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Revista Brasileira de Psicoteratia

Submissão Online Revisar Artigo

Rev. bras. psicoter. 2013; 15(2):75-96



Artigo de Revisao

Consideraçoes sobre alta de crianças após triagem e a definiçao de alta em psicoterapia psicanalítica de crianças*

Considerations on children discharge after classification and definition of discharge in children psychoanalytic psychotherapy*

Izabel Cristina Paeza; Maria Lucia Tiellet Nunesb

Resumo

O objetivo desta revisao sistemática de literatura foi analisar estudos sobre alta em psicoterapia psicanalítica de crianças. O método utilizado foi a consulta às bases de dados eletrônicas INDEXPSI, LILACS, MEDLINE (PubMed), PEPSIC, PsycINFO e SciELO, a partir de palavras-chave, descritores ou termos que pudessem identificar artigos indexados sobre essa temática. Os 54 abstracts/resumos de artigos identificados foram analisados de acordo com os critérios de inclusao, determinados com base no objetivo desta revisao. Como resultado, foram excluídos 53 artigos e incluído somente um artigo indexado pela base de dados eletrônica PEPSIC, cuja análise demonstrou que se tratava de um estudo sobre alta após triagem para psicoterapia e que resultou bastante revelador, visto que permitiu uma reflexao sobre o momento da alta e sobre a definiçao de alta em psicoterapia psicanalítica de crianças. Os artigos excluídos abordavam alta em terapias de forma geral e o abandono de tratamento em psicoterapia de crianças. Nesta pesquisa, foi constatada importante lacuna na literatura sobre alta em psicoterapia psicanalítica de crianças.

Descritores: Alta do Paciente; Psicoterapia; Criança; Psicologia Clínica.

Abstract

The objective of this systematic review was analyzing studies about discharge in children undergoing psychoanalytic psychotherapy. The method used was consulting the electronic databases INDEXPSI, LILACS, MEDLINE (PubMed), PEPSIC, PsycINFO and SciELO, by means of keywords, descriptors or terms that might identify indexed articles on this subject. Fifty-four abstracts were analyzed, according to the inclusion criteria, taking into account the objective of this revision. The result was the removal of 53 articles and the inclusion of only one article indexed by the electronic database PEPSIC whose analysis demonstrated it was a study about discharge after classification for psychotherapy. This was quite revealing as it promoted a reflection on the time for and definition of discharge in child psychoanalytic psychotherapy. The articles removed were about discharge for therapies in general and dropouts in children psychotherapy. In this research, an important gap in the literature about children psychoanalytic psychotherapy was observed.

Keywords: Patient Discharge; Psychotherapy; Child; Clinical Psychology.

 

 

INTRODUÇAO:

A alta em psicoterapia, com base na opiniao compartilhada entre psicoterapeuta e paciente, é o término esperado para esse tipo de tratamento, consequência da conquista dos objetivos almejados, quando se considera que houve amenizaçao ou extinçao dos motivos que levaram à sua solicitaçao1. No estudo intitulado "Preditores de abandono de psicoterapia psicanalítica de crianças", as autoras definiram que a alta ocorreu "[...] quando os objetivos estabelecidos no contrato foram atingidos" (p. 16)2. Porém, o término da psicoterapia pode se dar na forma de interrupçao por desistência, problemas de saúde, entre outros acontecimentos possíveis1.

Em relaçao à psicoterapia de crianças, esta oferece tratamento a pacientes acometidos por "neurose, perturbaçoes no comportamento lúdico e no desenvolvimento"3 (p. 791). Em relaçao à formaçao dos psicoterapeutas para se tornarem profissionais no atendimento clínico, o estudo teórico precisa se somar a experiências vivenciadas no atendimento aos pacientes, que, via de regra, inicia-se nas clínicas/serviços-escola, cuja dinâmica compreende: o recebimento do provável paciente na instituiçao, preenchimento de formulários, seleçao de clientes de acordo com a disponibilidade de vagas, registros dos dados nos prontuários e demais características peculiares a cada uma das diversas clínicas/serviços-escola existentes4.

