Rev. bras. psicoter. 2012; 14(3):52-67
Saraiva LM, Reinhard MC, Souza RC. A funçao paterna e seu papel na dinâmica familiar e no desenvolvimento mental infantil. Rev. bras. psicoter. 2012;14(3):52-67
Artigos Originais
A funçao paterna e seu papel na dinâmica familiar e no desenvolvimento mental infantil
Paternal function and its role in family dynamics and childhood mental development
Luciana Martins Saraiva*; Marcelo Calcagno Reinhard**; Rita de Cássia de Souza***
Resumo
Abstract
INTRODUÇAO
A demanda clínica atual nos consultórios psicológicos e psiquiátricos nos retrata uma sociedade em que se configuram as chamadas patologias do narcisismo, os transtornos de conduta e os transtornos depressivos1;2. Sao patologias que se configuram pela presença de quadros narcisistas, que incluem o nao representativo, ou seja, sao da ordem da açao e nao do pensamento. Sao patologias que se apresentam como uma forma fragilizada de configuraçao subjetiva caracterizada principalmente pelo desamparo e pela ausência de um ego solidamente constituído e pelo vazio representacional.
Essas patologias destacam-se tanto pela sua intensidade quanto pela sua quantidade, na sociedade atual. Nao sao patologias recentes, uma vez que já existiam desde a época de Freud. No entanto, possivelmente, destacam-se porque a cultura da sociedade contemporânea fertiliza o aparecimento dessas sintomatologias tao presentes no cotidiano clínico3;4;5.
As transformaçoes sofridas pela cultura contemporânea causam impacto na constituiçao da subjetividade humana, uma vez que ela se configura a partir de articulaçoes das relaçoes culturais com a história individual. Sendo a cultura um elemento coadjuvante na constituiçao do psiquismo humano, é possível relacionar a psicopatologia com a cultura da época. Assim, as configuraçoes da subjetividade que se apresentam na contemporaneidade nos remetem a reflexoes sobre a autoridade, a família e os significados dos papéis conjugais e parentais, uma vez que a fragilizaçao e o desamparo se apresentam como o retrato da sociedade atual5;6;7;8.
O mal-estar contemporâneo está caracterizado pela perda de sentido da vida, pela sensaçao de irrealidade, pela futilidade da existência, pela crise de identidade e pelo desamparo. Os sujeitos desta época nao demonstram mais a preocupaçao com os conflitos de ordem sexual, como na época de Freud, mas com os modos de assegurar sua existência vazia5;6;7;8.
Em épocas passadas, cabia ao pai iniciar o filho no mundo do trabalho, ensinando seu ofício. A figura do pai, nessa sociedade tradicional, passa de uma posiçao de poder absoluto para um poder relativo, ou seja, de proteçao ao abandono. Isso por que na modernidade, o poder é centrado na racionalidade científica, impactando na vida social cotidiana e afetando os aspectos mais pessoais da existência humana5. A modernidade foi mapeando um enfraquecimento do poder paterno. Entretanto, diante das rápidas mudanças que ocorrem na sociedade contemporânea e pós-moderna, o pai se vê frente a situaçoes novas para as quais sua experiência é nula. Na sociedade atual, inverte-se a situaçao, e sao os filhos que transmitem aos pais saberes e novos modelos de conduta5.
Com o declínio da sociedade tradicional, a vida passa a ser regida cada vez menos pelo princípio da renúncia pulsional e cada vez mais pela busca do prazer imediato. O declínio da tradiçao representa o declínio do ideal paterno, que sustentava o princípio do adiamento da satisfaçao pulsional. O homem contemporâneo sofre de um narcisismo, mostrando-se intransigente e indiferente ao que nao é de seu interesse. Muitas vezes, apresenta-se tirânico em relaçao a tudo e a todos que possam opor-se à gratificaçao imediata de seus desejos1. Segundo Freud9, esse narcisismo é fruto de uma falha do pai em auxiliar na passagem de Narciso a Édipo. Para ocorrer na criança essa passagem, é necessária a presença de um pai forte e seguro que rompa a simbiose mae-filho, instaurando uma relaçao a três1.
