Rev. bras. psicoter. 2017; 19(1):15-30
Recktenvald K, Mallmann MY, Schmidt FMD, Fiorini GP, Cappellari CPC. Caracterizaçao da clientela de bebês em uma clínica-escola de psicoterapia psicanalítica. Rev. bras. psicoter. 2017;19(1):15-30
Artigo Original
Caracterizaçao da clientela de bebês em uma clínica-escola de psicoterapia psicanalítica
Client's profile of babies assisted in a psychoanalytic psychotherapy school-clinic
Karina Recktenvald1; Manoela Yustas Mallmann2; Fernanda Munhoz Driemeier Schmidt3; Guilherme Pacheco Fiorini4; Camila Piva da Costa Cappellari5
Resumo
Abstract
INTRODUÇAO
Os três primeiros anos de vida sao fundamentais para o desenvolvimento posterior do indivíduo, sendo uma fase importante para a promoçao de saúde mental1,2. Diante disso, estudos alertam sobre a significativa persistência das dificuldades apresentadas nesse período, contrariando a ideia de que seriam apenas transitórias2,3,4,5. Nesse sentido, identificar e intervir nas dificuldades observadas nos bebês e suas famílias o quanto antes pode evitar que comportamentos e patologias estruturem-se, sendo a psicoterapia pais-bebê uma das modalidades de intervençao disponíveis6. É indicada para bebês que apresentam problemas de saúde mental ou que estao em risco devido a situaçoes adversas, como eventos traumáticos ou doença mental dos pais7. Objetiva restaurar o curso normativo do desenvolvimento do bebê e da relaçao com seus cuidadores1.
Para compreender os sintomas dos bebês, deve-se considerar o ambiente que os cerca, principalmente o familiar1,8. Nos últimos anos, por exemplo, nota-se um aumento no número de divórcios e de famílias monoparentais9,10. Pesquisas que caracterizam as crianças em atendimento psicológico em clínicas-escola no país refletem essa realidade: 51,8% das crianças de até 4 anos e 5 meses nao residiam com ambos os pais na amostra de Raskin e colaboradores11, índice próximo ao de outra pesquisa com crianças de dois a 12 anos (47%)12.
Conhecer fatores protetores e de risco possibilita que estudos tentem predizer o aparecimento e a estabilidade de sintomas2,10,14, ponderando que variáveis do contexto familiar podem ser tanto fatores de risco quanto protetores, dependendo de suas características, da afetividade e da qualidade dos vínculos entre a criança e seus cuidadores8,15. A qualidade da relaçao entre o casal, por exemplo, é um fator protetor para enfrentar as mudanças acarretadas pela transiçao à parentalidade e a chegada de um bebê13, enquanto os conflitos sao um obstáculo, além de fatores de risco para o surgimento de distúrbios no relacionamento pais-bebê5.
Investiga-se, também, a escolaridade dos pais5,16,17 e sugere-se que, quanto maior sua escolaridade, menores sao os fatores de risco aos filhos16. Pesquisas com bebês apontam que elevados níveis de escolaridade materna sao fatores protetores para o aparecimento de sintomas psíquicos aos 2 anos de idade17, enquanto baixos níveis representam risco para distúrbios no relacionamento entre pais e bebês de 17 a 19 meses5.
Outro fator sociodemográfico a ser ponderado é a renda familiar. Dificuldades financeiras costumam gerar estresse na dupla parental, o que, por sua vez, interfere no relacionamento com o filho8. A baixa renda familiar também prediz o aparecimento de sintomas em bebês17. De forma semelhante, uma associaçao significativa entre aumento na renda e reduçao de problemas comportamentais foi encontrada ao avaliar-se bebês aos 18 e 36 meses18.
Quanto ao atendimento psicológico de bebês, além de dados sociodemográficos, cabe analisar a fonte de encaminhamento para psicoterapia. As escolas costumam ser responsáveis por derivar a maior parte das crianças10,12,19. Seu papel também é importante nos casos de pré-escolares e bebês11. Profissionais da saúde, como pediatras3,20 e psicólogos11, igualmente exercem tal funçao. Por acompanharem bebês periodicamente, pediatras ocupam posiçao privilegiada na detecçao de problemas comportamentais. Sua avaliaçao atenta pode contribuir para a identificaçao dos primeiros sinais de sofrimento, bem como informar aos pais que aspectos comportamentais podem ser pauta das consultas pediátricas3,20. Chama atençao que a busca por iniciativa dos pais nao está entre as principais fontes11,12,19, com índices que variam entre 9,3%19 a 25%12 em amostras nacionais.
