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Revista Brasileira de Psicoteratia

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Rev. bras. psicoter. 2023; 25(3):115-133



Artigos de Revisao

Estratégias para o enfrentamento da ansiedade entre os trabalhadores de enfermagem na pandemia: revisão de escopo

Strategies for coping with anxiety among nursing workers during the pandemic: a scoping review

Estrategias para afrontar la ansiedad entre los trabajadores de enfermería durante la pandemia: revisión del alcance

Alessandra Mendes Calixto, Valentine Cogo Mendes, Juan Pablo Matias, Ana Maria Muller de Magalhães, Daiane Dal Pai, Marcio Wagner Camatta

Resumo

INTRODUÇÃO: COVID-19 se espalhou globalmente em 2020, afetando equipes de saúde, resultando em altas mortes e riscos emocionais. Tendo como objetivo identificar as estratégias utilizadas para o enfretamento da ansiedade entre os trabalhadores de enfermagem na pandemia de COVID-19. MÉTODOS: revisão de escopo realizada nas bases de dados Web of Science, Scopus, Excerpta Medica DataBASE, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e Scientific Electronic Library Online. RESULTADOS: amostra de 41 artigos. As informações foram organizadas em duas categorias: estratégias realizadas pelo trabalhador para o manejo na ansiedade (autoconhecimento emocional, rede de apoio social, espiritualidade, práticas cognitivas, comportamentais e integrativas, informação adequada) e estratégias de gestão para o manejo da ansiedade (apoio à saúde mental, capacitação, comunicação efetiva, equipamentos de proteção, suporte organizacional e financeiro). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Este estudo forneceu conhecimento sobre as principais estratégias voltadas ao autoconhecimento e autocuidado em saúde mental, bem como estratégias recomendadas aos gestores em situações de crise sanitária como a pandemia de COVID-19, como a oferta de apoio material (infraestrutura, EPIS) para o exercício da profissão, assim como atenção efetiva para saúde mental dos trabalhadores de enfermagem. Embora as pessoas utilizem diferentes estratégias para o enfrentamento da ansiedade, durante a pandemia, a associação de fatores sociais, emocionais e de trabalho identificados, no contexto de privações e exposição a risco de contaminação, foram agravantes para altos níveis de ansiedade identificados pelos trabalhadores de enfermagem

Descritores: Enfermagem; Trabalhadores de enfermagem; Ansiedade; COVID-19; Intervenção na crise

Abstract

INTRODUCTION: COVID-19 spread globally in 2020, impacting healthcare teams, resulting in high mortality and emotional risks. Having as its objective to identify the strategies used to cope with anxiety among nursing workers during the COVID-19 pandemic. METHODS: A scoping review was conducted using the Web of Science, Scopus, Excerpta Medica Database, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, Latin American and Caribbean Health Sciences Literature, and Scientific Electronic Library Online databases. RESULTS: A sample of 41 articles was included. The information was organized into two categories: strategies used by workers for anxiety management (emotional self-awareness, social support networks, spirituality, cognitive, behavioral, and integrative practices, adequate information) and management strategies for anxiety (mental health support, training, effective communication, protective equipment, organizational and financial support). DISCUSSION AND CONCLUSION: This study provided insights into key strategies focusing on self-awareness and self-care in mental health, as well as recommended strategies for managers in crisis situations such as the COVID-19 pandemic, such as providing material support (infrastructure, PPE) for the practice of the profession, as well as effective attention to the mental health of nursing workers. Although individuals employ different strategies to cope with anxiety during the pandemic, the combination of social, emotional, and work-related factors identified, within the context of deprivation and exposure to contamination risk, exacerbated high levels of anxiety among nursing workers.

Keywords: Nursing; Nurse practitioners; Anxiety; COVID-19; Crisis intervention

 

 

Introdução

A doença provocada pelo coronavírus (COVID-19) se espalhou da China para todo o mundo em 2020, e desde então as equipes de saúde vêm enfrentando as consequências deste evento na linha de frente: serviços de saúde sobrecarregados, doenças respiratórias graves e muitos trabalhadores contaminados1. No último relatório de monitoramento dos casos de COVID-19 a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 180 mil trabalhadores de saúde morreram em decorrência da contaminação2. Portanto, essa pandemia terá consequências de longo prazo que afetarão as políticas públicas de saúde nacionais e internacionais, impactando no adoecimento e morte de trabalhadores de enfermagem.

