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Revista Brasileira de Psicoteratia

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Rev. bras. psicoter. 2012; 14(3):52-67



Artigos Originais

A funçao paterna e seu papel na dinâmica familiar e no desenvolvimento mental infantil

Paternal function and its role in family dynamics and childhood mental development

Luciana Martins Saraiva*; Marcelo Calcagno Reinhard**; Rita de Cássia de Souza***

Resumo

A funçao paterna, assim como a funçao materna, tem um papel central no desenvolvimento e estruturaçao do psiquismo da criança e na formaçao da personalidade do adulto. O exercício da funçao paterna pressupoe muito mais do que a simples presença masculina na relaçao com o bebê. Neste artigo, é apresentada uma pesquisa qualitativa que utiliza a revisao bibliográfica pela busca sistemática nas bases de dados PubMed, LILACS e ScienceDirect, no período de 2000 a 2010, para compreender a funçao paterna e sua importância na dinâmica familiar e no desenvolvimento mental dos filhos. A literatura relaciona psicopatologias infantis com ausência da funçao paterna. Considera-se que a presença do pai é fundamental para o desenvolvimento do filho, mesmo sendo a mae a figura mais importante no início da vida da criança. Dificultar ou impedir o relacionamento entre pai e filho desencadeia consequências negativas no desenvolvimento da criança e do adolescente, bem como para a evoluçao da sociedade.

Descritores: Paternidade; Psicopatologia; Infância; Adolescência; Sociedade.

Abstract

The father's parenting function, as much as the mother's, has a central role in the child's psychic development and structuring, as well as in the development of personality. The exercise of this role goes beyond the mere masculine presence. This paper aims at understanding the paternal function and its importance in family dynamics and mental development of children. We developed a literature review, starting with a systematic search for journal articles from 2000 to 2010 in the databases PubMed, Lilacs, and ScienceDirect. We found that the literature associates infant psychopathologies with the absence of the paternal function. The presence of the father (or whoever performs his function) is considered essential for a child's development, notwithstanding the fact that the mother is the most important figure in the first years of life. Impeding or hampering the father-child relationship creates negative consequences in the development of the child and adolescent and, in a wider context, causes social problems.

Keywords: Paternity; Psychopathology; Childhood; Adolescence; Society.

 

 

INTRODUÇAO

A demanda clínica atual nos consultórios psicológicos e psiquiátricos nos retrata uma sociedade em que se configuram as chamadas patologias do narcisismo, os transtornos de conduta e os transtornos depressivos1;2. Sao patologias que se configuram pela presença de quadros narcisistas, que incluem o nao representativo, ou seja, sao da ordem da açao e nao do pensamento. Sao patologias que se apresentam como uma forma fragilizada de configuraçao subjetiva caracterizada principalmente pelo desamparo e pela ausência de um ego solidamente constituído e pelo vazio representacional.

Essas patologias destacam-se tanto pela sua intensidade quanto pela sua quantidade, na sociedade atual. Nao sao patologias recentes, uma vez que já existiam desde a época de Freud. No entanto, possivelmente, destacam-se porque a cultura da sociedade contemporânea fertiliza o aparecimento dessas sintomatologias tao presentes no cotidiano clínico3;4;5.

As transformaçoes sofridas pela cultura contemporânea causam impacto na constituiçao da subjetividade humana, uma vez que ela se configura a partir de articulaçoes das relaçoes culturais com a história individual. Sendo a cultura um elemento coadjuvante na constituiçao do psiquismo humano, é possível relacionar a psicopatologia com a cultura da época. Assim, as configuraçoes da subjetividade que se apresentam na contemporaneidade nos remetem a reflexoes sobre a autoridade, a família e os significados dos papéis conjugais e parentais, uma vez que a fragilizaçao e o desamparo se apresentam como o retrato da sociedade atual5;6;7;8.

O mal-estar contemporâneo está caracterizado pela perda de sentido da vida, pela sensaçao de irrealidade, pela futilidade da existência, pela crise de identidade e pelo desamparo. Os sujeitos desta época nao demonstram mais a preocupaçao com os conflitos de ordem sexual, como na época de Freud, mas com os modos de assegurar sua existência vazia5;6;7;8.