Quanto ao adoecimento psíquico dos bebês, identificam-se estudos que almejam investigar sua sintomatologia2,5,17,21,22,23,24,25,26,27,28. Destaca-se uma pesquisa que avaliou 19.850 crianças entre 18 meses a 5 anos em 24 sociedades com o objetivo de comparar os resultados obtidos através do Child Behavior Checklist (CBCL) entre as diferentes culturas. Verificou-se que os meninos apresentaram escores de problemas totais sutilmente mais altos do que as meninas. O mesmo ocorreu com as crianças mais novas, que se mostraram ligeiramente mais sintomáticas do que as mais velhas24.
O CBCL também foi empregado em estudos de prevalência em amostras nao clínicas17,22,28,29. Em Taiwan, 645 crianças de 2 a 5 anos foram avaliadas e constatou-se que 25,4% delas apresentaram escores totais considerados clínicos28. Já na Austrália, avaliaram-se bebês aos 2 anos (n=1.707) e percebeu-se que apresentaram mais problemas externalizantes (6,9%) em oposiçao aos internalizantes (4,5%)17. Crianças entre 24 e 48 meses participaram de um estudo americano, sendo 103 delas selecionadas em serviços de saúde mental e 110 nas comunidades onde tais centros localizavam-se: 20,9% apresentaram escore clínico para sintomas externalizantes e 16,4% para internalizantes29.
Identificam-se, também, estudos realizados exclusivamente com bebês2,25,26. Na Holanda, por exemplo, compararam-se os comportamentos externalizantes de bebês de 24 e 36 meses com os apresentados por bebês de 12 meses. Constatou-se que tais comportamentos eram menos proeminentes nos bebês de 12 meses26. Bebês de 18 meses foram avaliados na Lituânia (n=237): encontrou-se um índice de 9,9% de escore clínico na categoria problemas totais2. Conhecer a prevalência de psicopatologias em bebês de 18 meses na Dinamarca foi o objetivo da pesquisa de Skovgaard e colegas25. Para tanto, fez-se uma revisao dos escassos estudos nesse âmbito e encontraram-se índices variando de 10% a 15%. Como resultado de sua pesquisa empírica, os autores descobriram que 16% a 18% dos bebês avaliados (n=237) receberam um diagnóstico pelo menos conforme o manual Diagnostic Classification of Mental Health and Developmental of Infancy and Early Childhood (DC 0-3)30. O mesmo é dirigido aos três primeiros anos de vida e é referência na avaliaçao de bebês21,23,27.
Amostras clínicas provenientes de centros de saúde mental foram alvo de pesquisas que empregaram o mesmo manual para descrever os diagnósticos de bebês21,23,27. Na França, 102 bebês menores de 1 ano foram avaliados: 76% receberam um diagnóstico do eixo I, sendo transtorno de ansiedade o mais frequente, e 25% manifestaram distúrbios de relacionamento27. Na Escandinávia, 138 crianças com menos de 3 anos e 11 meses participaram de um estudo: o principal diagnóstico recebido por aquelas menores de 24 meses foi problemas regulatórios. As que tinham entre 24 e 35 meses apresentaram distúrbios afetivos e problemas regulatórios em sua maioria23.
Estudos acerca da saúde mental dos bebês estao em expansao2, mas, no contexto nacional, ainda sao escassas as pesquisas epidemiológicas que se dedicam à saúde mental de crianças, sendo que bebês nao costumam ser incluídos31,32. Já nos estudos de caracterizaçao de crianças atendidas em clínicas-escola, por vezes observa-se sua inserçao11,19,33. Ao analisar informaçoes de 2.106 crianças que ingressaram em duas instituiçoes entre 1979 a 2007, descobriu-se que 4,3% delas tinham até 3 anos e 11 meses19. Outro estudo incluiu as 77 crianças menores de 4 anos e 5 meses triadas em um período de dez anos. A maioria apresentava entre 2 anos e 6 meses a 3 anos e 5 meses (67,5%), sendo que cinco (6,5%) tinham até 1 ano e 5 meses11. Em uma amostra de 103 crianças entre 2 e 6 anos, verificou-se que 33% delas tinham menos de 3 anos. A faixa de maior concentraçao foi entre os 4 e 5 anos33.
