Rev. bras. psicoter. 2015; 17(1):3-12
Jorge JMCPB. Uma leitura psicanalítica de "O Pequeno Príncipe". Rev. bras. psicoter. 2015;17(1):3-12
Artigos Originais
Uma leitura psicanalítica de "O Pequeno Príncipe"
A Psychoanalytic reading of "The Little Prince"
Joana Maria Calejo Pinto Barroso Jorge
Resumo
Abstract
INTRODUÇAO
"O Principezinho" de Saint-Exupéry1 conta a história de um piloto de aviao que devido a uma avaria no motor é forçado a aterrar no deserto do Sahara onde encontra uma criança solitária, o principezinho. Entre eles, estabelece-se uma relaçao única, misteriosa e inquietante. Pela sua riqueza em simbolismo e intensidade emocional, gerando sensaçoes semelhantes àquelas experimentadas pelo terapeuta em relaçao ao paciente real, a obra apresenta-se como ilustrativa de aspetos teórico-práticos envolvidos num processo psicoterapêutico de uma criança. Seguindo a narrativa da obra, foi possível analisar metaforicamente como se dá um processo analítico de uma criança, as fases que o compoem, as condiçoes necessárias e alguns dos movimentos psíquicos inerentes a ele e que possibilitam o posterior desenvolvimento psicológico infantil. Para facilitaçao da compreensao do leitor, o texto foi organizado em diferentes capítulos de acordo com os diversos temas abordados.
O SETTING
No meio do deserto do Saara, a mil milhas de qualquer regiao habitada, um piloto de aviao foi forçado a aterrar devido a uma avaria no motor. Estava isolado "mais isolado do que um náufrago sobre uma jangada no meio do Oceano" e a água que tinha para beber dava apenas para oito dias.
Vislumbra-se, nesta introduçao, aquilo que viria a ser o cenário da história entre o piloto e o principezinho, metaforicamente, o setting imprescindível ao estabelecimento da relaçao analítica entre o terapeuta e a criança.
O Deserto, o local onde tudo se passa, um local distante, perene, vazio... de ruídos, preconceitos, resistências. Todas características necessárias ao processo de análise e conhecimento em que a constância do espaço e do tempo garantem uma funçao reguladora e contentora permitindo à criança "definir a zona intrapsíquica, onde a palavra e o corpo se dispoem"2. Ao mesmo tempo, um espaço protegido, com a funçao de diferenciaçao interna e contençao, e que confere um "Eu-Pele", remetendo para a conceçao de "envelope psíquico" proposta por D. Anzieu3.
Finalmente, a finitude da água ao fim de oito dias e, portanto, da história vivida entre o piloto e o principezinho remete para a elaboraçao do contrato terapêutico, pedra basilar de um processo de análise que é de resto mais evidente em capítulos posteriores.
O ENCONTRO
O piloto nunca estivera tao sozinho e isolado e fora surpreendido por uma voz de uma criança que lhe pediu para desenhar uma ovelha. O piloto reagiu com espanto mas a criança insistiu, pois era "uma coisa muito séria". Apesar de surpreendido, o piloto nao conseguiu deixar de responder ao pedido. "Por mais absurdo que tal me parecesse, a mil milhas de qualquer lugar habitado e em perigo de vida, tirei do bolso uma folha de papel e uma caneta". Desenhou um dos dois únicos desenhos de que era capaz- o da jiboia a engolir o elefante- o qual a criança identificou mas que nao a satisfez. Espantado por o seu desenho ser compreendido e cada vez mais cativado pela criança, o piloto esforça-se por desenhar uma ovelha que a satisfaça e alcança um desenho de uma caixa com a ovelha lá dentro. "Esta é a caixa. A ovelha que tu queres está dentro dela"- ao que o principezinho responde: "Era exatamente assim que eu a queria!".
Nestes primeiros capítulos, identifica-se representado o "momento de encontro" imprescindível à relaçao entre o terapeuta e a criança e no qual se atinge o "insight relacional"4, ou seja, uma cumplicidade e capacidade de sintonia por meio de um conhecimento relacional implícito do outro.