Em épocas passadas, cabia ao pai iniciar o filho no mundo do trabalho, ensinando seu ofício. A figura do pai, nessa sociedade tradicional, passa de uma posiçao de poder absoluto para um poder relativo, ou seja, de proteçao ao abandono. Isso por que na modernidade, o poder é centrado na racionalidade científica, impactando na vida social cotidiana e afetando os aspectos mais pessoais da existência humana5. A modernidade foi mapeando um enfraquecimento do poder paterno. Entretanto, diante das rápidas mudanças que ocorrem na sociedade contemporânea e pós-moderna, o pai se vê frente a situaçoes novas para as quais sua experiência é nula. Na sociedade atual, inverte-se a situaçao, e sao os filhos que transmitem aos pais saberes e novos modelos de conduta5.

Com o declínio da sociedade tradicional, a vida passa a ser regida cada vez menos pelo princípio da renúncia pulsional e cada vez mais pela busca do prazer imediato. O declínio da tradiçao representa o declínio do ideal paterno, que sustentava o princípio do adiamento da satisfaçao pulsional. O homem contemporâneo sofre de um narcisismo, mostrando-se intransigente e indiferente ao que nao é de seu interesse. Muitas vezes, apresenta-se tirânico em relaçao a tudo e a todos que possam opor-se à gratificaçao imediata de seus desejos1. Segundo Freud9, esse narcisismo é fruto de uma falha do pai em auxiliar na passagem de Narciso a Édipo. Para ocorrer na criança essa passagem, é necessária a presença de um pai forte e seguro que rompa a simbiose mae-filho, instaurando uma relaçao a três1.

A contemporaneidade configura-se por uma queda do pai simbólico, uma queda das instâncias interditoras que vêm a assegurar a permanência do desejo e, consequentemente, da simbolizaçao tao necessária à inscriçao psíquica do "nao possível"5. É uma época marcada pela fluidez, ao contrário da solidez da sociedade tradicional, e pela incerteza, pelo princípio da autonomia, pela crença de que tudo é possível7.

Por um lado, se o progresso científico-tecnológico torna a competência e o saber paterno inadequados, por outro, o pai contribui para deixar de ser um modelo e referência para o filho. O pai prevalente na sociedade industrializada ocidental é, de certa forma, como o pai primitivo, uma vez que passa muito tempo longe de casa, na qualidade de caçador. Seu objeto de caça agora é o dinheiro. Seu retorno ao lar nao é mais marcado pelo afeto, mas pela contabilizaçao de seu sucesso material. Assim, a pós-modernidade, com sua racionalidade científica e capitalismo avançado, promove a flexibilizaçao dos vínculos.

Ao analisar a família atual, acredita-se que ela tenha perdido o seu papel de mediaçao protetora entre o indivíduo e a sociedade, e, em decorrência disso, um sentimento de orfandade acaba por tomar conta de crianças e adolescentes. Tal situaçao de abandono está presente nao só nas camadas populares, nas quais os problemas de ordem material dificultam o desempenho das funçoes paterna e materna, mas também nas famílias de maior poder aquisitivo, nas quais os pais estao mergulhados numa luta desenfreada por ascensao social e material10.

Frente a essa condiçao do desamparo, os sujeitos ainda buscam, na figura desse pai, mesmo enfraquecido, a proteçao, pois só um poder soberano poderia protegê-los dessa condiçao de orfandade.

O Instituto Paternidade Responsável/SC-(IPR)11 é um exemplo de instituiçao, entre outras tantas, interessada na temática da paternidade. Segundo o IPR11, sao vários os problemas enfrentados por aqueles que nao possuem referência paterna. Dentre eles, apresentam-se o dano moral, o constrangimento, a vitimizaçao por bullying, a evasao escolar, uma vida adulta problemática e a exclusao social.

A paternidade e a sua importância no desenvolvimento dos filhos sao temas presentes no meio científico e acadêmico. No entanto, nem sempre recebem a devida atençao em cursos de psicologia e psiquiatria. A motivaçao dos autores neste trabalho é decorrente de percepçoes e reflexoes sobre o tema, no exercício de atividades de supervisao clínica de alunos de graduaçao em psicologia, bem como de médicos pertencentes ao Programa de Residência Médica em Psiquiatria-SC. Notava-se, a partir da experiência de ensino, que as disfunçoes afetivas infantis surgiam com mais frequência em crianças com pais ausentes.