O número de morte de trabalhadores de enfermagem está sendo monitorado com preocupação global nesse período de pandemia. No Brasil, de acordo com dados do Observatório da Enfermagem3 foram registrados pelo Ministério da Saúde mais de 683 mil óbitos pela COVID-19 até agosto de 2022, sendo 872 trabalhadores de enfermagem morreram entre 2020 e 2022. Esses dados alarmantes reforçam o medo, sobretudo no período entre 2019 e 2020, quando ainda se vivia incertezas quanto à contaminação. Muitos trabalhadores de enfermagem relataram sintomas depressivos e de ansiedade nesse período4.

Os trabalhadores de saúde expostos ao COVID-19 apresentaram alto risco de desenvolver problemas emocionais e precisaram de intervenções em saúde mental5, assim como os trabalhadores de enfermagem, por ser uma das ocupações mais estressantes na área da saúde, mesmo em contextos não pandêmicos6. No cenário pandêmico, as intervenções em saúde mental tornam-se essenciais, sobretudo aquelas focadas em emoções (medo, ansiedade e raiva)5 mais prevalentes em contextos de alta exposição ao estresse.

Os serviços de saúde passaram a ser locais de extremo risco de contaminação para população em geral e trabalhadores de saúde, especialmente aos da enfermagem, uma vez que a atuação desses/as trabalhadores/ as é elemento central no enfrentamento da pandemia. Desse modo, além dos fatores de risco já existentes, esses trabalhadores passaram a receber mais esta sobrecarga de demanda no cotidiano laboral.

A exposição à alta demanda de pacientes, às mudanças no processo de trabalho e ao baixo apoio social estão associados a uma maior exposição ao estresse, sendo necessária a implementação de intervenções em saúde mental para os trabalhadores de saúde, tais como o apoio social no trabalho, a comunicação efetiva das medidas protetivas contra a contaminação, a orientação de manejo de ansiedade e o suporte psicológico para indivíduos sintomáticos ou vulneráveis5,7. Entretanto, há um pressuposto de que ainda não está claro que ações são realizadas pelos próprios trabalhadores de enfermagem ou que são implementadas por gestores para lidar com a ansiedade no trabalho na pandemia.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, na Etiópia houve um aumento de três vezes na predominância de sintomas de depressão em comparação com as estimativas deste país antes da epidemia. Na China, os profissionais de saúde relataram altas taxas de depressão (50%), ansiedade (45%) e insônia (34%) e, no Canadá, 47% dos profissionais de saúde reportaram a necessidade de suporte psicológico52. O aumento dos níveis de estresse, ansiedade e depressão, detectados durante a pandemia, revelou que os profissionais da saúde enfrentam enorme pressão, incluindo alto risco de infecção e proteção inadequada contra a contaminação, excesso de trabalho, isolamento, assistência a pacientes com emoções negativas, falta de contato com a família e, por fim, exaustão. A soma destes fatores contribuiu para que houvesse mais agravos à saúde mental53. No Brasil, dos 45.161 respondentes, 40,4% sentiram-se frequentemente deprimidos, 52,6% ansiosos, 43,5% relataram início de problemas de sono e 48% problemas de sono preexistentes e agravados. Esses sintomas mostraram-se mais presentes entre adultos jovens, mulheres e pessoas com antecedentes de depressão53 .

Um estudo aponta que profissionais que atuam em serviços privados, que possuem sintomas de Síndrome de Burnout, e que atuam em serviços sem estrutura para o enfrentamento da pandemia de COVID-19, possuem maiores prevalências de sintomas de ansiedade e depressão. Enquanto o hábito de ter conversas com amigos e familiares mostrou-se um fator que reduz a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em profissionais de enfermagem, durante a pandemia de COVID-1951 .