Nesses estudos, havia mais meninos do que meninas em atendimento11,19,33, assim como apontam outras pesquisas com crianças21,27,34, no entanto, observa-se um aumento do número de meninas9,19. Esse predomínio varia entre 53% a 89% nas clínicas-escola brasileiras34.
Apesar da existência de problemas relacionados à saúde mental em bebês e de tratamentos efetivos, parece haver resistência a buscar auxílio profissional, como indicam Ellingson e colegas20: dentre crianças de 11 a 39 meses que manifestavam problemas de comportamento, somente os responsáveis por 17,7% delas haviam conversado sobre isso com algum profissional. Um possível sentimento de culpa dos pais e a crença de que os sintomas nessa época da vida sao transitórios influenciam sua decisao de procurar ajuda3,23. Ademais, a infância ainda é vista como um período de felicidade por alguns, o que justifica parte da dificuldade de perceber o adoecimento psíquico, especialmente o dos bebês3. Há, também, as dificuldades parentais de identificar alteraçoes no desenvolvimento dos filhos20, até porque, às vezes, a diferença entre comportamentos típicos e desviantes em uma mesma faixa etária é questao de intensidade24. O desconhecimento acerca da existência de serviços voltados a intervençoes precoces é outro fator a ser mencionado3.
Sugere-se que o principal motivador para que pais conversem sobre os sintomas de seus bebês com um profissional seja sua preocupaçao acerca do comportamento deles. Logo, conhecer o que é motivo de apreensao a respeito da saúde mental de seus filhos e como os percebem é primordial a fim de ampliar os encaminhamentos para psicoterapia20. Essa percepçao é diferente entre os pais devido a sua subjetividade35, à relaçao estabelecida com a criança23,35, ao tempo que passam juntos, a questoes pertinentes à conjugalidade35 e à escolaridade dos pais33. Como tendem a buscar auxílio ao constatarem que estao com dificuldades de lidar com os filhos, essa consciência representa um fator de proteçao à criança23.
Os problemas externalizantes costumam ser mais frequentemente percebidos pelos pais, em comparaçao aos internalizantes, pelo incômodo que geram8,18,19,23,33,34. Por isso, crianças com tais sintomas tendem a ser levadas para atendimento antes33. Quanto às crianças com sintomas internalizantes, pais com maior escolaridade geralmente notam seus problemas mais facilmente33. Nas amostras de clínicas-escola brasileiras, o comportamento agressivo figura como principal queixa alegada pelos pais11,19,33,34, sendo que problemas de atençao e ansiedade/depressao também aparecem frequentemente19,33.
Quanto aos sintomas detectados pelos profissionais responsáveis pelos atendimentos das crianças nas clínicas-escola, predominam os problemas externalizantes9,19,33,34, apesar de haver certa divergência. Borsa e colaboradores14, por exemplo, avaliaram 140 escolares com idade média de 10 anos e identificaram a hegemonia de comportamentos internalizantes. Através do CBCL, 103 crianças entre 2 e 6 anos foram avaliadas: o comportamento agressivo foi considerado clínico em 69,5% da amostra, seguido de ansiedade e depressao (66%) e emocionalmente reativo (65,6%)33.
Alguns estudos de prevalência em amostras nao clínicas também identificaram a preponderância de sintomas internalizantes22,28. Na pesquisa de Wu e colegas28, escores clínicos para esses problemas foram obtidos por 25,1% das crianças em oposiçao a 11,2%. Queixas somáticas (14,9%), retraimento (13,5%) e problemas de sono (8,5%) foram os mais comuns, seguidos por ansiedade/depressao (7,6%), emocionalmente reativo (7%), comportamento agressivo (4,2%) e problemas de atençao (2,5%). Das 512 crianças de 4 a 6 anos avaliadas na Sérvia, os índices de escores clínicos foram de 17% para problemas internalizantes e 14,2% para externalizantes, sendo que o retraimento foi o mais prevalente (9,3%), seguido por problemas de atençao (5,3%), emocionalmente reativo (5,1%) e ansiedade/depressao (4,9%)22. Destaca-se que a presença de ambos os tipos de sintomas varia nas diversas sociedades24.
