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Enactment: alguns aspectos do conceito e da sua abordagem em Psicoterapia de Orientaçao Analítica
Alexandre Goellner*
Páginas: 25 - 39
O conceito de enactment surgiu num cenário em que a contratransferência e os fenômenos resultantes da interaçao entre o paciente e o terapeuta passaram a ser cada vez mais discutidos e valorizados. Atualmente o termo é compreendido como uma revivência, uma encenaçao de elementos afetivos inconscientes de origem arcaica tanto do paciente como do terapeuta. Pode ser entendido como a resultante do interjogo de identificaçoes projetivas cruzadas entre a dupla, sendo que um participante "força" o outro a entrar em cena, assumindo um papel simbólico em sua vida. Tem havido considerável discussao na literatura sobre os limites do conceito. Alguns autores defendem a ideia de que todo o processo terapêutico nada mais é do que o desenrolar de inúmeros microenactments que ocorrem a todo instante ao longo do tratamento e que se constituiriam em pré-requisito para a ocorrência de mudanças psíquicas, sendo, portanto, desejáveis. Já outros autores permanecem mais reservados, assumindo a ideia de que o conceito, dessa forma, perderia sua especificidade. Eles preferem reservar o termo para um evento mais focal, em que um conluio inconsciente da dupla terapêutica é encenado. De qualquer forma, é consenso que, quando inevitavelmente acontece, um enactment poderá servir como ferramenta de trabalho se o terapeuta conseguir compreendê-lo, elaborá-lo contratransferencialmente e interpretálo para o paciente.
Descritores: Psicoterapia; Inconsciente (Psicologia); Atuaçao (Psicologia).
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