Esta revisão de escopo busca levantar essas informações como forma de mapear os conhecimentos existentes para o autocuidado e para sensibilizar os gestores em saúde sobre as alternativas de implementação de intervenções em saúde mental para os trabalhadores de enfermagem, contribuindo assim para promoção da saúde do trabalhador. O objetivo deste estudo foi identificar as estratégias utilizadas para o manejo da ansiedade de trabalhadores de enfermagem na pandemia de COVID-19. Espera-se que este levantamento possa oferecer recomendações de estratégias de enfrentamento para diminuir a ansiedade na enfermagem.


Métodos

Trata-se de uma revisão de escopo baseada no Joanna Briggs Institute Reviewers'Manual8-9, buscando mapear estudos relevantes na literatura científica, tendo sido registrada na Plataforma Open Science Framework (OSF), com o identificador doi 10.17605/OSF.IO/B2K5V.

Foram seguidas as cinco etapas obrigatórias da revisão de escopo8-9: identificação da questão de pesquisa; identificação de estudos relevantes (critérios de inclusão); seleção dos estudos (estratégia de busca); extração dos resultados (mapeamento dos dados); e apresentação dos resultados (síntese e comunicação dos resultados).

A questão de pesquisa foi formulada a partir da estratégia mnemônica PCC8 (P: population - trabalhadores de enfermagem; C: concept - manejo da ansiedade; C: context - pandemia de COVID-19, sendo estabelecida a seguinte questão: Quais estratégias para o manejo da ansiedade de trabalhadores de enfermagem foram divulgadas na pandemia de COVID-19?

Para a seleção da amostra foram utilizados os seguintes critérios de elegibilidade: artigos originais, em português, espanhol ou inglês, sobre o manejo da ansiedade de trabalhadores de enfermagem na pandemia de COVID-19, publicados entre janeiro de 2020 e março de 2022. Foram excluídos os estudos de revisão, editoriais, reflexão temática, ensaios teóricos, teses, dissertações, livros, resumos e anais de evento.

Para identificação dos estudos, foi realizada busca no período de abril de 2022 nas seguintes bases de dados: Web of Science, SCOPUS, Excerpta Medica DataBASE, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO).

Como estratégia de busca utilizou-se a combinação dos seguintes descritores do Medical Subject Headings (MeSH) e/ou Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): (Anxiety) AND ("COVID-19") AND (Nursing OR Nurses) AND ("Coping Strategies"). Foram utilizados os termos correspondentes em inglês e português durante a busca que foi realizada. Nesta etapa, se realizou busca por pares com o intuito de garantir a confiabilidade no processo. Após a seleção das referências os artigos duplicados foram excluídos com a ajuda do software Mendeley®.

Para extração e análise dos dados dos estudos selecionados, utilizou-se um instrumento construído no Microsoft Word 2011, contendo informações de interesse da pesquisa (título, autores, ano e país de publicação, nome do periódico, objetivos, métodos, população/amostra, local do estudo, resultados, conclusões e nível de evidência).

O agrupamento dos resultados foi feito a partir de similaridade temática e semântica. Para extrair os dados e identificar as temáticas (estratégias de enfrentamento, trabalhadores de enfermagem e ansiedade), utilizou-se instrumento estruturado no Microsoft Excel, permitindo a sintetização, gerando uma descrição dos textos incluídos na revisão. Assim, procedeu-se à etapa de separação, sumarização e relatório de resultados com a intenção de apresentar uma visão geral de todo o material por meio de categorias temáticas que emergiram da análise: 1) Estratégias de manejo da ansiedade realizadas pelos trabalhadores de enfermagem; 2) Estratégias de manejo da ansiedade ofertadas pela gestão dos serviços de saúde para os trabalhadores de enfermagem.

Em relação aos aspectos éticos, não houve necessidade de apreciação de comitê de ética por ser um estudo de natureza bibliográfica à literatura, contudo ressalta-se que os direitos de autoria foram respeitados ao referenciar os autores dos estudos analisados.


Resultados

Os procedimentos de busca e inclusão dos estudos guiados pelas diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA) adaptado para Scoping Review8, conforme apresentado no fluxograma da figura 1. O refinamento da escolha dos estudos da amostra foi desde a sua identificação, leitura do título e resumos, e posteriormente da leitura na íntegra dos pré-selecionados.