A contemporaneidade configura-se por uma queda do pai simbólico, uma queda das instâncias interditoras que vêm a assegurar a permanência do desejo e, consequentemente, da simbolizaçao tao necessária à inscriçao psíquica do "nao possível"5. É uma época marcada pela fluidez, ao contrário da solidez da sociedade tradicional, e pela incerteza, pelo princípio da autonomia, pela crença de que tudo é possível7.
Por um lado, se o progresso científico-tecnológico torna a competência e o saber paterno inadequados, por outro, o pai contribui para deixar de ser um modelo e referência para o filho. O pai prevalente na sociedade industrializada ocidental é, de certa forma, como o pai primitivo, uma vez que passa muito tempo longe de casa, na qualidade de caçador. Seu objeto de caça agora é o dinheiro. Seu retorno ao lar nao é mais marcado pelo afeto, mas pela contabilizaçao de seu sucesso material. Assim, a pós-modernidade, com sua racionalidade científica e capitalismo avançado, promove a flexibilizaçao dos vínculos.
Ao analisar a família atual, acredita-se que ela tenha perdido o seu papel de mediaçao protetora entre o indivíduo e a sociedade, e, em decorrência disso, um sentimento de orfandade acaba por tomar conta de crianças e adolescentes. Tal situaçao de abandono está presente nao só nas camadas populares, nas quais os problemas de ordem material dificultam o desempenho das funçoes paterna e materna, mas também nas famílias de maior poder aquisitivo, nas quais os pais estao mergulhados numa luta desenfreada por ascensao social e material10.
Frente a essa condiçao do desamparo, os sujeitos ainda buscam, na figura desse pai, mesmo enfraquecido, a proteçao, pois só um poder soberano poderia protegê-los dessa condiçao de orfandade.
O Instituto Paternidade Responsável/SC-(IPR)11 é um exemplo de instituiçao, entre outras tantas, interessada na temática da paternidade. Segundo o IPR11, sao vários os problemas enfrentados por aqueles que nao possuem referência paterna. Dentre eles, apresentam-se o dano moral, o constrangimento, a vitimizaçao por bullying, a evasao escolar, uma vida adulta problemática e a exclusao social.
A paternidade e a sua importância no desenvolvimento dos filhos sao temas presentes no meio científico e acadêmico. No entanto, nem sempre recebem a devida atençao em cursos de psicologia e psiquiatria. A motivaçao dos autores neste trabalho é decorrente de percepçoes e reflexoes sobre o tema, no exercício de atividades de supervisao clínica de alunos de graduaçao em psicologia, bem como de médicos pertencentes ao Programa de Residência Médica em Psiquiatria-SC. Notava-se, a partir da experiência de ensino, que as disfunçoes afetivas infantis surgiam com mais frequência em crianças com pais ausentes.
Nesse sentido, este trabalho objetiva compreender a funçao paterna e sua importância na dinâmica familiar e no desenvolvimento mental dos filhos. Trata-se de uma pesquisa que busca fazer articulaçoes entre o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade para auxiliar no tratamento do sofrimento psíquico que envolve a criança e o adolescente e sua família. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica a partir de uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, LILACS e ScienceDirect no período de 2000 a 2010.
FUNÇAO PATERNA
Ser pai e ser mae nao implica apenas na paternidade e maternidade biológicas, mas demanda, também, sentimentos e atitudes de adoçao que decorrem do desejo pelo filho. A dinâmica por meio da qual se atualizam as funçoes materna e paterna organiza-se a partir de um interjogo de fatores conscientes e inconscientes. Desse modo, as funçoes materna e paterna vao além dos papéis de pai e mae, os quais implicam em tarefas relacionadas aos cuidados físicos e à educaçao12.