Nesse sentido, este trabalho objetiva compreender a funçao paterna e sua importância na dinâmica familiar e no desenvolvimento mental dos filhos. Trata-se de uma pesquisa que busca fazer articulaçoes entre o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade para auxiliar no tratamento do sofrimento psíquico que envolve a criança e o adolescente e sua família. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica a partir de uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, LILACS e ScienceDirect no período de 2000 a 2010.


FUNÇAO PATERNA

Ser pai e ser mae nao implica apenas na paternidade e maternidade biológicas, mas demanda, também, sentimentos e atitudes de adoçao que decorrem do desejo pelo filho. A dinâmica por meio da qual se atualizam as funçoes materna e paterna organiza-se a partir de um interjogo de fatores conscientes e inconscientes. Desse modo, as funçoes materna e paterna vao além dos papéis de pai e mae, os quais implicam em tarefas relacionadas aos cuidados físicos e à educaçao12.

Quando se fala do pai, nao se trata do pai como simples agente de paternidade biológica, mas como o operador simbólico. É na dinâmica da dialética edipiana que ocorre a construçao desse pai simbólico a partir do pai real e que a funçao paterna vai exercer influência na estruturaçao psíquica da criança. O pai, como funçao simbólica, é estruturante, de forma que o exercício de sua funçao impacta na estruturaçao psíquica da criança e no seu processo de desenvolvimento. Esse nao está preso necessariamente à história cronológica, mas à história mítica13. Assim, nos casos de pais separados ou ausentes, alguém precisa exercer a funçao simbólica de separaçao mae-bebê, bem como assumir a funçao de retaguarda e acolhimento da mae, para que ela possa exercer a funçao materna no período inicial de fusao com a criança.

O início da vida da criança foi amplamente descrito por Winnicott14, que privilegiou a funçao da mae por entender que a figura materna constitui o ambiente primitivo do bebê. A relaçao inicial do bebê com a mae é considerada a fase mais importante na estruturaçao da personalidade e do sujeito.

A saída do estado narcisista da criança deve ser facilitada pela mae ao propiciar a entrada em cena de um pai respeitado e valorizado. A passagem para uma triangulaçao edípica permitirá ao filho o reconhecimento de terceiros, possibilitando dessa forma seu ingresso nas relaçoes sociais2.

O pai é quem faz a mediaçao entre o desejo da mae e do filho, dá continuidade à proibiçao do incesto, exercendo o papel do terceiro que interdita a relaçao. É ele o representante do pai simbólico que precisa ser também simbolizado como o objeto da falta e desejado por essa mae, levando-a a direcionar o seu desejo para outros objetos que nao o filho15.

Devido a fatores de ordem biológica e cultural, a relaçao entre a mae e o filho é tao exclusiva que praticamente constitui um mundo à parte. Já a relaçao do pai com o filho é constituída num grupo em que há pelo menos três pessoas. Espera-se que o pai ensine o filho a existir em sociedade, assim como a mae o ensinou a existir em seu próprio corpo 16.

O vínculo que une pai e filho é diferente daquele que une a dupla mae-filho. Estudos17 evidenciam a importância do envolvimento do pai no desenvolvimento da criança. A competência e capacidade do pai sao similares às da mae na interaçao com o filho, demonstrando ainda que o contato precoce do pai com o filho possibilita um melhor envolvimento posterior entre ambos. Merece destaque também o suporte emocional e material dado pelo marido à esposa, que favorece um maior envolvimento com a criança nos primeiros anos de vida18.

Espera-se que o pai seja um parceiro carinhoso, protetor e cooperativo com a mae, desde a gestaçao do filho, para que ela possa se dedicar à criança num primeiro momento. Sua presença física e afetiva é fundamental para romper a relaçao narcisista do filho com a mae, funcionando como uma ponte entre o mundo interno e a realidade externa da criança. Ao se afastar da mae e se envolver com o pai, a criança desenvolve maiores habilidades exploratórias e responsividade social. Nessa etapa bem inicial, a funçao do pai é também a de tolerar a exclusao temporária da relaçao mae-bebê e esperar pelo momento de participar mais ativamente16.