Denota-se alguma urgência por parte de cada um... do piloto que tinha em maos "uma reparaçao difícil" e do principezinho que necessitava muito de uma ovelha tal qual a que encontrou no desenho. No contexto psicanalítico, embora de modo nao tao explícito, verbal ou conscientemente, a criança vem frequentemente em condiçoes semelhantes e deve partir dela o seu pedido de ajuda. Por sua vez, o terapeuta tem, à semelhança do piloto de aviao, de ficar curioso e até algo desconcertado com o pedido de ajuda, permitindo-se "ir sem memória e sem desejo"5 para assim ser conduzido pela criança na aventura da reparaçao psicológica.
A ALIANÇA TERAPEUTICA
O início do diálogo entre o piloto e o principezinho acerca da ovelha ilustra o início de um processo de análise em que o terapeuta vê no material que a criança traz conteúdos reveladores. A medida que se conhecem melhor, o piloto pergunta: "Donde é que vens, meu rapazinho? Onde fica a 'tua terra'? Para onde queres levar a minha ovelha?" ao que o principezinho responde: "... a caixa que me ofereceste vai servir-lhe de casa durante a noite". Evidencia-se aqui a extrema importância que o piloto já tem para o principezinho, denotando-se o amor implícito na escuta e a tentativa de compreensao, o sentimento de aceitaçao e o respeito entre os dois. Na metáfora utilizada, eram evidentes os ingredientes que constituiriam a matriz da transferência necessária à relaçao entre o terapeuta e a criança. Em breve, estabelecer-se-ia a aliança terapêutica entre ambos, uma relaçao de trabalho em prol do processo terapêutico6 e tao bem simbolizada na caixa que continha a ovelha.
UMA INCURSAO PELO SIMBOLICO
A medida que o piloto e o principezinho se vao conhecendo melhor, permitem-se entrar numa viagem inesquecível, repleta de significados e onde tudo podia acontecer. De igual modo, entre o terapeuta e o analisando-criança, o imaginário e o simbólico se sobrepoem progressiva e gradualmente ao real. Têm a permissao para imaginar ser quem nao é, estar em lugares diferentes, satisfazer os seus desejos, ilusoriamente viver o impossível. O simbólico é utilizado como forma de representaçao do mundo interno e inconsciente. Pela capacidade de devaneio e por meio de uma disponibilidade empática, presente na identificaçao identificaçao homóloga ou concordante do terapeuta com o analisando ("contratransferência concordante" de Racker7), o significado e sentido da realidade psíquica vigente do último vao sendo apreendidos.
A EMERGENCIA DE MECANISMOS DE DEFESA
Aos poucos, o principezinho fala do seu mundo interior, suas angústias e preocupaçoes. Explica que, no seu planeta, existem boas sementes de ervas boas e más sementes de ervas daninhas e que sao invisíveis, "dormem no segredo da terra até que uma delas se lembra de despertar....". Acrescenta que as sementes más dao origem a árvores perigosas, imponentes e destrutivas, chamadas embondeiros. Se nao arrancadas, "atravancam o planeta todo". Num paralelismo com a metáfora do par analítico, a criança evidencia uma tonalidade depressiva, emergindo as suas inquietaçoes, inseguranças e os mecanismos de defesa face à angústia despertada. Evidenciam-se mecanismos primários de clivagem, respostas de raiva e destruiçao como tentativas de preservaçao do lado bom contra o lado mau. Os mecanismos de defesa têm a finalidade de garantir a segurança do Eu e poupá-lo da experiência da dor. O seu reconhecimento permite conhecer as vivências subjetivas infantis e devem ser respeitados na sua urgência8.
Reconhecendo o sofrimento do principezinho e sendo responsivo ao seu pedido, o piloto reconhece a urgência destes afetos e faz um desenho dos embondeiros, o mais grandioso de sempre. Também o terapeuta deve responder aos pedidos do analisando, hierarquizando os conteúdos e privilegiando os de natureza mais primária, mais desestruturantes. "Talvez perguntem a vocês próprios: porque é que nao há neste livro outros desenhos tao grandiosos como o desenho dos embondeiros? (...) estava animado pelo sentimento da urgência".