Quando se fala do pai, nao se trata do pai como simples agente de paternidade biológica, mas como o operador simbólico. É na dinâmica da dialética edipiana que ocorre a construçao desse pai simbólico a partir do pai real e que a funçao paterna vai exercer influência na estruturaçao psíquica da criança. O pai, como funçao simbólica, é estruturante, de forma que o exercício de sua funçao impacta na estruturaçao psíquica da criança e no seu processo de desenvolvimento. Esse nao está preso necessariamente à história cronológica, mas à história mítica13. Assim, nos casos de pais separados ou ausentes, alguém precisa exercer a funçao simbólica de separaçao mae-bebê, bem como assumir a funçao de retaguarda e acolhimento da mae, para que ela possa exercer a funçao materna no período inicial de fusao com a criança.
O início da vida da criança foi amplamente descrito por Winnicott14, que privilegiou a funçao da mae por entender que a figura materna constitui o ambiente primitivo do bebê. A relaçao inicial do bebê com a mae é considerada a fase mais importante na estruturaçao da personalidade e do sujeito.
A saída do estado narcisista da criança deve ser facilitada pela mae ao propiciar a entrada em cena de um pai respeitado e valorizado. A passagem para uma triangulaçao edípica permitirá ao filho o reconhecimento de terceiros, possibilitando dessa forma seu ingresso nas relaçoes sociais2.
O pai é quem faz a mediaçao entre o desejo da mae e do filho, dá continuidade à proibiçao do incesto, exercendo o papel do terceiro que interdita a relaçao. É ele o representante do pai simbólico que precisa ser também simbolizado como o objeto da falta e desejado por essa mae, levando-a a direcionar o seu desejo para outros objetos que nao o filho15.
Devido a fatores de ordem biológica e cultural, a relaçao entre a mae e o filho é tao exclusiva que praticamente constitui um mundo à parte. Já a relaçao do pai com o filho é constituída num grupo em que há pelo menos três pessoas. Espera-se que o pai ensine o filho a existir em sociedade, assim como a mae o ensinou a existir em seu próprio corpo 16.
O vínculo que une pai e filho é diferente daquele que une a dupla mae-filho. Estudos17 evidenciam a importância do envolvimento do pai no desenvolvimento da criança. A competência e capacidade do pai sao similares às da mae na interaçao com o filho, demonstrando ainda que o contato precoce do pai com o filho possibilita um melhor envolvimento posterior entre ambos. Merece destaque também o suporte emocional e material dado pelo marido à esposa, que favorece um maior envolvimento com a criança nos primeiros anos de vida18.
Espera-se que o pai seja um parceiro carinhoso, protetor e cooperativo com a mae, desde a gestaçao do filho, para que ela possa se dedicar à criança num primeiro momento. Sua presença física e afetiva é fundamental para romper a relaçao narcisista do filho com a mae, funcionando como uma ponte entre o mundo interno e a realidade externa da criança. Ao se afastar da mae e se envolver com o pai, a criança desenvolve maiores habilidades exploratórias e responsividade social. Nessa etapa bem inicial, a funçao do pai é também a de tolerar a exclusao temporária da relaçao mae-bebê e esperar pelo momento de participar mais ativamente16.
O pai, junto com a mae, compoe o ambiente total em que o bebê habita. Nesse sentido, o pai participa do colo que a mae dá ao bebê a partir da experiência real que ela tem da presença dele. Nessa etapa, a presença paterna ganha novas facetas: (1) ele ajuda a mae a sair da simbiose com o bebê, chamando-a para si como esposa; (2) o pai será o primeiro vislumbre de integraçao para o bebê, antecipando o indivíduo unitário que ele virá a ser; (3) nos cuidados maternos, o bebê começa a distinguir alguns aspectos considerados paternos, tais como: de ordem, de firmeza, de inflexibilidade; (4) o "nao" que o bebê ouve inicialmente da mae com o objetivo de protegê-lo é um dos primeiros sinais da funçao paterna na vida da criança; (5) a presença ou ausência do pai refletirá na mae como sentimento de proteçao ou desproteçao, que, por sua vez, refletirá na qualidade da relaçao mae-filho19.
