º ano, no entanto PPLP demonstrou ser mais efetiva após 3 anos de follow-up, e PA mais efetiva após 5 anos de follow-up20. Outro artigo derivou desse estudo: através dos mesmos procedimentos, buscou avaliar na mesma amostra se houve uso de tratamento auxiliar à terapia em estudo (medicaçao, hospitalizaçao, outra psicoterapia). Os resultados indicaram que 60% dos pacientes usaram algum recurso auxiliar durante o período de follow-up. Foi mais comum entre os pacientes dos grupos de terapias breves e a incidência foi maior durante o primeiro ano de tratamento. Mais de 50% dos pacientes que estavam em modalidades breves receberam em média 4 a 6 vezes mais sessoes de terapia do que havia sido inicialmente combinado21.Um estudo comparou a efetividade da terapia focada no problema (TFP), PPB e PPLP no que diz respeito ao conceito de self (self-concept) e sintomatologia em pacientes com diagnóstico de transtorno de ansiedade, humor e transtornos de personalidade. Os principais achados sugerem que tanto a duraçao da terapia quanto o tipo de terapia afetam a mudança do conceito de self (self-concept change). Embora os escores medidos tenham melhorado em todos os três tipos de terapia, a melhora foi mais rápida durante o tratamento e logo após o tratamento nos dois tipos de terapias breves em comparaçao com a PPLP. Ou seja, durante o follow-up do primeiro ano, o self concept melhorou mais na PPB e TFP do que na PPLP. Porém, após o follow-up de 3 anos, PPLP foi mais efetiva que TFP em alguns escores, mas sem diferenças para PPB19.

Entre os artigos que avaliaram grupoterapia (Tabela 4) está o único ECR brasileiro. Esse estudo piloto buscou avaliar a eficácia da PPG juntamente com o uso de clonazepam em comparaçao com somente clonazepam em pacientes com transtorno de ansiedade generalizada. Os resultados mostraram que PPG mais clonazepam é mais eficaz do que somente o último: os pacientes desse grupo demonstraram melhora significativa em seu funcionamento global28.


DISCUSSAO

Sabe-se que ainda existe discussao acerca de que tipo de modelo de pesquisa (ECR ou estudos de efetividade ou de observaçao) pode fornecer melhores evidências de que um tratamento funciona. Os ECRs sao conduzidos através de condiçoes experimentais controladas, ou seja, buscam assegurar a validade interna do estudo. Em funçao disso, sua representabilidade clínica pode ser limitada. Os estudos de efetividade, por sua vez, sao conduzidos sob condiçoes mais próximas da prática clínica, fornecendo maior validade externa ao estudo e, consequentemente, resultados clinicamente mais representativos. O número de ECRs em PP encontrado nesta revisao pode ser considerado pequeno, o que possivelmente reflete uma preferência por outros delineamentos de pesquisa na avaliaçao dos resultados das técnicas psicanalíticas. Uma possível explicaçao para isso pode residir na complexidade metodológica envolvida na avaliaçao desse tipo de intervençao, bem como na dificuldade de conduzir esse tipo de delineamento. Outro fator possivelmente relacionado ao pequeno número de estudos encontrado pode ser a discussao acerca da utilidade de ECRs em psicoterapia, uma vez que a possibilidade de generalizaçao dos resultados sempre parece ser bastante questionável1,35.No que tange aos cuidados com a amostra, em muitos casos, as características dos pacientes foram muito vagamente especificadas, assim como os métodos de tratamento têm sido inadequadamente especificados e monitorados. Além disso, as condiçoes de controle também sao pouco discutidas e nao parecem ter sido ideais. Estas e outras limitaçoes da produçao decorrente da pesquisa em psicoterapia psicanalítica devem ser contempladas em estudos futuros.A medida de resultado mais utilizada entre os estudos foi mudança sintomática ou funcionamento global. Sabe-se, entretanto, que a PP possui objetivos que vao além desses indicadores de mudança e incluem mudanças intrapsíquicas e interpessoais, como, por exemplo, flexibilidade e adequaçao de defesas, substituiçao de introjetos primitivos por sistemas de valores mais orientados pela realidade, aprofundamento da vida afetiva e relaçoes interpessoais mais consistentes com objetos bem escolhidos36. Por outro lado, medidas de sintomas e funcionamento global tem sido amplamente utilizadas para aferir resultados nas diferentes abordagens em psicoterapia. O que avaliar como indicador de mudança e, sobretudo, como avaliar constitui um grande desafio que precisa ser enfrentado através da colaboraçao entre clínicos, pesquisadores e psicometristas, uma vez que nesse campo os instrumentos devem apresentar, além de validade e fidedignidade, sensibilidade para detectar mudanças e utilidade clínica37. Chama a atençao a baixa representatividade do Brasil e também da América do Sul na amostra encontrada, ainda que o pequeno número de ECRs publicados em periódicos nacionais já tenha sido detectado em estudos anteriores35. A partir da presente revisao, pode-se, portanto, afirmar que se trata nao apenas de uma preferência por publicaçoes internacionais, mas sim de uma real baixa produçao. Esta revisao mostra que, ao contrário do que se preconiza, apesar do número pequeno de estudos, há indícios da eficácia da PPLP e da PPB para uma ampla variedade de condiçoes clínicas, inclusive algumas que tradicionalmente se pensa nao serem eficazes, como uso de drogas.Este trabalho possui algumas limitaçoes: as referências dos estudos nao foram verificadas, o que possivelmente aumentaria o número de artigos incluídos. Além disso, a seleçao de estudos somente em língua inglesa impediu que alguns artigos em publicaçoes voltadas para a própria regiao fossem localizados. A escolha dos descritores utilizados na busca dos estudos também pode ser considerada uma limitaçao, pois a intervençao investigada recebe variadas e diferentes denominaçoes. Embora tenha sido realizada consulta em cada base de dados com o intuito de verificar-se qual o termo mais adequado em cada uma delas, essa definiçao pode ter deixado estudos de fora. Optou-se por priorizar uma descriçao qualitativa dos resultados encontrados. Dessa forma, nao foi aplicada estatística para estudo de heterogeneidade interestudos, assim como também nao foi realizada uma síntese quantitativa dos resultados. A pesquisa em PP parece ser veiculada predominantemente através de periódicos acessados muitas vezes apenas por outros pesquisadores. Porém, o difícil acesso pode nao ser a única razao por trás da reconhecida dissociaçao entre academia e prática clínica: a linguagem utilizada nos artigos encontrados nesta revisao pressupoe amplo conhecimento de termos de uso restrito de pesquisadores. Uma produçao de pesquisadores para outros pesquisadores. Clínicos nao familiarizados com a academia certamente encontrariam dificuldades em compreender e principalmente interpretar os achados descritos nas publicaçoes científicas.