A triagem, geralmente, é o primeiro contato dos prováveis pacientes com os serviços de atendimento psicoterápico e é considerada muito importante, porque deve deixar o provável paciente predisposto ao atendimento por intermédio do entendimento das necessidades do tratamento psicoterápico. A triagem pode ser realizada pelo responsável pelo atendimento, se ele for indicado; nesse caso, poderá ser considerada a parte inicial da psicoterapia, ou, entao, ser uma fase anterior ao seu início, quando realizada por uma pessoa habilitada, porém distinta da que realizará o tratamento psicoterapêutico caso ele for indicado4.

O termo "tratamento", algumas vezes, é empregado para designar o manejo da psicoterapia, e outras, como referência às açoes que visam a subsidiar o tratamento, como, por exemplo, o período do dia e a frequência com que ocorrerao as sessoes com base nas possibilidades dos pais/responsáveis e do terapeuta. Contudo, mais especificamente na psicoterapia psicanalítica de crianças, a palavra "tratamento" deveria remeter à interaçao entre psicoterapeuta e pacientes - crianças - que promove mudanças psíquicas ou de comportamento por intermédio de insights ou novos aprendizados da criança acerca de seu ambiente5. A psicoterapia psicanalítica de crianças é composta por três fases: a inicial, a intermediária e a final. O tratamento, descrito dessa maneira, estabelece metas para cada fase e indica que elas ocorrerao de maneira ascendente6.

Na fase inicial, há cinco propostas a serem observadas. A primeira preconiza que a criança se sinta bem durante o período das sessoes e consiga se expressar. A ansiedade da criança nao deve paralisá-la em virtude de seus próprios temores, que podem ser transferidos para o responsável pelo atendimento, e este deve explicar-lhe que tudo o que for dito durante as sessoes será revertido em seu benefício. A segunda pressupoe comunicaçao fluente. Grande parte das crianças em psicoterapia fica retraída nos primeiros momentos, mas o responsável pelo atendimento pode tentar aplacar isso com o auxílio de materiais para desenhar, jogar e brincar, de modo que se tornem veículos de comunicaçao. A terceira, a aliança terapêutica, estabelece-se quando a criança toma consciência de que a psicoterapia trará benefícios para sua vida. A quarta consiste no reconhecimento pela criança de seu mundo interno. O responsável pelo atendimento deve promover na criança a conscientizaçao de que mudanças internas sao necessárias. A quinta implica no estabelecimento do diálogo, e seria o aspecto sob o qual ocorre a construçao de uma linguagem entre o profissional e o paciente (criança); por intermédio dessa linguagem será representado ou revelado o quadro psíquico da criança5.

Na fase intermediária, as sessoes começam a ter continuidade, a aliança terapêutica se torna mais forte, os sintomas da criança começam a revelar sua origem psíquica e o responsável pelo atendimento começa a interpretar o material trazido pela criança durante as sessoes com o propósito de tornar consciente a maneira como o paciente - criança - vivencia suas dificuldades. A tomada de consciência ajuda na posterior elaboraçao dos conflitos, a qual requer determinado período de tempo para tornar-se fato6.

Na fase final, ocorre o término do tratamento na forma de término terapêutico, considerado como alta, cujas indicaçoes podem emanar do responsável pelo atendimento por intermédio da averiguaçao do estado psíquico da criança, da própria criança, ou do ambiente que a cerca (por exemplo, escola pode oferecer informaçoes sobre as melhoras no comportamento). Além disso, alguns critérios indicam o término terapêutico: a relaçao entre o par paciente/terapeuta passa por transformaçoes (por exemplo, o profissional começa a identificar aspectos positivos do comportamento da criança antes imperceptíveis); a criança aumenta o seu campo de exploraçao do mundo, diminuindo o tempo dedicado à evitaçao da ansiedade; os temores e pavores da criança diminuem, e há um aumento de sua confiança e espontaneidade; a criança adquire a capacidade de perceber suas próprias dificuldades e realizar atividades que geralmente sao esperadas para sua idade7.