Embora o lugar do pai no grupo etário infantil entre seis e doze meses se apresente de forma menos expressiva em comparaçao com o lugar da mae, o contato corporal entre o bebê e o pai, no cotidiano, é referência na organizaçao psíquica da criança devido à sua funçao estruturante no desenvolvimento do ego13. No segundo ano de vida, quando já existe a imagem de pai e de mae, a figura paterna ganha relevo, nao só para ancorar o desenvolvimento social da criança, mas para servir de suporte das dificuldades inerentes ao aprendizado desse período. É esse apoio que vai alavancar o desprendimento da criança da estrutura doméstica confortável, até entao garantida pela mae20.
No desempenho da funçao materna e da funçao paterna, entram em jogo características pessoais do pai e da mae, bem como determinadas condiçoes emocionais de cada um que se referem às suas vivências na infância e a suas capacidades de elaboraçao de vivências de frustraçao, de separaçao e do complexo edípico. Assim, o exercício da funçao materna, tanto quanto o da funçao paterna, requer uma série de atributos, aptidoes e tarefas, que vao se modificando de acordo com o desenvolvimento da criança21.
Quando o pai se faz ausente, além de consequências afetivas, podem surgir também as de natureza econômica e social, pois a ausência do pai implica em reduçao das chances materiais do filho, ainda que a mae esteja inserida no mercado de trabalho22. A ausência do pai, nao apenas física, mas, sobretudo, a ausência psicológica, mostra-se como uma dimensao bastante importante na gênese dos comportamentos de risco, como, por exemplo, a adiçao às drogas, tanto na infância como na adolescência23.
MÉTODO
Com o objetivo de conhecer a produçao científica dos últimos 10 anos sobre a relaçao entre a funçao paterna e o desenvolvimento mental infantil, foi realizada uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, LILACS e ScienceDirect no período de 2000 a 2010, utilizando os descritores "father", "child", "mental", "parenting", "health" (em português e inglês) e suas combinaçoes.
Neste estudo foram considerados artigos teóricos as revisoes de literatura, meta-análise e revisoes sistemáticas; artigos quantitativos, trabalhos baseados em hipóteses claramente indicadas e variáveis com definiçao operacional; artigos qualitativos, dados descritivos obtidos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situaçao objeto de estudo.
A busca resultou num total de 08 (oito) artigos, nos quais os autores apresentam 12 (doze) pesquisas cujos resultados apontam associaçao entre ausência da funçao paterna comportamento de risco e psicopatologias desenvolvidas nos filhos. Sao elas:
Pesquisa A - Informa que, nos Estados Unidos, 72% dos adolescentes envolvidos em assassinatos, 60% dos envolvidos em casos de estupro e 85% dos detentos do sexo masculino cresceram sem a presença do pai. Os pesquisadores registram, também, que a repetência escolar é duas vezes maior entre crianças que crescem em lares sem a presença paterna e que 3 em 4 suicídios ocorrem em situaçoes nas quais o pai nao se faz presente24.
Pesquisa B - Realizada com os internos da Fundaçao Centro de Atendimento Sócio-Educativo ao Adolescente (CASA) do Estado de Sao Paulo, indicou que a maior parte dos pesquisados se autoclassificou como pertencente à classe média baixa ou pobre e que 51% vivia só com a mae25. A pesquisa revelou, também, que 96% eram do sexo masculino e 41% registravam a ausência do pai em sua história familiar.
Pesquisa C - Registrou que a ausência paterna, seja por abandono da família, por separaçao ou por falecimento, foi uma das características em quase metade da amostra (49%) contra uma porcentagem menor de mae ausente (19,6%)26.