A REVELAÇAO DO CONFLITO
O piloto e o principezinho conheciam-se cada vez melhor, tal qual no processo analítico, as duas subjetividades relacionavam-se esboçando-se aos poucos uma intersubjetividade criativa e capaz de operar transformaçao, o espaço potencial de ilusao de Winnicott9.
Ao quinto dia, o piloto fora surpreendido por uma pergunta inquietante do principezinho: "Se uma ovelha come arbustos também come flores?(...) Para que servem entao os espinhos?". De algum modo, o piloto parece ter sentido a enorme intensidade da preocupaçao do principezinho, vislumbrando um segredo verdadeiramente importante e angustiante e que o desconcertou: "(...) estava muito preocupado porque a minha avaria começava a parecer muito grave e o facto de a água para beber se estar a esgotar fazia-me recear o pior". E, de modo impulsivo, respondeu: "(...) Os espinhos nao servem para nada, é pura maldade das flores! (...) Eu ocupo-me de coisas sérias!". Transportando para o processo analítico, terá sido o material trazido pela criança demasiado tóxico para o terapeuta? Tao tóxico que o terapeuta teve de se distanciar, defendendo-se do "colapso" emergente? Na verdade, o conteúdo emergente afigurava-se como vital e desestruturante para o principezinho o qual, perante a resposta do piloto, ficou "completamente pálido de cólera" inquirindo violentamente: "Nao é importante a guerra das ovelhas e das flores?". Ao longo de um processo de análise, face ao sentimento de ataque à aliança terapêutica e ao sentimento de efraçao do Eu, podem desencadear-se no analisando-criança um sobreinvestimento do processo primário, manifesto na forma de sentimentos de frustraçao e ansiedade associados a turbulências edipianas e à ruptura daquilo que Anzieu chamava a pele de representaçoes verbais que protege a estabilidade interior10. Citando Bion5, ao terapeuta exige-se tolerância à dúvida e à incerteza, tolerância à dor mental e amor à verdade. A luz do modelo winnicottiano, o terapeuta deve oferecer-se como "mae suficientemente boa", como objeto a ser utilizado, criando condiçoes de holding9permissivo e gratificante favorável à regressao a qual vai permitir o contato com o Verdadeiro Self e o retomar do desenvolvimento, o "new beguinning"11. Retomando a obra: "Tomei-o nos braços. Embalei-o. Dizia-lhe: "A flor que amas nao está em perigo... Vou desenhar um açaimo para a tua ovelha... vou desenhar uma proteçao para a tua flor...".
CONFLITO EDIPIANO
Aos poucos, o piloto ia aprendendo "depressa a conhecer melhor essa flor"... No planeta do principezinho, vivia uma flor. Era uma flor muito bela, desprotegida, delicada, mas com espinhos, caprichosa e exigente. De uma forma mágica e inquietante, o principezinho amava a sua flor. Admirava-a, enquanto fonte de afeto e beleza, mas simultaneamente ficava confuso e desarmado diante dela... A sua flor era única, só ela conseguia suscitar simultaneamente a esperança e a tristeza de cada "pôr do sol". Numa "apariçao milagrosa", à hora do nascer do sol, a flor mostrava o seu esplendor perante o principezinho. Tentando desvendar o significado latente do seu mistério, podemos entender que no mistério da flor reside simbolicamente a mae edipiana12. Com efeito, entre o principezinho e a flor existe um clima de exclusividade, ternura e enamoramento semelhante àquele que existe entre o rapaz e a sua mae. De igual modo, a flor, uma rosa vaidosa, detentora de uma "misteriosa toilette", suscita no principezinho um desejo misterioso e inquietante semelhante àquele que a beleza da mae enquanto mulher suscita no rapaz na primeira fase do desenvolvimento da sua sexualidade infantil. Na ausência de um limite edipiano forte, o real pode revelar-se intrusivo e angustiante para a criança, desenvolvendo sentimentos de culpa e sentimentos ambivalentes de proximidade e medo de sufocamento, tao bem ilustrados na obra: "Porque é que a rosa tem espinhos?" ou, por outras palavras, porque tenho sentimentos maus em relaçao à minha mae? Com o medo de perder o amor da sua mae, a criança inibe a sua agressividade simbolicamente representada na forma da ovelha que precisa de um açaime para nao comer a rosa.