Vale ressaltar que o processo de formaçao do psicoterapeuta, incluindo o trabalho realizado por ele mesmo como paciente, alicerça aspectos particulares da experiência profissional no atendimento psicoterapêutico de crianças e pode conduzir à consideraçao de outras diretrizes para a concessao de alta de crianças em psicoterapia psicanalítica Castro, 1989 apud Castro et al.8. Aspectos cognitivos e emocionais dos psicoterapeutas influenciam na formaçao desses profissionais, demonstrando a impossibilidade de uma padronizaçao da abordagem9.


OBJETIVO

O objetivo desta revisao sistemática de literatura foi analisar estudos sobre alta de crianças em psicoterapia psicanalítica.


MÉTODO

Na consulta às bases de dados eletrônicas em 10 de maio de 2013, foram investigadas as palavraschave, descritores ou termos do índice de assunto de cada base consultada: Embase, INDEXPSI, LILACS, MEDLINE (PubMed), PsycINFO, PEPSIC e SciELO. Vale ressaltar que "o termo 'alta' em psicoterapia nao foi encontrado na língua inglesa"1 (p. 146). Ainda com base nas argumentaçoes desses autores, foi utilizada a palavra-chave "patient discharge" e "término do tratamento", já que a alta é um dos tipos de término do tratamento. Foi utilizado também o descritor "planejamento da alta", por se relacionar à alta. Todos os termos de consulta foram empregados de acordo com as especificidades de cada base de dados eletrônica, nos seus idiomas de origem, com o objetivo de angariar estudos sobre alta. Na Embase, a palavra-chave constante de seu Thesaurus foi "hospital discharge", que vai de encontro a um dos critérios de inclusao, nao sendo encontrada a expressao "término do tratamento" nas bases Embase, LILACS, MEDLINE (PubMed), PEPSIC e SciELO. Os refinamentos foram feitos com a utilizaçao de palavras-chave de acordo com o objetivo da pesquisa, filtros para tipo de publicaçao e idade dos sujeitos que compuseram as amostras dos estudos identificados nas bases MEDLINE (PubMed) e PsycINFO (Tabela 1).




Os critérios de inclusao foram: 1) estudos sobre alta de crianças em psicoterapia psicanalítica; 2) crianças até 12 anos de idade, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente10; 3) atendimento ambulatorial; 4) artigos de periódicos sem limites quanto ao ano de publicaçao; 5) abstract publicado na base de dados.


RESULTADOS

O resultado da análise dos 54 abstracts/resumos de artigos identificados pelas palavras-chave, descritores ou termos do índice de assunto apropriados para "alta" ou termos relacionados, após os refinamentos e com base nos critérios de inclusao, foi inesperado, já que identificou somente um estudo que foi ao encontro dos critérios de inclusao. Essa constataçao culminou na exclusao dos demais artigos (53), como segue (Quadros 1, 2, 3, 4).










O único artigo revisado foi o de Andrade et al.72, que, diferentemente dos 53 artigos excluídos desta revisao de literatura, atendeu literalmente a quatro dos cinco critérios de inclusao, ou seja, os casos estudados foram de crianças de até 12 anos de idade, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente10, atendidas em atendimento ambulatorial, era um artigo de periódico e com abstract publicado na base de dados. O resumo do artigo de Andrade et al.72 afirma que, para casos nos quais nao houve recomendaçao de psicoterapia para a criança, "nem sempre essa sugestao de 'alta' é facilmente aceita"72 (p. 5) pelos pais. O fato de os autores terem tido como base as consultas psicoterapêuticas fundamentadas em conhecimentos psicanalíticos72, como propostas por Winnicott, com possível efeito psicoterapêutico sobre os sintomas73, aproximou bastante o conteúdo desse artigo do critério de inclusao "estudos sobre alta de crianças em psicoterapia psicanalítica", despertou o interesse e determinou sua inclusao nesta revisao de literatura, como segue.