O pai, junto com a mae, compoe o ambiente total em que o bebê habita. Nesse sentido, o pai participa do colo que a mae dá ao bebê a partir da experiência real que ela tem da presença dele. Nessa etapa, a presença paterna ganha novas facetas: (1) ele ajuda a mae a sair da simbiose com o bebê, chamando-a para si como esposa; (2) o pai será o primeiro vislumbre de integraçao para o bebê, antecipando o indivíduo unitário que ele virá a ser; (3) nos cuidados maternos, o bebê começa a distinguir alguns aspectos considerados paternos, tais como: de ordem, de firmeza, de inflexibilidade; (4) o "nao" que o bebê ouve inicialmente da mae com o objetivo de protegê-lo é um dos primeiros sinais da funçao paterna na vida da criança; (5) a presença ou ausência do pai refletirá na mae como sentimento de proteçao ou desproteçao, que, por sua vez, refletirá na qualidade da relaçao mae-filho19.

Embora o lugar do pai no grupo etário infantil entre seis e doze meses se apresente de forma menos expressiva em comparaçao com o lugar da mae, o contato corporal entre o bebê e o pai, no cotidiano, é referência na organizaçao psíquica da criança devido à sua funçao estruturante no desenvolvimento do ego13. No segundo ano de vida, quando já existe a imagem de pai e de mae, a figura paterna ganha relevo, nao só para ancorar o desenvolvimento social da criança, mas para servir de suporte das dificuldades inerentes ao aprendizado desse período. É esse apoio que vai alavancar o desprendimento da criança da estrutura doméstica confortável, até entao garantida pela mae20.

No desempenho da funçao materna e da funçao paterna, entram em jogo características pessoais do pai e da mae, bem como determinadas condiçoes emocionais de cada um que se referem às suas vivências na infância e a suas capacidades de elaboraçao de vivências de frustraçao, de separaçao e do complexo edípico. Assim, o exercício da funçao materna, tanto quanto o da funçao paterna, requer uma série de atributos, aptidoes e tarefas, que vao se modificando de acordo com o desenvolvimento da criança21.

Quando o pai se faz ausente, além de consequências afetivas, podem surgir também as de natureza econômica e social, pois a ausência do pai implica em reduçao das chances materiais do filho, ainda que a mae esteja inserida no mercado de trabalho22. A ausência do pai, nao apenas física, mas, sobretudo, a ausência psicológica, mostra-se como uma dimensao bastante importante na gênese dos comportamentos de risco, como, por exemplo, a adiçao às drogas, tanto na infância como na adolescência23.


MÉTODO

Com o objetivo de conhecer a produçao científica dos últimos 10 anos sobre a relaçao entre a funçao paterna e o desenvolvimento mental infantil, foi realizada uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, LILACS e ScienceDirect no período de 2000 a 2010, utilizando os descritores "father", "child", "mental", "parenting", "health" (em português e inglês) e suas combinaçoes.

Neste estudo foram considerados artigos teóricos as revisoes de literatura, meta-análise e revisoes sistemáticas; artigos quantitativos, trabalhos baseados em hipóteses claramente indicadas e variáveis com definiçao operacional; artigos qualitativos, dados descritivos obtidos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situaçao objeto de estudo.

A busca resultou num total de 08 (oito) artigos, nos quais os autores apresentam 12 (doze) pesquisas cujos resultados apontam associaçao entre ausência da funçao paterna comportamento de risco e psicopatologias desenvolvidas nos filhos. Sao elas:

Pesquisa A - Informa que, nos Estados Unidos, 72% dos adolescentes envolvidos em assassinatos, 60% dos envolvidos em casos de estupro e 85% dos detentos do sexo masculino cresceram sem a presença do pai. Os pesquisadores registram, também, que a repetência escolar é duas vezes maior entre crianças que crescem em lares sem a presença paterna e que 3 em 4 suicídios ocorrem em situaçoes nas quais o pai nao se faz presente24.