MOVIMENTOS DE AUTONOMIA E INDIVIDUAÇAO
O conflito infantil entre o desejo regressivo de dependência materna e o desejo de crescer encontrase bem evidente no gosto manifestado pelo principezinho por voar, manifestaçao de afirmaçao de grandeza masculina, sentimento de omnipotência e superioridade viril12. Ansioso por descobrir o que poderia existir noutros locais e desejoso de crescer fora das "saias" da flor, o principezinho despede-se, aproveitando uma migraçao de pássaros selvagens, e deixa o seu planeta. A semelhança de um processo de análise infantil, a criança desejavelmente deve prosseguir o seu desenvolvimento no sentido da autonomizaçao e da retirada progressiva da dependência materna, ou seja, avançar no seu processo de separaçao-individuaçao13.
(RE)CONSTRUÇAO DA IDENTIDADE
Na existência de um espaço funcional, isto é, de capacidade de representaçao ou elaboraçao dessas representaçoes, a relaçao analítica possibilita a produçao onírica e fantasmática... por outras palavras, o desenvolvimento de uma "competência narrativa"14. Na relaçao analítica e fora dela, a criança pode "dizer-se" a alguém, dar-se ao outro, recriar-se, crescer e consolidar o seu self através da partilha da sua grande viagem junto do terapeuta. É-lhe permitida a vivência de diferentes batalhas, elaborando as suas ambivalências e os seus conflitos antitéticos podendo ser em simultâneo, poderoso-submisso, autónomo-dependente, dominador-dominado, ativo-passivo... Citando Schafer (1989)15, a criança, pelo processo de análise, contata com os seus selves narrativos ou linhas de histórias que criam uma razao coerente à (re)construçao da sua identidade. Esta viagem de crescimento encontra-se bem representada na obra, na qual, simbolicamente, o principezinho explora as diferentes partes do seu Self, experienciando diferentes relaçoes objetais, reais e fantasiadas nos diversos planetas que visita.
A ELABORAÇAO MENTAL
Com um sentimento reforçado de identidade e uma maior coesao do Self, ao longo do seu processo analítico, a criança, sente-se compelida ao confronto com a realidade e com uma nova dinâmica objetal, na qual espera uma expansao e liberdade crescentes mas, inevitavelmente, uma renúncia à omnipotência e dependência infantis. Na obra, este dilema encontra-se bem representado no confronto do principezinho com o planeta Terra. Aqui, o principezinho encontrou um jardim florido de rosas parecidas com a sua, constatando a sua falta de unicidade: "Julgava-me rico por possuir uma flor única e possuo uma vulgar rosa. Isso e os meus três vulcoes que me chegam ao joelho, um dos quais está talvez extinto para sempre, isso nao faz de mim um príncipe muito grande. E deitado na erva chorou." A semelhança do que acontece com a criança num processo analítico, toda a mudança de perspetiva sobre uma questao (sobretudo interna), ou seja, a elaboraçao e transladaçao de um estado mental a outro, implica dor mental mas contribui para uma progressiva diferenciaçao16.