Ao introduzir o artigo intitulado "VINCULOS FAMILIARES E ATENDIMENTO PSICOLOGICO: A ESCUTA DOS PAIS SOBRE A ALTA DA CRIANÇA", Andrade et al.72 tecem consideraçoes sobre os motivos pelos quais os pais/responsáveis levam suas crianças para atendimento especializado. As crianças podem ser encaminhadas para psicoterapia pela escola, por médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas ou pelos pais. A solicitaçao de atendimento especializado em psicoterapia pode ser entendida como um pedido de auxílio dos pais/responsáveis com o intuito de promover o desenvolvimento adequado e satisfatório da criança em todos seus aspectos. Apesar do cuidado e zelo com os filhos, os pais/responsáveis precisam dispensar atençao a atividades profissionais e a suas vidas em particular e, para poderem atender a toda essa demanda, eles recorrem a profissionais como, por exemplo, os psicólogos. Dessa forma, eles amenizam o provável sentimento de culpa por nao poderem estar tao presentes quanto gostariam durante as atividades desenvolvidas por seus filhos pela procura de um acompanhamento terceirizado. A psicoterapia da criança pode ser mais uma forma de aplacar o sentimento de culpa dos pais/responsáveis quando eles dao a entender que a maneira como eles tratam a criança ou o ambiente familiar que lhe oferecem nao sao fatores constituintes das dificuldades que ela apresenta. Neste caso, a constataçao feita pelo psicoterapeuta de que determinada criança nao necessita de psicoterapia pode ser refutada pelos pais, já que entendem que estao em "falta" com seus filhos72.

Para exemplificar estas afirmaçoes72, os autores relatam duas triagens realizadas em serviçoescola de universidade pública, no interior de Sao Paulo. As triagens incluem no mínimo quatro sessoes, que compreendem anamnese com os pais/responsáveis pela criança, uma sessao com a criança, uma sessao com toda a família presente, incluindo o provável paciente - criança -, e a entrevista devolutiva para os pais e para a criança.

A primeira triagem relatada pelos autores72 foi a de Mário, cujos sintomas eram desempenho escolar abaixo da média e pouca maturidade para sua idade (dez anos), sendo considerado tímido e diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atençao (TDA). Mário tem um irmao mais novo, e, após o nascimento dele, houve diminuiçao na intensidade do relacionamento de Mário com sua mae. Ela se mostrou bastante desconfortável com a situaçao por nao ter possibilidade de se doar igualmente aos dois filhos; provavelmente, essa situaçao tenha dificultado o processo de diferenciaçao entre o menino levado para atendimento e sua mae, ocasionando a pouca maturidade identificada em suas atitudes. No entanto, a investigaçao feita durante a triagem revelou que Mário nao tinha comprometimentos emocionais, mas estava apenas vivenciando a ambiguidade do desenvolvimento própria de sua idade; o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atençao (TDA) também nao foi confirmado. Diante disso, Mário nao foi indicado para fazer psicoterapia, e essa notícia fez com que os pais mostrassem preocupaçao em relaçao ao desempenho e relacionamento escolar do menino. O pai concordou com dar suporte afetivo ao filho; a mae mostrou-se insegura quanto a suas possibilidades de auxiliar o filho e avessa aos resultados da investigaçao de triagem, como se a responsável pelo atendimento tivesse frustrado sua expectativa de dividir as responsabilidades em relaçao ao menino que, supostamente, precisava de atendimento72.

A segunda triagem relatada por esses autores72 foi a de Isadora, que nasceu com uma má-formaçao na laringe e hipotonia, ambas tratadas. Apesar disso, a menina nao demonstrava satisfaçao ao comer e recusava os alimentos. Mesmo assim, a mae a alimentava de acordo com as recomendaçoes médicas. Esses fatos estavam ocorrendo no período em que a menina tinha quatro anos de idade e tinha sido indicada para a psicoterapia por sua fonoaudióloga. Devido aos referidos problemas de saúde, os pais nao se tinham se encorajado a oferecer limites e subsidiar a autonomia da menina. Durante a triagem, os resultados da investigaçao realizada revelaram que a menina se desenvolvia emocionalmente conforme o esperado para sua idade apesar da relaçao conflituosa com a mae pela possível inversao de papéis entre as duas e pelo fato de a relaçao vincular girar em torno da alimentaçao. Diante desses resultados, a mae foi encaminhada para atendimento psicoterápico e demonstrou seu descontentamento72.

