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O ressentimento na psicoterapia de orientaçao analítica
Fernanda Lucia Capitanio Baeza1; Jussara Schestatsky Dal Zot2
Páginas: 96 - 108
INTRODUÇAO: Apesar de ser um aspecto frequente e marcante, o tema do ressentimento foi pouco abordado pela teoria psicanalítica. Este trabalho tem o objetivo de (1) buscar na teoria psicanalítica uma compreensao do ressentimento, tendo como foco as situaçoes onde há uma separaçao conjugal envolvida, e (2) buscar caminhos possíveis para sua resoluçao.
MÉTODOS: O ressentimento foi considerado a partir das questoes que emergiram no atendimento de uma paciente com dificuldades de elaborar um divórcio. Para tanto, realizou-se uma revisao na literatura psicanalítica específica sobre o ressentimento, além de temas relacionados, como luto, inveja e masoquismo.
RESULTADOS: O paciente ressentido é caracterizado como aquele que nao pode deixar de recordar. Nessas situaçoes, a libido está tenazmente ligada a um objeto devedor, prevalecendo uma inércia psíquica através da qual o paciente pode ficar retido na temática torturante. Na psicoterapia, o ressentimento se apresenta como uma face intransigente da resistência.
CONSIDERAÇOES FINAIS: A elaboraçao do ressentimento é um longo e complexo processo. Um foco possível no tratamento desses casos pode ser resumido em fazer do ressentimento interminável - baseado na memória do rancor - terminável, relacionado com a memória da dor. O ressentimento interminável pode passar a ser terminável quando o sujeito puder abrir mao do desejo de triunfar sobre o outro por meio da vingança. Essa renúncia se dá através de um trabalho de elaboraçao, no qual o cindido e projetado no ressentimento deve ser reintegrado e introjetado no próprio sujeito.
Descritores: Terapia psicanalítica; Interpretaçao psicanalítica.
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