Pesquisa B - Realizada com os internos da Fundaçao Centro de Atendimento Sócio-Educativo ao Adolescente (CASA) do Estado de Sao Paulo, indicou que a maior parte dos pesquisados se autoclassificou como pertencente à classe média baixa ou pobre e que 51% vivia só com a mae25. A pesquisa revelou, também, que 96% eram do sexo masculino e 41% registravam a ausência do pai em sua história familiar.

Pesquisa C - Registrou que a ausência paterna, seja por abandono da família, por separaçao ou por falecimento, foi uma das características em quase metade da amostra (49%) contra uma porcentagem menor de mae ausente (19,6%)26.

Pesquisa D - Os pesquisadores27 avaliaram adultos com sintomas depressivos e identificaram história de maus-tratos na infância e falhas no estabelecimento do vínculo com seus pais. O resultado indica relaçao entre sintomas psiquiátricos infantis com ausência paterna e/ou dificuldade de relacionamento pai-filho.

Pesquisa E - Pesquisadores norte-americanos28 avaliaram crianças com sintomas antissociais, e o resultado registrou ausência paterna ou nao participaçao do pai na história de vida dessas crianças.

Pesquisa F - Trata-se de estudo britânico29 que avaliou o comportamento de crianças gêmeas de 05 anos de idade e de seus respectivos pais. Identificaram que, quanto menor o tempo de convivência dos pais com os filhos, maior a frequência de problemas de conduta nesses últimos, mas somente nos casos em que os pais apresentavam comportamentos antissociais. O mesmo estudo identificou que, quanto maior a frequência de comportamentos antissociais nos pais e o tempo de convivência com os filhos, maior a frequência de problemas de conduta nos filhos devido a duas influências ("double whammy"): genética e ambiental.

Pesquisa G - Os pesquisadores30 avaliaram determinados fatores biocomportamentais em situaçoes sociais em crianças e verificaram risco para o desenvolvimento de transtornos psicopatológicos quando havia um baixo envolvimento dos pais na infância, piorando, ainda, se as maes apresentassem sintomas de depressao.

Pesquisa H - Avaliou 435 pais31 e verificou que o seu envolvimento com os filhos estava negativamente associado com dificuldades em geral , - entre elas, a hiperatividade nas crianças - e positivamente associado com comportamento pró-social nas crianças.

Pesquisa I - Ao avaliarem a qualidade do vínculo em famílias, os pesquisadores32 verificaram que o desenvolvimento do vínculo inseguro se associava a sintomas depressivos, e que o risco para o estabelecimento desse tipo de vínculo era menor quanto maior a emoçao expressa pelos pais e maes aos filhos.

Pesquisa J - Estudou33 a interaçao entre pais e filhos em crianças com 03 meses de idade avaliando o comportamento externalizante dessas mesmas crianças aos 08 e 11 anos. Os resultados apresentaram dois grupos de comportamento: de alta e de baixa externalizaçao. Identificaram que no grupo de crianças com alta externalizaçao os pais eram menos responsivos e sensíveis (isso somente em relaçao às meninas) quanto à interaçao precoce.

Pesquisa K - Estudou34 o envolvimento de crianças com seus pais aos 07 e aos 16 anos de idade. Os pesquisadores verificaram que um envolvimento entre pais e filhos aos 07 anos diminuía o risco de desajustamento psicológico na adolescência, e o envolvimento dos pais e filhos aos 16 anos diminuía o risco de estresse psicológico em mulheres adultas. O exercício da funçao paterna pressupoe muito mais que a simples presença masculina na relaçao com a criança.

Pesquisa L - O estudo35 realizado em um setor pediátrico de um hospital público de Sao Paulo registrou que, em crianças sem o acompanhamento paterno durante a hospitalizaçao, surgem efeitos como angústia, culpa, depressao, sensaçao de abandono, inapetência, falta de iniciativa/apatia, problemas de sono, tristeza, diminuiçao da vocalizaçao, regressao no processo de maturaçao psicoafetiva, agressividade, ocorrência de infecçoes e manifestaçoes psicossomáticas.