Pesquisa D - Os pesquisadores27 avaliaram adultos com sintomas depressivos e identificaram história de maus-tratos na infância e falhas no estabelecimento do vínculo com seus pais. O resultado indica relaçao entre sintomas psiquiátricos infantis com ausência paterna e/ou dificuldade de relacionamento pai-filho.
Pesquisa E - Pesquisadores norte-americanos28 avaliaram crianças com sintomas antissociais, e o resultado registrou ausência paterna ou nao participaçao do pai na história de vida dessas crianças.
Pesquisa F - Trata-se de estudo britânico29 que avaliou o comportamento de crianças gêmeas de 05 anos de idade e de seus respectivos pais. Identificaram que, quanto menor o tempo de convivência dos pais com os filhos, maior a frequência de problemas de conduta nesses últimos, mas somente nos casos em que os pais apresentavam comportamentos antissociais. O mesmo estudo identificou que, quanto maior a frequência de comportamentos antissociais nos pais e o tempo de convivência com os filhos, maior a frequência de problemas de conduta nos filhos devido a duas influências ("double whammy"): genética e ambiental.
Pesquisa G - Os pesquisadores30 avaliaram determinados fatores biocomportamentais em situaçoes sociais em crianças e verificaram risco para o desenvolvimento de transtornos psicopatológicos quando havia um baixo envolvimento dos pais na infância, piorando, ainda, se as maes apresentassem sintomas de depressao.
Pesquisa H - Avaliou 435 pais31 e verificou que o seu envolvimento com os filhos estava negativamente associado com dificuldades em geral , - entre elas, a hiperatividade nas crianças - e positivamente associado com comportamento pró-social nas crianças.
Pesquisa I - Ao avaliarem a qualidade do vínculo em famílias, os pesquisadores32 verificaram que o desenvolvimento do vínculo inseguro se associava a sintomas depressivos, e que o risco para o estabelecimento desse tipo de vínculo era menor quanto maior a emoçao expressa pelos pais e maes aos filhos.
Pesquisa J - Estudou33 a interaçao entre pais e filhos em crianças com 03 meses de idade avaliando o comportamento externalizante dessas mesmas crianças aos 08 e 11 anos. Os resultados apresentaram dois grupos de comportamento: de alta e de baixa externalizaçao. Identificaram que no grupo de crianças com alta externalizaçao os pais eram menos responsivos e sensíveis (isso somente em relaçao às meninas) quanto à interaçao precoce.
Pesquisa K - Estudou34 o envolvimento de crianças com seus pais aos 07 e aos 16 anos de idade. Os pesquisadores verificaram que um envolvimento entre pais e filhos aos 07 anos diminuía o risco de desajustamento psicológico na adolescência, e o envolvimento dos pais e filhos aos 16 anos diminuía o risco de estresse psicológico em mulheres adultas. O exercício da funçao paterna pressupoe muito mais que a simples presença masculina na relaçao com a criança.
Pesquisa L - O estudo35 realizado em um setor pediátrico de um hospital público de Sao Paulo registrou que, em crianças sem o acompanhamento paterno durante a hospitalizaçao, surgem efeitos como angústia, culpa, depressao, sensaçao de abandono, inapetência, falta de iniciativa/apatia, problemas de sono, tristeza, diminuiçao da vocalizaçao, regressao no processo de maturaçao psicoafetiva, agressividade, ocorrência de infecçoes e manifestaçoes psicossomáticas.
As pesquisas indicam que é significativa a associaçao entre psicopatologias infantis e ausência da funçao paterna. Dentre essas psicopatologias foram registradas a presença de angústia, depressao, tristeza, hiperatividade, agressividade, sensaçao de abandono, repetência escolar, dificuldade de relacionamento, inapetência, falta de iniciativa/apatia, problemas de sono, diminuiçao da vocalizaçao, manifestaçoes psicossomáticas, atraso no processo de maturaçao psicoafetiva, comportamento externalizante, sintomas e comportamentos antissociais.