Pela relevância do tema, aponta-se a necessidade de mais pesquisas e investimentos dirigidos à psicopatologia e ao atendimento de bebês2, sendo fundamental investigar e comparar resultados oriundos de pesquisas com essa faixa etária27, ampliando e divulgando o conhecimento. Nesse sentido, o presente estudo objetiva descrever o perfil sociodemográfico e clínico de bebês de zero a 36 meses que foram levados por seus pais ou responsáveis para psicoterapia em uma clínica-escola de Porto Alegre. A partir dessas informaçoes, pretende-se conhecer as características dessa amostra e, assim, pensar sobre a rede de encaminhamentos e apontar direçoes para novos estudos. Investigaçoes como essas podem ajudar no processo de indicaçao para psicoterapia, na organizaçao dos serviços e no treinamento de profissionais para melhorar o atendimento9,34. Outro benefício é colaborar com o preenchimento de uma lacuna existente, pois grande parte dos estudos sobre saúde mental de bebês baseia-se em amostras provenientes de países desenvolvidos36.
MÉTODO
Utilizou-se o referencial metodológico da pesquisa documental, quantitativa-descritiva e retrospectiva37. A coleta de dados compreendeu os registros dos atendimentos psicoterápicos realizados no ambulatório do Contemporâneo - Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade (CIPT) entre maio de 2009 e maio 2016. Essa clínica-escola, localizada em Porto Alegre, oferece cursos de formaçao em psicoterapia psicanalítica e possui um ambulatório de atendimento de variadas especialidades.
PARTICIPANTES
A amostra foi composta por todos os pacientes entre zero e 36 meses levados para atendimento psicoterápico entre maio de 2009 a maio de 2016. No presente estudo, define-se bebê como a criança pertencente a essa faixa etária. Os responsáveis por todos eles concordaram que os dados relativos aos atendimentos fossem utilizados para fins de ensino e pesquisa, assinando o "Termo de consentimento livre e esclarecido".
INSTRUMENTOS
Utilizaram-se três instrumentos para avaliaçao das características sociodemográficas e clínicas dos bebês:
1. Ficha de dados sociodemográficos: empregada para coleta e registro das informaçoes sociodemográficas de todos os pacientes que buscam atendimento na clínica-escola. Os dados selecionados para esse estudo foram: sexo, idade do paciente, escolaridade do pai e da mae do paciente, com quem o paciente residia, frequência à escola e renda familiar.
2. Ficha de triagem: trata-se de um protocolo construído e utilizado no CIPT que é preenchido pelo psicólogo (triador) na primeira entrevista com o paciente e/ou seu responsável. Esse roteiro busca conhecer melhor as especificidades clínicas do paciente e sua família. As variáveis de interesse utilizadas nesse estudo foram: fonte de encaminhamento e motivo de consulta referido pela família. Após relato verbal dos responsáveis pelo paciente sobre o motivo de consulta, o triador categorizava a resposta que melhor refletia o motivo da consulta de acordo com as seguintes opçoes: 1) Ansiedade/Depressao; 2) Retraimento/Depressao; 3) Queixas somáticas; 4) Problemas de relacionamento; 5) Problemas de pensamento; 6) Problemas de atençao; 7) Comportamento opositor/desafiador/delinquente; 8) Comportamento agressivo; 9) Problemas de aprendizagem.
3. Child Behavior Checklist (CBCL): Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência elaborado por Achenbach38, validado e adaptado para o português brasileiro por Bordin, Mari e Caeiro40. Trata-se de um instrumento validado internacionalmente e utilizado para investigar manifestaçoes clínicas na infância e adolescência. É um questionário estruturado que avalia competência social e problemas de comportamento em indivíduos de 1 ano e 6 meses até 5 anos, a partir de informaçoes fornecidas pelos pais, utilizando critérios do CID-10. Divide-se em duas escalas: sintomas e problemas internalizantes e externalizantes. Neste estudo, o CBCL será empregado para avaliaçao de alteraçoes sintomáticas e comportamentais do bebê.