As pesquisas indicam que é significativa a associaçao entre psicopatologias infantis e ausência da funçao paterna. Dentre essas psicopatologias foram registradas a presença de angústia, depressao, tristeza, hiperatividade, agressividade, sensaçao de abandono, repetência escolar, dificuldade de relacionamento, inapetência, falta de iniciativa/apatia, problemas de sono, diminuiçao da vocalizaçao, manifestaçoes psicossomáticas, atraso no processo de maturaçao psicoafetiva, comportamento externalizante, sintomas e comportamentos antissociais.


DISCUSSAO

Os resultados sugerem, a partir dos sintomas indicados, estarmos diante de crianças fragilizadas e com vínculos tênues, bem como diante de crianças em situaçao de fragilizaçao na formaçao da subjetivaçao, na formaçao simbólica e na estruturaçao psíquica. Trata-se de crianças com sintomatologias que denunciam fragilidade e vulnerabilidade do desenvolvimento de mecanismos repressivos na incapacidade de sublimaçao e no estabelecimento de laços sociais. Sao crianças que colocam no registro do corpo e da açao compulsiva as manobras para lidarem com a ausência e o desamparo. Tal situaçao produz um alerta e nos remete a Melanie Klein36, considerando que a suspensao total ou parcial da relaçao simbólica que o indivíduo é capaz de fazer com coisas e objetos compromete o desenvolvimento da vida de fantasia desse indivíduo e da sua relaçao com a realidade. Assim, a exclusao da capacidade de formar símbolos, de simbolizar, inibe a relaçao do sujeito com o mundo externo e com seu próprio mundo interno.

Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica, nao tivemos acesso à singularidade e riqueza de cada caso, o que nos limitou apenas a fazer reflexoes e associaçoes. Dessa forma, pode-se refletir que a incompetência da funçao paterna38, registrada nos resultados deste trabalho, além de gerar sofrimento e prejuízo na qualidade de vida da criança, gera também estruturas psíquicas marginais e marginalizadas na sociedade.

As mudanças que estao ocorrendo no mundo atual têm sido discutidas por diversos pensadores1;6;37;39;40, os quais destacam a fragilidade das relaçoes interpessoais, a transitoriedade das posiçoes identitárias e as mudanças significativas ocorridas nas instituiçoes sociais33. Segundo eles, a perda dos referenciais pessoais e institucionais ou a dificuldade em atender às novas demandas fazem com que as pessoas construam uma nova forma de ser e estar no mundo.

O mundo pós-moderno é marcado pelo instantâneo, pela superficialidade e pelo imediatismo que (des)estrutura as relaçoes41;42. Na agitaçao do mundo moderno, nao há mais espaços para contatos e comunicaçoes duradouras, inclusive no meio familiar, dadas suas características individualistas e egocêntricas.

As novas demandas sociais que surgem na transiçao da sociedade moderna para a sociedade contemporânea constroem novas manifestaçoes subjetivas. A cultura contemporânea apresenta como característica marcante a fluidez. Suas relaçoes, pois, sao instáveis, seus laços afetivos sao empobrecidos e seus valores sao constantemente substituídos 43.

É possível relacionar o desamparo, o vazio, a depressao e a falta de limites do sujeito contemporâneo com o declínio da funçao paterna; os vínculos tênues aparecem pela fragilidade dos contatos sociais, uma vez que eles sao regidos principalmente por laços mediados e imaginários. A produçao desses laços sociais que se opoem ao trabalho da simbolizaçao, produzindo configuraçoes subjetivas frágeis, segue uma lógica narcísica de onipotência e de nao referência ao outro5.

Sabe-se que ordem simbólica é adquirida pelo representante da funçao paterna, que coloca fim à onipotência narcísica mostrando que a plena satisfaçao nao é possível. Assim, o sujeito é inserido na ordem desejante. O pai, ao entrar na relaçao mae-bebê, exige um novo destino para a pulsao e torna-se o terceiro ao indisponibilizar a mae como objeto de gozo absoluto.

No entanto, na medida em que o sujeito nao desloca a pulsao (da mae para o pai), ele fica inserido na proteçao da onipotência narcísica, nao se arrisca ao mundo do imprevisível, ou seja, nao vive a experiência da castraçao10. Um pai ausente (muito distante ou muito autoritário) nao auxilia na simbolizaçao, favorecendo o aparecimento de problemas de personalidade e de interaçao nas crianças.