DISCUSSAO
Os resultados sugerem, a partir dos sintomas indicados, estarmos diante de crianças fragilizadas e com vínculos tênues, bem como diante de crianças em situaçao de fragilizaçao na formaçao da subjetivaçao, na formaçao simbólica e na estruturaçao psíquica. Trata-se de crianças com sintomatologias que denunciam fragilidade e vulnerabilidade do desenvolvimento de mecanismos repressivos na incapacidade de sublimaçao e no estabelecimento de laços sociais. Sao crianças que colocam no registro do corpo e da açao compulsiva as manobras para lidarem com a ausência e o desamparo. Tal situaçao produz um alerta e nos remete a Melanie Klein36, considerando que a suspensao total ou parcial da relaçao simbólica que o indivíduo é capaz de fazer com coisas e objetos compromete o desenvolvimento da vida de fantasia desse indivíduo e da sua relaçao com a realidade. Assim, a exclusao da capacidade de formar símbolos, de simbolizar, inibe a relaçao do sujeito com o mundo externo e com seu próprio mundo interno.
Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica, nao tivemos acesso à singularidade e riqueza de cada caso, o que nos limitou apenas a fazer reflexoes e associaçoes. Dessa forma, pode-se refletir que a incompetência da funçao paterna38, registrada nos resultados deste trabalho, além de gerar sofrimento e prejuízo na qualidade de vida da criança, gera também estruturas psíquicas marginais e marginalizadas na sociedade.
As mudanças que estao ocorrendo no mundo atual têm sido discutidas por diversos pensadores1;6;37;39;40, os quais destacam a fragilidade das relaçoes interpessoais, a transitoriedade das posiçoes identitárias e as mudanças significativas ocorridas nas instituiçoes sociais33. Segundo eles, a perda dos referenciais pessoais e institucionais ou a dificuldade em atender às novas demandas fazem com que as pessoas construam uma nova forma de ser e estar no mundo.
O mundo pós-moderno é marcado pelo instantâneo, pela superficialidade e pelo imediatismo que (des)estrutura as relaçoes41;42. Na agitaçao do mundo moderno, nao há mais espaços para contatos e comunicaçoes duradouras, inclusive no meio familiar, dadas suas características individualistas e egocêntricas.
As novas demandas sociais que surgem na transiçao da sociedade moderna para a sociedade contemporânea constroem novas manifestaçoes subjetivas. A cultura contemporânea apresenta como característica marcante a fluidez. Suas relaçoes, pois, sao instáveis, seus laços afetivos sao empobrecidos e seus valores sao constantemente substituídos 43.
É possível relacionar o desamparo, o vazio, a depressao e a falta de limites do sujeito contemporâneo com o declínio da funçao paterna; os vínculos tênues aparecem pela fragilidade dos contatos sociais, uma vez que eles sao regidos principalmente por laços mediados e imaginários. A produçao desses laços sociais que se opoem ao trabalho da simbolizaçao, produzindo configuraçoes subjetivas frágeis, segue uma lógica narcísica de onipotência e de nao referência ao outro5.
Sabe-se que ordem simbólica é adquirida pelo representante da funçao paterna, que coloca fim à onipotência narcísica mostrando que a plena satisfaçao nao é possível. Assim, o sujeito é inserido na ordem desejante. O pai, ao entrar na relaçao mae-bebê, exige um novo destino para a pulsao e torna-se o terceiro ao indisponibilizar a mae como objeto de gozo absoluto.
No entanto, na medida em que o sujeito nao desloca a pulsao (da mae para o pai), ele fica inserido na proteçao da onipotência narcísica, nao se arrisca ao mundo do imprevisível, ou seja, nao vive a experiência da castraçao10. Um pai ausente (muito distante ou muito autoritário) nao auxilia na simbolizaçao, favorecendo o aparecimento de problemas de personalidade e de interaçao nas crianças.