Na entrevista devolutiva aos pais nos dois casos de triagens relatadas, ficou identificado o desconforto dos pais ao receberem a notícia de que suas crianças nao precisavam de atendimento especializado em psicoterapia. Os pais têm percepçoes diferentes de seus filhos fundamentadas, possivelmente, na açao de seus conteúdos inconscientes e conscientes que os acompanham desde fases iniciais da gestaçao até o momento da busca por atendimento especializado, determinando também a forma como irao gerenciar as dificuldades na criaçao dos filhos72.


DISCUSSAO

Apesar de o estudo de Andrade et al.72 nao tratar de alta em psicoterapia conforme as definiçoes referidas no início desta revisao "A psicoterapia é encerrada quando os objetivos estabelecidos no contrato foram atingidos"2 (p. 16); "A alta em psicoterapia [...]. Implica terem sido alcançadas as metas pretendidas, com melhora ou cura do quadro que trouxe o paciente a tratamento, e caracteriza-se por ser uma combinaçao de comum acordo da dupla terapeuta-paciente"1 (p. 138), seu conteúdo foi revelador quanto à proposta de alta adotada, uma vez que se fundamenta nas "consultas terapêuticas, desenvolvidas por Winnicott"72 (p. 9). Dessa forma, a investigaçao dos aspectos psíquicos do paciente, a partir da análise do material oriundo da primeira ou das primeiras entrevistas, pode ter como reflexo a modificaçao dos sintomas e o auxílio para o paciente no que se refere a seus problemas psíquicos73. Esse auxílio, que pode culminar na amenizaçao dos sintomas que determinaram a busca por ajuda especializada é a proposta que pode ser identificada no conceito de alta de Iankilevich et al.1 e nas consultas psicoterapêuticas de Winnicott73.

Esse método de atendimento psicoterapêutico (consultas psicoterapêuticas) se torna relevante ao se constatar a nao correspondência entre a quantidade de pessoas que solicitam atendimento especializado em saúde mental e a quantidade de profissionais aptos a oferecer esse atendimento. Dessa forma, dependendo do caso, o auxílio terapêutico pode ser realizado em menos de trinta dias73.

A primeira entrevista com o provável paciente pode funcionar como tratamento, ainda que bastante reduzido74, se for levado em conta o parâmetro o que preconiza Winnicott74 (p. 290): "uma entrevista diagnóstica só é frutífera se é uma entrevista terapêutica". A entrevista inicial pode mobilizar sentimentos que demorariam um longo período de tempo para aflorar novamente durante o tratamento propriamente dito73,74; apesar de o responsável pelo atendimento ainda nao ter conhecimento de vários aspectos do caso na primeira entrevista, isso nao impede uma percepçao correta do mesmo caso74. A omissao da expressao por parte do terapeuta de suas percepçoes pode desencorajar o paciente e culminar na desistência da terapia; em contrapartida, dificilmente um paciente fica ofendido com interpretaçoes feitas na entrevista inicial, mesmo que elas nao tenham sido muito corretas, já que configuram uma tentativa de extinguir ou amenizar o sofrimento de quem buscou auxílio especializado73.

Em relaçao a casos de triagem como os discutidos por Andrade et al.72, ocorre comumente, nas clínicas/serviços-escola, que o processo psicoterapêutico se inicia com a avaliaçao do paciente e as triagens "podem ser terapêuticas"75 (p. 78). Sendo assim, dependendo do caso, é possível que a alta do paciente aconteça na triagem, já que "[...] é um processo psicodiagnóstico que tem início, meio e fim, dura de 4 a 5 sessoes"4 (p. 38), ou seja, uma sequência que termina com a indicaçao ou nao de atendimento psicoterápico4.

Ainda sobre o trabalho que pode ser realizado em poucos atendimentos, alguns pacientes se dizem melhores após a avaliaçao psicológica; isso acontece porque técnicas projetivas podem nao só revelar, mas iniciar uma reestruturaçao do psiquismo do paciente76, argumentaçao que vai ao encontro da afirmaçao de que "a triagem é um processo psicodiagnóstico que tem início, meio e fim" (p. 38)4. Sendo assim, no caso de melhora do paciente ou entendimento das causas que o conduziram à triagem, como ocorrido nos casos relatados por Andrade et al.72 e fundamentados na argumentaçao de Perfeito e Melo4, a nao indicaçao de psicoterapia poder ser considerada como alta.