O pai, que, na acepçao da psique individual, ao fazer a mediaçao entre o desejo da mae e o da criança (interditando essa relaçao),é fonte das primeiras identificaçoes, permitindo, com sua inserçao, o advento do superego e do ideal de ego, é também o pai que leva o sujeito a emergir enquanto sujeito desejante. É também, na acepçao social e cultural, o mesmo pai em que se baseia a civilizaçao, que possibilita que vivamos em comunidade, que façamos parte da cultura e do processo civilizatório, pois o pai também é a base da civilizaçao41. Ao permitir que a criança vivencie o Édipo, o pai exige que o filho renuncie a suas necessidades de satisfaçao pulsional, e, como consequência, o filho aprende a se vincular, a se comprometer com o outro e consegue viver em sociedade15.

Na sociedade tradicional, quando a estabilidade dos relacionamentos estava garantida por valores morais reconhecidos, podia-se observar que a solidao, o vazio e o tédio, próprios da existência humana, estavam escondidos por um caminho a seguir, definido por convençoes sociais marcadas pela tradiçao e pelo respeito a normas consagradas. Na sociedade atual, na qual tudo se transforma e novos valores sao rapidamente consumidos e substituídos por outros que serao, também, logo desmanchados, o nível de angústia tende a aumentar por causa da insegurança e da sensaçao de desamparo gerada pelas contínuas mudanças3.

Os laços afetivos na contemporaneidade precisam gerar prazer imediato e, quando, porventura, aparece qualquer ameaça de sofrimento, o outro é descartado rapidamente, para preservar a ilusória sensaçao de felicidade4. Na pós-modernidade, nao existe lugar para a angústia e a tristeza. Os afetos como esses sao excluídos dos ideais pós-modernos e, a qualquer sinal de sua existência, o indivíduo deve achar mecanismos para neutralizá-los e sedá-los. A sociedade nao oferece espaço nem tempo para sofrer. Na verdade, na pós-modernidade, nao há experimentaçao da dor nem da felicidade real, apenas da ilusao momentânea de satisfaçao total. Observa-se que hoje a recusa à castraçao é o que marca a sociedade contemporânea.

Segundo Birman37, vivenciamos na contemporaneidade a extinçao do sofrimento, uma vez que esvaziamos a alteridade e nossa vinculaçao com o outro está cada vez mais escassa. O sofrimento, pois, se relaciona com a alteridade, com a nossa capacidade de perceber que nao somos autossuficientes e que necessitamos do outro, da relaçao com o externo para nos constituirmos. Na atualidade, negamos o outro e, dessa forma, evitamos o sofrimento, vivemos apenas a dor, que nao estabelece conexao com o outro: a dor da servidao, a dor narcísica, a dor de existirmos e de estarmos desamparados; vivemos a quebra do contato com o meio social e a retomada para um prazer voltado para si, mas um "si" massificado e homogeneizado - o sujeito vive uma miséria psíquica39. Assim, as condiçoes atuais do mal-estar na civilizaçao dizem respeito ao vazio existencial produzido pela solidao e pelo vazio40.


CONCLUSOES

Ainda que diferenciadas, segundo a literatura pesquisada, as funçoes do pai e da mae sao complementares e entrelaçadas. Ser pai e ser mae sao condiçoes construídas numa relaçao afetiva a três, nao sendo desejável que uma das partes seja excluída ou tenha uma atuaçao secundária. O filho deve ser a prioridade nas relaçoes entre o pai e a mae, os quais devem dispensar de forma igualitária cuidados, educaçao, carinho e segurança física e afetiva à criança.