CONCLUSAO

A presente revisao teve como objetivo reunir os ECRs publicados de modo que seja possível construir-se um panorama da pesquisa em psicoterapia psicanalítica no período compreendido entre 2008 e julho de 2013 no que tange a esse delineamento de estudo. Nesse sentido, acreditamos que esta revisao pode ser útil para uma geraçao de terapeutas e pesquisadores que desejam trabalhar em sincronia com o avanço do conhecimento científico. Neste momento, as maiores questoes da pesquisa em psicoterapia parecem nao estar mais relacionadas à investigaçao com vistas à comprovaçao de sua eficácia ou efetividade, mas sim com vistas a compreender como ela funciona;em outras palavras, quais sao os elementos envolvidos e sua relaçao com o resultado do tratamento. Nesse sentido, os estudos de processo sao um caminho importante. Além dessas perspectivas futuras, seria muito importante que os psicoterapeutas realizassem esforços para divulgar as pesquisas entre os clínicos, colaborando, dessa forma, para o abrandamento da dissociaçao entre a investigaçao empírica realizada na academia e a prática clínica.


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1. Mestre em Filosofia. Doutoranda em Ciências Médicas: Psiquiatria (UFRGS). Porto Alegre, RS, Brasil
2. Psicólogo. Mestre em Ciências Médicas: Psiquiatria (UFRGS)
3. Psicóloga. Mestranda em Ciências Médicas: Psiquiatria (UFRGS)
4. Psiquiatra. Mestre em Ciências Médicas: Psiquiatria (UFRGS)
5. Doutora em Ciências Médicas: Psiquiatria. Professora adjunta do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da UFRGS
6. Doutora em Medicina: Ciências Médicas. Professora do PPG em Ciências Médicas: Psiquiatria da UFRGS
7. Doutora em Ciências Médicas: Psiquiatria (UFRGS). Professora no Mestrado em Psicologia Clínica e do Curso de Graduaçao em Psicologia da UNISINOS
8. Doutor em Medicina: Ciências Médicas. Professor titular do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da UFRGS

Instituiçao: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Correspondência
Pricilla Braga Laskoski
Av. Iguaçu, 418/303, Petrópolis
90470-430 Porto Alegre/RS
pricillab@hotmail.com

Submetido em: 02/05/2015
Aceito em: 25/05/2015

* Este trabalho foi apresentado durante a XXVII Jornada Sul-Rio-Grandense de Psiquiatria Dinâmica, ocorrida em Canela, no período de 11 a 13 de setembro de 2014.

 

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