O pai, que, na acepçao da psique individual, ao fazer a mediaçao entre o desejo da mae e o da criança (interditando essa relaçao),é fonte das primeiras identificaçoes, permitindo, com sua inserçao, o advento do superego e do ideal de ego, é também o pai que leva o sujeito a emergir enquanto sujeito desejante. É também, na acepçao social e cultural, o mesmo pai em que se baseia a civilizaçao, que possibilita que vivamos em comunidade, que façamos parte da cultura e do processo civilizatório, pois o pai também é a base da civilizaçao41. Ao permitir que a criança vivencie o Édipo, o pai exige que o filho renuncie a suas necessidades de satisfaçao pulsional, e, como consequência, o filho aprende a se vincular, a se comprometer com o outro e consegue viver em sociedade15.
Na sociedade tradicional, quando a estabilidade dos relacionamentos estava garantida por valores morais reconhecidos, podia-se observar que a solidao, o vazio e o tédio, próprios da existência humana, estavam escondidos por um caminho a seguir, definido por convençoes sociais marcadas pela tradiçao e pelo respeito a normas consagradas. Na sociedade atual, na qual tudo se transforma e novos valores sao rapidamente consumidos e substituídos por outros que serao, também, logo desmanchados, o nível de angústia tende a aumentar por causa da insegurança e da sensaçao de desamparo gerada pelas contínuas mudanças3.
Os laços afetivos na contemporaneidade precisam gerar prazer imediato e, quando, porventura, aparece qualquer ameaça de sofrimento, o outro é descartado rapidamente, para preservar a ilusória sensaçao de felicidade4. Na pós-modernidade, nao existe lugar para a angústia e a tristeza. Os afetos como esses sao excluídos dos ideais pós-modernos e, a qualquer sinal de sua existência, o indivíduo deve achar mecanismos para neutralizá-los e sedá-los. A sociedade nao oferece espaço nem tempo para sofrer. Na verdade, na pós-modernidade, nao há experimentaçao da dor nem da felicidade real, apenas da ilusao momentânea de satisfaçao total. Observa-se que hoje a recusa à castraçao é o que marca a sociedade contemporânea.
Segundo Birman37, vivenciamos na contemporaneidade a extinçao do sofrimento, uma vez que esvaziamos a alteridade e nossa vinculaçao com o outro está cada vez mais escassa. O sofrimento, pois, se relaciona com a alteridade, com a nossa capacidade de perceber que nao somos autossuficientes e que necessitamos do outro, da relaçao com o externo para nos constituirmos. Na atualidade, negamos o outro e, dessa forma, evitamos o sofrimento, vivemos apenas a dor, que nao estabelece conexao com o outro: a dor da servidao, a dor narcísica, a dor de existirmos e de estarmos desamparados; vivemos a quebra do contato com o meio social e a retomada para um prazer voltado para si, mas um "si" massificado e homogeneizado - o sujeito vive uma miséria psíquica39. Assim, as condiçoes atuais do mal-estar na civilizaçao dizem respeito ao vazio existencial produzido pela solidao e pelo vazio40.
CONCLUSOES
Ainda que diferenciadas, segundo a literatura pesquisada, as funçoes do pai e da mae sao complementares e entrelaçadas. Ser pai e ser mae sao condiçoes construídas numa relaçao afetiva a três, nao sendo desejável que uma das partes seja excluída ou tenha uma atuaçao secundária. O filho deve ser a prioridade nas relaçoes entre o pai e a mae, os quais devem dispensar de forma igualitária cuidados, educaçao, carinho e segurança física e afetiva à criança.