Após a identificação de 5356 artigos nas bases de dados foram aplicados os procedimentos de seleção e elegibilidade, sendo incluídos 35 artigos na revisão de escopo. Com intuído de aprofundar a busca, realizou-se uma triagem nas referências dos 35 artigos selecionados, incorporando a analise outros 14 artigos, dentre os quais 6 foram incluídos na amostra final, totalizando assim 41 artigos.

As principais bases de indexação dos estudos selecionados foram Web of Science4,6,10-23 e Scopus1,10,12,14-15,19,22,24-27, sendo cinco em ambas as bases de dados14,15,19,22,25. Quanto à procedência editorial, os estudos foram publicados em 23 periódicos científicos, sendo sete específicos da Enfermagem (BMC Nursing16,28, Journal Advanced Nursing6,25,29, Journal Nursing Management11,24, Revista Brasileira de Enfermagem30, Escola Anna Nery31, Revista Eletrônica de Enfermagem32, Nursing Forum33.

Quanto aos países de origem dos estudos apresentam uma ampla distribuição, como China11,12,17,18,20,21,28,34, Espanha6,29,35-37, Brasil5,30-32, Turquia15,16,22, EUA25,27,38, Portugal23,39-40, Irã33,41, Jordânia24, Suíça19, Polônia1, Croácia26 , Sudão42, Arábia Saudita43, Alemanha44, Albânia45, Paquistão46, Itália47, Austrália10 e Índia14.

A população investigada nos estudos foi constituída por trabalhadores de saúde e trabalhadores de enfermagem, dos 41 estudos selecionados 23 foram realizados, exclusivamente, com trabalhadores de enfermagem. O número de trabalhadores de enfermagem participantes dos estudos da amostra variou de 14 e 3.088.

Dos 41 estudos, 31 deles (76%) apresentaram delineamento do tipo transversal, seguido por artigos com outros delineamentos, os quais: quase experimental não-randomizado, coorte, ensaio clínico randomizado, estudo de caso e caso-controle e qualitativo.

A caracterização dos artigos por autor, ano de publicação, país de realização do estudo, periódico, participantes, delineamento e nível de evidência estão apresentados na figura 2.




As estratégias de manejo da ansiedade encontradas nos artigos foram organizadas em subcategorias conforme similaridade de ação de autocuidado, caracterizando-se em estratégias de autoconhecimento emocional, estratégias focadas no problema, no manejo e reconhecimento das emoções, conforme a figura 3. Em relação aos hábitos saudáveis, na vida e no trabalho, concentram-se em atividades de autocuidado dirigidos a prevenção de doença e promoção da saúde mental. Quanto às práticas cognitivas e comportamentais, apontamse as ações de controle de emoções, sensações e pensamentos desagradáveis. Já as outras subcategorias (rede de apoio social, espiritualidade e propósito, práticas integrativas e de relaxamento, desenvolvimento pela informação adequada) apontam a prática de intervenções de suporte em saúde mental.




Na figura 4, as estratégias recomendadas aos gestores dos serviços de saúde foram organizadas, por similaridade, nas seguinte subcategorias: apoio à saúde (descrevem as intervenções preventivas em saúde a serem implementadas); equipamentos de proteção e de testagens oferecidos aos trabalhadores; capacitação e treinamento focados nas necessidades identificadas; suporte organizacional e financeiro para que os trabalhadores possam ter condições para o exercício profissional; e comunicação efetiva das informações indispensáveis para o enfrentamento da pandemia.




Discussão

A OMS direciona a compreensão de saúde mental para o autocuidado quando a define como um estado de bem-estar em que o indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com as tensões normais da vida, trabalhar de forma produtiva e capaz de dar uma contribuição para sua comunidade48.

A pandemia de COVID-19 deflagrou a situação que os trabalhadores de saúde e enfermagem enfrentam relacionadas ao autocuidado, neste caso específico mostrou-se associado ao medo do contágio e infecção (familiares, amigos e colegas), sintomas de estresse, ansiedade, depressão, assim como insegurança, percepção de estigma24,38. Pôde se identificar comportamentos de resistência ao trabalho ou uma postura de resignação37. Além disso, a demanda por aumento da força de trabalho e o sentimento de falta de apoio, carência de recursos materiais, cansaço por alta exposição, dentre outras causas contribuem para a sobrecarga mental dos trabalhadores de enfermagem6,30.