Esta revisao sistemática de literatura sobre alta em psicoterapia psicanalítica de crianças revelou ausência de estudos sobre essa temática específica. Porém, vale ressaltar o conceito de alta, como já relatado na introduçao, que seria consequência da conquista dos objetivos almejados com o tratamento psicoterápico1. Para ilustrar as argumentaçoes de Iankilevich et al.1, foi analisado o estudo de Padova77, cujo foco era a violência sexual e moral contra crianças. No relato do caso estudado, estao explícitos os objetivos do tratamento psicoterápico. Dessa maneira, é possível considerar que o alcance desses objetivos poderia caracterizar a alta, como segue.

Júlio, nome fictício de um menino que, aos oito anos de idade, foi levado ao Conselho Tutelar pela mae, apresentou como queixa enurese. Ao ser atendido pelo psicólogo dessa instituiçao, relatou que seu pai costumava manipular seu pênis e, entao, foi encaminhado ao Serviço/Clínica-Escola de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Ali, ao serem realizadas entrevistas iniciais com mae e filho, a criança manteve sua afirmaçao acerca do comportamento de seu pai em relaçao a ele, enquanto sua mae o questionava quanto à veracidade do relato. Ficou explícito que essa açao cometida pelo pai era bastante desagradável para ele, uma violência que deixara marcas psíquicas, medos, sensaçoes de impotência potencialmente prejudiciais ao desenvolvimento emocional do menino77. Com base nos resultados das entrevistas iniciais, foi determinado, como objetivos desse tratamento,
a constituiçao de um vínculo de confiança onde a criança tivesse sua palavra reconhecida, viabilizando a expressao de fantasias e sentimentos que com o auxílio do terapeuta pudessem ser colocadas em palavras, o que contribui para a elaboraçao da situaçao traumática e reestruturaçao do mundo interno e relaçoes objetais77 (p. 51).
Também nesse caso, empregado como exemplo para discutir a definiçao de alta para psicoterapia psicanalítica de crianças utilizada por Gastaud e Nunes2, como já citado na introduçao, a alta ocorre "quando os objetivos estabelecidos no contrato foram atingidos"2 (p. 16).

Partindo do conceito de psicoterapia psicanalítica "terapia conduzida na forma de psicanálise clássica"78 (p. 768) e no que se refere ao contrato no tratamento psicanalítico, este ocorre entre paciente e terapeuta e nele fica estabelecido que o terapeuta prestará serviços ao paciente com base na sua formaçao especializada e o paciente honrará os honorários e contribuirá para o bom desenvolvimento dos serviços que lhe serao prestados. Por outro lado, nao devem ser negligenciadas no tratamento as interaçoes do paciente com as pessoas de seu círculo social, como, por exemplo, os pais/responsáveis com os quais o terapeuta irá interagir79.

No que se refere aos objetivos do tratamento psicanalítico, estabelecer objetivos de certa forma exclusivos para um determinado paciente - criança - nao significa um distanciamento "do método analítico"80 (p. 216). Em geral, os objetivos primordiais do tratamento psicanalítico de crianças estao em conexao com a evoluçao psíquica de acordo com o esperado80.

Em relaçao aos demais artigos encontrados nas consultas às bases de dados eletrônicas, foram identificados dois estudos sobre alta em análise cujos abstracts/resumos indicavam nao tratar de análises de crianças; além disso, foram identificados três estudos sobre abandono de tratamento em psicoterapia independentemente da abordagem e um estudo sobre abandono de tratamento em análise de crianças. Ante a constataçao de lacuna na literatura sobre alta em psicoterapia psicanalítica de crianças, pode-se questionar, conforme Paludo e Koller81, a possibilidade de averiguar os fatores que possivelmente contribuiriam para a satisfaçao humana, já que existem fatores mais urgentes, e se seria possível à pesquisa científica averiguá-los como propoe a psicologia positiva. Merece destaque a consulta à base de dados PsycINFO, feita por Paludo e Koller81, na qual a palavra-chave "depressao" identificou 110382 estudos indexados entre 1970 e 2006; a palavra-chave "felicidade" identificou 4711 estudos indexados no mesmo intervalo de tempo.