Ser pai é uma tarefa que introduz um terceiro que desestabiliza um idílio dual, fazendo surgir a falta, o desejo e um sujeito onde antes havia a completude total e um objeto. O pai precisa agir como facilitador de separaçoes, impulsionando o filho a seguir seu caminho, oferecendo-se como um elemento importante e fundamental para a identificaçao, que, antes, era um papel restrito à mae. Contudo, é importante que ele se predisponha a fazer parte dessa relaçao. É preciso, também, que o pai deseje seus filhos, pois pais ausentes, muito autoritários ou muito distantes podem favorecer o aparecimento de problemas de personalidade nas crianças e também de dificuldades de interaçao com as demais pessoas. Um pai que estimula a criança verbal e fisicamente, de maneira adequada, que dá ordens com explicaçao, que estabelece limites e responde às necessidades da criança, que se comunica afetivamente e solicita informaçoes, favorece o desenvolvimento intelectual do filho. Ao contrário, quando o pai é restritivo, a criança pode apresentar problemas de identificaçao e comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo e social40. Quando o pai desempenha adequadamente sua funçao, possivelmente seus filhos conseguirao adquirir na vida adulta um sentimento de autoconfiança17.
Ambas as funçoes, tanto a materna como a paterna, têm um papel central no desenvolvimento e na estruturaçao do psiquismo da criança e na formaçao da personalidade do adulto. É na família, mediadora entre indivíduo e sociedade, que a criança aprende a perceber o mundo e a situar-se nele. Ela é a formadora da primeira identidade social. No convívio com a família, a criança internaliza padroes de comportamento, normas e valores de sua realidade social. Isso ocorre pela mediaçao do outro que estabelece vínculos básicos e essenciais entre a criança e o mundo social, situaçao a partir da qual ela passa a se reconhecer e a reconhecer o outro numa relaçao de reciprocidade41.
Tal fato nos remete à nossa prática docente, que nos responsabiliza em auxiliar nossos alunos, futuros profissionais da saúde, a nao somente estimular a participaçao paterna nas entrevistas iniciais. Uma intervençao efetiva na clínica infantil consistiria, para além da inserçao paterna, no auxílio no desenvolvimento do exercício paterno. Se, biológica e culturalmente, a relaçao da mae e do filho é exclusiva, cabe aos serviços de saúde mental facilitar, exercitar e auxiliar a entrada do pai na vida da criança. Se cabe à mae a funçao de introduzir o pai na relaçao, cabe a nós, profissionais da área da saúde, auxiliar no vínculo dessa relaçao. O foco do atendimento nao deve ser somente os sintomas, mas o fortalecimento do vínculo entre criança-pai-mae. Muitas vezes, dispensa-se o pai das entrevistas e atendimentos pelo fato de ele estar trabalhando. No entanto, chamá-lo a participar é fundamental para a orientaçao das intervençoes posteriores. É necessário um trabalho que projete, contemple e assegure o conceito "eu-outro" de forma tal que possa auxiliar nas transiçoes das vidas das crianças e das suas famílias, as quais demandam uma reorganizaçao psíquica. O "eu", precisa ser explorado e construído como parte de um processo reflexivo para conectar mudança pessoal e social39. É uma intervençao que deve produzir subjetividades incentivando um viver criativo e menos frágil.
Encerramos o trabalho citando Maia4, quando refere que "...o processo de constituiçao da subjetividade pede tempo, e a cultura pede instantaneidade" (p.72).
Dada a complexidade e a importância do tema, novos estudos e pesquisas tornam-se necessários para aprofundar a compreensao das funçoes paterna e materna. Sugerimos a realizaçao de pesquisas qualitativas delineadas por estudo de casos que abordem o tema aqui tratado.
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* Psicóloga; doutora pela Universidade Federal de Santa Catarina; psicóloga no Programa em Residência Médica em Psiquiatria do Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina/Brasil; associada do Centro de Estudos Psicodinâmicos de Santa Catarina-CEPSC/Brasil.
** Especialista em psiquiatria infantil no Centro de Estudos Luís Guedes - CELG, mestre em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; praticante em Florianópolis/SC, Brasil.
*** Psicóloga; aluna do Centro de estudos Psicodinâmicos de Santa Catarina - CEPSC/Brasil.
Instituiçao: Programa em Residência Médica em Psiquiatria - Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina/BR. Centro de Estudos Psicodinâmicos de Santa Catarina-CEPSC/BR.
Correspondência
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