Os níveis excessivos de ansiedade representam um fator crítico no ambiente de trabalho já que podem comprometer o desempenho, principalmente durante uma emergência47. Um estudo realizado com trabalhadores de enfermagem em províncias espanholas apontou para o medo da infecção como o maior estressor, seguido do medo da morte e de morrer6.

Apesar da prevalência de ansiedade ter diminuído em algumas situações e regiões específicas21,40 após aumento exponencial de casos de COVID-19 os enfermeiros ainda apresentam níveis altos de ansiedade18,20, como foi observado no surto da Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARS) no início dos anos 2000, sobretudo em enfermeiros expostos ao contato direto com casos graves49.

Nesta revisão, os trabalhadores de enfermagem recém-formados (com menos experiência) e do sexo feminino eram mais propensos a experimentar ansiedade moderada/ grave em comparação com os trabalhadores masculino e mais velhos. Os trabalhadores menos experientes usavam menos estratégias de proteção e aqueles com maior medo de contágio aderiam menos ao autocuidado6,18,20. Achados semelhantes foram relatados entre trabalhadores de saúde e a população em geral11,21.

Outros estudos12,22,23,39,40 mostraram que ser do sexo feminino e interagir com pacientes com COVID-19 estava associado à ansiedade e depressão. Isso mostra que mais atenção deve ser dada ao manejo da ansiedade dos enfermeiros, mesmo um ano após a pandemia (ainda em curso), pois pode ter efeito prejudicial na segurança dos pacientes e na prevenção e controle da COVID-1920.

Há intensificação dos sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) com sintomas de evitação, principalmente quando há maior exposição a pacientes graves e aumento de horas de trabalho1. Outra pesquisa reforça que esse sofrimento psicológico, manifestado de múltiplas formas (ansiedade, depressão, culpa e TEPT) na pandemia, se intensifica gravemente quando o trabalhador não busca ajuda25.

Entre as recomendações da OMS para o enfrentamento do sofrimento emocional relacionadas à COVID-19 estão a manutenção da rotina, o distanciamento físico dos familiares (para diminuir o risco de contágio), a busca de apoio emocional e o desenvolvimento de estratégias de coping, as quais tem o propósito de administrar os recursos internos e externos para lidar com situações estressantes48.

As estratégias de enfrentamento envolvem respostas cognitivas e comportamentais que indivíduos usam para tentar controlar estressores internos e externos que são percebidos como ameaçadores1,44. Os tipos de enfrentamento podem ser caracterizados como uma ação direta focada na necessidade, semelhante à abordagem dos primeiros cuidados psicológicos6,37.

Foram observadas ações dirigidas ao autoconhecimento emocional, mantendo o foco na solução de problemas, regulação das emoções e desenvolvimento de resiliência6,10,11,14,16,18,22,28,37,38,44,47, bem como a participação em treinamentos de autorreflexão, enfrentamento do medo e controle da raiva1,15-19,21,36,37,44,46. Entre as práticas cognitivas destacaram-se a postura positiva diante da situação1,14,17,21,28,33,42,44,47 e as práticas de distração autoaplicáveis (lazer e recreativas)20,21,37,39,44.

Os hábitos saudáveis na vida e no trabalho foram apontados como aspectos fundamentais para o autocuidado no atendimento das necessidades fisiológicas24,33,39,40,44, na atividade física3,10,39,40, no planejamento diário de tarefas (rotina estruturada) e dias de descanso entre os turnos de trabalho14,24,40. Entre essas estratégias individuais destacou-se a atividade física como alternativa promotora de bem-estar e qualidade de vida3,10,39,40.

A espiritualidade, através da manutenção dos níveis de esperança12,14,23,33,42,46, bem como as práticas de yoga, reiki, meditação e relaxamento10,13,16,30,37,39,41,44 foram utilizadas de maneira recorrente entre os trabalhadores da enfermagem. Estudos brasileiros realizaram a aplicação de auriculoacupuntura37 e auriculoterapia32, enquanto práticas integrativas e complementares em saúde, para o cuidado do trabalhador de saúde que atua sob intenso estresse, recomendando a necessidade da adoção de rotinas de autocuidado. Isso corrobora com pesquisas que indicam o apoio à saúde mental desses trabalhadores como prioridade para combater o sofrimento e adoecimento mental no mundo, enfatizando as intervenções psicossociais direcionadas para o autocuidado (meditação, relaxamento, técnicas de distração, dentre outras)13,17,38,45,46,49,50.