Assim, é possível destacar, da mesma forma que Paludo e Koller81, sobre os resultados da revisao sistemática de literatura realizada, a escassez de publicaçoes sobre a temática objeto desta revisao. Como apontaram as autoras, a escassez de estudos sobre alta em psicoterapia psicanalítica de crianças poderia estar associada a uma tendência do período pós-Segunda Guerra Mundial de investigar as razoes dos sofrimentos vigentes até os dias atuais, em detrimento de pesquisar os aspectos positivos da vida humana. Essa tendência de priorizar a compreensao da psicopatologia se manteve na área da psicologia e de outras áreas da saúde.

Em relaçao aos demais artigos identificados nas bases de dados, a maioria era resultado de estudos sobre terapias realizadas no ambiente hospitalar, panorama predominante nos artigos identificados na base de dados MEDLINE (PubMed). Iankilevich et al.1 fizeram uma consulta à base de dados PubMed a partir da palavra-chave "patient discharge" e identificaram 142 trabalhos, sendo que a maioria se referia a "violaçoes no vínculo terapeuta-paciente após o término do tratamento ou a aplicaçoes de uma determinada abordagem psicoterápica em relaçao a algum transtorno específico, como a terapia cognitivocomportamental em transtornos alimentares"1 (p. 146); no entanto, eles nao especificaram se esses estudos eram de pacientes atendidos em hospitais ou em ambulatório. Esses autores também argumentam que a "escassez de estudos"1 (p. 146) sobre a temática da alta em psicoterapia talvez seja consequência das poucas investigaçoes sobre a efetividade das psicoterapias de abordagem psicanalítica; apontam ainda que a maior parte desses "escassos artigos referentes à alta em psicoterapia"1 (p. 146) eram estudos de caso realizados em grupos de pesquisa específicos, o que poderia comprometer a sua validade externa.


CONCLUSAO

Em suma, foi identificado somente um estudo sobre alta de crianças após triagem para psicoterapia realizada em ambulatório e ausência de estudos sobre alta em psicoterapia psicanalítica de crianças indexados nas bases de dados eletrônicas consultadas, apesar de terem sido exploradas todas as possibilidades de angariá-los, o que revelou uma lacuna na literatura científica sobre o assunto, como já tinham constatado Iankilevich et al.1. Apesar disso, com base nos casos de triagem explicitados no único artigo encontrado72, o nao encaminhamento para psicoterapia foi considerado alta. Assim sendo, com base na argumentaçao dos autores citados, apesar das diferentes situaçoes, a alta de crianças pode acontecer após a triagem pela nao indicaçao de tratamento após a triagem, quando as poucas entrevistas realizadas resultaram na modificaçao ou possível diminuiçao dos sintomas; ou após um tratamento de alguns meses que resultou em diminuiçao ou eliminaçao de sintomas; esta última seria a alta propriamente dita, conforme definiçao de alta utilizada por Gastaud e Nunes2, considerada adequada para a psicoterapia psicanalítica.


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a. Psicóloga, mestrado em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
b. Psicóloga, doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de Berlim. Professora titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Departamento e Instituiçao: Programa de Pós-Graduaçao em Psicologia da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, Porto Alegre, RS, Brasil.

Correspondência:
Izabel Cristina Paez
Rua Portugal, 92 - Jardim Europa
87111-050 Sarandi, PR, Brasil
(55+ 44) 9963-9076
izabelcristinapaez@hotmail.com

Submetido em 16/06/2013
Devolvido aos autores em 18/07/2013
Retorno dos autores em 09/08/2013
Aceito em 26/08/2013
Suporte financeiro: Programa de Bolsas de Mestrado e Doutorado da PUCRS - PROBOLSAS.

*O presente artigo de revisao foi um dos estudos que compôs a dissertaçao intitulada "Alta em psicoterapia psicanalítica de crianças", sob a orientaçao da Profa. Dra. Maria Lucia Tiellet Nunes, no Programa de Pós-Graduaçao em Psicologia da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, para obtençao do grau de mestra em psicologia de Izabel Cristina Paez, bolsista do Programa de Bolsas de Mestrado e Doutorado da PUCRS PROBOLSAS, defendida no dia 30 de abril de 2013.

 

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