CONTRATO TERAPEUTICO, PEDRA BASILAR DO PROCESSO ANALITICO
Nenhum processo analítico sobrevive sem um sólido contrato terapêutico que conceda estrutura, tal qual uma pedra basilar, à relaçao de trabalho tao intensamente vivida entre o terapeuta e o analisando. Segundo Etchegoyen (1989)8, o contrato terapêutico constitui um marco inicial no estabelecimento do setting do processo analítico, estabelecendo regras e definindo como constantes as variáveis de tempo e espaço. O contrato terapêutico pode ser retomado sempre que necessário, sendo relembrado ou sofrendo ligeiras alteraçoes, de forma a assegurar que a análise possa prosseguir8. É neste sentido que Etchegoyen considera que o terapeuta funciona como um guardiao do setting, assegurando que este auxilie a terapia ao longo de todo o processo. Retomando a obra, este papel de guardiao do terapeuta encontra-se bem ilustrado na apariçao da personagem raposa que explica ao principezinho o que significa cativar: "(...) É necessário ser paciente. Sentas-te primeiro um pouco longe de mim, assim, na erva. Eu olhar-te-ei pelo canto do olho e tu nao dirás nada. (...) de dia para dia, poderás sentar-te um pouco mais perto". A raposa acrescenta: "Era preferível teres voltado à mesma hora, disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro da tarde, a partir das três começarei a sentir-me feliz. (...) Mas se vieres a qualquer hora, ficarei sem saber a que horas hei-de vestir o meu coraçao... Os rituais sao necessários.". Regressando à relaçao entre terapeuta e analisando, o primeiro sentiu contratransferencialmente a necessidade de conter a dor mental da criança resultante do seu processo de crescimento, retomando, por meio da raposa, a elaboraçao do contrato terapêutico de forma a possibilitar a elaboraçao mental de conteúdos dolorosos na sua relaçao única e exclusiva.
O TÉRMINO DO PROCESSO ANALITICO
O piloto e o principezinho estavam no oitavo dia da sua viagem e a água estava a chegar ao fim. Ambos vislumbravam o fim da sua viagem, sentindo-se verdadeiramente cúmplices e ao mesmo tempo nostálgicos em relaçao à longa viagem que tinham partilhado. Num paralelismo com a metáfora do par analítico, vislumbra-se a proximidade do término do processo analítico. Este torna-se evidente quando, nas palavras de Winnicott17, a criança atinge a "capacidade de estar só", ou seja, quando a criança atinge uma autonomia de diferenciaçao que lhe possibilita sobreviver sozinha sem se sentir só. Ao longo de um processo de análise, na relaçao com o terapeuta, a criança trabalha a vivência das separaçoes, perdas e irreversibilidade da realidade real numa realidade protegida, de tal modo que, no final, se torna preparado para a realidade real. A semelhança do principezinho, a criança deixa de ser "alimentada" exclusivamente pelo materno que lhe concedia uma omnipotência mágica e alcança um Eu mais autónomo e maduro por meio da "água do poço", símbolo do processo analítico.
CONSIDERAÇOES FINAIS
O presente trabalho parte da análise da obra "O Principezinho" de Saint-Exupéry que se apresenta como um veículo para a reflexao sobre o processo analítico de uma criança e o seu desenvolvimento psíquico. Partindo da metáfora apresentada, algumas partes da obra sao destacadas na tentativa de se ilustrar diversos aspetos teórico-práticos envolvidos num processo psicoterapêutico de uma criança e a extrema importância da comunicaçao simbólica na psicoterapia com crianças.
Trata-se de uma interpretaçao da autora, nao se ambicionando destruir a poesia de Saint-Exupéry nem esgotar outras possíveis interpretaçoes dada a infinita polissemia da obra amplificadora de diferentes vivências subjetivas.
Contudo, a autora acredita que, seja qual for o olhar debruçado sobre a obra, nela é evidente a supremacia do afeto e da relaçao enquanto mobilizadores do verdadeiro autoconhecimento- "É muito simples: só se pode ver bem com o coraçao. O essencial é invisível aos olhos".
REFERENCIAS
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15. Schafer R. Narratives of the self, in Psychoanalysis: Toward the Second Century. Edited by Cooper AM, Kernberg OF, Person ES. New Hagen: CT, Yale University Press; 1989.
16. Malpique C, Fleming M. Psicanálise e mudança psíquica. Cartografias para uma viagem. Porto: Ediçoes Afrontamento; 2010.
17. Winnicott DW. A capacidade para estar só. In: O ambiente e os processos de maturaçao: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas; 1998.
Psiquiatra da Infância e da Adolescência - (Médica Interna de formaçao específica) - Porto - Portugal
Correspondência
Joana Maria Calejo Pinto Barroso Jorge
Departamento de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Hospitalar do Porto
Largo Professor Abel Salazar
4099-001 Porto - Portugal
joanajg@gmail.com
Instituiçao: Departamento de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Centro Hospitalar do Porto-Portugal
Submetido em 01/08/2014
Aceito em 09/12/2014
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