Ser pai é uma tarefa que introduz um terceiro que desestabiliza um idílio dual, fazendo surgir a falta, o desejo e um sujeito onde antes havia a completude total e um objeto. O pai precisa agir como facilitador de separaçoes, impulsionando o filho a seguir seu caminho, oferecendo-se como um elemento importante e fundamental para a identificaçao, que, antes, era um papel restrito à mae. Contudo, é importante que ele se predisponha a fazer parte dessa relaçao. É preciso, também, que o pai deseje seus filhos, pois pais ausentes, muito autoritários ou muito distantes podem favorecer o aparecimento de problemas de personalidade nas crianças e também de dificuldades de interaçao com as demais pessoas. Um pai que estimula a criança verbal e fisicamente, de maneira adequada, que dá ordens com explicaçao, que estabelece limites e responde às necessidades da criança, que se comunica afetivamente e solicita informaçoes, favorece o desenvolvimento intelectual do filho. Ao contrário, quando o pai é restritivo, a criança pode apresentar problemas de identificaçao e comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo e social40. Quando o pai desempenha adequadamente sua funçao, possivelmente seus filhos conseguirao adquirir na vida adulta um sentimento de autoconfiança17.

Ambas as funçoes, tanto a materna como a paterna, têm um papel central no desenvolvimento e na estruturaçao do psiquismo da criança e na formaçao da personalidade do adulto. É na família, mediadora entre indivíduo e sociedade, que a criança aprende a perceber o mundo e a situar-se nele. Ela é a formadora da primeira identidade social. No convívio com a família, a criança internaliza padroes de comportamento, normas e valores de sua realidade social. Isso ocorre pela mediaçao do outro que estabelece vínculos básicos e essenciais entre a criança e o mundo social, situaçao a partir da qual ela passa a se reconhecer e a reconhecer o outro numa relaçao de reciprocidade41.

Tal fato nos remete à nossa prática docente, que nos responsabiliza em auxiliar nossos alunos, futuros profissionais da saúde, a nao somente estimular a participaçao paterna nas entrevistas iniciais. Uma intervençao efetiva na clínica infantil consistiria, para além da inserçao paterna, no auxílio no desenvolvimento do exercício paterno. Se, biológica e culturalmente, a relaçao da mae e do filho é exclusiva, cabe aos serviços de saúde mental facilitar, exercitar e auxiliar a entrada do pai na vida da criança. Se cabe à mae a funçao de introduzir o pai na relaçao, cabe a nós, profissionais da área da saúde, auxiliar no vínculo dessa relaçao. O foco do atendimento nao deve ser somente os sintomas, mas o fortalecimento do vínculo entre criança-pai-mae. Muitas vezes, dispensa-se o pai das entrevistas e atendimentos pelo fato de ele estar trabalhando. No entanto, chamá-lo a participar é fundamental para a orientaçao das intervençoes posteriores. É necessário um trabalho que projete, contemple e assegure o conceito "eu-outro" de forma tal que possa auxiliar nas transiçoes das vidas das crianças e das suas famílias, as quais demandam uma reorganizaçao psíquica. O "eu", precisa ser explorado e construído como parte de um processo reflexivo para conectar mudança pessoal e social39. É uma intervençao que deve produzir subjetividades incentivando um viver criativo e menos frágil.

Encerramos o trabalho citando Maia4, quando refere que "...o processo de constituiçao da subjetividade pede tempo, e a cultura pede instantaneidade" (p.72).

Dada a complexidade e a importância do tema, novos estudos e pesquisas tornam-se necessários para aprofundar a compreensao das funçoes paterna e materna. Sugerimos a realizaçao de pesquisas qualitativas delineadas por estudo de casos que abordem o tema aqui tratado.


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* Psicóloga; doutora pela Universidade Federal de Santa Catarina; psicóloga no Programa em Residência Médica em Psiquiatria do Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina/Brasil; associada do Centro de Estudos Psicodinâmicos de Santa Catarina-CEPSC/Brasil.
** Especialista em psiquiatria infantil no Centro de Estudos Luís Guedes - CELG, mestre em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; praticante em Florianópolis/SC, Brasil.
*** Psicóloga; aluna do Centro de estudos Psicodinâmicos de Santa Catarina - CEPSC/Brasil.

Instituiçao: Programa em Residência Médica em Psiquiatria - Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina/BR. Centro de Estudos Psicodinâmicos de Santa Catarina-CEPSC/BR.

Correspondência
Programa de Residência Médica em Psiquiatria do Instituto de Psiquiatria-SC
R. Engelberto Koerich 333 - Colônia Santana
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Av. Rio Branco 380, sala 307 - Centro
Florianópolis-SC - 88015200
Telefone: (48) 32236422
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