A rede de apoio social se mostrou relevante enquanto estratégia de manejo da ansiedade, sobretudo quando se busca a ajuda de pessoas significativas e de familiares1,10,17,20,26-27,30,33,35,37-39,44. Já na atividade profissional as estratégias de enfrentamento convergem para a garantia do acesso à informação e medidas de controle de infecção14,17,21,43,44.

De fato, o gerenciamento eficaz dos níveis de ansiedade na fase aguda (emergencial) pode reduzir o risco de desenvolver estresse de longo prazo e outros estados emocionais, como pânico e depressão24. Por outro lado, há estudos apontando consequências positivas11,13,20 relacionados à experiência com a crise quando se identifica o desenvolvimento de resiliência, a busca por sentido de vida, a organização no trabalho, flexibilidade, adaptabilidade, e avanços nas ações preventivas e de tratamento24,37,50. Nota-se que as diferentes estratégias de enfrentamento utilizadas pelos trabalhadores de enfermagem em situações de crise se mostram como alternativas que podem ser eficazes no manejo da ansiedade.

De modo geral, os estudos destacaram a atitude positiva como fator de proteção contra o sofrimento emocional e de maior impacto na redução do estresse17,47. Esta atitude refere-se às estratégias de enfrentamento adaptativos que permitem aos indivíduos reinterpretar positivamente as situações negativas, relacionando-as com a sua autoeficácia e, consequentemente, fortalecendo características pessoais para a resiliência e maior bem-estar psicológico.

As experiências de intenso sofrimento emocional, compartilhadas pelos trabalhadores de enfermagem, evidenciam um trauma psicológico que devem ter a atenção da gestão na adoção de medidas que reduzam o impacto desses traumas (inevitáveis e evitáveis), devido à carência de recursos (material e pessoal) e à falta de apoio em saúde mental25. Assim, os gestores precisam assegurar recursos para fornecer intervenções em saúde mental incluindo a triagem de problemas emocionais (depressão, ansiedade, TEPT, uso de álcool e outras substâncias psicoativas) e a oferta de tratamento25.

Verificou-se ainda um papel estratégico do gestor dos serviços de saúde em fornecer alternativas preventivas de cuidado em saúde mental aos trabalhadores de enfermagem, dentre às quais se destaca a oferta de escuta diferenciada (empática), sigilosa e gratuita10,24,30,34. Essa escuta caracteriza-se como uma estratégia de cuidado inserida em um plano de contingência de cuidados preventivos em saúde mental focado na redução dos níveis de ansiedade e apoio psicológico no trabalho6,10,11,16-19,21-22,24,30,34-35,45, dando a garantia básica de acesso à equipamentos de proteção individual16,17,20,21,24,25,34,35,38,46.

Os trabalhadores de enfermagem estão particularmente vulneráveis à pressão emocional no trabalho devido à intensa exposição a diversos estressores no trabalho43, e é provável que as reações emocionais perdurem nesses trabalhadores, requerendo um investimento para a sua recuperação psicológica no póspandemia18.

Portanto, estudos sugerem um plano de contingência estratégico e duradouro que ofereça a possibilidade de aprendizagem para o autocuidado focado no problema (medo ou ansiedade) e que promova o enfrentamento adaptativo positivo, contrariando a passividade e a alta exposição ao sofrimento6,18,38,45.

As instituições que aderiram às estratégias globais de gerenciamento de crise com suporte organizacional e financeiro, incentivando o isolamento social, uso de máscaras, vacinação, entre outros11,16,33,46, aprimoraram a comunicação sobre o trabalho na pandemia (medidas de segurança e de prevenção da contaminação)21,35,46, sem deixar de reconhecer e valorizar os esforços feitos pelos trabalhadores de saúde17,34,46. Além disso, obtiveram menos abstenções, ocorrências de contaminação ou gravidade de doenças entre os trabalhadores de enfermagem11,17,46.