Cada paciente é avaliado no seguinte conjunto de sintomas: emocionalmente reativo, ansiedade/ depressao, queixas somáticas, retraimento, problemas de sono, problemas de atençao e comportamento agressivo. Os resultados do instrumento indicam a média do paciente em cada um deles, bem como nas escalas problemas externalizantes e internalizantes. A classificaçao do instrumento é: clínico (apresenta dificuldades), limítrofe (média do paciente está no ponto de corte entre as duas categorias) e nao clínico (nao apresenta dificuldades).
PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANALISE DOS DADOS
Na primeira etapa da entrevista de triagem, os responsáveis foram convidados a preencher a ficha de dados sociodemográficos e o CBCL referente ao bebê. Após, realizou-se uma entrevista inicial conduzida por um psicólogo especializado em triagens, para avaliar a indicaçao de tratamento e fazer o encaminhamento. Os dados levantados foram coletados através de consulta direta aos prontuários. As variáveis de interesse foram analisadas em termos de frequência, médias e porcentagem, utilizando-se de procedimentos de estatística descritiva, por meio do programa estatístico SPSS (Statistical Program for Social Sciences), versao 23.0.
RESULTADOS
De maio de 2009 a maio de 2016, 1.895 crianças e adolescentes foram levados para atendimento psicológico no CIPT. Destes, apenas 1,32% (n=25) tinham idades entre zero e 36 meses. Considerando o total de pacientes atendidos, observa-se que é baixo o número de bebês que chegam nessa instituiçao.
Na amostra deste estudo (n=25), nota-se um predomínio do sexo masculino (80%). Quanto à idade, os pacientes foram agrupados em seis faixas etárias, divididas de três em três meses, pois nesse período do desenvolvimento as mudanças ocorrem de forma mais rápida do que em outros momentos do ciclo vital6,23,30. Nenhum paciente tinha menos de 16 meses. As faixas foram: 16 a 18 meses (4%), 22 a 24 meses (4%), 25 a 27 meses (24%), 28 a 30 meses (24%), 31 a 33 meses (28%) e 34 a 36 meses (16%). As maes dos pacientes tinham média de idade de 31,5 (DP= 5,5) anos e os pais média de 34,1 (DP=6,9).
Com relaçao à variável escolaridade, 72% já frequentavam escolas de Educaçao Infantil. Quanto às maes, observa-se que 48% delas estava cursando ou havia concluído o Ensino Superior, 4% um curso técnico, 36% o Ensino Médio e apenas 8% tinha somente o Ensino Fundamental completo. Nao houve registro dessa informaçao em um caso (4%). Em relaçao aos pais, 28% cursavam ou tinham concluído o Ensino Superior, 44% o Ensino Médio e 4% o Ensino Fundamental. Em 24% dos casos, a escolaridade do pai nao foi informada.
Metade (52%) dos pacientes residia com ambos os pais, 32% somente com a mae, 8% com mae e padrasto, 4% com o pai e também 4% com tios. Todos eram oriundos de Porto Alegre ou regiao metropolitana.
Quanto à média de renda das famílias, 40% recebia de dois a três salários mínimos (SM), 28% de quatro a seis SM, 16% até um SM, 8% de sete a dez SM e 4% mais de dez SM. Encontramos omissao da informaçao da renda em 4% dos casos.
A busca por atendimento foi indicada por profissionais da área da saúde em 44% dos casos, sendo divididos em 28% por médicos e 16% por psicólogos. O segundo grupo de encaminhamento é o familiar, formado por 28% dos casos, sendo que em 16% o responsável pelo bebê foi quem tomou a iniciativa de buscar ajuda. A escola encaminhou as crianças em 24% e 4% foram encaminhados por outros.
Os principais motivos de consulta relatados pelos responsáveis dos pacientes foram comportamento agressivo em 36% dos casos e problemas de atençao e agitaçao em 20% dos bebês (Tabela 1). Os resultados dos CBCL preenchidos pelos responsáveis estao descritos na Tabela 2. Salienta-se que 44% dos casos obtiveram escore clínico para problemas internalizantes e 36% para problemas externalizantes.
artigo anterior | voltar ao topo | próximo artigo |
Rua Ramiro Barcelos, 2350 - Sala 2218 - Porto Alegre / RS | Telefones (51) 3330.5655 | (51) 3359.8416 | (51) 3388.8165-fone/fax