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Revista Brasileira de Psicoteratia

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A funçao subjetivante do ritmo em um contexto de atendimento psicanalítico
Paula Gruman Martins1; Vanessa Giaretta2
Páginas: 59 - 71

Resumo

Neste trabalho, as autoras abordam a funçao subjetivante do ritmo na constituiçao psíquica a partir da teoria da intersubjetividade, valendo-se, principalmente, das contribuiçoes do psicanalista Victor Guerra. Partimos de um caso atendido no contexto de um tratamento psicoterápico em grupo para crianças, ancorado na teoria psicanalítica. Discute-se o papel do ritmo co-criado com o paciente no processo de subjetivaçao. Entende-se a trama rítmica como um embalar seguro que regula as experiências. Priorizamos para discussao a face do ritmo que compreende as variaçoes de presença e ausência do objeto. Consideramos que a dimensao delimitante do ritmo tem grande valor na criaçao dos contornos do self, numa crescente diferenciaçao eu/nao-eu e na construçao de um espaço interno para representar. Para que tenham tal efeito subjetivante, contudo, os momentos que denunciam a descontinuidade devem estar inseridos em certa previsibilidade rítmica, em que as ausências podem ser antecipadas e cuja duraçao varie conforme a capacidade da criança de tolerá-las. Deste modo, ressalta-se que o ritmo só será terapêutico se puder ser co-criado com o paciente, em uma ritmicidade conjunta.

Descritores: Desenvolvimento Infantil; Psicoterapia; Psicanálise.