Esses estudos ensinam que, em situações de crise como a pandemia de COVID-19, as instituições devem ter um plano de contingencia que ofereça ações estratégicas de prevenção do adoecimento mental dirigida aos trabalhadores mais expostos, com ênfase no autocuidado em saúde, automanejo emocional (ansiedade, raiva, medo), comunicação assertiva e apoio para solução de problemas. No entanto, alerta-se que medidas de promoção da saúde mental dos trabalhadores de enfermagem devem fazer parte da cultura organizacional das instituições na busca de um ambiente organizacional promotor de desenvolvimento profissional e pessoal.

Limitações do estudo

Aponta-se como limitação a não inclusão de pesquisas publicadas em outros idiomas e em bases de dados não incluídas neste estudo. Além disto, não foram avaliados os níveis de evidência e qualidade dos estudos selecionados na amostra. Faz-se necessário investigar a manifestação dos efeitos da ansiedade a médio e longo prazos para dimensionar o impacto na saúde mental, bem como avaliar a efetividade das estratégias de enfrentamento pelos trabalhadores de enfermagem.

Contribuições para a prática

A pandemia COVID-19 afetou a saúde mental dos trabalhadores de enfermagem e, portanto, é essencial oportunizar condições que fomentem o autocuidado, mediante o aprendizado (autoconhecimento e psicoeducação), o acesso a informações e orientações. Além disso, evidenciou-se a importância dos gestores considerarem os temas relacionados à saúde mental nos programas de desenvolvimento profissional e pessoal da força de trabalho da enfermagem, fortalecendo a resiliência e bem-estar não só no trabalho mas para a vida. Com isso, espera-se que os trabalhadores possam ser estar preparados para acionarem seus recursos protetivos em situações adversas, sobretudo entre aqueles mais vulneráveis.


Conclusão

Esta revisão apontou avanços do conhecimento científico nas áreas de saúde do trabalhador, saúde mental e enfermagem, visto que pode identificar estratégias de manejo da ansiedade em situações críticas, como a imposta pela pandemia de COVID-19, tanto aquelas utilizadas pelos trabalhadores de enfermagem quanto aquelas instituídas pelos gestores.

Os achados indicam que o autoconhecimento emocional dos trabalhadores de enfermagem é fundamental para a identificação da situação emocional vividas por eles em realidades diversas, sejam elas relacionadas aos conflitos, ao sofrimento, as exigências e ao contexto do trabalho, a fim de considerar a rede de apoio, espiritualidade, práticas cognitivas, comportamentais e integrativas enquanto estratégias de manejo de ansiedade.

As estratégias identificadas para manejo de ansiedade durante a pandemia foram a oferta do apoio à saúde mental dos trabalhadores de enfermagem, capacitações em prevenção de contaminação, treinamento em manejo de crise e ansiedade, comunicação efetiva, fornecimento de equipamentos de proteção, suporte organizacional às necessidades individuais e financeiras, agir de forma preventiva ao adoecimento mental, bem como para a promoção de cuidado em saúde mental.

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Pós-Graduação de Enfermagem - Porto Alegre/RS - Brasil

Autor correspondente

Valentine Cogo Mendes
valentinecmendes@gmail.com

Submetido em: 24/03/2024
Aceito em: 12/05/2024

Contribuições: Alessandra Mendes Calixto - Aquisição de financiamento, Coleta de Dados, Conceitualização, Gerenciamento de Recursos, Gerenciamento do Projeto, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão, Validação,Visualização;Valentine Cogo Mendes - Conceitualização, Gerenciamento do Projeto, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Validação, Visualização; Juan Pablo Matias - Gerenciamento do Projeto, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão, Validação; Ana Maria Muller de Magalhães - Conceitualização, Investigação, Metodologia, Redação -Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão, Validação, Visualização; Daiane Dal Pai - Conceitualização, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão, Validação, Visualização; Marcio Wagner Camatta - Aquisição de financiamento, Coleta de Dados, Conceitualização, Gerenciamento de Recursos, Gerenciamento do Projeto, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão, Validação, Visualização.

 

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